Ketamina ou cetamina: o que é a substância ligada à investigação do caso Djidja Cardoso


Operação Mandrágora culminou nas prisões de mãe e irmão da empresária morta nesta semana; suspeita é de que eles usavam produto em seita

Por Redação
Atualização:

A ketamina, também chamada de cetamina, é um fármaco de efeito anestésico utilizado para induzir ou manter anestesia, e no tratamento de dores intensas, segundo o Instituto de Psiquiatria Paulista. Nos Estados Unidos é muito adotada no tratamento da depressão.

De forma criminosa, é aplicada em golpes do tipo “boa noite, Cinderela”, pois é capaz de provocar apagões. Além do consumo humano, é usada no Brasil como tranquilizante anestésico para animais de grande porte, como cavalos, e como droga recreativa ilícita.

Anestésico ketamina pode trazer riscos à saúde Foto: Tiago Queiroz/Estadão
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A Polícia Civil do Amazonas prendeu preventivamente nesta quinta-feira, 30, quatro suspeitos de integrar uma seita religiosa supostamente focada na distribuição de ketamina.

Dois dos presos são familiares da empresária Dilemar Cardoso Carlos da Silva, a Djidja Cardoso, ex-sinhazinha do Boi Garantido, do Festival de Parintins, que morreu na terça-feira, 28, aos 32 anos. A causa da morte ainda não foi esclarecida.

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A Operação Mandrágora prendeu Cleusimar Rodrigues e Ademar Cardoso Neto, mãe e irmão de Djidja. Eles são apontados como fundadores da suposta seita - “Pai, Mãe, Vida” -, além de donos de uma rede de salões de beleza em Manaus.

Conforme a polícia, o grupo seria responsável não só por fornecer e distribuir ketamina, como incentivar e promover o uso da droga. Também foram detidas Verônica Seixas e Claudiele Silva, funcionárias dos parentes de Djidja.

Elas são apontadas pela polícia como responsáveis por induzir outros colaboradores e pessoas próximas à família a se associarem à suposta seita, onde drogas de uso veterinário eram utilizadas.

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Em nota nas redes sociais no dia 28, os parentes de Djidja presos esta semana afirmaram que “toda e qualquer circunstância que envolve seu falecimento será esclarecida perante às autoridades”. A família se disse consternada em relação a possíveis notícias falsas sobre a causa da morte da empresária.

O Estadão não localizou as defesas de Cleusimar, Cardoso Neto, Verônica e Claudiele.

Didja Cardoso (à esq) posa ao lado da mãe e do irmão Foto: Reprodução/Instagram/@didjacardoso
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Fármaco foi descoberto nos anos 1960

O fármaco foi descoberto em 1962, mas só nos últimos 20 anos os especialistas identificaram que ele também pode ser utilizado, em doses baixas, no tratamento da depressão resistente unipolar e bipolar.

A substância, reconhecida e utilizada para fins hospitalares, é um fármaco de efeito anestésico regulamentado por órgãos como a Food and Drugs Administration (FDA), agência reguladora nos EUA, e pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Está presente na Lista de Medicamentos Essenciais da Organização Mundial de Saúde (OMS).

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Segundo o Instituto de Psiquiatria Paulista, o uso da ketamina para tratar depressão e na prevenção de suicídio é uma das grandes inovações psiquiátricas das últimas décadas, com eficácia já comprovada por dezenas de estudos. No Brasil, há poucos centros autorizados a realizar o tratamento com a cetamina.

Como a ketamina age no cérebro?

Segundo o Instituto de Psiquiatria Paulista, para entender como a ketamina age, é preciso antes entender como a depressão afeta o cérebro. Há vários fatores envolvidos no surgimento da depressão, entre eles alterações inflamatórias e químicas.

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“Nos pacientes deprimidos, neurotransmissores como a serotonina e a noradrenalina (responsáveis por funções importantes como na regulação da dor, do sono e do humor) não são produzidos em quantidades suficientes para o bom equilíbrio químico cerebral, e agentes inflamatórios atuam prejudicando o bom funcionamento cerebral”, afirma o instituto. Desta forma, a comunicação entre os neurônios fica gravemente danificada.

“A cetamina age na regulação de glutamato, um aminoácido presente no cérebro, estimulando a formação de novas conexões entre os neurônios, restaurando circuitos cerebrais que estão muito prejudicados em casos de depressão grave. Assim, ela tem importante papel no reparo e reconstrução de circuitos cerebrais”, afirma o instituto.

O uso para fins psiquiátricos é feito em doses baixas e, portanto, de forma segura. Com relação a possíveis contraindicações, cada caso deve ser analisado individualmente pela equipe médica, reforça o Instituto de Psiquiatria Paulista.

O uso indiscriminado pode provocar alucinações. A droga pode ainda causar apagões, dificultar a mobilidade do usuário, taquicardia, pressão alta, náusea e vômito. O ator Matthew Perry, que ficou popular no seriado Friends, morreu aos 54 anos em outubro de 2023 após ingestão de ketamina, conforme o laudo médico.

“Os usuários podem também desenvolver uma ‘fissura’ pela droga. Quando consumida em doses altas, os usuários podem experimentar o ‘K-Hole’, que é um efeito descrito como estar “fora do corpo” ou uma espécie ‘de quase morte’”, descreve um informativo no site do Ministério Público do Paraná.

Segundo as regras relativas à lista de substâncias com controle especial de uso pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), “a dispensação e o uso dos medicamentos contendo as substâncias cetamina e escetamina só serão permitidos em estabelecimentos de saúde”.

A ketamina, também chamada de cetamina, é um fármaco de efeito anestésico utilizado para induzir ou manter anestesia, e no tratamento de dores intensas, segundo o Instituto de Psiquiatria Paulista. Nos Estados Unidos é muito adotada no tratamento da depressão.

De forma criminosa, é aplicada em golpes do tipo “boa noite, Cinderela”, pois é capaz de provocar apagões. Além do consumo humano, é usada no Brasil como tranquilizante anestésico para animais de grande porte, como cavalos, e como droga recreativa ilícita.

Anestésico ketamina pode trazer riscos à saúde Foto: Tiago Queiroz/Estadão

A Polícia Civil do Amazonas prendeu preventivamente nesta quinta-feira, 30, quatro suspeitos de integrar uma seita religiosa supostamente focada na distribuição de ketamina.

Dois dos presos são familiares da empresária Dilemar Cardoso Carlos da Silva, a Djidja Cardoso, ex-sinhazinha do Boi Garantido, do Festival de Parintins, que morreu na terça-feira, 28, aos 32 anos. A causa da morte ainda não foi esclarecida.

A Operação Mandrágora prendeu Cleusimar Rodrigues e Ademar Cardoso Neto, mãe e irmão de Djidja. Eles são apontados como fundadores da suposta seita - “Pai, Mãe, Vida” -, além de donos de uma rede de salões de beleza em Manaus.

Conforme a polícia, o grupo seria responsável não só por fornecer e distribuir ketamina, como incentivar e promover o uso da droga. Também foram detidas Verônica Seixas e Claudiele Silva, funcionárias dos parentes de Djidja.

Elas são apontadas pela polícia como responsáveis por induzir outros colaboradores e pessoas próximas à família a se associarem à suposta seita, onde drogas de uso veterinário eram utilizadas.

Em nota nas redes sociais no dia 28, os parentes de Djidja presos esta semana afirmaram que “toda e qualquer circunstância que envolve seu falecimento será esclarecida perante às autoridades”. A família se disse consternada em relação a possíveis notícias falsas sobre a causa da morte da empresária.

O Estadão não localizou as defesas de Cleusimar, Cardoso Neto, Verônica e Claudiele.

Didja Cardoso (à esq) posa ao lado da mãe e do irmão Foto: Reprodução/Instagram/@didjacardoso

Fármaco foi descoberto nos anos 1960

O fármaco foi descoberto em 1962, mas só nos últimos 20 anos os especialistas identificaram que ele também pode ser utilizado, em doses baixas, no tratamento da depressão resistente unipolar e bipolar.

A substância, reconhecida e utilizada para fins hospitalares, é um fármaco de efeito anestésico regulamentado por órgãos como a Food and Drugs Administration (FDA), agência reguladora nos EUA, e pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Está presente na Lista de Medicamentos Essenciais da Organização Mundial de Saúde (OMS).

Segundo o Instituto de Psiquiatria Paulista, o uso da ketamina para tratar depressão e na prevenção de suicídio é uma das grandes inovações psiquiátricas das últimas décadas, com eficácia já comprovada por dezenas de estudos. No Brasil, há poucos centros autorizados a realizar o tratamento com a cetamina.

Como a ketamina age no cérebro?

Segundo o Instituto de Psiquiatria Paulista, para entender como a ketamina age, é preciso antes entender como a depressão afeta o cérebro. Há vários fatores envolvidos no surgimento da depressão, entre eles alterações inflamatórias e químicas.

“Nos pacientes deprimidos, neurotransmissores como a serotonina e a noradrenalina (responsáveis por funções importantes como na regulação da dor, do sono e do humor) não são produzidos em quantidades suficientes para o bom equilíbrio químico cerebral, e agentes inflamatórios atuam prejudicando o bom funcionamento cerebral”, afirma o instituto. Desta forma, a comunicação entre os neurônios fica gravemente danificada.

“A cetamina age na regulação de glutamato, um aminoácido presente no cérebro, estimulando a formação de novas conexões entre os neurônios, restaurando circuitos cerebrais que estão muito prejudicados em casos de depressão grave. Assim, ela tem importante papel no reparo e reconstrução de circuitos cerebrais”, afirma o instituto.

O uso para fins psiquiátricos é feito em doses baixas e, portanto, de forma segura. Com relação a possíveis contraindicações, cada caso deve ser analisado individualmente pela equipe médica, reforça o Instituto de Psiquiatria Paulista.

O uso indiscriminado pode provocar alucinações. A droga pode ainda causar apagões, dificultar a mobilidade do usuário, taquicardia, pressão alta, náusea e vômito. O ator Matthew Perry, que ficou popular no seriado Friends, morreu aos 54 anos em outubro de 2023 após ingestão de ketamina, conforme o laudo médico.

“Os usuários podem também desenvolver uma ‘fissura’ pela droga. Quando consumida em doses altas, os usuários podem experimentar o ‘K-Hole’, que é um efeito descrito como estar “fora do corpo” ou uma espécie ‘de quase morte’”, descreve um informativo no site do Ministério Público do Paraná.

Segundo as regras relativas à lista de substâncias com controle especial de uso pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), “a dispensação e o uso dos medicamentos contendo as substâncias cetamina e escetamina só serão permitidos em estabelecimentos de saúde”.

A ketamina, também chamada de cetamina, é um fármaco de efeito anestésico utilizado para induzir ou manter anestesia, e no tratamento de dores intensas, segundo o Instituto de Psiquiatria Paulista. Nos Estados Unidos é muito adotada no tratamento da depressão.

De forma criminosa, é aplicada em golpes do tipo “boa noite, Cinderela”, pois é capaz de provocar apagões. Além do consumo humano, é usada no Brasil como tranquilizante anestésico para animais de grande porte, como cavalos, e como droga recreativa ilícita.

Anestésico ketamina pode trazer riscos à saúde Foto: Tiago Queiroz/Estadão

A Polícia Civil do Amazonas prendeu preventivamente nesta quinta-feira, 30, quatro suspeitos de integrar uma seita religiosa supostamente focada na distribuição de ketamina.

Dois dos presos são familiares da empresária Dilemar Cardoso Carlos da Silva, a Djidja Cardoso, ex-sinhazinha do Boi Garantido, do Festival de Parintins, que morreu na terça-feira, 28, aos 32 anos. A causa da morte ainda não foi esclarecida.

A Operação Mandrágora prendeu Cleusimar Rodrigues e Ademar Cardoso Neto, mãe e irmão de Djidja. Eles são apontados como fundadores da suposta seita - “Pai, Mãe, Vida” -, além de donos de uma rede de salões de beleza em Manaus.

Conforme a polícia, o grupo seria responsável não só por fornecer e distribuir ketamina, como incentivar e promover o uso da droga. Também foram detidas Verônica Seixas e Claudiele Silva, funcionárias dos parentes de Djidja.

Elas são apontadas pela polícia como responsáveis por induzir outros colaboradores e pessoas próximas à família a se associarem à suposta seita, onde drogas de uso veterinário eram utilizadas.

Em nota nas redes sociais no dia 28, os parentes de Djidja presos esta semana afirmaram que “toda e qualquer circunstância que envolve seu falecimento será esclarecida perante às autoridades”. A família se disse consternada em relação a possíveis notícias falsas sobre a causa da morte da empresária.

O Estadão não localizou as defesas de Cleusimar, Cardoso Neto, Verônica e Claudiele.

Didja Cardoso (à esq) posa ao lado da mãe e do irmão Foto: Reprodução/Instagram/@didjacardoso

Fármaco foi descoberto nos anos 1960

O fármaco foi descoberto em 1962, mas só nos últimos 20 anos os especialistas identificaram que ele também pode ser utilizado, em doses baixas, no tratamento da depressão resistente unipolar e bipolar.

A substância, reconhecida e utilizada para fins hospitalares, é um fármaco de efeito anestésico regulamentado por órgãos como a Food and Drugs Administration (FDA), agência reguladora nos EUA, e pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Está presente na Lista de Medicamentos Essenciais da Organização Mundial de Saúde (OMS).

Segundo o Instituto de Psiquiatria Paulista, o uso da ketamina para tratar depressão e na prevenção de suicídio é uma das grandes inovações psiquiátricas das últimas décadas, com eficácia já comprovada por dezenas de estudos. No Brasil, há poucos centros autorizados a realizar o tratamento com a cetamina.

Como a ketamina age no cérebro?

Segundo o Instituto de Psiquiatria Paulista, para entender como a ketamina age, é preciso antes entender como a depressão afeta o cérebro. Há vários fatores envolvidos no surgimento da depressão, entre eles alterações inflamatórias e químicas.

“Nos pacientes deprimidos, neurotransmissores como a serotonina e a noradrenalina (responsáveis por funções importantes como na regulação da dor, do sono e do humor) não são produzidos em quantidades suficientes para o bom equilíbrio químico cerebral, e agentes inflamatórios atuam prejudicando o bom funcionamento cerebral”, afirma o instituto. Desta forma, a comunicação entre os neurônios fica gravemente danificada.

“A cetamina age na regulação de glutamato, um aminoácido presente no cérebro, estimulando a formação de novas conexões entre os neurônios, restaurando circuitos cerebrais que estão muito prejudicados em casos de depressão grave. Assim, ela tem importante papel no reparo e reconstrução de circuitos cerebrais”, afirma o instituto.

O uso para fins psiquiátricos é feito em doses baixas e, portanto, de forma segura. Com relação a possíveis contraindicações, cada caso deve ser analisado individualmente pela equipe médica, reforça o Instituto de Psiquiatria Paulista.

O uso indiscriminado pode provocar alucinações. A droga pode ainda causar apagões, dificultar a mobilidade do usuário, taquicardia, pressão alta, náusea e vômito. O ator Matthew Perry, que ficou popular no seriado Friends, morreu aos 54 anos em outubro de 2023 após ingestão de ketamina, conforme o laudo médico.

“Os usuários podem também desenvolver uma ‘fissura’ pela droga. Quando consumida em doses altas, os usuários podem experimentar o ‘K-Hole’, que é um efeito descrito como estar “fora do corpo” ou uma espécie ‘de quase morte’”, descreve um informativo no site do Ministério Público do Paraná.

Segundo as regras relativas à lista de substâncias com controle especial de uso pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), “a dispensação e o uso dos medicamentos contendo as substâncias cetamina e escetamina só serão permitidos em estabelecimentos de saúde”.

A ketamina, também chamada de cetamina, é um fármaco de efeito anestésico utilizado para induzir ou manter anestesia, e no tratamento de dores intensas, segundo o Instituto de Psiquiatria Paulista. Nos Estados Unidos é muito adotada no tratamento da depressão.

De forma criminosa, é aplicada em golpes do tipo “boa noite, Cinderela”, pois é capaz de provocar apagões. Além do consumo humano, é usada no Brasil como tranquilizante anestésico para animais de grande porte, como cavalos, e como droga recreativa ilícita.

Anestésico ketamina pode trazer riscos à saúde Foto: Tiago Queiroz/Estadão

A Polícia Civil do Amazonas prendeu preventivamente nesta quinta-feira, 30, quatro suspeitos de integrar uma seita religiosa supostamente focada na distribuição de ketamina.

Dois dos presos são familiares da empresária Dilemar Cardoso Carlos da Silva, a Djidja Cardoso, ex-sinhazinha do Boi Garantido, do Festival de Parintins, que morreu na terça-feira, 28, aos 32 anos. A causa da morte ainda não foi esclarecida.

A Operação Mandrágora prendeu Cleusimar Rodrigues e Ademar Cardoso Neto, mãe e irmão de Djidja. Eles são apontados como fundadores da suposta seita - “Pai, Mãe, Vida” -, além de donos de uma rede de salões de beleza em Manaus.

Conforme a polícia, o grupo seria responsável não só por fornecer e distribuir ketamina, como incentivar e promover o uso da droga. Também foram detidas Verônica Seixas e Claudiele Silva, funcionárias dos parentes de Djidja.

Elas são apontadas pela polícia como responsáveis por induzir outros colaboradores e pessoas próximas à família a se associarem à suposta seita, onde drogas de uso veterinário eram utilizadas.

Em nota nas redes sociais no dia 28, os parentes de Djidja presos esta semana afirmaram que “toda e qualquer circunstância que envolve seu falecimento será esclarecida perante às autoridades”. A família se disse consternada em relação a possíveis notícias falsas sobre a causa da morte da empresária.

O Estadão não localizou as defesas de Cleusimar, Cardoso Neto, Verônica e Claudiele.

Didja Cardoso (à esq) posa ao lado da mãe e do irmão Foto: Reprodução/Instagram/@didjacardoso

Fármaco foi descoberto nos anos 1960

O fármaco foi descoberto em 1962, mas só nos últimos 20 anos os especialistas identificaram que ele também pode ser utilizado, em doses baixas, no tratamento da depressão resistente unipolar e bipolar.

A substância, reconhecida e utilizada para fins hospitalares, é um fármaco de efeito anestésico regulamentado por órgãos como a Food and Drugs Administration (FDA), agência reguladora nos EUA, e pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Está presente na Lista de Medicamentos Essenciais da Organização Mundial de Saúde (OMS).

Segundo o Instituto de Psiquiatria Paulista, o uso da ketamina para tratar depressão e na prevenção de suicídio é uma das grandes inovações psiquiátricas das últimas décadas, com eficácia já comprovada por dezenas de estudos. No Brasil, há poucos centros autorizados a realizar o tratamento com a cetamina.

Como a ketamina age no cérebro?

Segundo o Instituto de Psiquiatria Paulista, para entender como a ketamina age, é preciso antes entender como a depressão afeta o cérebro. Há vários fatores envolvidos no surgimento da depressão, entre eles alterações inflamatórias e químicas.

“Nos pacientes deprimidos, neurotransmissores como a serotonina e a noradrenalina (responsáveis por funções importantes como na regulação da dor, do sono e do humor) não são produzidos em quantidades suficientes para o bom equilíbrio químico cerebral, e agentes inflamatórios atuam prejudicando o bom funcionamento cerebral”, afirma o instituto. Desta forma, a comunicação entre os neurônios fica gravemente danificada.

“A cetamina age na regulação de glutamato, um aminoácido presente no cérebro, estimulando a formação de novas conexões entre os neurônios, restaurando circuitos cerebrais que estão muito prejudicados em casos de depressão grave. Assim, ela tem importante papel no reparo e reconstrução de circuitos cerebrais”, afirma o instituto.

O uso para fins psiquiátricos é feito em doses baixas e, portanto, de forma segura. Com relação a possíveis contraindicações, cada caso deve ser analisado individualmente pela equipe médica, reforça o Instituto de Psiquiatria Paulista.

O uso indiscriminado pode provocar alucinações. A droga pode ainda causar apagões, dificultar a mobilidade do usuário, taquicardia, pressão alta, náusea e vômito. O ator Matthew Perry, que ficou popular no seriado Friends, morreu aos 54 anos em outubro de 2023 após ingestão de ketamina, conforme o laudo médico.

“Os usuários podem também desenvolver uma ‘fissura’ pela droga. Quando consumida em doses altas, os usuários podem experimentar o ‘K-Hole’, que é um efeito descrito como estar “fora do corpo” ou uma espécie ‘de quase morte’”, descreve um informativo no site do Ministério Público do Paraná.

Segundo as regras relativas à lista de substâncias com controle especial de uso pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), “a dispensação e o uso dos medicamentos contendo as substâncias cetamina e escetamina só serão permitidos em estabelecimentos de saúde”.

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