SÃO PAULO - O Hotel Maksoud Plaza foi arrematado nesta quinta-feira, 24, em leilão por R$ 70 milhões, o lance mínimo. Sem concorrentes, os empresários Fernando Simões e Jussara Elaine Simões, da Júlio Simões Logística (JLS), com sede em Mogi das Cruzes, só precisaram dar um lance.
O leilão serve para pagar dívidas trabalhistas do hotel e da empresa Hidroservicce, do mesmo grupo. Avaliado em R$ 140 milhões, o Maksoud entrou na terça-feira com pedido de cancelamento do leilão no Tribunal Regional do Trabalho (TRT-SP), alegando que suas dívidas estavam quitadas. Na quarta-feira, o TRT acolheu parcialmente o pedido, mantendo o leilão, mas suspendendo seus efeitos.
Por causa disso, os compradores agora terão de esperar decisão definitiva da Justiça para dispor do imóvel. Nesta quinta, eles entraram com pedido de registro de compra no processo de penhora em nome da JSL e da Locon Empreendimentos Ltda. Por enquanto, foram pagos 30% do valor.
Faturamento. Inaugurada em 1956 como transportadora de cargas, a JSL anunciou na semana passada a compra por R$ 405 milhões da Rodoviário Schio, especializada em transporte de alimentos com temperatura controlada. Em 2011, sua faturamento bruto foi R$ 2,263 bilhões.
Com o leilão, as ações trabalhistas do Maksoud serão encaminhadas a uma vara especializada, onde credores poderão se habilitar para receber o que lhes é devido. De acordo com a juíza Ana Carolina Nogueira, a ideia é quitar as dívidas o mais rapidamente possível.
A assessoria do Maksoud diz que o leilão foi decidido por causa de uma dívida trabalhista liquidada no valor de R$ 326 mil. O TRT afirma que o processo que levou o hotel ao leilão reúne, além dessa dívida, outras 19 ações de execução da empresa Hidroservice, somando mais R$ 16 milhões. Ainda há 90 ações em tramitação contra o hotel –algumas já executadas – e 87 contra a Hidroservice.
O Maksoud alega que, em setembro, o leilão de um imóvel de seus proprietários arrecadou R$ 37 milhões, suficientes para pagar as dívidas. O TRT afirma que o imóvel não foi arrematado à vista e apenas R$ 13,7 milhões foram pagos até agora.O Maksoud já tinha ido a leilão em 2008, mas ninguém ofereceu o lance mínimo, de R$ 45 milhões. Procurada, a direção não quis comentar a venda desta quinta.
O hotel continua funcionando. Na recepção, a informação ontem era de que a ocupação está acima da média (“por causa da temporada de Fórmula 1”). As diárias custam entre R$ 960 a R$ 3,5 mil.