O juiz da 2ª Vara Cível de Limeira (SP), Rilton José Domingues, julgou hoje improcedente o pedido de liminar feito pela Diocese de Limeira para proibir a veiculação de notícias sobre decisões ou ações da instituição, como o remanejamento de padres. O pedido foi feito sob o argumento de que a diocese tem sofrido com comentários indesejáveis e prejudiciais. Seis veículos de comunicação foram réus no processo.O juiz considerou que o pedido, mesmo sob alegação de que membros da diocese tiveram a imagem prejudicada em razão de informações veiculadas pela imprensa, fosse liminarmente indeferido "por falta de interesse processual". Os veículos réus são a "Rádio Educadora AM/FM", a "Rádio Jornal AM/FM", a "TV Mix Regional", "Sistema Jornal de Rádio e Televisão", "Jornal Gazeta de Limeira" e "Jornal de Limeira". "Não há nos autos elementos a indicar que as rés estejam, de qualquer modo, ultrapassando os limites da liberdade de imprensa, garantida constitucionalmente", completa o juiz, na sentença. Domingues não quis comentar a decisão.A Diocese de Limeira também informou, por meio de assessoria, que não vai se pronunciar sobre o assunto até o retorno do bispo, dom Vilson Dias de Oliveira, que está em Roma. Questionamentos sobre o posicionamento da Diocese teriam começado após o vazamento da informação de possível transferência do pároco da Catedral de Limeira, padre Alquermes Valvasori.A instituição não informou quando nem para onde Valvasori será transferido, mas ontem o vigário-geral de Limeira, padre Reynaldo Ferreira de Mello, disse ao Estado de S. Paulo que mudança ocorrerá. O vigário não informou os motivos e disse que só o bispo pode falar a respeito do assunto. Padre Reynaldo afirmou apenas que a troca não foi motivada por denúncia ou queixa contra o padre e que trata-se de uma decisão interna.Segundo informação extraoficial, o pedido de liminar foi direcionado principalmente à "Rádio Educadora", por questionar o comportamento do bispo em não propor um debate com a sociedade sobre a transferência do padre Alquermes. A Diocese não confirma oficialmente a versão, mas membros da igreja católica que preferiram manter o anonimato concordaram que partiu dessa emissora uma campanha velada de permanência do pároco.O diretor da "Rádio Educadora", Caio Bortolan, assumiu a responsabilidade e comemorou a decisão da Justiça. "Nós fomos os responsáveis mesmo por esse gesto da diocese. Não fizemos uma campanha declarada, mas houve uma manifestação da direção, dos apresentadores e do público. Ninguém agiu contra o vigário ou o bispo. Só queríamos praticar a democracia", disse Bortolan. "O bispo não ouviu a comunidade. Propusemos uma discussão. E, para não fazer algo direto à rádio, a diocese envolveu outros veículos no processo. Fico feliz com a decisão do juiz."
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