Mãe lamenta morte de médica vítima de acidente aéreo: ‘O sonho dela era salvar vidas’


Fátima Albuquerque foi de Fortaleza a SP para identificar corpo da filha e cobra mais fiscalização das autoridades e empresas aéreas; Voepass diz que avião cumpria todos os requisitos

Por Heitor Mazzoco
Atualização:

A mãe da médica Arianne Albuquerque Risso, uma das 62 vítimas da queda do avião da Voepass em Vinhedo (SP), manifestou indignação e cobrou autoridades pela fiscalização das condições de aeronaves da companhia. Fátima Albuquerque, psicóloga aposentada e empresária, e falou à imprensa na saída do Instituto Oscar Freire, onde ajudou a identificar o corpo da filha, que estava entre os médicos a caminho de um congresso de oncologia.

Fátima Albuquerque, mãe da vítima Arianne Risso, que estava no avião que caiu com 62 pessoas em Vinhedo, São Paulo Foto: Sergio Barzaghi/Estadão

“Temos já vídeos dizendo que eles estavam colocando todo mundo em risco (com os aviões). O Ministério Público não viu isso? A Anac não viu isso? Quantos filhos, quantas mães vão ter que morrer?”, questionou. “Temos que transformar nossa dor em indignação”, acrescentou a mãe. O Estadão procurou os Ministérios Públicos do Paraná e de São Paulo e o Ministério Público Federal para comentar as afirmações de Fátima, mas não obteve retorno até a publicação deste texto.

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A Voepass afirma, em nota, que a aeronave cumpria todos os requisitos e exigências. Afirmou ainda que o foco da empresa agora “é proporcionar acolhimento e conforto às famílias das vítimas, que passam por um momento de dor e pesar” (leia nota abaixo).

A Latam, empresa na qual Arianne comprou a passagem (por conta de um acordo de compartilhamento de voos com a Voepass), disse que ”a empresa operadora do voo é quem responde por toda a gestão técnica e operacional, incluindo o atendimento aos passageiros nos aeroportos, o próprio voo e as suas eventuais contingências” (leia nota abaixo).

A Anac declarou que “desde a notícia do evento e até o presente momento, tem direcionado todos os esforços para monitorar o atendimento às vítimas e seus familiares por parte da empresa Voepass” e que “monitora regularmente as reclamações de passageiros sobre a prestação de serviços das companhias aéreas” (leia nota abaixo).

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Fátima Albuquerque viajou para identificar a filha e questiona a fiscalização das aeronaves

Desde o acidente, relatos têm apontado possíveis problemas. Passageiros que voaram em uma aeronave do modelo ATR-72-500 no dia anterior reclamaram do calor e afirmam que o ar condicionado não funcionou. Um piloto da companhia apontou excesso de trabalho em uma audiência pública em junho. A empresa afirma que a aeronave que caiu estava em boas condições e que cumpre todos os requisitos legais em relação a jornadas e folgas dos pilotos.

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‘O sonho dela era salvar vidas’

Fátima Albuquerque ainda diz que a filha estava em uma “alegria imensa” ao viajar para o congresso de oncologia. “O sonho dela desde os 9 anos era salvar vidas”, lembra a mãe, e comenta que Arianne terminaria a residência em oncologia neste ano.

Leonardo Risso, viúvo de Arianne Foto: Sergio Barzaghi/Estadão
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“É muito difícil, ninguém estava preparado”, acrescentou Leonardo Risso, marido de Arianne, na saída do IML. “Ela estava vivendo um sonho, estava muito feliz. Era vocacionada a cuidar de pessoas”.

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'É muito difícil, ninguém estava preparado', disse Leonardo Risso, marido de Arianne

Nota da Voepass

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Em relação ao acidente ocorrido na tarde de sexta-feira, 9 de agosto de 2024, com o voo 2283, a Voepass reitera que a aeronave estava aeronavegável, com todos os sistemas requeridos em funcionamento, cumprindo com todos os requisitos e exigências estipulados pelas autoridades e legislação setorial vigente.

As investigações, quando finalizadas, indicarão as causas do acidente e a companhia está colaborando prontamente para que esta conclusão seja breve e esclarecedora.

Neste momento, o foco da Voepass é proporcionar acolhimento e conforto às famílias das vítimas, que passam por um momento de dor e pesar. Estamos realizando todos os esforços logísticos e operacionais para que as famílias tenham em nossa equipe um apoio efetivo não só para suas necessidades de transporte, hospedagem, alimentação, mas, principalmente de consolo e apoio emocional.

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Nota da Latam

“A Latam Airlines Brasil reitera novamente o seu profundo pesar e respeito aos familiares e amigos dos passageiros e tripulantes do voo 2283 da Voepass. A companhia também esclarece que acordos comerciais de codeshare (código compartilhado) são frequentes na aviação brasileira e mundial. Atualmente, a Latam mantém acordos de codeshare com empresas aéreas de todo o mundo, inclusive com a Voepass, a companhia aérea responsável pelo voo 2283.

Em um codeshare, uma empresa vende passagens aéreas de um voo, enquanto a outra empresa é a responsável por toda a operação do voo. A empresa operadora do voo é quem responde por toda a gestão técnica e operacional, incluindo o atendimento aos passageiros nos aeroportos, o próprio voo e as suas eventuais contingências. Não se trata, portanto, de ‘transferência’ ou ‘terceirização’ de operações.

Antes de selecionar no site e comprar a sua passagem, o cliente é informado sobre qual é a companhia responsável por aquele voo e o modelo de aeronave. Estas informações são prestadas pela LATAM em seu site já no momento da busca pela passagem, antes mesmo do cliente decidir pela compra.”

Nota da Anac

A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) está solidária ao sofrimento das famílias e amigos das vítimas e entende que, neste momento de profunda tristeza, a necessidade de respostas torna-se premente. Nesse sentido, a Anac esclarece que, desde a notícia do evento e até o presente momento, tem direcionado todos os esforços para monitorar o atendimento às vítimas e seus familiares por parte da empresa Voepass.

É importante pontuar que a Agência monitora regularmente as reclamações de passageiros sobre a prestação de serviços das companhias aéreas. No canal específico da ouvidoria da Anac para recebimento de reclamações,

A mãe da médica Arianne Albuquerque Risso, uma das 62 vítimas da queda do avião da Voepass em Vinhedo (SP), manifestou indignação e cobrou autoridades pela fiscalização das condições de aeronaves da companhia. Fátima Albuquerque, psicóloga aposentada e empresária, e falou à imprensa na saída do Instituto Oscar Freire, onde ajudou a identificar o corpo da filha, que estava entre os médicos a caminho de um congresso de oncologia.

Fátima Albuquerque, mãe da vítima Arianne Risso, que estava no avião que caiu com 62 pessoas em Vinhedo, São Paulo Foto: Sergio Barzaghi/Estadão

“Temos já vídeos dizendo que eles estavam colocando todo mundo em risco (com os aviões). O Ministério Público não viu isso? A Anac não viu isso? Quantos filhos, quantas mães vão ter que morrer?”, questionou. “Temos que transformar nossa dor em indignação”, acrescentou a mãe. O Estadão procurou os Ministérios Públicos do Paraná e de São Paulo e o Ministério Público Federal para comentar as afirmações de Fátima, mas não obteve retorno até a publicação deste texto.

A Voepass afirma, em nota, que a aeronave cumpria todos os requisitos e exigências. Afirmou ainda que o foco da empresa agora “é proporcionar acolhimento e conforto às famílias das vítimas, que passam por um momento de dor e pesar” (leia nota abaixo).

A Latam, empresa na qual Arianne comprou a passagem (por conta de um acordo de compartilhamento de voos com a Voepass), disse que ”a empresa operadora do voo é quem responde por toda a gestão técnica e operacional, incluindo o atendimento aos passageiros nos aeroportos, o próprio voo e as suas eventuais contingências” (leia nota abaixo).

A Anac declarou que “desde a notícia do evento e até o presente momento, tem direcionado todos os esforços para monitorar o atendimento às vítimas e seus familiares por parte da empresa Voepass” e que “monitora regularmente as reclamações de passageiros sobre a prestação de serviços das companhias aéreas” (leia nota abaixo).

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Fátima Albuquerque viajou para identificar a filha e questiona a fiscalização das aeronaves

Desde o acidente, relatos têm apontado possíveis problemas. Passageiros que voaram em uma aeronave do modelo ATR-72-500 no dia anterior reclamaram do calor e afirmam que o ar condicionado não funcionou. Um piloto da companhia apontou excesso de trabalho em uma audiência pública em junho. A empresa afirma que a aeronave que caiu estava em boas condições e que cumpre todos os requisitos legais em relação a jornadas e folgas dos pilotos.

‘O sonho dela era salvar vidas’

Fátima Albuquerque ainda diz que a filha estava em uma “alegria imensa” ao viajar para o congresso de oncologia. “O sonho dela desde os 9 anos era salvar vidas”, lembra a mãe, e comenta que Arianne terminaria a residência em oncologia neste ano.

Leonardo Risso, viúvo de Arianne Foto: Sergio Barzaghi/Estadão

“É muito difícil, ninguém estava preparado”, acrescentou Leonardo Risso, marido de Arianne, na saída do IML. “Ela estava vivendo um sonho, estava muito feliz. Era vocacionada a cuidar de pessoas”.

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'É muito difícil, ninguém estava preparado', disse Leonardo Risso, marido de Arianne

Nota da Voepass

Em relação ao acidente ocorrido na tarde de sexta-feira, 9 de agosto de 2024, com o voo 2283, a Voepass reitera que a aeronave estava aeronavegável, com todos os sistemas requeridos em funcionamento, cumprindo com todos os requisitos e exigências estipulados pelas autoridades e legislação setorial vigente.

As investigações, quando finalizadas, indicarão as causas do acidente e a companhia está colaborando prontamente para que esta conclusão seja breve e esclarecedora.

Neste momento, o foco da Voepass é proporcionar acolhimento e conforto às famílias das vítimas, que passam por um momento de dor e pesar. Estamos realizando todos os esforços logísticos e operacionais para que as famílias tenham em nossa equipe um apoio efetivo não só para suas necessidades de transporte, hospedagem, alimentação, mas, principalmente de consolo e apoio emocional.

Nota da Latam

“A Latam Airlines Brasil reitera novamente o seu profundo pesar e respeito aos familiares e amigos dos passageiros e tripulantes do voo 2283 da Voepass. A companhia também esclarece que acordos comerciais de codeshare (código compartilhado) são frequentes na aviação brasileira e mundial. Atualmente, a Latam mantém acordos de codeshare com empresas aéreas de todo o mundo, inclusive com a Voepass, a companhia aérea responsável pelo voo 2283.

Em um codeshare, uma empresa vende passagens aéreas de um voo, enquanto a outra empresa é a responsável por toda a operação do voo. A empresa operadora do voo é quem responde por toda a gestão técnica e operacional, incluindo o atendimento aos passageiros nos aeroportos, o próprio voo e as suas eventuais contingências. Não se trata, portanto, de ‘transferência’ ou ‘terceirização’ de operações.

Antes de selecionar no site e comprar a sua passagem, o cliente é informado sobre qual é a companhia responsável por aquele voo e o modelo de aeronave. Estas informações são prestadas pela LATAM em seu site já no momento da busca pela passagem, antes mesmo do cliente decidir pela compra.”

Nota da Anac

A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) está solidária ao sofrimento das famílias e amigos das vítimas e entende que, neste momento de profunda tristeza, a necessidade de respostas torna-se premente. Nesse sentido, a Anac esclarece que, desde a notícia do evento e até o presente momento, tem direcionado todos os esforços para monitorar o atendimento às vítimas e seus familiares por parte da empresa Voepass.

É importante pontuar que a Agência monitora regularmente as reclamações de passageiros sobre a prestação de serviços das companhias aéreas. No canal específico da ouvidoria da Anac para recebimento de reclamações,

A mãe da médica Arianne Albuquerque Risso, uma das 62 vítimas da queda do avião da Voepass em Vinhedo (SP), manifestou indignação e cobrou autoridades pela fiscalização das condições de aeronaves da companhia. Fátima Albuquerque, psicóloga aposentada e empresária, e falou à imprensa na saída do Instituto Oscar Freire, onde ajudou a identificar o corpo da filha, que estava entre os médicos a caminho de um congresso de oncologia.

Fátima Albuquerque, mãe da vítima Arianne Risso, que estava no avião que caiu com 62 pessoas em Vinhedo, São Paulo Foto: Sergio Barzaghi/Estadão

“Temos já vídeos dizendo que eles estavam colocando todo mundo em risco (com os aviões). O Ministério Público não viu isso? A Anac não viu isso? Quantos filhos, quantas mães vão ter que morrer?”, questionou. “Temos que transformar nossa dor em indignação”, acrescentou a mãe. O Estadão procurou os Ministérios Públicos do Paraná e de São Paulo e o Ministério Público Federal para comentar as afirmações de Fátima, mas não obteve retorno até a publicação deste texto.

A Voepass afirma, em nota, que a aeronave cumpria todos os requisitos e exigências. Afirmou ainda que o foco da empresa agora “é proporcionar acolhimento e conforto às famílias das vítimas, que passam por um momento de dor e pesar” (leia nota abaixo).

A Latam, empresa na qual Arianne comprou a passagem (por conta de um acordo de compartilhamento de voos com a Voepass), disse que ”a empresa operadora do voo é quem responde por toda a gestão técnica e operacional, incluindo o atendimento aos passageiros nos aeroportos, o próprio voo e as suas eventuais contingências” (leia nota abaixo).

A Anac declarou que “desde a notícia do evento e até o presente momento, tem direcionado todos os esforços para monitorar o atendimento às vítimas e seus familiares por parte da empresa Voepass” e que “monitora regularmente as reclamações de passageiros sobre a prestação de serviços das companhias aéreas” (leia nota abaixo).

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Fátima Albuquerque viajou para identificar a filha e questiona a fiscalização das aeronaves

Desde o acidente, relatos têm apontado possíveis problemas. Passageiros que voaram em uma aeronave do modelo ATR-72-500 no dia anterior reclamaram do calor e afirmam que o ar condicionado não funcionou. Um piloto da companhia apontou excesso de trabalho em uma audiência pública em junho. A empresa afirma que a aeronave que caiu estava em boas condições e que cumpre todos os requisitos legais em relação a jornadas e folgas dos pilotos.

‘O sonho dela era salvar vidas’

Fátima Albuquerque ainda diz que a filha estava em uma “alegria imensa” ao viajar para o congresso de oncologia. “O sonho dela desde os 9 anos era salvar vidas”, lembra a mãe, e comenta que Arianne terminaria a residência em oncologia neste ano.

Leonardo Risso, viúvo de Arianne Foto: Sergio Barzaghi/Estadão

“É muito difícil, ninguém estava preparado”, acrescentou Leonardo Risso, marido de Arianne, na saída do IML. “Ela estava vivendo um sonho, estava muito feliz. Era vocacionada a cuidar de pessoas”.

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Nota da Voepass

Em relação ao acidente ocorrido na tarde de sexta-feira, 9 de agosto de 2024, com o voo 2283, a Voepass reitera que a aeronave estava aeronavegável, com todos os sistemas requeridos em funcionamento, cumprindo com todos os requisitos e exigências estipulados pelas autoridades e legislação setorial vigente.

As investigações, quando finalizadas, indicarão as causas do acidente e a companhia está colaborando prontamente para que esta conclusão seja breve e esclarecedora.

Neste momento, o foco da Voepass é proporcionar acolhimento e conforto às famílias das vítimas, que passam por um momento de dor e pesar. Estamos realizando todos os esforços logísticos e operacionais para que as famílias tenham em nossa equipe um apoio efetivo não só para suas necessidades de transporte, hospedagem, alimentação, mas, principalmente de consolo e apoio emocional.

Nota da Latam

“A Latam Airlines Brasil reitera novamente o seu profundo pesar e respeito aos familiares e amigos dos passageiros e tripulantes do voo 2283 da Voepass. A companhia também esclarece que acordos comerciais de codeshare (código compartilhado) são frequentes na aviação brasileira e mundial. Atualmente, a Latam mantém acordos de codeshare com empresas aéreas de todo o mundo, inclusive com a Voepass, a companhia aérea responsável pelo voo 2283.

Em um codeshare, uma empresa vende passagens aéreas de um voo, enquanto a outra empresa é a responsável por toda a operação do voo. A empresa operadora do voo é quem responde por toda a gestão técnica e operacional, incluindo o atendimento aos passageiros nos aeroportos, o próprio voo e as suas eventuais contingências. Não se trata, portanto, de ‘transferência’ ou ‘terceirização’ de operações.

Antes de selecionar no site e comprar a sua passagem, o cliente é informado sobre qual é a companhia responsável por aquele voo e o modelo de aeronave. Estas informações são prestadas pela LATAM em seu site já no momento da busca pela passagem, antes mesmo do cliente decidir pela compra.”

Nota da Anac

A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) está solidária ao sofrimento das famílias e amigos das vítimas e entende que, neste momento de profunda tristeza, a necessidade de respostas torna-se premente. Nesse sentido, a Anac esclarece que, desde a notícia do evento e até o presente momento, tem direcionado todos os esforços para monitorar o atendimento às vítimas e seus familiares por parte da empresa Voepass.

É importante pontuar que a Agência monitora regularmente as reclamações de passageiros sobre a prestação de serviços das companhias aéreas. No canal específico da ouvidoria da Anac para recebimento de reclamações,

A mãe da médica Arianne Albuquerque Risso, uma das 62 vítimas da queda do avião da Voepass em Vinhedo (SP), manifestou indignação e cobrou autoridades pela fiscalização das condições de aeronaves da companhia. Fátima Albuquerque, psicóloga aposentada e empresária, e falou à imprensa na saída do Instituto Oscar Freire, onde ajudou a identificar o corpo da filha, que estava entre os médicos a caminho de um congresso de oncologia.

Fátima Albuquerque, mãe da vítima Arianne Risso, que estava no avião que caiu com 62 pessoas em Vinhedo, São Paulo Foto: Sergio Barzaghi/Estadão

“Temos já vídeos dizendo que eles estavam colocando todo mundo em risco (com os aviões). O Ministério Público não viu isso? A Anac não viu isso? Quantos filhos, quantas mães vão ter que morrer?”, questionou. “Temos que transformar nossa dor em indignação”, acrescentou a mãe. O Estadão procurou os Ministérios Públicos do Paraná e de São Paulo e o Ministério Público Federal para comentar as afirmações de Fátima, mas não obteve retorno até a publicação deste texto.

A Voepass afirma, em nota, que a aeronave cumpria todos os requisitos e exigências. Afirmou ainda que o foco da empresa agora “é proporcionar acolhimento e conforto às famílias das vítimas, que passam por um momento de dor e pesar” (leia nota abaixo).

A Latam, empresa na qual Arianne comprou a passagem (por conta de um acordo de compartilhamento de voos com a Voepass), disse que ”a empresa operadora do voo é quem responde por toda a gestão técnica e operacional, incluindo o atendimento aos passageiros nos aeroportos, o próprio voo e as suas eventuais contingências” (leia nota abaixo).

A Anac declarou que “desde a notícia do evento e até o presente momento, tem direcionado todos os esforços para monitorar o atendimento às vítimas e seus familiares por parte da empresa Voepass” e que “monitora regularmente as reclamações de passageiros sobre a prestação de serviços das companhias aéreas” (leia nota abaixo).

Seu navegador não suporta esse video.

Fátima Albuquerque viajou para identificar a filha e questiona a fiscalização das aeronaves

Desde o acidente, relatos têm apontado possíveis problemas. Passageiros que voaram em uma aeronave do modelo ATR-72-500 no dia anterior reclamaram do calor e afirmam que o ar condicionado não funcionou. Um piloto da companhia apontou excesso de trabalho em uma audiência pública em junho. A empresa afirma que a aeronave que caiu estava em boas condições e que cumpre todos os requisitos legais em relação a jornadas e folgas dos pilotos.

‘O sonho dela era salvar vidas’

Fátima Albuquerque ainda diz que a filha estava em uma “alegria imensa” ao viajar para o congresso de oncologia. “O sonho dela desde os 9 anos era salvar vidas”, lembra a mãe, e comenta que Arianne terminaria a residência em oncologia neste ano.

Leonardo Risso, viúvo de Arianne Foto: Sergio Barzaghi/Estadão

“É muito difícil, ninguém estava preparado”, acrescentou Leonardo Risso, marido de Arianne, na saída do IML. “Ela estava vivendo um sonho, estava muito feliz. Era vocacionada a cuidar de pessoas”.

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'É muito difícil, ninguém estava preparado', disse Leonardo Risso, marido de Arianne

Nota da Voepass

Em relação ao acidente ocorrido na tarde de sexta-feira, 9 de agosto de 2024, com o voo 2283, a Voepass reitera que a aeronave estava aeronavegável, com todos os sistemas requeridos em funcionamento, cumprindo com todos os requisitos e exigências estipulados pelas autoridades e legislação setorial vigente.

As investigações, quando finalizadas, indicarão as causas do acidente e a companhia está colaborando prontamente para que esta conclusão seja breve e esclarecedora.

Neste momento, o foco da Voepass é proporcionar acolhimento e conforto às famílias das vítimas, que passam por um momento de dor e pesar. Estamos realizando todos os esforços logísticos e operacionais para que as famílias tenham em nossa equipe um apoio efetivo não só para suas necessidades de transporte, hospedagem, alimentação, mas, principalmente de consolo e apoio emocional.

Nota da Latam

“A Latam Airlines Brasil reitera novamente o seu profundo pesar e respeito aos familiares e amigos dos passageiros e tripulantes do voo 2283 da Voepass. A companhia também esclarece que acordos comerciais de codeshare (código compartilhado) são frequentes na aviação brasileira e mundial. Atualmente, a Latam mantém acordos de codeshare com empresas aéreas de todo o mundo, inclusive com a Voepass, a companhia aérea responsável pelo voo 2283.

Em um codeshare, uma empresa vende passagens aéreas de um voo, enquanto a outra empresa é a responsável por toda a operação do voo. A empresa operadora do voo é quem responde por toda a gestão técnica e operacional, incluindo o atendimento aos passageiros nos aeroportos, o próprio voo e as suas eventuais contingências. Não se trata, portanto, de ‘transferência’ ou ‘terceirização’ de operações.

Antes de selecionar no site e comprar a sua passagem, o cliente é informado sobre qual é a companhia responsável por aquele voo e o modelo de aeronave. Estas informações são prestadas pela LATAM em seu site já no momento da busca pela passagem, antes mesmo do cliente decidir pela compra.”

Nota da Anac

A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) está solidária ao sofrimento das famílias e amigos das vítimas e entende que, neste momento de profunda tristeza, a necessidade de respostas torna-se premente. Nesse sentido, a Anac esclarece que, desde a notícia do evento e até o presente momento, tem direcionado todos os esforços para monitorar o atendimento às vítimas e seus familiares por parte da empresa Voepass.

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