Há 40 anos, o Brasil se viu fotografado no choro de um menino


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Por Edmundo Leite
Atualização:
 Foto: Estadão

“Barcelona, 5 de julho de 1982″. Com apenas essas palavras abaixo da foto de um menino vestido com a camisa da seleção brasileira chorando, a capa do Jornal da Tarde do dia seguinte à eliminação do Brasil na Copa do Mundo na Espanha entraria para a História. Ao destacar a expressão do garoto José Carlos Rabello captada pelo fotógrafo Reginaldo Manente, mais que registrar um acontecimento esportivo, a capa do jornal conseguiu traduzir o sentimento de toda uma nação.

Era assim, incrédulo e triste, mas ao mesmo tempo altivo, que todo o País se sentia quando a seleção brasileira foi derrotada pela Itália por um 3 a 2 inacreditável para um time de craques que vinha encantando o mundo com um futebol bonito, empolgante e vistoso. Manente, que já havia fotografado quase de tudo em sua longa carreira, naquele momento logo após o apito final fotografou a alma do Brasil.

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Sequência - Após registrar a desolação dos craques Zico, Sócrates, Júnior, Éder e Falcão em campo, Reginaldo Manente direcionou suas lentes para as arquibancadas do Estádio Sarriá, onde focou numa família em meio à torcida que já começava a se dispersar.

"No primeiro suspiro do menino, quando virei de costas para o campo, eu ainda estava longe", contou Manente ao também fotógrafo e editor Eduardo Nicolau em 2014, quando a sequência dos fotogramas originais foi publicada pela primeira vez, mostrando o menino sendo consolado pela mãe Vânia, ex-miss Fluminense.

"Quando me aproximei, a mãe dele, Vânia, percebeu minha presença e por ter chorado também, começou a se maquiar. Nessa hora veio o segundo suspiro choroso do José Carlos, que ignorava totalmente minha presença. Por fim, na sequência, Vânia amparou o filho."

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Fotos: Reginaldo Manente/Estadão Foto: Estadão

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Fotos: Reginaldo Manente/Estadão   Foto: Estadão

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Fotos: Reginaldo Manente/Estadão Foto: Estadão

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Enquadramento - A ideia de enquadrar somente o rosto do menino José Carlos Vilella Rabello Junior foi do editor do caderno de Esportes do jornal na época, Mário Marinho, que identificou a imagem nas provas fotográficas enviadas da Espanha e decidiu por ampliar ao máximo um recorte isolando o garoto do restante da imagem.

A intenção de inicial de Marinho era que a foto estampasse a capa do suplemento esportivo. Mas, após ver a foto diagramada na capa do caderno, editores e a direção decidiram levá-la para a capa do jornal, sem título, apenas com a legenda que soava como um epitáfio. A repercussão foi imediata, com os exemplares do jornal esgotando-se rapidamente nas bancas e virando notícia em outros veículos de comunicação.

O impacto da foto foi reconhecido com o Prêmio Esso de Jornalismo para o fotógrafo Reginaldo Manente e pelo afeto da torcida brasileira, que há quatro décadas se vê representada no choro daquele garoto.

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 Foto: Estadão

“Barcelona, 5 de julho de 1982″. Com apenas essas palavras abaixo da foto de um menino vestido com a camisa da seleção brasileira chorando, a capa do Jornal da Tarde do dia seguinte à eliminação do Brasil na Copa do Mundo na Espanha entraria para a História. Ao destacar a expressão do garoto José Carlos Rabello captada pelo fotógrafo Reginaldo Manente, mais que registrar um acontecimento esportivo, a capa do jornal conseguiu traduzir o sentimento de toda uma nação.

Era assim, incrédulo e triste, mas ao mesmo tempo altivo, que todo o País se sentia quando a seleção brasileira foi derrotada pela Itália por um 3 a 2 inacreditável para um time de craques que vinha encantando o mundo com um futebol bonito, empolgante e vistoso. Manente, que já havia fotografado quase de tudo em sua longa carreira, naquele momento logo após o apito final fotografou a alma do Brasil.

Sequência - Após registrar a desolação dos craques Zico, Sócrates, Júnior, Éder e Falcão em campo, Reginaldo Manente direcionou suas lentes para as arquibancadas do Estádio Sarriá, onde focou numa família em meio à torcida que já começava a se dispersar.

"No primeiro suspiro do menino, quando virei de costas para o campo, eu ainda estava longe", contou Manente ao também fotógrafo e editor Eduardo Nicolau em 2014, quando a sequência dos fotogramas originais foi publicada pela primeira vez, mostrando o menino sendo consolado pela mãe Vânia, ex-miss Fluminense.

"Quando me aproximei, a mãe dele, Vânia, percebeu minha presença e por ter chorado também, começou a se maquiar. Nessa hora veio o segundo suspiro choroso do José Carlos, que ignorava totalmente minha presença. Por fim, na sequência, Vânia amparou o filho."

Fotos: Reginaldo Manente/Estadão Foto: Estadão

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Enquadramento - A ideia de enquadrar somente o rosto do menino José Carlos Vilella Rabello Junior foi do editor do caderno de Esportes do jornal na época, Mário Marinho, que identificou a imagem nas provas fotográficas enviadas da Espanha e decidiu por ampliar ao máximo um recorte isolando o garoto do restante da imagem.

A intenção de inicial de Marinho era que a foto estampasse a capa do suplemento esportivo. Mas, após ver a foto diagramada na capa do caderno, editores e a direção decidiram levá-la para a capa do jornal, sem título, apenas com a legenda que soava como um epitáfio. A repercussão foi imediata, com os exemplares do jornal esgotando-se rapidamente nas bancas e virando notícia em outros veículos de comunicação.

O impacto da foto foi reconhecido com o Prêmio Esso de Jornalismo para o fotógrafo Reginaldo Manente e pelo afeto da torcida brasileira, que há quatro décadas se vê representada no choro daquele garoto.

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“Barcelona, 5 de julho de 1982″. Com apenas essas palavras abaixo da foto de um menino vestido com a camisa da seleção brasileira chorando, a capa do Jornal da Tarde do dia seguinte à eliminação do Brasil na Copa do Mundo na Espanha entraria para a História. Ao destacar a expressão do garoto José Carlos Rabello captada pelo fotógrafo Reginaldo Manente, mais que registrar um acontecimento esportivo, a capa do jornal conseguiu traduzir o sentimento de toda uma nação.

Era assim, incrédulo e triste, mas ao mesmo tempo altivo, que todo o País se sentia quando a seleção brasileira foi derrotada pela Itália por um 3 a 2 inacreditável para um time de craques que vinha encantando o mundo com um futebol bonito, empolgante e vistoso. Manente, que já havia fotografado quase de tudo em sua longa carreira, naquele momento logo após o apito final fotografou a alma do Brasil.

Sequência - Após registrar a desolação dos craques Zico, Sócrates, Júnior, Éder e Falcão em campo, Reginaldo Manente direcionou suas lentes para as arquibancadas do Estádio Sarriá, onde focou numa família em meio à torcida que já começava a se dispersar.

"No primeiro suspiro do menino, quando virei de costas para o campo, eu ainda estava longe", contou Manente ao também fotógrafo e editor Eduardo Nicolau em 2014, quando a sequência dos fotogramas originais foi publicada pela primeira vez, mostrando o menino sendo consolado pela mãe Vânia, ex-miss Fluminense.

"Quando me aproximei, a mãe dele, Vânia, percebeu minha presença e por ter chorado também, começou a se maquiar. Nessa hora veio o segundo suspiro choroso do José Carlos, que ignorava totalmente minha presença. Por fim, na sequência, Vânia amparou o filho."

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Enquadramento - A ideia de enquadrar somente o rosto do menino José Carlos Vilella Rabello Junior foi do editor do caderno de Esportes do jornal na época, Mário Marinho, que identificou a imagem nas provas fotográficas enviadas da Espanha e decidiu por ampliar ao máximo um recorte isolando o garoto do restante da imagem.

A intenção de inicial de Marinho era que a foto estampasse a capa do suplemento esportivo. Mas, após ver a foto diagramada na capa do caderno, editores e a direção decidiram levá-la para a capa do jornal, sem título, apenas com a legenda que soava como um epitáfio. A repercussão foi imediata, com os exemplares do jornal esgotando-se rapidamente nas bancas e virando notícia em outros veículos de comunicação.

O impacto da foto foi reconhecido com o Prêmio Esso de Jornalismo para o fotógrafo Reginaldo Manente e pelo afeto da torcida brasileira, que há quatro décadas se vê representada no choro daquele garoto.

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