Marina não quer compromisso 'da boca para fora' de Aécio e não tem pressa para decidir


O apoio da candidata derrotada do PSB à Presidência, Marina Silva, ao candidato Aécio Neves (PSDB) pode demorar dias e ela não aceitará compromissos da "boca para fora" do tucano em troca do seu apoio. "Não adianta ter pressa, a pressa não é nossa", disse à Reuters uma fonte próxima a Marina, sob condição de anonimato. "Ele (Aécio) é que tem que convencer o eleitor e a Marina, que é uma eleitora em última instância", afirmou a fonte. Marina havia anunciado que nesta quinta-feira participaria de reunião da coligação em Brasília para definir posicionamento sobre o segundo turno, mas decidiu aguardar uma resposta do tucano a suas propostas antes de se manifestar. Dos partidos da coligação, formada por PSB, PPS, PPL, PHS, PRP, PSL, o PSB e o PPS anunciaram antes do encontro o apoio a Aécio. A ex-senadora quer, no entanto, que o tucano assuma compromissos com a sociedade sobre pontos específicos do seu programa de governo e que são diferentes das propostas do PSDB. "Ele tem que assumir o compromisso, por exemplo, que não vai repassar responsabilidade sobre demarcação de terras indígenas para o Congresso, que isso vai continuar com o Executivo. Mas tem que ir lá assumir esse compromisso com os movimentos indígenas", disse a fonte. "Ele tem que assumir o compromisso com o MST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra) de colocar uma meta para assentamentos", acrescentou. "Ele vai ter que assumir compromisso com os setores da sociedade de que não vai defender a redução da maioridade penal", acrescentou a fonte, listando pelo menos três pontos do capítulo de direitos humanos do programa de governo de Marina, que são bem diferentes das posições do PSDB. Nessa questão da maioridade penal, o candidato defende uma mudança legal para que em casos de reincidência e para crimes hediondos, cometidos por jovens de 16 e 17 anos, possam ser ouvidos pela Promotoria e o Juizado da Infância e do Adolescente para analisar se é o caso do jovem ser julgado de acordo com o Código Penal. Segundo essa fonte, somente depois de um posicionamento de Aécio sobre esses e outros temas que serão definidos pelos partidos da aliança de Marina é que ela manifestará seu apoio. "Ele é que vai definir se o apoio de Marina é importante ou não", acrescentou a fonte. Um pouco antes da reunião, o deputado Beto Albuquerque (PSB-RS), que era candidato a vice-presidente de Marina, havia confirmado que Marina só se pronunciará, depois que Aécio se manifestar sobre as questões programáticas. "Ela quer se pronunciar a partir do momento em que a coligação do Aécio disser concordar ou não com os pontos programáticos que nós vamos oferecer", disse a jornalistas. "O PSB já decidiu, vota em Aécio Neves e apresentará ao longo do dia de hoje (quinta) à coordenação de programa de Aécio quais são os itens programáticos que nós achamos imprescindíveis constarem da campanha de segundo turno de Aécio", acrescentou Albuquerque.

Por JEFERSON RIBEIRO

(Reportagem adicional de Maria Carolina Marcello)

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