Karadzic era um dos mais procurados do mundo


Líder sérvio da Bósnia acusado de genocídio era psicólogo e poeta.

Por Da BBC Brasil

Há muito tempo, o ex-líder sérvio da Bósnia, Radovan Karadzic, era considerado um dos homens mais procurados do mundo. Sua prisão ocorre depois de quase 13 anos em fuga e, durante esse período, a Sérvia sofreu uma pressão internacional cada vez maior para capturá-lo. Ele é acusado de liderar o massacre de milhares de muçulmanos bósnios e de croatas, e foi incidiado duas vezes pelo Tribunal das Nações Unidas para Crimes de Guerra em Haia, na Holanda. Segundo as Nações Unidas, as forças de Karadzic mataram pelo menos 7,5 mil homens e meninos muçulmanos de Srebrenica em julho de 1995, como parte de uma campanha para "aterrorisar e desmoralizar a população muçulmana da Bósnia e os croatas da Bósnia". Karadzic também foi acusado de envolvimento do bombardeio a Sarajevo, e de ter usado 284 soldados de paz das Nações Unidas como escudos humanos em maio e junho de 1995. Depois dos acordos de Dayton que puseram fim à guerra da Bósnia, o ex-presidente nacionalista buscou um esconderijo, possivelmente na área montanhosa do sudeste da parte da Bósnia controlada pelos sérvios. Ele teria contado com a proteção de paramilitares. Vídeo A pressão internacional para capturar Karadzic aumentou em meados de 2005, quando vários de seus ex-generais se renderam e um vídeo de soldados sérvios da Bósnia atirando em homens de Srebrenica que haviam sido capturados chocou a audiência de televisão na antiga Iugoslávia. O governo sérvio anunciou várias prisões em conexão com o vídeo, que foi exibido durante o julgamento por crimes de guerra do ex-presidente iugoslavo, Slobodan Milosevic. Em meados de 2007, soldados da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan, a aliança de defesa ocidental), deram buscas nas casas dos filhos de Karadic, dizendo que acreditavam que Sasa e Sonja Karadzic seriam parte de uma rede que apoiava o seu pai. 'Sem legitimidade' Karadzic negou as acusações contra ele e se recusou a reconhecer a legitimidade do tribunal das Nações Unidas. "Se (o tribunal de) Haia fosse um órgão jurídico real, eu estaria disposto a ir lá e testemunhar ou fazer isso pela televisão, mas é um órgão político que foi criado para culpar os sérvios", disse o líder sérvio foragido ao jornal britânico The Times em fevereiro de 1996. Karadzic nasceu em 1945 em Savnik, Montenegro. Seu pai, Vuk, tinha sido membro do grupo guerrilheiro nacionalista sérvio Chetniks, que lutou contra a ocupação nazista e contra os comunistas ligados a Tito durante a Segunda Guerra Mundial. Vuk permaneceu preso durante boa parte da infância do filho. Sua mãe, Jovanka Karadzic, qualificou o filho como leal e trabalhador, dizendo que ele ajudava em casa e no campo. Segundo ela, o filho era um menino sério que respeitava os mais velhos e ajudava os colegas de escola com sua lição de casa. Em 1960, Karadzic foi morar em Sarajevo, onde mais tarde conheceu Ljiljana, com quem se casou. Ele se formou em medicina e começou a trabalhar como psicólogo em um hospital da cidade. Radovan Karadzic também se tornou um poeta e foi influenciado pelo escritor nacionalista sérvio Dobrica Cosic, que o encorajou a entrar para a política. Após uma breve passagem pelo Partido Verde, Karadzic ajudou a criar o Partido Democrático Sérvio, em 1990, numa resposta ao crescimento de partidos croatas na Bósnia. Seu partido tinha como objetivo a criação da Grande Sérvia. Menos de dois anos depois, quando a Bósnia-Herzegovina foi reconhecida como um Estado independente, Karadzic declarou a criação de uma República Sérvia da Bósnia e Herzegovina (mais tarde chamada de República Serbska, uma entidade à parte, não a Sérvia), com sua capital em Sarajevo e com ele mesmo na posição de chefe de Estado. Karadzic foi indiciado conjuntamente com o líder militar sérvio da Bósnia, Ratko Mladic, em 1995, por supostos crimes que cometeram durante a guerra, que durou de 1992 a 1995. Ele se viu obrigado a deixar o cargo de presidente de seu partido em 1996, quando o Ocidente ameaçou sanções, e depois, "desapareceu". Apesar de foragido, em outubro de 2004, Karadzic conseguiu ter um livro publicado por um ex-aliado, Miroslav Toholj. Crônicas Miraculosas da Noite tem como pano de fundo a Iugoslávia nos anos 80, e conta a estória de um homem preso por engano depois da morte do ex-homem forte da Iugoslávia, Josip Broz Tito. Em maio de 2005, investigadores registraram duas aparições de Karadzic - em uma das ocasiões, com a esposa, Ljiljana no sudeste da Bósnia, e em outra, com seu irmão, Luka, em Belgrado, num momento em que sua mãe morria de câncer em Niksic, Montenegro. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

Há muito tempo, o ex-líder sérvio da Bósnia, Radovan Karadzic, era considerado um dos homens mais procurados do mundo. Sua prisão ocorre depois de quase 13 anos em fuga e, durante esse período, a Sérvia sofreu uma pressão internacional cada vez maior para capturá-lo. Ele é acusado de liderar o massacre de milhares de muçulmanos bósnios e de croatas, e foi incidiado duas vezes pelo Tribunal das Nações Unidas para Crimes de Guerra em Haia, na Holanda. Segundo as Nações Unidas, as forças de Karadzic mataram pelo menos 7,5 mil homens e meninos muçulmanos de Srebrenica em julho de 1995, como parte de uma campanha para "aterrorisar e desmoralizar a população muçulmana da Bósnia e os croatas da Bósnia". Karadzic também foi acusado de envolvimento do bombardeio a Sarajevo, e de ter usado 284 soldados de paz das Nações Unidas como escudos humanos em maio e junho de 1995. Depois dos acordos de Dayton que puseram fim à guerra da Bósnia, o ex-presidente nacionalista buscou um esconderijo, possivelmente na área montanhosa do sudeste da parte da Bósnia controlada pelos sérvios. Ele teria contado com a proteção de paramilitares. Vídeo A pressão internacional para capturar Karadzic aumentou em meados de 2005, quando vários de seus ex-generais se renderam e um vídeo de soldados sérvios da Bósnia atirando em homens de Srebrenica que haviam sido capturados chocou a audiência de televisão na antiga Iugoslávia. O governo sérvio anunciou várias prisões em conexão com o vídeo, que foi exibido durante o julgamento por crimes de guerra do ex-presidente iugoslavo, Slobodan Milosevic. Em meados de 2007, soldados da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan, a aliança de defesa ocidental), deram buscas nas casas dos filhos de Karadic, dizendo que acreditavam que Sasa e Sonja Karadzic seriam parte de uma rede que apoiava o seu pai. 'Sem legitimidade' Karadzic negou as acusações contra ele e se recusou a reconhecer a legitimidade do tribunal das Nações Unidas. "Se (o tribunal de) Haia fosse um órgão jurídico real, eu estaria disposto a ir lá e testemunhar ou fazer isso pela televisão, mas é um órgão político que foi criado para culpar os sérvios", disse o líder sérvio foragido ao jornal britânico The Times em fevereiro de 1996. Karadzic nasceu em 1945 em Savnik, Montenegro. Seu pai, Vuk, tinha sido membro do grupo guerrilheiro nacionalista sérvio Chetniks, que lutou contra a ocupação nazista e contra os comunistas ligados a Tito durante a Segunda Guerra Mundial. Vuk permaneceu preso durante boa parte da infância do filho. Sua mãe, Jovanka Karadzic, qualificou o filho como leal e trabalhador, dizendo que ele ajudava em casa e no campo. Segundo ela, o filho era um menino sério que respeitava os mais velhos e ajudava os colegas de escola com sua lição de casa. Em 1960, Karadzic foi morar em Sarajevo, onde mais tarde conheceu Ljiljana, com quem se casou. Ele se formou em medicina e começou a trabalhar como psicólogo em um hospital da cidade. Radovan Karadzic também se tornou um poeta e foi influenciado pelo escritor nacionalista sérvio Dobrica Cosic, que o encorajou a entrar para a política. Após uma breve passagem pelo Partido Verde, Karadzic ajudou a criar o Partido Democrático Sérvio, em 1990, numa resposta ao crescimento de partidos croatas na Bósnia. Seu partido tinha como objetivo a criação da Grande Sérvia. Menos de dois anos depois, quando a Bósnia-Herzegovina foi reconhecida como um Estado independente, Karadzic declarou a criação de uma República Sérvia da Bósnia e Herzegovina (mais tarde chamada de República Serbska, uma entidade à parte, não a Sérvia), com sua capital em Sarajevo e com ele mesmo na posição de chefe de Estado. Karadzic foi indiciado conjuntamente com o líder militar sérvio da Bósnia, Ratko Mladic, em 1995, por supostos crimes que cometeram durante a guerra, que durou de 1992 a 1995. Ele se viu obrigado a deixar o cargo de presidente de seu partido em 1996, quando o Ocidente ameaçou sanções, e depois, "desapareceu". Apesar de foragido, em outubro de 2004, Karadzic conseguiu ter um livro publicado por um ex-aliado, Miroslav Toholj. Crônicas Miraculosas da Noite tem como pano de fundo a Iugoslávia nos anos 80, e conta a estória de um homem preso por engano depois da morte do ex-homem forte da Iugoslávia, Josip Broz Tito. Em maio de 2005, investigadores registraram duas aparições de Karadzic - em uma das ocasiões, com a esposa, Ljiljana no sudeste da Bósnia, e em outra, com seu irmão, Luka, em Belgrado, num momento em que sua mãe morria de câncer em Niksic, Montenegro. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

Há muito tempo, o ex-líder sérvio da Bósnia, Radovan Karadzic, era considerado um dos homens mais procurados do mundo. Sua prisão ocorre depois de quase 13 anos em fuga e, durante esse período, a Sérvia sofreu uma pressão internacional cada vez maior para capturá-lo. Ele é acusado de liderar o massacre de milhares de muçulmanos bósnios e de croatas, e foi incidiado duas vezes pelo Tribunal das Nações Unidas para Crimes de Guerra em Haia, na Holanda. Segundo as Nações Unidas, as forças de Karadzic mataram pelo menos 7,5 mil homens e meninos muçulmanos de Srebrenica em julho de 1995, como parte de uma campanha para "aterrorisar e desmoralizar a população muçulmana da Bósnia e os croatas da Bósnia". Karadzic também foi acusado de envolvimento do bombardeio a Sarajevo, e de ter usado 284 soldados de paz das Nações Unidas como escudos humanos em maio e junho de 1995. Depois dos acordos de Dayton que puseram fim à guerra da Bósnia, o ex-presidente nacionalista buscou um esconderijo, possivelmente na área montanhosa do sudeste da parte da Bósnia controlada pelos sérvios. Ele teria contado com a proteção de paramilitares. Vídeo A pressão internacional para capturar Karadzic aumentou em meados de 2005, quando vários de seus ex-generais se renderam e um vídeo de soldados sérvios da Bósnia atirando em homens de Srebrenica que haviam sido capturados chocou a audiência de televisão na antiga Iugoslávia. O governo sérvio anunciou várias prisões em conexão com o vídeo, que foi exibido durante o julgamento por crimes de guerra do ex-presidente iugoslavo, Slobodan Milosevic. Em meados de 2007, soldados da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan, a aliança de defesa ocidental), deram buscas nas casas dos filhos de Karadic, dizendo que acreditavam que Sasa e Sonja Karadzic seriam parte de uma rede que apoiava o seu pai. 'Sem legitimidade' Karadzic negou as acusações contra ele e se recusou a reconhecer a legitimidade do tribunal das Nações Unidas. "Se (o tribunal de) Haia fosse um órgão jurídico real, eu estaria disposto a ir lá e testemunhar ou fazer isso pela televisão, mas é um órgão político que foi criado para culpar os sérvios", disse o líder sérvio foragido ao jornal britânico The Times em fevereiro de 1996. Karadzic nasceu em 1945 em Savnik, Montenegro. Seu pai, Vuk, tinha sido membro do grupo guerrilheiro nacionalista sérvio Chetniks, que lutou contra a ocupação nazista e contra os comunistas ligados a Tito durante a Segunda Guerra Mundial. Vuk permaneceu preso durante boa parte da infância do filho. Sua mãe, Jovanka Karadzic, qualificou o filho como leal e trabalhador, dizendo que ele ajudava em casa e no campo. Segundo ela, o filho era um menino sério que respeitava os mais velhos e ajudava os colegas de escola com sua lição de casa. Em 1960, Karadzic foi morar em Sarajevo, onde mais tarde conheceu Ljiljana, com quem se casou. Ele se formou em medicina e começou a trabalhar como psicólogo em um hospital da cidade. Radovan Karadzic também se tornou um poeta e foi influenciado pelo escritor nacionalista sérvio Dobrica Cosic, que o encorajou a entrar para a política. Após uma breve passagem pelo Partido Verde, Karadzic ajudou a criar o Partido Democrático Sérvio, em 1990, numa resposta ao crescimento de partidos croatas na Bósnia. Seu partido tinha como objetivo a criação da Grande Sérvia. Menos de dois anos depois, quando a Bósnia-Herzegovina foi reconhecida como um Estado independente, Karadzic declarou a criação de uma República Sérvia da Bósnia e Herzegovina (mais tarde chamada de República Serbska, uma entidade à parte, não a Sérvia), com sua capital em Sarajevo e com ele mesmo na posição de chefe de Estado. Karadzic foi indiciado conjuntamente com o líder militar sérvio da Bósnia, Ratko Mladic, em 1995, por supostos crimes que cometeram durante a guerra, que durou de 1992 a 1995. Ele se viu obrigado a deixar o cargo de presidente de seu partido em 1996, quando o Ocidente ameaçou sanções, e depois, "desapareceu". Apesar de foragido, em outubro de 2004, Karadzic conseguiu ter um livro publicado por um ex-aliado, Miroslav Toholj. Crônicas Miraculosas da Noite tem como pano de fundo a Iugoslávia nos anos 80, e conta a estória de um homem preso por engano depois da morte do ex-homem forte da Iugoslávia, Josip Broz Tito. Em maio de 2005, investigadores registraram duas aparições de Karadzic - em uma das ocasiões, com a esposa, Ljiljana no sudeste da Bósnia, e em outra, com seu irmão, Luka, em Belgrado, num momento em que sua mãe morria de câncer em Niksic, Montenegro. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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