O líder da oposição na Malásia, Anwar Ibrahim, foi acusado formalmente de ter praticado sodomia, depois de uma audiência no Tribunal da capital, Kuala Lumpur. Ele se declarou inocente e afirmou que a acusação por ter sodomizado seu assessor é "maliciosa" e tem motivações políticas. A sodomia é ilegal na Malásia e caso seja considerado culpado, Ibrahim pode ser condenado a até 20 anos de prisão. Ibrahim foi libertado após pagamento de fiança depois da audiência de quinta-feira, 7. Em 1998, então vice-premiê, ele foi destituído do cargo após sofrer acusações similares e cumpriu pena de seis anos até a suspensão do veredicto que o considerou culpado. Sua chegada ao Tribunal de Kuala Lumpur foi agitada e acompanhada por dezenas de partidários que gritavam "reformasi" - slogan do movimento fundado por Anwar Ibrahim. Segundo o correspondente da BBC na capital malaia, Robin Grant, uma pesquisa recente indicou que poucos malaios acreditam que Ibrahim tenha cometido sodomia. Ele liderou o sucesso da oposição nas eleições gerais em março deste ano e afirmou que as acusações contra ele são uma tentativa de sabotar seu retorno à política. Ele acusou o primeiro-ministro, Abdulahh Badawi, de orquestrar uma campanha contra ele - alegação que foi negada pelo premiê. As acusações contra Anwar Ibrahim coincidem com sua preparação para tentar uma cadeira no Parlamento, já que sua proibição de concorrer a cargos públicos expirou em abril. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.