Mais de 80 mil corpos estão em covas coletivas


Com medo de epidemias, haitianos fazem enterros e cremações de cadáveres em massa

Por João Paulo Charleaux e com AP

PORTO PRÍNCIPENove dias depois do terremoto que destruiu Porto Príncipe, os haitianos estão enterrando e queimando até 10 mil corpos por dia em covas coletivas abertas em barrancos nos arredores da capital. A medida contraria a orientação das organizações humanitárias, que pedem que os cadáveres sejam minimamente catalogados, uma vez que corpos de vítimas sadias não transmitem epidemias, mesmo em decomposição.A Comissão Europeia estima que pelo menos 80 mil corpos estejam em covas coletivas. "Eu vi tanta, mas tanta criança, que não posso dormir de noite. E, se durmo, tenho pesadelos o tempo todo", disse Foultone Fequiert, de 38 anos, que trabalha enterrando corpos num aterro de Titanyen, ao norte da capital.As covas coletivas exalam um odor pútrido e exibem em seu interior um emaranhado de membros expostos de homens, mulheres e crianças com seus corpos paralisados e entrelaçados em meio à lama. "Eu recebi 10 mil cadáveres só ontem", disse Fequiert com o rosto coberto por uma camiseta na tentativa de amenizar o mau cheiro.Os trabalhadores encarregados dos enterros em massa dizem não ter tempo para cumprir rituais religiosos nem para deixar os corpos em covas que possam ser localizadas por parentes mais tarde. "Nós só empurramos para dentro e tampamos", disse Luckner Clerzier, que ajuda a guiar os caminhões que chegam aos aterros coletivos com cada vez mais cadáveres.Um correspondente da agência de notícias Associated Press contou 15 covas em um bairro da capital, a maioria com 8 metros de profundidade. Na maior delas, três máquinas revezavam-se nas escavações, preparando o local para a chegada de novos corpos."Será muito difícil vencer a crença popular de que os cadáveres contribuem para a propagação de epidemias. Esse é um mito enraizado demais", disse ao Estado o médico legista do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), Morris Tidball-Binz, que está no Haiti para ajudar na catalogação dos cadáveres. "Corpos de pessoas sãs não transmitem doenças. O impacto deles para a saúde pública é infinitamente menor do que a consequência que uma cremação coletiva tem para a saúde mental dos parentes." A mesma posição é defendida pela ONG Médicos Sem Fronteiras (MSF) e está, segundo ambas as organizações, de acordo com normas da Organização Mundial da Saúde.

PORTO PRÍNCIPENove dias depois do terremoto que destruiu Porto Príncipe, os haitianos estão enterrando e queimando até 10 mil corpos por dia em covas coletivas abertas em barrancos nos arredores da capital. A medida contraria a orientação das organizações humanitárias, que pedem que os cadáveres sejam minimamente catalogados, uma vez que corpos de vítimas sadias não transmitem epidemias, mesmo em decomposição.A Comissão Europeia estima que pelo menos 80 mil corpos estejam em covas coletivas. "Eu vi tanta, mas tanta criança, que não posso dormir de noite. E, se durmo, tenho pesadelos o tempo todo", disse Foultone Fequiert, de 38 anos, que trabalha enterrando corpos num aterro de Titanyen, ao norte da capital.As covas coletivas exalam um odor pútrido e exibem em seu interior um emaranhado de membros expostos de homens, mulheres e crianças com seus corpos paralisados e entrelaçados em meio à lama. "Eu recebi 10 mil cadáveres só ontem", disse Fequiert com o rosto coberto por uma camiseta na tentativa de amenizar o mau cheiro.Os trabalhadores encarregados dos enterros em massa dizem não ter tempo para cumprir rituais religiosos nem para deixar os corpos em covas que possam ser localizadas por parentes mais tarde. "Nós só empurramos para dentro e tampamos", disse Luckner Clerzier, que ajuda a guiar os caminhões que chegam aos aterros coletivos com cada vez mais cadáveres.Um correspondente da agência de notícias Associated Press contou 15 covas em um bairro da capital, a maioria com 8 metros de profundidade. Na maior delas, três máquinas revezavam-se nas escavações, preparando o local para a chegada de novos corpos."Será muito difícil vencer a crença popular de que os cadáveres contribuem para a propagação de epidemias. Esse é um mito enraizado demais", disse ao Estado o médico legista do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), Morris Tidball-Binz, que está no Haiti para ajudar na catalogação dos cadáveres. "Corpos de pessoas sãs não transmitem doenças. O impacto deles para a saúde pública é infinitamente menor do que a consequência que uma cremação coletiva tem para a saúde mental dos parentes." A mesma posição é defendida pela ONG Médicos Sem Fronteiras (MSF) e está, segundo ambas as organizações, de acordo com normas da Organização Mundial da Saúde.

PORTO PRÍNCIPENove dias depois do terremoto que destruiu Porto Príncipe, os haitianos estão enterrando e queimando até 10 mil corpos por dia em covas coletivas abertas em barrancos nos arredores da capital. A medida contraria a orientação das organizações humanitárias, que pedem que os cadáveres sejam minimamente catalogados, uma vez que corpos de vítimas sadias não transmitem epidemias, mesmo em decomposição.A Comissão Europeia estima que pelo menos 80 mil corpos estejam em covas coletivas. "Eu vi tanta, mas tanta criança, que não posso dormir de noite. E, se durmo, tenho pesadelos o tempo todo", disse Foultone Fequiert, de 38 anos, que trabalha enterrando corpos num aterro de Titanyen, ao norte da capital.As covas coletivas exalam um odor pútrido e exibem em seu interior um emaranhado de membros expostos de homens, mulheres e crianças com seus corpos paralisados e entrelaçados em meio à lama. "Eu recebi 10 mil cadáveres só ontem", disse Fequiert com o rosto coberto por uma camiseta na tentativa de amenizar o mau cheiro.Os trabalhadores encarregados dos enterros em massa dizem não ter tempo para cumprir rituais religiosos nem para deixar os corpos em covas que possam ser localizadas por parentes mais tarde. "Nós só empurramos para dentro e tampamos", disse Luckner Clerzier, que ajuda a guiar os caminhões que chegam aos aterros coletivos com cada vez mais cadáveres.Um correspondente da agência de notícias Associated Press contou 15 covas em um bairro da capital, a maioria com 8 metros de profundidade. Na maior delas, três máquinas revezavam-se nas escavações, preparando o local para a chegada de novos corpos."Será muito difícil vencer a crença popular de que os cadáveres contribuem para a propagação de epidemias. Esse é um mito enraizado demais", disse ao Estado o médico legista do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), Morris Tidball-Binz, que está no Haiti para ajudar na catalogação dos cadáveres. "Corpos de pessoas sãs não transmitem doenças. O impacto deles para a saúde pública é infinitamente menor do que a consequência que uma cremação coletiva tem para a saúde mental dos parentes." A mesma posição é defendida pela ONG Médicos Sem Fronteiras (MSF) e está, segundo ambas as organizações, de acordo com normas da Organização Mundial da Saúde.

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