A Justiça de Pernambuco decidiu revogar a prisão domiciliar da influenciadora Deolane Bezerra, de 36 anos, na tarde desta terça-feira, 10. Conforme a Polícia Civil, ela foi presa no Fórum Rodolfo Aureliano, no Recife. A influenciadora digital foi até o local para assinar os termos da prisão, quando foi informada da decisão.
“A motivação foi o descumprimento de medidas cautelares impostas pela Justiça para a concessão de sua prisão domiciliar”, disse a Polícia Civil de Pernambuco. Deolane tem afirmado ser vítima de “injustiça”. Ela foi levada para a Colônia Penal Feminina de Buíque, a 280 quilômetros do Recife.
Na tarde de segunda-feira, 9, quando deixou a prisão após decisão judicial, usando tornozeleira eletrônica, ela falou com as pessoas que se aglomeraram no entorno à espera da sua saída, chegou a ser erguida e criticou a sua prisão: “Minha prisão é criminosa”. Também falou com os jornalistas que estavam em frente à Colônia Penal Feminina do Recife.
Também na segunda-feira, ela publicou uma foto em suas redes sociais em que aparece amordaçada. Na legenda da imagem, apenas escreveu: ‘carta aberta’, em referência à publicação feita no domingo, 8, em que reiterou sua inocência em relação à investigação policial que investiga uma organização criminosa suspeita de jogos ilegais e lavagem de dinheiro.
Entenda a investigação
As autoridades dizem que entre os alvos da investigação está um grupo ligado a bets (sites de apostas esportivas), mas afirmam que o alvo da investigação são atividades não permitidas pela lei (apostas esportivas são regulares). Conforme o Estadão mostrou, há suspeita de que as bets eram usadas para lavar dinheiro do jogo do bicho.
Operação teve carros de luxo e aeronaves apreendidos
Além de 19 mandados de prisão, a Operação Integration cumpriu 24 mandados de busca e apreensão domiciliar, sequestro de bens (carros de luxo, imóveis, aeronaves e embarcações) e valores. Também foi pedido o bloqueio de ativos financeiros no valor de R$ 2,1 bilhões.
Os mandados foram cumpridos no Recife (PE), Campina Grande (PB), Barueri (SP), Cascavel e Curitiba (PR) e Goiânia (GO). Todos eles foram expedidos pelo Juízo da 12ª Vara Criminal da Comarca da capital pernambucana.
A investigação começou com a apreensão de R$ 180 mil e já está na 3ª fase. É voltada para um esquema de lavagem de dinheiro adquirido por meio de jogos de azar e dividida em três fases: aquisição, ocultação e integração do dinheiro ao patrimônio dos envolvidos – esta última ocorre é a que motivou a prisão de Deolane.
Os sites VaideBet e Esportes de Sorte afirmam cumprir a legislação e dizem estar à disposição das autoridades.