Simba Safari: um passeio de carro entre animais selvagens em São Paulo


Após dois anos de funcionamento, parque de animais selvagens soltos em grandes áreas fazia sua inauguração oficial em 1974

Por Acervo Estadão
Atualização:

Entrar com o próprio carro em uma área de mata com animais selvagens soltos - entre eles leões - era um passeio de grande sucesso nos anos 70 em São Paulo. Em funcionamento a partir de 1972, o Simba Safari - atual Zoo Safari - o parque ao lado jardim Zoológico permitia que os veículos transitassem com as portas trancadas junto aos animais, sob supervisão próxima de veículos do parque.

Em 6 janeiro de 1974, o Jornal da Tarde noticiou que o Simba Safari fazia a inauguração oficial de sua nova fase, com a divisão em quatro grandes áreas, mas que na época sofria uma restrição à exibição de espécies brasileiras. Fotos de Sérgio Borges. Leia a íntegra:

Jornal da Tarde - 6 de abril de 1974

continua após a publicidade
Reportagem sobre a inauguração do Simba Safari no Jornal da Tarde de 6 de abril de 1974. Foto: Acervo Estadão

Só faltam os bichos do Brasil no Simba Safari

Ontem foi a inauguração oficial do novo parque

continua após a publicidade

Animais das faunas africanas, européia e asiática, antes só vistos à distância nos zoológicos, poderão ser observados de perto no Simba Safari, a partir de hoje. O Simba Safari, agora com seus 100 mil metros quadrados divididos em quatro partes, foi inaugurado, oficialmente, ontem de manhã.

Durante a inauguração um dos diretores do Simba, o industrial Herrnann Moraes de Barros, explicou que a nova fase do parque faz parte de um esforço para dotar a cidade de mais um centro de lazer, completo e diversificado. O biólogo Mário Autuori, diretor da Fundação Parque Zoológico de São Paulo vê, na iniciativa, uma maneira de tornar São Paulo mais atraente e humana.

— O Simba Safari — disse Mário Autuori — agora terá mais atrações e São Paulo precisa disso, porque ela é uma das cidades mais desumanas e agressivas do mundo, por culpa do progresso. Mas eu acredito que iniciativas do tipo Simba Safari conseguirão humanizá-la e torná-la mais atraente, além de servirem para ensinar o povo a amar os animais.

continua após a publicidade

Chico Galvão, diretor executivo do Simba Safari, pretende, em breve, criar mais uma atração especial: o parque dos macacos. A área onde os macacos deverão ficar condicionados já está pronta, mas o IBDF — Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal — proibiu a exposição de espécimes da fauna brasileira no parque.

Essa medida vai atrasar um pouco a inauguração do parque dos macacos, porque os animais serão importados da África. Chico Galvão já escolheu as raças: Chacma Baboon, Vervet Monkey (que vivem em árvores), e Pata (que vive no chão). Mas, a partir de hoje, os visitantes poderão ver, além de 25 leões, animais como búfalos indianos, veados Sambar (asiáticos), camelos, faisões (versicolor, Coleira, prateado e dourado), pavões, carneiros selvagens da Argélia e da Europa (Moufon e Ibex).

Os visitantes poderão passear por tempo indeterminado, entre os animais sem qualquer perigo: uma equipe de condicionadores (rangers), formada por homens especialmente preparados para lidar com os animais, vai ficar no interior da mata, protegendo visitantes e animais, de dentro de seus jipes. Os responsáveis por esses serviços são Luiz Strang, Reinaldo, Mané, Zé Paulo, Zé Milton, Antônio e uma moça, Shirley, responsável pelas aves.

continua após a publicidade

Dentro de 60 dias, funcionará no local um restaurante numa grande cabana estilo africana, cujos serviços foram arrendados pelo restaurante “A Baiuca”. Na cabana do restaurante haverá uma butique, onde os visitantes poderão comprar artesanatos típicos de vários países da África. Um filhote de leão preso por uma coleira, passeará entre as mesas do restaurante, acompanhado de um guia.

Será exibido todos os dias um espetáculo noturno, nas proximidades do restaurante: Comodamente sentados em suas cadeiras, os visitantes verão, atrás das grossas telas de aço, um grupo de leões organizar uma caçada noturna. Para isso , os “rangers” colocam uma vitela morta e limpa dependurada numa árvore, que um cabo de aço acoplado em um jipe movimenta para baixo e para cima. Os leões são soltos e entram no local, atacando a presa.

— Eu posso garantir — explica Chico Galvão — que logo o Simba Safai vai começar a exibir animais da fauna brasileira. Isso porque eu vou ao IBDF, no Rio, convidar o assessor do presidente, para visitar o Simba. Nós vamos mostrar a realidade a ele e provar que não comercializamos com animais - motivo da proibição - e tenho certeza de que ele vai se tornar mais um de nossos incentivadores. Depois disso, poderemos expor antas, pacas, capivaras, veados, cotias e outros animais da fauna brasileira, que viverão num ambiente livre como se fosse a mata onde nasceram.

continua após a publicidade

Para ver os animais presos no zoológico de São Paulo, os visitantes pagam Cr$ 5,00 (menores até 12 anos não pa-gam). O Simba Safai, que fica junto ao Zoológico, cobra Cr$ 35,00 para um carro com até cinco pessoas. Para veículos maiores tipo perua, o preço é de Cr$ 45,00. Há descontos para excursões de colégios e entidades.

No local funciona uma frota de kombis que levam os visitantes para ver os animais na mata, cobrando dez cruzeiros por pessoa. Esses veículos, a partir da próxima semana, vão buscar passageiros no interior do zoológico e talvez, na praça da República, aos domingos de manhã.

Reportagem sobre a inauguração do Simba Safari no Jornal da Tarde de 6 de abril de 1974. Foto: Acervo Estadão
continua após a publicidade

Jornal da Tarde

Por 46 anos [de 4 de janeiro de 1966 a 31 de outubro de 2012] o Jornal da Tarde deixou sua marca na imprensa brasileira.

Neste blog são mostradas algumas das capas e páginas marcantes dessa publicação do Grupo Estado que protagonizou uma história de inovações gráficas e de linguagem no jornalismo.

Um exemplo é a histórica capa do menino chorando após a derrota da Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 1982, na Espanha.

Veja também

Entrar com o próprio carro em uma área de mata com animais selvagens soltos - entre eles leões - era um passeio de grande sucesso nos anos 70 em São Paulo. Em funcionamento a partir de 1972, o Simba Safari - atual Zoo Safari - o parque ao lado jardim Zoológico permitia que os veículos transitassem com as portas trancadas junto aos animais, sob supervisão próxima de veículos do parque.

Em 6 janeiro de 1974, o Jornal da Tarde noticiou que o Simba Safari fazia a inauguração oficial de sua nova fase, com a divisão em quatro grandes áreas, mas que na época sofria uma restrição à exibição de espécies brasileiras. Fotos de Sérgio Borges. Leia a íntegra:

Jornal da Tarde - 6 de abril de 1974

Reportagem sobre a inauguração do Simba Safari no Jornal da Tarde de 6 de abril de 1974. Foto: Acervo Estadão

Só faltam os bichos do Brasil no Simba Safari

Ontem foi a inauguração oficial do novo parque

Animais das faunas africanas, européia e asiática, antes só vistos à distância nos zoológicos, poderão ser observados de perto no Simba Safari, a partir de hoje. O Simba Safari, agora com seus 100 mil metros quadrados divididos em quatro partes, foi inaugurado, oficialmente, ontem de manhã.

Durante a inauguração um dos diretores do Simba, o industrial Herrnann Moraes de Barros, explicou que a nova fase do parque faz parte de um esforço para dotar a cidade de mais um centro de lazer, completo e diversificado. O biólogo Mário Autuori, diretor da Fundação Parque Zoológico de São Paulo vê, na iniciativa, uma maneira de tornar São Paulo mais atraente e humana.

— O Simba Safari — disse Mário Autuori — agora terá mais atrações e São Paulo precisa disso, porque ela é uma das cidades mais desumanas e agressivas do mundo, por culpa do progresso. Mas eu acredito que iniciativas do tipo Simba Safari conseguirão humanizá-la e torná-la mais atraente, além de servirem para ensinar o povo a amar os animais.

Chico Galvão, diretor executivo do Simba Safari, pretende, em breve, criar mais uma atração especial: o parque dos macacos. A área onde os macacos deverão ficar condicionados já está pronta, mas o IBDF — Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal — proibiu a exposição de espécimes da fauna brasileira no parque.

Essa medida vai atrasar um pouco a inauguração do parque dos macacos, porque os animais serão importados da África. Chico Galvão já escolheu as raças: Chacma Baboon, Vervet Monkey (que vivem em árvores), e Pata (que vive no chão). Mas, a partir de hoje, os visitantes poderão ver, além de 25 leões, animais como búfalos indianos, veados Sambar (asiáticos), camelos, faisões (versicolor, Coleira, prateado e dourado), pavões, carneiros selvagens da Argélia e da Europa (Moufon e Ibex).

Os visitantes poderão passear por tempo indeterminado, entre os animais sem qualquer perigo: uma equipe de condicionadores (rangers), formada por homens especialmente preparados para lidar com os animais, vai ficar no interior da mata, protegendo visitantes e animais, de dentro de seus jipes. Os responsáveis por esses serviços são Luiz Strang, Reinaldo, Mané, Zé Paulo, Zé Milton, Antônio e uma moça, Shirley, responsável pelas aves.

Dentro de 60 dias, funcionará no local um restaurante numa grande cabana estilo africana, cujos serviços foram arrendados pelo restaurante “A Baiuca”. Na cabana do restaurante haverá uma butique, onde os visitantes poderão comprar artesanatos típicos de vários países da África. Um filhote de leão preso por uma coleira, passeará entre as mesas do restaurante, acompanhado de um guia.

Será exibido todos os dias um espetáculo noturno, nas proximidades do restaurante: Comodamente sentados em suas cadeiras, os visitantes verão, atrás das grossas telas de aço, um grupo de leões organizar uma caçada noturna. Para isso , os “rangers” colocam uma vitela morta e limpa dependurada numa árvore, que um cabo de aço acoplado em um jipe movimenta para baixo e para cima. Os leões são soltos e entram no local, atacando a presa.

— Eu posso garantir — explica Chico Galvão — que logo o Simba Safai vai começar a exibir animais da fauna brasileira. Isso porque eu vou ao IBDF, no Rio, convidar o assessor do presidente, para visitar o Simba. Nós vamos mostrar a realidade a ele e provar que não comercializamos com animais - motivo da proibição - e tenho certeza de que ele vai se tornar mais um de nossos incentivadores. Depois disso, poderemos expor antas, pacas, capivaras, veados, cotias e outros animais da fauna brasileira, que viverão num ambiente livre como se fosse a mata onde nasceram.

Para ver os animais presos no zoológico de São Paulo, os visitantes pagam Cr$ 5,00 (menores até 12 anos não pa-gam). O Simba Safai, que fica junto ao Zoológico, cobra Cr$ 35,00 para um carro com até cinco pessoas. Para veículos maiores tipo perua, o preço é de Cr$ 45,00. Há descontos para excursões de colégios e entidades.

No local funciona uma frota de kombis que levam os visitantes para ver os animais na mata, cobrando dez cruzeiros por pessoa. Esses veículos, a partir da próxima semana, vão buscar passageiros no interior do zoológico e talvez, na praça da República, aos domingos de manhã.

Reportagem sobre a inauguração do Simba Safari no Jornal da Tarde de 6 de abril de 1974. Foto: Acervo Estadão

Jornal da Tarde

Por 46 anos [de 4 de janeiro de 1966 a 31 de outubro de 2012] o Jornal da Tarde deixou sua marca na imprensa brasileira.

Neste blog são mostradas algumas das capas e páginas marcantes dessa publicação do Grupo Estado que protagonizou uma história de inovações gráficas e de linguagem no jornalismo.

Um exemplo é a histórica capa do menino chorando após a derrota da Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 1982, na Espanha.

Veja também

Entrar com o próprio carro em uma área de mata com animais selvagens soltos - entre eles leões - era um passeio de grande sucesso nos anos 70 em São Paulo. Em funcionamento a partir de 1972, o Simba Safari - atual Zoo Safari - o parque ao lado jardim Zoológico permitia que os veículos transitassem com as portas trancadas junto aos animais, sob supervisão próxima de veículos do parque.

Em 6 janeiro de 1974, o Jornal da Tarde noticiou que o Simba Safari fazia a inauguração oficial de sua nova fase, com a divisão em quatro grandes áreas, mas que na época sofria uma restrição à exibição de espécies brasileiras. Fotos de Sérgio Borges. Leia a íntegra:

Jornal da Tarde - 6 de abril de 1974

Reportagem sobre a inauguração do Simba Safari no Jornal da Tarde de 6 de abril de 1974. Foto: Acervo Estadão

Só faltam os bichos do Brasil no Simba Safari

Ontem foi a inauguração oficial do novo parque

Animais das faunas africanas, européia e asiática, antes só vistos à distância nos zoológicos, poderão ser observados de perto no Simba Safari, a partir de hoje. O Simba Safari, agora com seus 100 mil metros quadrados divididos em quatro partes, foi inaugurado, oficialmente, ontem de manhã.

Durante a inauguração um dos diretores do Simba, o industrial Herrnann Moraes de Barros, explicou que a nova fase do parque faz parte de um esforço para dotar a cidade de mais um centro de lazer, completo e diversificado. O biólogo Mário Autuori, diretor da Fundação Parque Zoológico de São Paulo vê, na iniciativa, uma maneira de tornar São Paulo mais atraente e humana.

— O Simba Safari — disse Mário Autuori — agora terá mais atrações e São Paulo precisa disso, porque ela é uma das cidades mais desumanas e agressivas do mundo, por culpa do progresso. Mas eu acredito que iniciativas do tipo Simba Safari conseguirão humanizá-la e torná-la mais atraente, além de servirem para ensinar o povo a amar os animais.

Chico Galvão, diretor executivo do Simba Safari, pretende, em breve, criar mais uma atração especial: o parque dos macacos. A área onde os macacos deverão ficar condicionados já está pronta, mas o IBDF — Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal — proibiu a exposição de espécimes da fauna brasileira no parque.

Essa medida vai atrasar um pouco a inauguração do parque dos macacos, porque os animais serão importados da África. Chico Galvão já escolheu as raças: Chacma Baboon, Vervet Monkey (que vivem em árvores), e Pata (que vive no chão). Mas, a partir de hoje, os visitantes poderão ver, além de 25 leões, animais como búfalos indianos, veados Sambar (asiáticos), camelos, faisões (versicolor, Coleira, prateado e dourado), pavões, carneiros selvagens da Argélia e da Europa (Moufon e Ibex).

Os visitantes poderão passear por tempo indeterminado, entre os animais sem qualquer perigo: uma equipe de condicionadores (rangers), formada por homens especialmente preparados para lidar com os animais, vai ficar no interior da mata, protegendo visitantes e animais, de dentro de seus jipes. Os responsáveis por esses serviços são Luiz Strang, Reinaldo, Mané, Zé Paulo, Zé Milton, Antônio e uma moça, Shirley, responsável pelas aves.

Dentro de 60 dias, funcionará no local um restaurante numa grande cabana estilo africana, cujos serviços foram arrendados pelo restaurante “A Baiuca”. Na cabana do restaurante haverá uma butique, onde os visitantes poderão comprar artesanatos típicos de vários países da África. Um filhote de leão preso por uma coleira, passeará entre as mesas do restaurante, acompanhado de um guia.

Será exibido todos os dias um espetáculo noturno, nas proximidades do restaurante: Comodamente sentados em suas cadeiras, os visitantes verão, atrás das grossas telas de aço, um grupo de leões organizar uma caçada noturna. Para isso , os “rangers” colocam uma vitela morta e limpa dependurada numa árvore, que um cabo de aço acoplado em um jipe movimenta para baixo e para cima. Os leões são soltos e entram no local, atacando a presa.

— Eu posso garantir — explica Chico Galvão — que logo o Simba Safai vai começar a exibir animais da fauna brasileira. Isso porque eu vou ao IBDF, no Rio, convidar o assessor do presidente, para visitar o Simba. Nós vamos mostrar a realidade a ele e provar que não comercializamos com animais - motivo da proibição - e tenho certeza de que ele vai se tornar mais um de nossos incentivadores. Depois disso, poderemos expor antas, pacas, capivaras, veados, cotias e outros animais da fauna brasileira, que viverão num ambiente livre como se fosse a mata onde nasceram.

Para ver os animais presos no zoológico de São Paulo, os visitantes pagam Cr$ 5,00 (menores até 12 anos não pa-gam). O Simba Safai, que fica junto ao Zoológico, cobra Cr$ 35,00 para um carro com até cinco pessoas. Para veículos maiores tipo perua, o preço é de Cr$ 45,00. Há descontos para excursões de colégios e entidades.

No local funciona uma frota de kombis que levam os visitantes para ver os animais na mata, cobrando dez cruzeiros por pessoa. Esses veículos, a partir da próxima semana, vão buscar passageiros no interior do zoológico e talvez, na praça da República, aos domingos de manhã.

Reportagem sobre a inauguração do Simba Safari no Jornal da Tarde de 6 de abril de 1974. Foto: Acervo Estadão

Jornal da Tarde

Por 46 anos [de 4 de janeiro de 1966 a 31 de outubro de 2012] o Jornal da Tarde deixou sua marca na imprensa brasileira.

Neste blog são mostradas algumas das capas e páginas marcantes dessa publicação do Grupo Estado que protagonizou uma história de inovações gráficas e de linguagem no jornalismo.

Um exemplo é a histórica capa do menino chorando após a derrota da Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 1982, na Espanha.

Veja também

Entrar com o próprio carro em uma área de mata com animais selvagens soltos - entre eles leões - era um passeio de grande sucesso nos anos 70 em São Paulo. Em funcionamento a partir de 1972, o Simba Safari - atual Zoo Safari - o parque ao lado jardim Zoológico permitia que os veículos transitassem com as portas trancadas junto aos animais, sob supervisão próxima de veículos do parque.

Em 6 janeiro de 1974, o Jornal da Tarde noticiou que o Simba Safari fazia a inauguração oficial de sua nova fase, com a divisão em quatro grandes áreas, mas que na época sofria uma restrição à exibição de espécies brasileiras. Fotos de Sérgio Borges. Leia a íntegra:

Jornal da Tarde - 6 de abril de 1974

Reportagem sobre a inauguração do Simba Safari no Jornal da Tarde de 6 de abril de 1974. Foto: Acervo Estadão

Só faltam os bichos do Brasil no Simba Safari

Ontem foi a inauguração oficial do novo parque

Animais das faunas africanas, européia e asiática, antes só vistos à distância nos zoológicos, poderão ser observados de perto no Simba Safari, a partir de hoje. O Simba Safari, agora com seus 100 mil metros quadrados divididos em quatro partes, foi inaugurado, oficialmente, ontem de manhã.

Durante a inauguração um dos diretores do Simba, o industrial Herrnann Moraes de Barros, explicou que a nova fase do parque faz parte de um esforço para dotar a cidade de mais um centro de lazer, completo e diversificado. O biólogo Mário Autuori, diretor da Fundação Parque Zoológico de São Paulo vê, na iniciativa, uma maneira de tornar São Paulo mais atraente e humana.

— O Simba Safari — disse Mário Autuori — agora terá mais atrações e São Paulo precisa disso, porque ela é uma das cidades mais desumanas e agressivas do mundo, por culpa do progresso. Mas eu acredito que iniciativas do tipo Simba Safari conseguirão humanizá-la e torná-la mais atraente, além de servirem para ensinar o povo a amar os animais.

Chico Galvão, diretor executivo do Simba Safari, pretende, em breve, criar mais uma atração especial: o parque dos macacos. A área onde os macacos deverão ficar condicionados já está pronta, mas o IBDF — Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal — proibiu a exposição de espécimes da fauna brasileira no parque.

Essa medida vai atrasar um pouco a inauguração do parque dos macacos, porque os animais serão importados da África. Chico Galvão já escolheu as raças: Chacma Baboon, Vervet Monkey (que vivem em árvores), e Pata (que vive no chão). Mas, a partir de hoje, os visitantes poderão ver, além de 25 leões, animais como búfalos indianos, veados Sambar (asiáticos), camelos, faisões (versicolor, Coleira, prateado e dourado), pavões, carneiros selvagens da Argélia e da Europa (Moufon e Ibex).

Os visitantes poderão passear por tempo indeterminado, entre os animais sem qualquer perigo: uma equipe de condicionadores (rangers), formada por homens especialmente preparados para lidar com os animais, vai ficar no interior da mata, protegendo visitantes e animais, de dentro de seus jipes. Os responsáveis por esses serviços são Luiz Strang, Reinaldo, Mané, Zé Paulo, Zé Milton, Antônio e uma moça, Shirley, responsável pelas aves.

Dentro de 60 dias, funcionará no local um restaurante numa grande cabana estilo africana, cujos serviços foram arrendados pelo restaurante “A Baiuca”. Na cabana do restaurante haverá uma butique, onde os visitantes poderão comprar artesanatos típicos de vários países da África. Um filhote de leão preso por uma coleira, passeará entre as mesas do restaurante, acompanhado de um guia.

Será exibido todos os dias um espetáculo noturno, nas proximidades do restaurante: Comodamente sentados em suas cadeiras, os visitantes verão, atrás das grossas telas de aço, um grupo de leões organizar uma caçada noturna. Para isso , os “rangers” colocam uma vitela morta e limpa dependurada numa árvore, que um cabo de aço acoplado em um jipe movimenta para baixo e para cima. Os leões são soltos e entram no local, atacando a presa.

— Eu posso garantir — explica Chico Galvão — que logo o Simba Safai vai começar a exibir animais da fauna brasileira. Isso porque eu vou ao IBDF, no Rio, convidar o assessor do presidente, para visitar o Simba. Nós vamos mostrar a realidade a ele e provar que não comercializamos com animais - motivo da proibição - e tenho certeza de que ele vai se tornar mais um de nossos incentivadores. Depois disso, poderemos expor antas, pacas, capivaras, veados, cotias e outros animais da fauna brasileira, que viverão num ambiente livre como se fosse a mata onde nasceram.

Para ver os animais presos no zoológico de São Paulo, os visitantes pagam Cr$ 5,00 (menores até 12 anos não pa-gam). O Simba Safai, que fica junto ao Zoológico, cobra Cr$ 35,00 para um carro com até cinco pessoas. Para veículos maiores tipo perua, o preço é de Cr$ 45,00. Há descontos para excursões de colégios e entidades.

No local funciona uma frota de kombis que levam os visitantes para ver os animais na mata, cobrando dez cruzeiros por pessoa. Esses veículos, a partir da próxima semana, vão buscar passageiros no interior do zoológico e talvez, na praça da República, aos domingos de manhã.

Reportagem sobre a inauguração do Simba Safari no Jornal da Tarde de 6 de abril de 1974. Foto: Acervo Estadão

Jornal da Tarde

Por 46 anos [de 4 de janeiro de 1966 a 31 de outubro de 2012] o Jornal da Tarde deixou sua marca na imprensa brasileira.

Neste blog são mostradas algumas das capas e páginas marcantes dessa publicação do Grupo Estado que protagonizou uma história de inovações gráficas e de linguagem no jornalismo.

Um exemplo é a histórica capa do menino chorando após a derrota da Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 1982, na Espanha.

Veja também

Entrar com o próprio carro em uma área de mata com animais selvagens soltos - entre eles leões - era um passeio de grande sucesso nos anos 70 em São Paulo. Em funcionamento a partir de 1972, o Simba Safari - atual Zoo Safari - o parque ao lado jardim Zoológico permitia que os veículos transitassem com as portas trancadas junto aos animais, sob supervisão próxima de veículos do parque.

Em 6 janeiro de 1974, o Jornal da Tarde noticiou que o Simba Safari fazia a inauguração oficial de sua nova fase, com a divisão em quatro grandes áreas, mas que na época sofria uma restrição à exibição de espécies brasileiras. Fotos de Sérgio Borges. Leia a íntegra:

Jornal da Tarde - 6 de abril de 1974

Reportagem sobre a inauguração do Simba Safari no Jornal da Tarde de 6 de abril de 1974. Foto: Acervo Estadão

Só faltam os bichos do Brasil no Simba Safari

Ontem foi a inauguração oficial do novo parque

Animais das faunas africanas, européia e asiática, antes só vistos à distância nos zoológicos, poderão ser observados de perto no Simba Safari, a partir de hoje. O Simba Safari, agora com seus 100 mil metros quadrados divididos em quatro partes, foi inaugurado, oficialmente, ontem de manhã.

Durante a inauguração um dos diretores do Simba, o industrial Herrnann Moraes de Barros, explicou que a nova fase do parque faz parte de um esforço para dotar a cidade de mais um centro de lazer, completo e diversificado. O biólogo Mário Autuori, diretor da Fundação Parque Zoológico de São Paulo vê, na iniciativa, uma maneira de tornar São Paulo mais atraente e humana.

— O Simba Safari — disse Mário Autuori — agora terá mais atrações e São Paulo precisa disso, porque ela é uma das cidades mais desumanas e agressivas do mundo, por culpa do progresso. Mas eu acredito que iniciativas do tipo Simba Safari conseguirão humanizá-la e torná-la mais atraente, além de servirem para ensinar o povo a amar os animais.

Chico Galvão, diretor executivo do Simba Safari, pretende, em breve, criar mais uma atração especial: o parque dos macacos. A área onde os macacos deverão ficar condicionados já está pronta, mas o IBDF — Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal — proibiu a exposição de espécimes da fauna brasileira no parque.

Essa medida vai atrasar um pouco a inauguração do parque dos macacos, porque os animais serão importados da África. Chico Galvão já escolheu as raças: Chacma Baboon, Vervet Monkey (que vivem em árvores), e Pata (que vive no chão). Mas, a partir de hoje, os visitantes poderão ver, além de 25 leões, animais como búfalos indianos, veados Sambar (asiáticos), camelos, faisões (versicolor, Coleira, prateado e dourado), pavões, carneiros selvagens da Argélia e da Europa (Moufon e Ibex).

Os visitantes poderão passear por tempo indeterminado, entre os animais sem qualquer perigo: uma equipe de condicionadores (rangers), formada por homens especialmente preparados para lidar com os animais, vai ficar no interior da mata, protegendo visitantes e animais, de dentro de seus jipes. Os responsáveis por esses serviços são Luiz Strang, Reinaldo, Mané, Zé Paulo, Zé Milton, Antônio e uma moça, Shirley, responsável pelas aves.

Dentro de 60 dias, funcionará no local um restaurante numa grande cabana estilo africana, cujos serviços foram arrendados pelo restaurante “A Baiuca”. Na cabana do restaurante haverá uma butique, onde os visitantes poderão comprar artesanatos típicos de vários países da África. Um filhote de leão preso por uma coleira, passeará entre as mesas do restaurante, acompanhado de um guia.

Será exibido todos os dias um espetáculo noturno, nas proximidades do restaurante: Comodamente sentados em suas cadeiras, os visitantes verão, atrás das grossas telas de aço, um grupo de leões organizar uma caçada noturna. Para isso , os “rangers” colocam uma vitela morta e limpa dependurada numa árvore, que um cabo de aço acoplado em um jipe movimenta para baixo e para cima. Os leões são soltos e entram no local, atacando a presa.

— Eu posso garantir — explica Chico Galvão — que logo o Simba Safai vai começar a exibir animais da fauna brasileira. Isso porque eu vou ao IBDF, no Rio, convidar o assessor do presidente, para visitar o Simba. Nós vamos mostrar a realidade a ele e provar que não comercializamos com animais - motivo da proibição - e tenho certeza de que ele vai se tornar mais um de nossos incentivadores. Depois disso, poderemos expor antas, pacas, capivaras, veados, cotias e outros animais da fauna brasileira, que viverão num ambiente livre como se fosse a mata onde nasceram.

Para ver os animais presos no zoológico de São Paulo, os visitantes pagam Cr$ 5,00 (menores até 12 anos não pa-gam). O Simba Safai, que fica junto ao Zoológico, cobra Cr$ 35,00 para um carro com até cinco pessoas. Para veículos maiores tipo perua, o preço é de Cr$ 45,00. Há descontos para excursões de colégios e entidades.

No local funciona uma frota de kombis que levam os visitantes para ver os animais na mata, cobrando dez cruzeiros por pessoa. Esses veículos, a partir da próxima semana, vão buscar passageiros no interior do zoológico e talvez, na praça da República, aos domingos de manhã.

Reportagem sobre a inauguração do Simba Safari no Jornal da Tarde de 6 de abril de 1974. Foto: Acervo Estadão

Jornal da Tarde

Por 46 anos [de 4 de janeiro de 1966 a 31 de outubro de 2012] o Jornal da Tarde deixou sua marca na imprensa brasileira.

Neste blog são mostradas algumas das capas e páginas marcantes dessa publicação do Grupo Estado que protagonizou uma história de inovações gráficas e de linguagem no jornalismo.

Um exemplo é a histórica capa do menino chorando após a derrota da Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 1982, na Espanha.

Veja também

Atualizamos nossa política de cookies

Ao utilizar nossos serviços, você aceita a política de monitoramento de cookies.