A Netflix lançou na última quinta-feira, 17, o documentário Isabella: O Caso Nardoni, que conta a história do assassinato da Isabella Nardoni, de 5 anos, que morreu depois de ser jogada da janela do sexto andar do prédio onde morava com o pai, Alexandre Nardoni, e a madrasta, Anna Carolina Jatobá, na zona norte de São Paulo.
O caso aconteceu há 15 anos, em março de 2008. Em 2010, Anna Carolina Jatobá e Alexandre Nardoni foram considerados culpados pelo júri popular pela morte da criança. Os dois sempre negaram a autoria do crime.
Qual foi a versão apresentada por Anna Carolina Jatobá e Alexandre Nardoni?
As investigações iniciais descartaram as versões apresentadas pelo casal, que chegou a alegar que a garota tinha caído por acidente, e que tinha sido vítima de um suposto ladrão que teria invadido o apartamento. As apurações concluíram que, após uma discussão, Anna Carolina asfixiou Isabella e o pai lançou a filha, ainda com vida, pela janela.
Qual foi a pena definida pela Justiça?
Os dois foram condenados pelo júri popular. Anna Carolina recebeu uma pena de quase 27 anos e, Nardoni, uma sentença de 31 anos e 1 mês, que são cumpridos na penitenciária Dr. José Augusto César Salgado, a P2, também na cidade de Tremembé.
Anna Carolina Jatobá e Alexandre Nardoni estão presos?
Em 2017, Anna Carolina chegou a conseguir a progressão de pena para o regime semiaberto, mas perdeu o direito depois de ser flagrada conversando com os filhos por uma videochamada feita por meio do celular dos seus advogados, dentro da prisão. Como a prática não é permitida, a violação foi considerada “falta grave” e Jatobá voltou ao regime fechado.
Em junho deste ano, Anna Carlina foi solta na noite desta terça-feira, 20, depois de ser beneficiada pela progressão da pena para o regime aberto. Atualmente com 39 anos, ela estava na Penitenciária Feminina I de Tremembé, cidade da região do Vale do Paraíba, interior do Estado de São Paulo. Alexandre Nardoni encontra-se em regime semiaberto desde 2019.
Como é o documentário do caso Isabella na Netflix?
Com depoimentos da mãe da criança, Carolina Oliveira, dos avós maternos, testemunhas, jornalistas, especialistas, advogados da defesa e promotoria, o documentário refaz a triste trajetória do assassinato de Isabella, desde a ligação de emergência até o anúncio da sentença do casal.
Diante do desafio de retomar um caso de tamanha repercussão midiática, onde os réus já são amplamente conhecidos e ainda cumprem suas penas, a obra focou em reexaminar o andamento do julgamento e da cobertura jornalística. Com isso, o documentário amplia a lista de culpados na tragédia, e termina a obra abrindo mais lacunas e angústias.
Com a promessa de preservar a lembrança de Isabella, o documentário da Netflix pouco explora a memória da menina de cinco anos. São raros os trechos em que, de fato, detalhes da vida da criança são lembrados; como o seu desejo de aprender a ler e escrever, ou a ligação com a prima mais velha, que destacava a sua personalidade forte. /COLABOROU LARISSA GODOY