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Opinião|Setor de plásticos investe em tecnologia e conscientização para tornar o produto mais sustentável


Por Paulo Silvestre
Funcionário opera máquina na fábrica da Packseven: tecnologia reduz perdas e aumenta sustentabilidade do plástico - Foto: divulgação

Nas últimas décadas, o plástico tornou-se um vilão ambiental, por demorar centenas de anos para se decompor na natureza. O que pouca gente sabe é que, com um uso e uma reciclagem adequados, ele pode se tornar um produto sustentável, até com vantagens ecológicas sobre materiais substitutos. Mas, para que isso aconteça, toda a cadeia precisa conscientemente agir assim.

Esse processo deve começar já com os fabricantes. "Desde a concepção dos produtos, é fundamental que sejam consideradas também a ampliação e a eficiência da reciclagem", explica Kléber Ávila, diretor da Packseven, empresa brasileira de embalagens flexíveis. "Trabalhamos com nosso cliente para estimular o consumo consciente do plástico e o retorno dos resíduos à cadeia produtiva."

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Como seus clientes são outras empresas, eles coletam os resíduos do próprio processo industrial e os incentivam a fazer o mesmo. Parte é reutilizada na produção e o restante é destinado para a reciclagem.

Kléber Ávila, diretor da Packseven - Foto: divulgação

O plástico tornou-se um material quase onipresente na economia, graças a seu baixo custo e suas propriedades funcionais, como leveza e durabilidade. Segundo o estudo "The New Plastics Economy", da consultoria americana McKinsey, seu uso aumentou 20 vezes no último meio século e deve ainda dobrar nos próximos 20 anos. Por isso, é fundamental que seja bem manuseado.

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A pesquisa mostra que, sem inovação no design das embalagens, cerca de 30% do plástico jamais será reutilizado ou reciclado. Disso, surgiu o conceito de "design for recycling" (design para reciclagem), que considera as dinâmicas de consumo, as etapas da cadeia produtiva e o descarte, facilitando o retorno das embalagens para a origem do ciclo. A ideia é que nada seja jogado fora.

Segundo a Abiplast (Associação Brasileira da Indústria do Plástico), em 2021, 23,4% dos resíduos plásticos pós-consumo foram reciclados no Brasil. No mesmo período, houve um crescimento de 14,3% na produção de plástico reciclado pós-consumo, passando de 1 milhão de toneladas.

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Apesar dos números impressionantes, observa-se que mais de três quartos ainda não é reciclado. "É preciso a união de inciativas privadas, públicas e a mobilização de todos os envolvidos na cadeia de consumo para que não tenhamos desperdício e, com o descarte adequado, o plástico possa ser reutilizado", explica Ávila. O executivo reforça que a educação no descarte é fundamental para um futuro mais sustentável.

Vale frisar que, apesar das iniciativas para substituir o plástico por outros materiais, nem todos são sustentáveis ou tão recicláveis quanto o plástico, o que chega a ser irônico. Um exemplo é o papelão para embalar latas de bebidas, que não pode ser reutilizado. Em outras palavras, o grande desafio de uma sociedade muito dependente do plástico é aumentar -e muito- sua reutilização e sua reciclagem. Nesse ponto, empresas conscientes de seu papel ajudam substancialmente no processo, beneficiando seus clientes diretos e indiretos, e toda a sociedade.

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O poder público também precisa fazer sua parte. A coleta seletiva ainda é limitada ou inexistente em muitas cidades. Outro fator que precisa ser revisto é a carga tributária, que é maior para produtos reciclados que para os "normais".

 

Sustentabilidade é negócio

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A tendência é que vejamos um crescimento ainda maior no uso do plástico pós-consumo nesse ano. Essa é uma exigência do mundo todo, e o Brasil não pode ficar para trás, correndo o risco de perder competitividade internacional. Por isso, as grandes empresas têm metas agressivas de sustentabilidade.

Apesar de a diminuição do impacto do plástico no meio ambiente já ser motivo mais que suficiente para ampliar sua reciclagem, ela consome proporcionalmente menos recursos para ser feita se comparada às de alguns materiais alternativos. Entre esses recursos, estão o consumo de água e de energia, e as emissões de gases.

A tecnologia de reciclagem também vem evoluindo nos materiais que é capaz de produzir. Os novos reciclados de alta performance possibilitam grandes marcas atingirem metas mais ousadas de sustentabilidade, uma vez que apresentam as mesmas características dos recursos naturais "virgens" (não-reciclados), permitindo a fabricação com segurança, escala e velocidade.

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Para Ávila, esse é um caminho sem volta. "Cada vez mais utilizamos as embalagens com maior eficiência e com novas formas de serem biodegradáveis, além da multiplicidade de formatos", acrescenta.

O plástico não vai desaparecer de nossas vidas de uma hora para a outra. Por isso, precisamos, cada um de nós, indivíduos e empresas, fazer o melhor que pudermos para o utilizarmos bem.

 

Funcionário opera máquina na fábrica da Packseven: tecnologia reduz perdas e aumenta sustentabilidade do plástico - Foto: divulgação

Nas últimas décadas, o plástico tornou-se um vilão ambiental, por demorar centenas de anos para se decompor na natureza. O que pouca gente sabe é que, com um uso e uma reciclagem adequados, ele pode se tornar um produto sustentável, até com vantagens ecológicas sobre materiais substitutos. Mas, para que isso aconteça, toda a cadeia precisa conscientemente agir assim.

Esse processo deve começar já com os fabricantes. "Desde a concepção dos produtos, é fundamental que sejam consideradas também a ampliação e a eficiência da reciclagem", explica Kléber Ávila, diretor da Packseven, empresa brasileira de embalagens flexíveis. "Trabalhamos com nosso cliente para estimular o consumo consciente do plástico e o retorno dos resíduos à cadeia produtiva."

Como seus clientes são outras empresas, eles coletam os resíduos do próprio processo industrial e os incentivam a fazer o mesmo. Parte é reutilizada na produção e o restante é destinado para a reciclagem.

Kléber Ávila, diretor da Packseven - Foto: divulgação

O plástico tornou-se um material quase onipresente na economia, graças a seu baixo custo e suas propriedades funcionais, como leveza e durabilidade. Segundo o estudo "The New Plastics Economy", da consultoria americana McKinsey, seu uso aumentou 20 vezes no último meio século e deve ainda dobrar nos próximos 20 anos. Por isso, é fundamental que seja bem manuseado.

A pesquisa mostra que, sem inovação no design das embalagens, cerca de 30% do plástico jamais será reutilizado ou reciclado. Disso, surgiu o conceito de "design for recycling" (design para reciclagem), que considera as dinâmicas de consumo, as etapas da cadeia produtiva e o descarte, facilitando o retorno das embalagens para a origem do ciclo. A ideia é que nada seja jogado fora.

Segundo a Abiplast (Associação Brasileira da Indústria do Plástico), em 2021, 23,4% dos resíduos plásticos pós-consumo foram reciclados no Brasil. No mesmo período, houve um crescimento de 14,3% na produção de plástico reciclado pós-consumo, passando de 1 milhão de toneladas.

Apesar dos números impressionantes, observa-se que mais de três quartos ainda não é reciclado. "É preciso a união de inciativas privadas, públicas e a mobilização de todos os envolvidos na cadeia de consumo para que não tenhamos desperdício e, com o descarte adequado, o plástico possa ser reutilizado", explica Ávila. O executivo reforça que a educação no descarte é fundamental para um futuro mais sustentável.

Vale frisar que, apesar das iniciativas para substituir o plástico por outros materiais, nem todos são sustentáveis ou tão recicláveis quanto o plástico, o que chega a ser irônico. Um exemplo é o papelão para embalar latas de bebidas, que não pode ser reutilizado. Em outras palavras, o grande desafio de uma sociedade muito dependente do plástico é aumentar -e muito- sua reutilização e sua reciclagem. Nesse ponto, empresas conscientes de seu papel ajudam substancialmente no processo, beneficiando seus clientes diretos e indiretos, e toda a sociedade.

O poder público também precisa fazer sua parte. A coleta seletiva ainda é limitada ou inexistente em muitas cidades. Outro fator que precisa ser revisto é a carga tributária, que é maior para produtos reciclados que para os "normais".

 

Sustentabilidade é negócio

A tendência é que vejamos um crescimento ainda maior no uso do plástico pós-consumo nesse ano. Essa é uma exigência do mundo todo, e o Brasil não pode ficar para trás, correndo o risco de perder competitividade internacional. Por isso, as grandes empresas têm metas agressivas de sustentabilidade.

Apesar de a diminuição do impacto do plástico no meio ambiente já ser motivo mais que suficiente para ampliar sua reciclagem, ela consome proporcionalmente menos recursos para ser feita se comparada às de alguns materiais alternativos. Entre esses recursos, estão o consumo de água e de energia, e as emissões de gases.

A tecnologia de reciclagem também vem evoluindo nos materiais que é capaz de produzir. Os novos reciclados de alta performance possibilitam grandes marcas atingirem metas mais ousadas de sustentabilidade, uma vez que apresentam as mesmas características dos recursos naturais "virgens" (não-reciclados), permitindo a fabricação com segurança, escala e velocidade.

Para Ávila, esse é um caminho sem volta. "Cada vez mais utilizamos as embalagens com maior eficiência e com novas formas de serem biodegradáveis, além da multiplicidade de formatos", acrescenta.

O plástico não vai desaparecer de nossas vidas de uma hora para a outra. Por isso, precisamos, cada um de nós, indivíduos e empresas, fazer o melhor que pudermos para o utilizarmos bem.

 

Funcionário opera máquina na fábrica da Packseven: tecnologia reduz perdas e aumenta sustentabilidade do plástico - Foto: divulgação

Nas últimas décadas, o plástico tornou-se um vilão ambiental, por demorar centenas de anos para se decompor na natureza. O que pouca gente sabe é que, com um uso e uma reciclagem adequados, ele pode se tornar um produto sustentável, até com vantagens ecológicas sobre materiais substitutos. Mas, para que isso aconteça, toda a cadeia precisa conscientemente agir assim.

Esse processo deve começar já com os fabricantes. "Desde a concepção dos produtos, é fundamental que sejam consideradas também a ampliação e a eficiência da reciclagem", explica Kléber Ávila, diretor da Packseven, empresa brasileira de embalagens flexíveis. "Trabalhamos com nosso cliente para estimular o consumo consciente do plástico e o retorno dos resíduos à cadeia produtiva."

Como seus clientes são outras empresas, eles coletam os resíduos do próprio processo industrial e os incentivam a fazer o mesmo. Parte é reutilizada na produção e o restante é destinado para a reciclagem.

Kléber Ávila, diretor da Packseven - Foto: divulgação

O plástico tornou-se um material quase onipresente na economia, graças a seu baixo custo e suas propriedades funcionais, como leveza e durabilidade. Segundo o estudo "The New Plastics Economy", da consultoria americana McKinsey, seu uso aumentou 20 vezes no último meio século e deve ainda dobrar nos próximos 20 anos. Por isso, é fundamental que seja bem manuseado.

A pesquisa mostra que, sem inovação no design das embalagens, cerca de 30% do plástico jamais será reutilizado ou reciclado. Disso, surgiu o conceito de "design for recycling" (design para reciclagem), que considera as dinâmicas de consumo, as etapas da cadeia produtiva e o descarte, facilitando o retorno das embalagens para a origem do ciclo. A ideia é que nada seja jogado fora.

Segundo a Abiplast (Associação Brasileira da Indústria do Plástico), em 2021, 23,4% dos resíduos plásticos pós-consumo foram reciclados no Brasil. No mesmo período, houve um crescimento de 14,3% na produção de plástico reciclado pós-consumo, passando de 1 milhão de toneladas.

Apesar dos números impressionantes, observa-se que mais de três quartos ainda não é reciclado. "É preciso a união de inciativas privadas, públicas e a mobilização de todos os envolvidos na cadeia de consumo para que não tenhamos desperdício e, com o descarte adequado, o plástico possa ser reutilizado", explica Ávila. O executivo reforça que a educação no descarte é fundamental para um futuro mais sustentável.

Vale frisar que, apesar das iniciativas para substituir o plástico por outros materiais, nem todos são sustentáveis ou tão recicláveis quanto o plástico, o que chega a ser irônico. Um exemplo é o papelão para embalar latas de bebidas, que não pode ser reutilizado. Em outras palavras, o grande desafio de uma sociedade muito dependente do plástico é aumentar -e muito- sua reutilização e sua reciclagem. Nesse ponto, empresas conscientes de seu papel ajudam substancialmente no processo, beneficiando seus clientes diretos e indiretos, e toda a sociedade.

O poder público também precisa fazer sua parte. A coleta seletiva ainda é limitada ou inexistente em muitas cidades. Outro fator que precisa ser revisto é a carga tributária, que é maior para produtos reciclados que para os "normais".

 

Sustentabilidade é negócio

A tendência é que vejamos um crescimento ainda maior no uso do plástico pós-consumo nesse ano. Essa é uma exigência do mundo todo, e o Brasil não pode ficar para trás, correndo o risco de perder competitividade internacional. Por isso, as grandes empresas têm metas agressivas de sustentabilidade.

Apesar de a diminuição do impacto do plástico no meio ambiente já ser motivo mais que suficiente para ampliar sua reciclagem, ela consome proporcionalmente menos recursos para ser feita se comparada às de alguns materiais alternativos. Entre esses recursos, estão o consumo de água e de energia, e as emissões de gases.

A tecnologia de reciclagem também vem evoluindo nos materiais que é capaz de produzir. Os novos reciclados de alta performance possibilitam grandes marcas atingirem metas mais ousadas de sustentabilidade, uma vez que apresentam as mesmas características dos recursos naturais "virgens" (não-reciclados), permitindo a fabricação com segurança, escala e velocidade.

Para Ávila, esse é um caminho sem volta. "Cada vez mais utilizamos as embalagens com maior eficiência e com novas formas de serem biodegradáveis, além da multiplicidade de formatos", acrescenta.

O plástico não vai desaparecer de nossas vidas de uma hora para a outra. Por isso, precisamos, cada um de nós, indivíduos e empresas, fazer o melhor que pudermos para o utilizarmos bem.

 

Funcionário opera máquina na fábrica da Packseven: tecnologia reduz perdas e aumenta sustentabilidade do plástico - Foto: divulgação

Nas últimas décadas, o plástico tornou-se um vilão ambiental, por demorar centenas de anos para se decompor na natureza. O que pouca gente sabe é que, com um uso e uma reciclagem adequados, ele pode se tornar um produto sustentável, até com vantagens ecológicas sobre materiais substitutos. Mas, para que isso aconteça, toda a cadeia precisa conscientemente agir assim.

Esse processo deve começar já com os fabricantes. "Desde a concepção dos produtos, é fundamental que sejam consideradas também a ampliação e a eficiência da reciclagem", explica Kléber Ávila, diretor da Packseven, empresa brasileira de embalagens flexíveis. "Trabalhamos com nosso cliente para estimular o consumo consciente do plástico e o retorno dos resíduos à cadeia produtiva."

Como seus clientes são outras empresas, eles coletam os resíduos do próprio processo industrial e os incentivam a fazer o mesmo. Parte é reutilizada na produção e o restante é destinado para a reciclagem.

Kléber Ávila, diretor da Packseven - Foto: divulgação

O plástico tornou-se um material quase onipresente na economia, graças a seu baixo custo e suas propriedades funcionais, como leveza e durabilidade. Segundo o estudo "The New Plastics Economy", da consultoria americana McKinsey, seu uso aumentou 20 vezes no último meio século e deve ainda dobrar nos próximos 20 anos. Por isso, é fundamental que seja bem manuseado.

A pesquisa mostra que, sem inovação no design das embalagens, cerca de 30% do plástico jamais será reutilizado ou reciclado. Disso, surgiu o conceito de "design for recycling" (design para reciclagem), que considera as dinâmicas de consumo, as etapas da cadeia produtiva e o descarte, facilitando o retorno das embalagens para a origem do ciclo. A ideia é que nada seja jogado fora.

Segundo a Abiplast (Associação Brasileira da Indústria do Plástico), em 2021, 23,4% dos resíduos plásticos pós-consumo foram reciclados no Brasil. No mesmo período, houve um crescimento de 14,3% na produção de plástico reciclado pós-consumo, passando de 1 milhão de toneladas.

Apesar dos números impressionantes, observa-se que mais de três quartos ainda não é reciclado. "É preciso a união de inciativas privadas, públicas e a mobilização de todos os envolvidos na cadeia de consumo para que não tenhamos desperdício e, com o descarte adequado, o plástico possa ser reutilizado", explica Ávila. O executivo reforça que a educação no descarte é fundamental para um futuro mais sustentável.

Vale frisar que, apesar das iniciativas para substituir o plástico por outros materiais, nem todos são sustentáveis ou tão recicláveis quanto o plástico, o que chega a ser irônico. Um exemplo é o papelão para embalar latas de bebidas, que não pode ser reutilizado. Em outras palavras, o grande desafio de uma sociedade muito dependente do plástico é aumentar -e muito- sua reutilização e sua reciclagem. Nesse ponto, empresas conscientes de seu papel ajudam substancialmente no processo, beneficiando seus clientes diretos e indiretos, e toda a sociedade.

O poder público também precisa fazer sua parte. A coleta seletiva ainda é limitada ou inexistente em muitas cidades. Outro fator que precisa ser revisto é a carga tributária, que é maior para produtos reciclados que para os "normais".

 

Sustentabilidade é negócio

A tendência é que vejamos um crescimento ainda maior no uso do plástico pós-consumo nesse ano. Essa é uma exigência do mundo todo, e o Brasil não pode ficar para trás, correndo o risco de perder competitividade internacional. Por isso, as grandes empresas têm metas agressivas de sustentabilidade.

Apesar de a diminuição do impacto do plástico no meio ambiente já ser motivo mais que suficiente para ampliar sua reciclagem, ela consome proporcionalmente menos recursos para ser feita se comparada às de alguns materiais alternativos. Entre esses recursos, estão o consumo de água e de energia, e as emissões de gases.

A tecnologia de reciclagem também vem evoluindo nos materiais que é capaz de produzir. Os novos reciclados de alta performance possibilitam grandes marcas atingirem metas mais ousadas de sustentabilidade, uma vez que apresentam as mesmas características dos recursos naturais "virgens" (não-reciclados), permitindo a fabricação com segurança, escala e velocidade.

Para Ávila, esse é um caminho sem volta. "Cada vez mais utilizamos as embalagens com maior eficiência e com novas formas de serem biodegradáveis, além da multiplicidade de formatos", acrescenta.

O plástico não vai desaparecer de nossas vidas de uma hora para a outra. Por isso, precisamos, cada um de nós, indivíduos e empresas, fazer o melhor que pudermos para o utilizarmos bem.

 

Funcionário opera máquina na fábrica da Packseven: tecnologia reduz perdas e aumenta sustentabilidade do plástico - Foto: divulgação

Nas últimas décadas, o plástico tornou-se um vilão ambiental, por demorar centenas de anos para se decompor na natureza. O que pouca gente sabe é que, com um uso e uma reciclagem adequados, ele pode se tornar um produto sustentável, até com vantagens ecológicas sobre materiais substitutos. Mas, para que isso aconteça, toda a cadeia precisa conscientemente agir assim.

Esse processo deve começar já com os fabricantes. "Desde a concepção dos produtos, é fundamental que sejam consideradas também a ampliação e a eficiência da reciclagem", explica Kléber Ávila, diretor da Packseven, empresa brasileira de embalagens flexíveis. "Trabalhamos com nosso cliente para estimular o consumo consciente do plástico e o retorno dos resíduos à cadeia produtiva."

Como seus clientes são outras empresas, eles coletam os resíduos do próprio processo industrial e os incentivam a fazer o mesmo. Parte é reutilizada na produção e o restante é destinado para a reciclagem.

Kléber Ávila, diretor da Packseven - Foto: divulgação

O plástico tornou-se um material quase onipresente na economia, graças a seu baixo custo e suas propriedades funcionais, como leveza e durabilidade. Segundo o estudo "The New Plastics Economy", da consultoria americana McKinsey, seu uso aumentou 20 vezes no último meio século e deve ainda dobrar nos próximos 20 anos. Por isso, é fundamental que seja bem manuseado.

A pesquisa mostra que, sem inovação no design das embalagens, cerca de 30% do plástico jamais será reutilizado ou reciclado. Disso, surgiu o conceito de "design for recycling" (design para reciclagem), que considera as dinâmicas de consumo, as etapas da cadeia produtiva e o descarte, facilitando o retorno das embalagens para a origem do ciclo. A ideia é que nada seja jogado fora.

Segundo a Abiplast (Associação Brasileira da Indústria do Plástico), em 2021, 23,4% dos resíduos plásticos pós-consumo foram reciclados no Brasil. No mesmo período, houve um crescimento de 14,3% na produção de plástico reciclado pós-consumo, passando de 1 milhão de toneladas.

Apesar dos números impressionantes, observa-se que mais de três quartos ainda não é reciclado. "É preciso a união de inciativas privadas, públicas e a mobilização de todos os envolvidos na cadeia de consumo para que não tenhamos desperdício e, com o descarte adequado, o plástico possa ser reutilizado", explica Ávila. O executivo reforça que a educação no descarte é fundamental para um futuro mais sustentável.

Vale frisar que, apesar das iniciativas para substituir o plástico por outros materiais, nem todos são sustentáveis ou tão recicláveis quanto o plástico, o que chega a ser irônico. Um exemplo é o papelão para embalar latas de bebidas, que não pode ser reutilizado. Em outras palavras, o grande desafio de uma sociedade muito dependente do plástico é aumentar -e muito- sua reutilização e sua reciclagem. Nesse ponto, empresas conscientes de seu papel ajudam substancialmente no processo, beneficiando seus clientes diretos e indiretos, e toda a sociedade.

O poder público também precisa fazer sua parte. A coleta seletiva ainda é limitada ou inexistente em muitas cidades. Outro fator que precisa ser revisto é a carga tributária, que é maior para produtos reciclados que para os "normais".

 

Sustentabilidade é negócio

A tendência é que vejamos um crescimento ainda maior no uso do plástico pós-consumo nesse ano. Essa é uma exigência do mundo todo, e o Brasil não pode ficar para trás, correndo o risco de perder competitividade internacional. Por isso, as grandes empresas têm metas agressivas de sustentabilidade.

Apesar de a diminuição do impacto do plástico no meio ambiente já ser motivo mais que suficiente para ampliar sua reciclagem, ela consome proporcionalmente menos recursos para ser feita se comparada às de alguns materiais alternativos. Entre esses recursos, estão o consumo de água e de energia, e as emissões de gases.

A tecnologia de reciclagem também vem evoluindo nos materiais que é capaz de produzir. Os novos reciclados de alta performance possibilitam grandes marcas atingirem metas mais ousadas de sustentabilidade, uma vez que apresentam as mesmas características dos recursos naturais "virgens" (não-reciclados), permitindo a fabricação com segurança, escala e velocidade.

Para Ávila, esse é um caminho sem volta. "Cada vez mais utilizamos as embalagens com maior eficiência e com novas formas de serem biodegradáveis, além da multiplicidade de formatos", acrescenta.

O plástico não vai desaparecer de nossas vidas de uma hora para a outra. Por isso, precisamos, cada um de nós, indivíduos e empresas, fazer o melhor que pudermos para o utilizarmos bem.

 

Opinião por Paulo Silvestre

É jornalista, consultor e palestrante de customer experience, mídia, cultura e transformação digital. É professor da Universidade Mackenzie e da PUC–SP, e articulista do Estadão. Foi executivo na AOL, Editora Abril, Estadão, Saraiva e Samsung. Mestre em Tecnologias da Inteligência e Design Digital pela PUC-SP, é LinkedIn Top Voice desde 2016.

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