João Paulo II é beatificado em meio a multidão na Praça de São Pedro


Após o papa Bento XVI pronunciar a fórmula da beatificação, o polonês Karol Wojyla - que governou a Igreja Católica por mais de 26 anos - foi aplaudido durante oito minutos; fieis continuavam no local da cerimônia mais de 12 horas após o seu encerramento

Por José Maria Mayrink

João Paulo II - o polonês Karol Wojtyla, que governou a Igreja Católica por mais de 26 anos (1978-2005) - virou beato às 10h38 de ontem (5h38 em Brasília), quando seu sucessor, o papa Bento XVI, pronunciou a fórmula da beatificação. "Com a nossa autoridade, concedemos que o venerável servo de Deus João Paulo II seja chamado de beato e se possa celebrar a sua festa todos os anos, no dia 22 de outubro, nos lugares e conforme as regras estabelecidas pelo direito", disse Bento XVI, em latim, atendendo a um pedido do cardeal Agostino Vallini, vigário-geral para a diocese de Roma. Seguiram-se oito minutos de palmas, enquanto um coral repetia, com a multidão, três vezes amém. Na janela principal da Basílica de São Pedro, uma cortina correu devagar para mostrar um rosto sorridente e ainda cheio de juventude de João Paulo II, com uma auréola de santo.A freira francesa Marie Simon Pierre, beneficiada pelo milagre aprovado para a beatificação, depositou junto ao altar uma relíquia de seu benfeitor - uma ampola com sangue colhido no hospital, em seus últimos de vida. "Giovanni Paolo, Giovanni Paolo!", gritaram os compatriotas poloneses, num entusiasmo contagiante que a multidão ecoou.Multidão de fiéis. Havia mais de 1 milhão de fiéis na Praça de São Pedro e suas imediações, segundo o Vaticano. Pelos cálculos da polícia de Roma, o número chegou a 1,5 milhão."Rodamos 20 horas da região de Cracóvia até Roma para viver esse momento", contou a bibliotecária Bárbara Kawka, que viajou com sete amigos para assistir à beatificação. Dormiram na rua, perto da basílica, em uma noite fria que ameaçava chuva. As brasileiras Elinete Passos e Aparecida Aurora Cordeiro, mineiras de Teófilo Otoni que moram na Itália, na região do Piemonte, também dormiram na calçada. Chegaram de avião e tinham reservado hotel, mas preferiram ficar bem perto da festa. Às 7 horas, entraram na Praça de São Pedro, que já estava cheia. Os cavaletes que impediam o acesso foram abertos às 5h25. "Valeu a pena. Em 1997 eu beijei a mão de João Paulo II e ganhei a bênção dele", disse Elinete.Bento XVI parecia emocionado com o fato de ter declarado beato o seu predecessor, com quem ele trabalhou durante 23 anos, desde que foi nomeado, em 1983, prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé. "Se passaram seis anos desde o dia em que nos encontrávamos nesta praça para celebrar o funeral do papa João Paulo II. Já naquele tempo, sentíamos pairar o perfume da sua santidade, tendo o povo de Deus manifestado de muitas maneiras a sua veneração por ele. Por isso, quis que sua causa de beatificação pudesse, no devido respeito pelas normas da Igreja, prosseguir com discreta celeridade. E o dia esperado chegou! E chegou depressa!" A multidão de fieis gritou, e foi preciso o cerimonial pedir silêncio e recomendar que as bandeiras fossem recolhidas para o papa continuar.A beatificação acelerada, porém, foi criticada ontem por grupos como a Rede de Sobrevivente dos Abusados pelos Sacerdotes Americanos. "É como colocar mais sal das feridas das vítimas", declarou o grupo.Brasil. No altar da celebração, entre representações e convidados, estavam o vice-presidente do Brasil, Michel Temer, chefe da delegação brasileira; o ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos, Moreira Franco; e o deputado Gabriel Chalita.Entre os convidados também estava o cardeal espanhol Agustín García-Gasco, de 80 anos, arcebispo emérito de Valência. Ele estava em Roma para assistir à cerimônia, mas, pouco antes do início da beatificação, ele passou mal, enfartou e morreu.Ao fim da cerimônia, o papa saudou o presidente da Itália, Giorgio Napolitano, e sua comitiva, agradecendo à ajuda na organização da festa. As palavras foram dirigidas também ao premiê italiano, Sílvio Berlusconi, que compareceu por iniciativa própria. Ao falar aos viajantes de língua portuguesa, lembrou o apelo que marcou o discurso de João Paulo II, no primeiro dia de seu pontificado. "Não tenhais medo! Abri as portas, melhor, escancarai as portas a Cristo!".A multidão começou a deixar lentamente a Praça de São Pedro às 12h45, quando acabou a missa. Porém, no fim da noite, o local continuava cheio. Uma fila de devotos se formou para venerar as relíquias, no interior da basílica. / COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

João Paulo II - o polonês Karol Wojtyla, que governou a Igreja Católica por mais de 26 anos (1978-2005) - virou beato às 10h38 de ontem (5h38 em Brasília), quando seu sucessor, o papa Bento XVI, pronunciou a fórmula da beatificação. "Com a nossa autoridade, concedemos que o venerável servo de Deus João Paulo II seja chamado de beato e se possa celebrar a sua festa todos os anos, no dia 22 de outubro, nos lugares e conforme as regras estabelecidas pelo direito", disse Bento XVI, em latim, atendendo a um pedido do cardeal Agostino Vallini, vigário-geral para a diocese de Roma. Seguiram-se oito minutos de palmas, enquanto um coral repetia, com a multidão, três vezes amém. Na janela principal da Basílica de São Pedro, uma cortina correu devagar para mostrar um rosto sorridente e ainda cheio de juventude de João Paulo II, com uma auréola de santo.A freira francesa Marie Simon Pierre, beneficiada pelo milagre aprovado para a beatificação, depositou junto ao altar uma relíquia de seu benfeitor - uma ampola com sangue colhido no hospital, em seus últimos de vida. "Giovanni Paolo, Giovanni Paolo!", gritaram os compatriotas poloneses, num entusiasmo contagiante que a multidão ecoou.Multidão de fiéis. Havia mais de 1 milhão de fiéis na Praça de São Pedro e suas imediações, segundo o Vaticano. Pelos cálculos da polícia de Roma, o número chegou a 1,5 milhão."Rodamos 20 horas da região de Cracóvia até Roma para viver esse momento", contou a bibliotecária Bárbara Kawka, que viajou com sete amigos para assistir à beatificação. Dormiram na rua, perto da basílica, em uma noite fria que ameaçava chuva. As brasileiras Elinete Passos e Aparecida Aurora Cordeiro, mineiras de Teófilo Otoni que moram na Itália, na região do Piemonte, também dormiram na calçada. Chegaram de avião e tinham reservado hotel, mas preferiram ficar bem perto da festa. Às 7 horas, entraram na Praça de São Pedro, que já estava cheia. Os cavaletes que impediam o acesso foram abertos às 5h25. "Valeu a pena. Em 1997 eu beijei a mão de João Paulo II e ganhei a bênção dele", disse Elinete.Bento XVI parecia emocionado com o fato de ter declarado beato o seu predecessor, com quem ele trabalhou durante 23 anos, desde que foi nomeado, em 1983, prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé. "Se passaram seis anos desde o dia em que nos encontrávamos nesta praça para celebrar o funeral do papa João Paulo II. Já naquele tempo, sentíamos pairar o perfume da sua santidade, tendo o povo de Deus manifestado de muitas maneiras a sua veneração por ele. Por isso, quis que sua causa de beatificação pudesse, no devido respeito pelas normas da Igreja, prosseguir com discreta celeridade. E o dia esperado chegou! E chegou depressa!" A multidão de fieis gritou, e foi preciso o cerimonial pedir silêncio e recomendar que as bandeiras fossem recolhidas para o papa continuar.A beatificação acelerada, porém, foi criticada ontem por grupos como a Rede de Sobrevivente dos Abusados pelos Sacerdotes Americanos. "É como colocar mais sal das feridas das vítimas", declarou o grupo.Brasil. No altar da celebração, entre representações e convidados, estavam o vice-presidente do Brasil, Michel Temer, chefe da delegação brasileira; o ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos, Moreira Franco; e o deputado Gabriel Chalita.Entre os convidados também estava o cardeal espanhol Agustín García-Gasco, de 80 anos, arcebispo emérito de Valência. Ele estava em Roma para assistir à cerimônia, mas, pouco antes do início da beatificação, ele passou mal, enfartou e morreu.Ao fim da cerimônia, o papa saudou o presidente da Itália, Giorgio Napolitano, e sua comitiva, agradecendo à ajuda na organização da festa. As palavras foram dirigidas também ao premiê italiano, Sílvio Berlusconi, que compareceu por iniciativa própria. Ao falar aos viajantes de língua portuguesa, lembrou o apelo que marcou o discurso de João Paulo II, no primeiro dia de seu pontificado. "Não tenhais medo! Abri as portas, melhor, escancarai as portas a Cristo!".A multidão começou a deixar lentamente a Praça de São Pedro às 12h45, quando acabou a missa. Porém, no fim da noite, o local continuava cheio. Uma fila de devotos se formou para venerar as relíquias, no interior da basílica. / COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

João Paulo II - o polonês Karol Wojtyla, que governou a Igreja Católica por mais de 26 anos (1978-2005) - virou beato às 10h38 de ontem (5h38 em Brasília), quando seu sucessor, o papa Bento XVI, pronunciou a fórmula da beatificação. "Com a nossa autoridade, concedemos que o venerável servo de Deus João Paulo II seja chamado de beato e se possa celebrar a sua festa todos os anos, no dia 22 de outubro, nos lugares e conforme as regras estabelecidas pelo direito", disse Bento XVI, em latim, atendendo a um pedido do cardeal Agostino Vallini, vigário-geral para a diocese de Roma. Seguiram-se oito minutos de palmas, enquanto um coral repetia, com a multidão, três vezes amém. Na janela principal da Basílica de São Pedro, uma cortina correu devagar para mostrar um rosto sorridente e ainda cheio de juventude de João Paulo II, com uma auréola de santo.A freira francesa Marie Simon Pierre, beneficiada pelo milagre aprovado para a beatificação, depositou junto ao altar uma relíquia de seu benfeitor - uma ampola com sangue colhido no hospital, em seus últimos de vida. "Giovanni Paolo, Giovanni Paolo!", gritaram os compatriotas poloneses, num entusiasmo contagiante que a multidão ecoou.Multidão de fiéis. Havia mais de 1 milhão de fiéis na Praça de São Pedro e suas imediações, segundo o Vaticano. Pelos cálculos da polícia de Roma, o número chegou a 1,5 milhão."Rodamos 20 horas da região de Cracóvia até Roma para viver esse momento", contou a bibliotecária Bárbara Kawka, que viajou com sete amigos para assistir à beatificação. Dormiram na rua, perto da basílica, em uma noite fria que ameaçava chuva. As brasileiras Elinete Passos e Aparecida Aurora Cordeiro, mineiras de Teófilo Otoni que moram na Itália, na região do Piemonte, também dormiram na calçada. Chegaram de avião e tinham reservado hotel, mas preferiram ficar bem perto da festa. Às 7 horas, entraram na Praça de São Pedro, que já estava cheia. Os cavaletes que impediam o acesso foram abertos às 5h25. "Valeu a pena. Em 1997 eu beijei a mão de João Paulo II e ganhei a bênção dele", disse Elinete.Bento XVI parecia emocionado com o fato de ter declarado beato o seu predecessor, com quem ele trabalhou durante 23 anos, desde que foi nomeado, em 1983, prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé. "Se passaram seis anos desde o dia em que nos encontrávamos nesta praça para celebrar o funeral do papa João Paulo II. Já naquele tempo, sentíamos pairar o perfume da sua santidade, tendo o povo de Deus manifestado de muitas maneiras a sua veneração por ele. Por isso, quis que sua causa de beatificação pudesse, no devido respeito pelas normas da Igreja, prosseguir com discreta celeridade. E o dia esperado chegou! E chegou depressa!" A multidão de fieis gritou, e foi preciso o cerimonial pedir silêncio e recomendar que as bandeiras fossem recolhidas para o papa continuar.A beatificação acelerada, porém, foi criticada ontem por grupos como a Rede de Sobrevivente dos Abusados pelos Sacerdotes Americanos. "É como colocar mais sal das feridas das vítimas", declarou o grupo.Brasil. No altar da celebração, entre representações e convidados, estavam o vice-presidente do Brasil, Michel Temer, chefe da delegação brasileira; o ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos, Moreira Franco; e o deputado Gabriel Chalita.Entre os convidados também estava o cardeal espanhol Agustín García-Gasco, de 80 anos, arcebispo emérito de Valência. Ele estava em Roma para assistir à cerimônia, mas, pouco antes do início da beatificação, ele passou mal, enfartou e morreu.Ao fim da cerimônia, o papa saudou o presidente da Itália, Giorgio Napolitano, e sua comitiva, agradecendo à ajuda na organização da festa. As palavras foram dirigidas também ao premiê italiano, Sílvio Berlusconi, que compareceu por iniciativa própria. Ao falar aos viajantes de língua portuguesa, lembrou o apelo que marcou o discurso de João Paulo II, no primeiro dia de seu pontificado. "Não tenhais medo! Abri as portas, melhor, escancarai as portas a Cristo!".A multidão começou a deixar lentamente a Praça de São Pedro às 12h45, quando acabou a missa. Porém, no fim da noite, o local continuava cheio. Uma fila de devotos se formou para venerar as relíquias, no interior da basílica. / COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

João Paulo II - o polonês Karol Wojtyla, que governou a Igreja Católica por mais de 26 anos (1978-2005) - virou beato às 10h38 de ontem (5h38 em Brasília), quando seu sucessor, o papa Bento XVI, pronunciou a fórmula da beatificação. "Com a nossa autoridade, concedemos que o venerável servo de Deus João Paulo II seja chamado de beato e se possa celebrar a sua festa todos os anos, no dia 22 de outubro, nos lugares e conforme as regras estabelecidas pelo direito", disse Bento XVI, em latim, atendendo a um pedido do cardeal Agostino Vallini, vigário-geral para a diocese de Roma. Seguiram-se oito minutos de palmas, enquanto um coral repetia, com a multidão, três vezes amém. Na janela principal da Basílica de São Pedro, uma cortina correu devagar para mostrar um rosto sorridente e ainda cheio de juventude de João Paulo II, com uma auréola de santo.A freira francesa Marie Simon Pierre, beneficiada pelo milagre aprovado para a beatificação, depositou junto ao altar uma relíquia de seu benfeitor - uma ampola com sangue colhido no hospital, em seus últimos de vida. "Giovanni Paolo, Giovanni Paolo!", gritaram os compatriotas poloneses, num entusiasmo contagiante que a multidão ecoou.Multidão de fiéis. Havia mais de 1 milhão de fiéis na Praça de São Pedro e suas imediações, segundo o Vaticano. Pelos cálculos da polícia de Roma, o número chegou a 1,5 milhão."Rodamos 20 horas da região de Cracóvia até Roma para viver esse momento", contou a bibliotecária Bárbara Kawka, que viajou com sete amigos para assistir à beatificação. Dormiram na rua, perto da basílica, em uma noite fria que ameaçava chuva. As brasileiras Elinete Passos e Aparecida Aurora Cordeiro, mineiras de Teófilo Otoni que moram na Itália, na região do Piemonte, também dormiram na calçada. Chegaram de avião e tinham reservado hotel, mas preferiram ficar bem perto da festa. Às 7 horas, entraram na Praça de São Pedro, que já estava cheia. Os cavaletes que impediam o acesso foram abertos às 5h25. "Valeu a pena. Em 1997 eu beijei a mão de João Paulo II e ganhei a bênção dele", disse Elinete.Bento XVI parecia emocionado com o fato de ter declarado beato o seu predecessor, com quem ele trabalhou durante 23 anos, desde que foi nomeado, em 1983, prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé. "Se passaram seis anos desde o dia em que nos encontrávamos nesta praça para celebrar o funeral do papa João Paulo II. Já naquele tempo, sentíamos pairar o perfume da sua santidade, tendo o povo de Deus manifestado de muitas maneiras a sua veneração por ele. Por isso, quis que sua causa de beatificação pudesse, no devido respeito pelas normas da Igreja, prosseguir com discreta celeridade. E o dia esperado chegou! E chegou depressa!" A multidão de fieis gritou, e foi preciso o cerimonial pedir silêncio e recomendar que as bandeiras fossem recolhidas para o papa continuar.A beatificação acelerada, porém, foi criticada ontem por grupos como a Rede de Sobrevivente dos Abusados pelos Sacerdotes Americanos. "É como colocar mais sal das feridas das vítimas", declarou o grupo.Brasil. No altar da celebração, entre representações e convidados, estavam o vice-presidente do Brasil, Michel Temer, chefe da delegação brasileira; o ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos, Moreira Franco; e o deputado Gabriel Chalita.Entre os convidados também estava o cardeal espanhol Agustín García-Gasco, de 80 anos, arcebispo emérito de Valência. Ele estava em Roma para assistir à cerimônia, mas, pouco antes do início da beatificação, ele passou mal, enfartou e morreu.Ao fim da cerimônia, o papa saudou o presidente da Itália, Giorgio Napolitano, e sua comitiva, agradecendo à ajuda na organização da festa. As palavras foram dirigidas também ao premiê italiano, Sílvio Berlusconi, que compareceu por iniciativa própria. Ao falar aos viajantes de língua portuguesa, lembrou o apelo que marcou o discurso de João Paulo II, no primeiro dia de seu pontificado. "Não tenhais medo! Abri as portas, melhor, escancarai as portas a Cristo!".A multidão começou a deixar lentamente a Praça de São Pedro às 12h45, quando acabou a missa. Porém, no fim da noite, o local continuava cheio. Uma fila de devotos se formou para venerar as relíquias, no interior da basílica. / COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

João Paulo II - o polonês Karol Wojtyla, que governou a Igreja Católica por mais de 26 anos (1978-2005) - virou beato às 10h38 de ontem (5h38 em Brasília), quando seu sucessor, o papa Bento XVI, pronunciou a fórmula da beatificação. "Com a nossa autoridade, concedemos que o venerável servo de Deus João Paulo II seja chamado de beato e se possa celebrar a sua festa todos os anos, no dia 22 de outubro, nos lugares e conforme as regras estabelecidas pelo direito", disse Bento XVI, em latim, atendendo a um pedido do cardeal Agostino Vallini, vigário-geral para a diocese de Roma. Seguiram-se oito minutos de palmas, enquanto um coral repetia, com a multidão, três vezes amém. Na janela principal da Basílica de São Pedro, uma cortina correu devagar para mostrar um rosto sorridente e ainda cheio de juventude de João Paulo II, com uma auréola de santo.A freira francesa Marie Simon Pierre, beneficiada pelo milagre aprovado para a beatificação, depositou junto ao altar uma relíquia de seu benfeitor - uma ampola com sangue colhido no hospital, em seus últimos de vida. "Giovanni Paolo, Giovanni Paolo!", gritaram os compatriotas poloneses, num entusiasmo contagiante que a multidão ecoou.Multidão de fiéis. Havia mais de 1 milhão de fiéis na Praça de São Pedro e suas imediações, segundo o Vaticano. Pelos cálculos da polícia de Roma, o número chegou a 1,5 milhão."Rodamos 20 horas da região de Cracóvia até Roma para viver esse momento", contou a bibliotecária Bárbara Kawka, que viajou com sete amigos para assistir à beatificação. Dormiram na rua, perto da basílica, em uma noite fria que ameaçava chuva. As brasileiras Elinete Passos e Aparecida Aurora Cordeiro, mineiras de Teófilo Otoni que moram na Itália, na região do Piemonte, também dormiram na calçada. Chegaram de avião e tinham reservado hotel, mas preferiram ficar bem perto da festa. Às 7 horas, entraram na Praça de São Pedro, que já estava cheia. Os cavaletes que impediam o acesso foram abertos às 5h25. "Valeu a pena. Em 1997 eu beijei a mão de João Paulo II e ganhei a bênção dele", disse Elinete.Bento XVI parecia emocionado com o fato de ter declarado beato o seu predecessor, com quem ele trabalhou durante 23 anos, desde que foi nomeado, em 1983, prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé. "Se passaram seis anos desde o dia em que nos encontrávamos nesta praça para celebrar o funeral do papa João Paulo II. Já naquele tempo, sentíamos pairar o perfume da sua santidade, tendo o povo de Deus manifestado de muitas maneiras a sua veneração por ele. Por isso, quis que sua causa de beatificação pudesse, no devido respeito pelas normas da Igreja, prosseguir com discreta celeridade. E o dia esperado chegou! E chegou depressa!" A multidão de fieis gritou, e foi preciso o cerimonial pedir silêncio e recomendar que as bandeiras fossem recolhidas para o papa continuar.A beatificação acelerada, porém, foi criticada ontem por grupos como a Rede de Sobrevivente dos Abusados pelos Sacerdotes Americanos. "É como colocar mais sal das feridas das vítimas", declarou o grupo.Brasil. No altar da celebração, entre representações e convidados, estavam o vice-presidente do Brasil, Michel Temer, chefe da delegação brasileira; o ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos, Moreira Franco; e o deputado Gabriel Chalita.Entre os convidados também estava o cardeal espanhol Agustín García-Gasco, de 80 anos, arcebispo emérito de Valência. Ele estava em Roma para assistir à cerimônia, mas, pouco antes do início da beatificação, ele passou mal, enfartou e morreu.Ao fim da cerimônia, o papa saudou o presidente da Itália, Giorgio Napolitano, e sua comitiva, agradecendo à ajuda na organização da festa. As palavras foram dirigidas também ao premiê italiano, Sílvio Berlusconi, que compareceu por iniciativa própria. Ao falar aos viajantes de língua portuguesa, lembrou o apelo que marcou o discurso de João Paulo II, no primeiro dia de seu pontificado. "Não tenhais medo! Abri as portas, melhor, escancarai as portas a Cristo!".A multidão começou a deixar lentamente a Praça de São Pedro às 12h45, quando acabou a missa. Porém, no fim da noite, o local continuava cheio. Uma fila de devotos se formou para venerar as relíquias, no interior da basílica. / COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

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