Um jovem de 24 anos foi preso, neste domingo, 1º, suspeito de assassinar a mãe e o padrasto, na madrugada do último dia 23, em Itajaí, em Santa Catarina. De acordo com a Polícia Civil, a suspeita é de crime por herança. As vítimas, Susimara Gonçalves de Souza, de 42 anos, e Pedro Ramiro de Souza, de 47, eram comerciantes do setor de decoração e donos de imóveis na região.
A Polícia Civil não divulgou o nome do suspeito, o que impossibilitou que a reportagem ouvisse sua defesa.
O próprio suspeito acionou o serviço de resgate alegando ter encontrado os pais desacordados dentro de casa. A Polícia Militar foi acionada. De acordo com o Instituto Geral de Perícias (IGP), Susimara tinha marcas de estrangulamento e Pedro apresentava uma cinta presa ao pescoço. As vítimas estavam amarradas e amordaçadas. Um laudo deve apontar as causas das mortes.
O casal, que morava sozinho, no bairro Espinheiros, saiu na noite de sexta-feira, 22, para um jantar. Eles passaram ainda por um karaokê e uma lanchonete. Uma câmera de segurança registrou a chegada do veículo do casal em casa, no início da madrugada, após o passeio. A gravação captou um grito de mulher vindo do interior da casa, logo após a chegada das vítimas.
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Durante a investigação, as suspeitas recaíram sobre o filho de Susimara, enteado de seu marido. A justiça atendeu ao pedido de prisão temporária e também autorizou buscas em endereços ligados ao rapaz. Nos imóveis foram apreendidos dois celulares, computadores e roupas. O material recolhido passará por perícia.
Conforme o delegado Roney Péricles, da Delegacia de Homicídios de Itajaí, a motivação para o duplo homicídio estaria atrelada ao interesse na herança do casal, tendo em vista que o suspeito iria se beneficiar do patrimônio. A polícia está em busca de uma segunda pessoa que teria entrado na casa com o filho do casal. “Eles chegaram à casa com um lapso temporal grande, mais de duas horas antes, e saíram mais de uma hora depois. Isso não é comum em um caso de roubo”, disse.
Ainda segundo o delegado, as imagens das câmeras existentes nos arredores da casa reforçaram as suspeitas sobre o filho. “A gente percebeu que não havia qualquer elemento que pudesse indicar outra autoria. As imagens que coletamos foram fundamentais para que tivéssemos certeza de que não se tratava de um mero latrocínio. Quando a gente vê as câmeras, a gente observa que os executores chegam ao local com uma antecedência considerável e permanecem ali por um tempo muito grande. Não seria razoável que a intenção fosse roubar”, disse.
Susimara e Pedro Ramiro estavam juntos havia 11 anos. Ele era de Blumenau, cidade do Vale do Itajaí, e ela era de União da Vitória, no Paraná.
Para prender o suspeito e realizar as buscas autorizadas pela Justiça, a Polícia Civil desencadeou a Operação Saisine, termo que, segundo o delegado, remete ao direito sucessório, justamente para identificar qual seria a motivação. “Ficou evidente para nossa equipe que o objetivo se tratava da herança do casal e o crime foi cometido com esse propósito. O crime foi planejado”, disse. Ele ressaltou que as investigações prosseguem.