Ao som do rap Morro Triste, que fala sobre um assassinato na periferia, cerca de cem de pessoas se despediram de Laércio de Souza Grimas, de 33 anos, o DJ Lah, na tarde deste domingo (6). O integrante do grupo Conexão do Morro foi um dos sete mortos na primeira chacina do ano na capital, no Campo Limpo, zona sul.Ele foi enterrado às 14h no Cemitério dos Jesuítas, em Embu das Artes, na Grande São Paulo. O clima, durante o sepultamento, era de medo. Amigos e familiares não quiseram dar entrevista, alguns deles por temer novas mortes na região. A vizinhança suspeita que o crime foi praticado por policiais militares ligados a grupos de extermínio."O governador Geraldo Alckmin diz que está tudo sob controle, mas não está. Meu filho foi morto em outubro e, agora, meu primo", afirma uma parente de DJ Lah, que pediu para ter o nome preservado. O filho dela, de 19 anos, foi morto por encapuzados quando buscava uma pizza, em uma ocorrência que terminou com mais dois mortos e uma mulher baleada.Durante o enterro, os integrantes do Conexão do Morro disseram não estar em condições de falar sobre a morte do DJ. Em nome do grupo, que tem várias músicas denunciando a violência policial, o empresário Samuel Ferreira da Silva, de 48 anos, o DJ San Mix, afirmou: "O sistema causa essa violência. Então, a gente procura abrir os olhos do povo, para ter a lei do lado e combater essa violência".Outras duas vítimas da chacina, os irmãos João Batista Pereira de Almeida, de 34 anos, e Edilson Lima Pereira Santos, de 27, foram enterrados no Cemitério Horto da Paz. "Eles tinham parado para comprar um guaraná e estavam saindo, mas os encapuzados mandaram eles voltarem", disse um líder comunitário. Segundo testemunhas, 14 homens encapuzados chegaram ao bar atirando.O líder comunitário afirmou que a população pretende fazer um protesto nos próximos dias contra as mortes frequentes.Neivan dos Santos, de 23 anos, ferido de raspão na perna, teve alta neste sábado (5). Oswaldo dos Santos, de 20 anos, baleado no tórax, passou por cirurgia neste domingo e se recuperava bem, segundo a Secretaria Municipal da Saúde. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo
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