Quantas favelas existem no Brasil? Quais são as maiores?


País tem mais de 16 milhões de pessoas morando nesses locais, aponta IBGE; Estado de São Paulo concentra a maior quantidade

Por Ítalo Lo Re
Atualização:

O Brasil tem quase 16,4 milhões de pessoas morando em áreas de favela, o que representa 8,1% da população total do País, segundo dados do Censo Demográfico 2022 divulgados nesta sexta-feira, 8, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Ao todo, são 12,3 mil favelas ou comunidades urbanas no País. A pesquisa aponta que elas estão concentradas em 656 cidades, o equivalente a menos de 12% do total de municípios.

Estado mais populoso do País, São Paulo concentra a maior quantidade de favelas, com 3,1 mil comunidades identificadas pelo instituto, praticamente um quarto do total – Rio (com 1,7 mil) e Pernambuco (com 849) completam o topo da lista. O Estado possui ainda duas das maiores favelas: Paraisópolis (3º), com 58,5 mil habitantes, e Heliópolis (6º), com 55,5 mil.

De acordo com o IBGE, a Rocinha tem 72 mil moradores e é a maior favela do País. Foto: vadim_ozz/Adobe.Stock
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A Rocinha, no Rio, hoje é a maior favela do País, com 72 mil moradores. Em segundo lugar, está a Sol Nascente (DF), com 70,9 mil habitantes – em resultado preliminar divulgado no ano passado, ela até apareceu como a maior do País, mas os dados apresentados nesta sexta, revisados por pesquisadores do instituto, agora apresentam um retrato mais preciso.

O IBGE agora usa o conceito de favelas e comunidades urbanas, classificados como territórios populares originados de estratégias da população para “atender, geralmente de forma autônoma e coletiva, às suas necessidades de moradia e usos associados (comércio, serviços, lazer, cultura, entre outros), diante da insuficiência e inadequação das políticas públicas e investimentos privados dirigidos à garantia do direito à cidade”.

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“Esse conceito, embora seu conteúdo e a sua essência sejam os mesmos já há alguns censos, o nome, a nomenclatura e a redação do conceito sofreram um processo de mudança em janeiro de 2024, como fruto de um longo processo de discussão”, disse, em coletiva de imprensa, a pesquisadora do IBGE Letícia de Carvalho Giannella. O instituto afirmou que, durante esse período, ouviu uma série de entidades com atuação em favelas sobre as possíveis alterações.

Os pesquisadores indicaram que, na prática, as mudanças resultaram no mapeamento de áreas não identificadas pelo IBGE no Censo 2010, no ajuste de limites de áreas anteriormente mapeadas e no aperfeiçoamento dos mecanismos de acompanhamento da coleta no decorrer da operação. O instituto contraindica a comparação direta entre os resultados das duas pesquisas. Ainda assim, reconhece a importância de se fazer comparações cautelosas.

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Os dados do Censo 2010 indicavam que, naquela época, o País possuía 6,3 mil favelas (conceituadas anteriormente como aglomerados subnormais). Elas estavam presentes em 323 dos 5,5 mil municípios brasileiros. Ao todo, 6% da população (cerca de 11 milhões de pessoas) viviam nessas condições. Na ocasião, quase metade (49,8%) dos domicílios de aglomerados estavam na Região Sudeste. Ao menos neste último quesito, é retrato similar ao apresentado nesta sexta.

Hoje, o Sudeste reúne 6 mil favelas e comunidades urbanas, o que representa 48,7% do total. Trata-se de praticamente o dobro do que se vê na região Nordeste, a segunda com a maior quantidade de favelas, com 3,3 mil (ou 26,8%).

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No Amazonas, um a cada três moradores vive em favela

Porcentualmente, a região Norte é destaque. No Amazonas, um a cada três moradores do Estado mora em um local nessas condições. Amapá (24,4%) e Pará (18,8%), também na região Norte, vêm na sequência. Em São Paulo, 8,2% da população vive em favelas, número ligeiramente acima da média nacional (8,1%).

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O topo da lista liga o alerta não só para a vulnerabilidade social nessas regiões, mas também para possíveis danos à preservação ambiental, uma vez que são Estados situados na Amazônia Legal. Como mostrou o Estadão, a área tem passado por processo de favelização, em especial na região metropolitana de Manaus, o que pode contribuir para o avanço de facções, da milícia e de crimes ambientais.

Os dados do censo apontam que, entre as vinte favelas e comunidades urbanas mais populosas do País, oito estão na Região Norte (sete delas em Manaus), sete no Sudeste, quatro na Região Nordeste e somente uma, justamente a do Sol Nascente, no Centro-Oeste. Nenhuma das 20 maiores favelas está na Região Sul.

O Censo 2022 identificou ainda que 6,5 milhões de domicílios em favelas e comunidades urbanas, em todo o País, entre os quais 5,5 milhões (ou 84,8%) eram domicílios particulares permanentes ocupados.

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A população das favelas é mais jovem que a média do país, segundo a pesquisa. O censo aponta que a idade mediana da população do País é de 35 anos, e 30 anos nas favelas e comunidades urbanas.

A pesquisa aponta também que as proporções de pardos (56,8%) e pretos (16,1%) na população residente em favelas e comunidades urbanas é superior aos percentuais observados na população total (respectivamente 45,3% e 10,2%). Por outro lado, a proporção das pessoas que se declararam brancas (43,5%) no total da população é bastante superior ao percentual observado na população residente em favelas (26,6%).

O Brasil tem quase 16,4 milhões de pessoas morando em áreas de favela, o que representa 8,1% da população total do País, segundo dados do Censo Demográfico 2022 divulgados nesta sexta-feira, 8, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Ao todo, são 12,3 mil favelas ou comunidades urbanas no País. A pesquisa aponta que elas estão concentradas em 656 cidades, o equivalente a menos de 12% do total de municípios.

Estado mais populoso do País, São Paulo concentra a maior quantidade de favelas, com 3,1 mil comunidades identificadas pelo instituto, praticamente um quarto do total – Rio (com 1,7 mil) e Pernambuco (com 849) completam o topo da lista. O Estado possui ainda duas das maiores favelas: Paraisópolis (3º), com 58,5 mil habitantes, e Heliópolis (6º), com 55,5 mil.

De acordo com o IBGE, a Rocinha tem 72 mil moradores e é a maior favela do País. Foto: vadim_ozz/Adobe.Stock

A Rocinha, no Rio, hoje é a maior favela do País, com 72 mil moradores. Em segundo lugar, está a Sol Nascente (DF), com 70,9 mil habitantes – em resultado preliminar divulgado no ano passado, ela até apareceu como a maior do País, mas os dados apresentados nesta sexta, revisados por pesquisadores do instituto, agora apresentam um retrato mais preciso.

O IBGE agora usa o conceito de favelas e comunidades urbanas, classificados como territórios populares originados de estratégias da população para “atender, geralmente de forma autônoma e coletiva, às suas necessidades de moradia e usos associados (comércio, serviços, lazer, cultura, entre outros), diante da insuficiência e inadequação das políticas públicas e investimentos privados dirigidos à garantia do direito à cidade”.

“Esse conceito, embora seu conteúdo e a sua essência sejam os mesmos já há alguns censos, o nome, a nomenclatura e a redação do conceito sofreram um processo de mudança em janeiro de 2024, como fruto de um longo processo de discussão”, disse, em coletiva de imprensa, a pesquisadora do IBGE Letícia de Carvalho Giannella. O instituto afirmou que, durante esse período, ouviu uma série de entidades com atuação em favelas sobre as possíveis alterações.

Os pesquisadores indicaram que, na prática, as mudanças resultaram no mapeamento de áreas não identificadas pelo IBGE no Censo 2010, no ajuste de limites de áreas anteriormente mapeadas e no aperfeiçoamento dos mecanismos de acompanhamento da coleta no decorrer da operação. O instituto contraindica a comparação direta entre os resultados das duas pesquisas. Ainda assim, reconhece a importância de se fazer comparações cautelosas.

Os dados do Censo 2010 indicavam que, naquela época, o País possuía 6,3 mil favelas (conceituadas anteriormente como aglomerados subnormais). Elas estavam presentes em 323 dos 5,5 mil municípios brasileiros. Ao todo, 6% da população (cerca de 11 milhões de pessoas) viviam nessas condições. Na ocasião, quase metade (49,8%) dos domicílios de aglomerados estavam na Região Sudeste. Ao menos neste último quesito, é retrato similar ao apresentado nesta sexta.

Hoje, o Sudeste reúne 6 mil favelas e comunidades urbanas, o que representa 48,7% do total. Trata-se de praticamente o dobro do que se vê na região Nordeste, a segunda com a maior quantidade de favelas, com 3,3 mil (ou 26,8%).

No Amazonas, um a cada três moradores vive em favela

Porcentualmente, a região Norte é destaque. No Amazonas, um a cada três moradores do Estado mora em um local nessas condições. Amapá (24,4%) e Pará (18,8%), também na região Norte, vêm na sequência. Em São Paulo, 8,2% da população vive em favelas, número ligeiramente acima da média nacional (8,1%).

O topo da lista liga o alerta não só para a vulnerabilidade social nessas regiões, mas também para possíveis danos à preservação ambiental, uma vez que são Estados situados na Amazônia Legal. Como mostrou o Estadão, a área tem passado por processo de favelização, em especial na região metropolitana de Manaus, o que pode contribuir para o avanço de facções, da milícia e de crimes ambientais.

Os dados do censo apontam que, entre as vinte favelas e comunidades urbanas mais populosas do País, oito estão na Região Norte (sete delas em Manaus), sete no Sudeste, quatro na Região Nordeste e somente uma, justamente a do Sol Nascente, no Centro-Oeste. Nenhuma das 20 maiores favelas está na Região Sul.

O Censo 2022 identificou ainda que 6,5 milhões de domicílios em favelas e comunidades urbanas, em todo o País, entre os quais 5,5 milhões (ou 84,8%) eram domicílios particulares permanentes ocupados.

A população das favelas é mais jovem que a média do país, segundo a pesquisa. O censo aponta que a idade mediana da população do País é de 35 anos, e 30 anos nas favelas e comunidades urbanas.

A pesquisa aponta também que as proporções de pardos (56,8%) e pretos (16,1%) na população residente em favelas e comunidades urbanas é superior aos percentuais observados na população total (respectivamente 45,3% e 10,2%). Por outro lado, a proporção das pessoas que se declararam brancas (43,5%) no total da população é bastante superior ao percentual observado na população residente em favelas (26,6%).

O Brasil tem quase 16,4 milhões de pessoas morando em áreas de favela, o que representa 8,1% da população total do País, segundo dados do Censo Demográfico 2022 divulgados nesta sexta-feira, 8, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Ao todo, são 12,3 mil favelas ou comunidades urbanas no País. A pesquisa aponta que elas estão concentradas em 656 cidades, o equivalente a menos de 12% do total de municípios.

Estado mais populoso do País, São Paulo concentra a maior quantidade de favelas, com 3,1 mil comunidades identificadas pelo instituto, praticamente um quarto do total – Rio (com 1,7 mil) e Pernambuco (com 849) completam o topo da lista. O Estado possui ainda duas das maiores favelas: Paraisópolis (3º), com 58,5 mil habitantes, e Heliópolis (6º), com 55,5 mil.

De acordo com o IBGE, a Rocinha tem 72 mil moradores e é a maior favela do País. Foto: vadim_ozz/Adobe.Stock

A Rocinha, no Rio, hoje é a maior favela do País, com 72 mil moradores. Em segundo lugar, está a Sol Nascente (DF), com 70,9 mil habitantes – em resultado preliminar divulgado no ano passado, ela até apareceu como a maior do País, mas os dados apresentados nesta sexta, revisados por pesquisadores do instituto, agora apresentam um retrato mais preciso.

O IBGE agora usa o conceito de favelas e comunidades urbanas, classificados como territórios populares originados de estratégias da população para “atender, geralmente de forma autônoma e coletiva, às suas necessidades de moradia e usos associados (comércio, serviços, lazer, cultura, entre outros), diante da insuficiência e inadequação das políticas públicas e investimentos privados dirigidos à garantia do direito à cidade”.

“Esse conceito, embora seu conteúdo e a sua essência sejam os mesmos já há alguns censos, o nome, a nomenclatura e a redação do conceito sofreram um processo de mudança em janeiro de 2024, como fruto de um longo processo de discussão”, disse, em coletiva de imprensa, a pesquisadora do IBGE Letícia de Carvalho Giannella. O instituto afirmou que, durante esse período, ouviu uma série de entidades com atuação em favelas sobre as possíveis alterações.

Os pesquisadores indicaram que, na prática, as mudanças resultaram no mapeamento de áreas não identificadas pelo IBGE no Censo 2010, no ajuste de limites de áreas anteriormente mapeadas e no aperfeiçoamento dos mecanismos de acompanhamento da coleta no decorrer da operação. O instituto contraindica a comparação direta entre os resultados das duas pesquisas. Ainda assim, reconhece a importância de se fazer comparações cautelosas.

Os dados do Censo 2010 indicavam que, naquela época, o País possuía 6,3 mil favelas (conceituadas anteriormente como aglomerados subnormais). Elas estavam presentes em 323 dos 5,5 mil municípios brasileiros. Ao todo, 6% da população (cerca de 11 milhões de pessoas) viviam nessas condições. Na ocasião, quase metade (49,8%) dos domicílios de aglomerados estavam na Região Sudeste. Ao menos neste último quesito, é retrato similar ao apresentado nesta sexta.

Hoje, o Sudeste reúne 6 mil favelas e comunidades urbanas, o que representa 48,7% do total. Trata-se de praticamente o dobro do que se vê na região Nordeste, a segunda com a maior quantidade de favelas, com 3,3 mil (ou 26,8%).

No Amazonas, um a cada três moradores vive em favela

Porcentualmente, a região Norte é destaque. No Amazonas, um a cada três moradores do Estado mora em um local nessas condições. Amapá (24,4%) e Pará (18,8%), também na região Norte, vêm na sequência. Em São Paulo, 8,2% da população vive em favelas, número ligeiramente acima da média nacional (8,1%).

O topo da lista liga o alerta não só para a vulnerabilidade social nessas regiões, mas também para possíveis danos à preservação ambiental, uma vez que são Estados situados na Amazônia Legal. Como mostrou o Estadão, a área tem passado por processo de favelização, em especial na região metropolitana de Manaus, o que pode contribuir para o avanço de facções, da milícia e de crimes ambientais.

Os dados do censo apontam que, entre as vinte favelas e comunidades urbanas mais populosas do País, oito estão na Região Norte (sete delas em Manaus), sete no Sudeste, quatro na Região Nordeste e somente uma, justamente a do Sol Nascente, no Centro-Oeste. Nenhuma das 20 maiores favelas está na Região Sul.

O Censo 2022 identificou ainda que 6,5 milhões de domicílios em favelas e comunidades urbanas, em todo o País, entre os quais 5,5 milhões (ou 84,8%) eram domicílios particulares permanentes ocupados.

A população das favelas é mais jovem que a média do país, segundo a pesquisa. O censo aponta que a idade mediana da população do País é de 35 anos, e 30 anos nas favelas e comunidades urbanas.

A pesquisa aponta também que as proporções de pardos (56,8%) e pretos (16,1%) na população residente em favelas e comunidades urbanas é superior aos percentuais observados na população total (respectivamente 45,3% e 10,2%). Por outro lado, a proporção das pessoas que se declararam brancas (43,5%) no total da população é bastante superior ao percentual observado na população residente em favelas (26,6%).

O Brasil tem quase 16,4 milhões de pessoas morando em áreas de favela, o que representa 8,1% da população total do País, segundo dados do Censo Demográfico 2022 divulgados nesta sexta-feira, 8, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Ao todo, são 12,3 mil favelas ou comunidades urbanas no País. A pesquisa aponta que elas estão concentradas em 656 cidades, o equivalente a menos de 12% do total de municípios.

Estado mais populoso do País, São Paulo concentra a maior quantidade de favelas, com 3,1 mil comunidades identificadas pelo instituto, praticamente um quarto do total – Rio (com 1,7 mil) e Pernambuco (com 849) completam o topo da lista. O Estado possui ainda duas das maiores favelas: Paraisópolis (3º), com 58,5 mil habitantes, e Heliópolis (6º), com 55,5 mil.

De acordo com o IBGE, a Rocinha tem 72 mil moradores e é a maior favela do País. Foto: vadim_ozz/Adobe.Stock

A Rocinha, no Rio, hoje é a maior favela do País, com 72 mil moradores. Em segundo lugar, está a Sol Nascente (DF), com 70,9 mil habitantes – em resultado preliminar divulgado no ano passado, ela até apareceu como a maior do País, mas os dados apresentados nesta sexta, revisados por pesquisadores do instituto, agora apresentam um retrato mais preciso.

O IBGE agora usa o conceito de favelas e comunidades urbanas, classificados como territórios populares originados de estratégias da população para “atender, geralmente de forma autônoma e coletiva, às suas necessidades de moradia e usos associados (comércio, serviços, lazer, cultura, entre outros), diante da insuficiência e inadequação das políticas públicas e investimentos privados dirigidos à garantia do direito à cidade”.

“Esse conceito, embora seu conteúdo e a sua essência sejam os mesmos já há alguns censos, o nome, a nomenclatura e a redação do conceito sofreram um processo de mudança em janeiro de 2024, como fruto de um longo processo de discussão”, disse, em coletiva de imprensa, a pesquisadora do IBGE Letícia de Carvalho Giannella. O instituto afirmou que, durante esse período, ouviu uma série de entidades com atuação em favelas sobre as possíveis alterações.

Os pesquisadores indicaram que, na prática, as mudanças resultaram no mapeamento de áreas não identificadas pelo IBGE no Censo 2010, no ajuste de limites de áreas anteriormente mapeadas e no aperfeiçoamento dos mecanismos de acompanhamento da coleta no decorrer da operação. O instituto contraindica a comparação direta entre os resultados das duas pesquisas. Ainda assim, reconhece a importância de se fazer comparações cautelosas.

Os dados do Censo 2010 indicavam que, naquela época, o País possuía 6,3 mil favelas (conceituadas anteriormente como aglomerados subnormais). Elas estavam presentes em 323 dos 5,5 mil municípios brasileiros. Ao todo, 6% da população (cerca de 11 milhões de pessoas) viviam nessas condições. Na ocasião, quase metade (49,8%) dos domicílios de aglomerados estavam na Região Sudeste. Ao menos neste último quesito, é retrato similar ao apresentado nesta sexta.

Hoje, o Sudeste reúne 6 mil favelas e comunidades urbanas, o que representa 48,7% do total. Trata-se de praticamente o dobro do que se vê na região Nordeste, a segunda com a maior quantidade de favelas, com 3,3 mil (ou 26,8%).

No Amazonas, um a cada três moradores vive em favela

Porcentualmente, a região Norte é destaque. No Amazonas, um a cada três moradores do Estado mora em um local nessas condições. Amapá (24,4%) e Pará (18,8%), também na região Norte, vêm na sequência. Em São Paulo, 8,2% da população vive em favelas, número ligeiramente acima da média nacional (8,1%).

O topo da lista liga o alerta não só para a vulnerabilidade social nessas regiões, mas também para possíveis danos à preservação ambiental, uma vez que são Estados situados na Amazônia Legal. Como mostrou o Estadão, a área tem passado por processo de favelização, em especial na região metropolitana de Manaus, o que pode contribuir para o avanço de facções, da milícia e de crimes ambientais.

Os dados do censo apontam que, entre as vinte favelas e comunidades urbanas mais populosas do País, oito estão na Região Norte (sete delas em Manaus), sete no Sudeste, quatro na Região Nordeste e somente uma, justamente a do Sol Nascente, no Centro-Oeste. Nenhuma das 20 maiores favelas está na Região Sul.

O Censo 2022 identificou ainda que 6,5 milhões de domicílios em favelas e comunidades urbanas, em todo o País, entre os quais 5,5 milhões (ou 84,8%) eram domicílios particulares permanentes ocupados.

A população das favelas é mais jovem que a média do país, segundo a pesquisa. O censo aponta que a idade mediana da população do País é de 35 anos, e 30 anos nas favelas e comunidades urbanas.

A pesquisa aponta também que as proporções de pardos (56,8%) e pretos (16,1%) na população residente em favelas e comunidades urbanas é superior aos percentuais observados na população total (respectivamente 45,3% e 10,2%). Por outro lado, a proporção das pessoas que se declararam brancas (43,5%) no total da população é bastante superior ao percentual observado na população residente em favelas (26,6%).

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