RIO - Um menino de 11 anos morreu atingido por uma bala perdida durante a comemoração do réveillon em Mesquita, município da Baixada Fluminense, no Rio. Familiares contaram à polícia que Juan Davi de Souza Faria estava de pé sobre uma cadeira na varanda da casa de sua família, no bairro Santa Teresinha, vendo os fogos de artifício lançados a partir da 0h de domingo, dia 1, e acompanhado por parentes quando foi baleado na cabeça, à 0h05.
Levado a uma unidade de saúde, morreu em seguida. A Polícia Civil acredita que o menino tenha sido atingido por um tiro disparado aleatoriamente para o alto por alguém que estivesse comemorando a chegada de 2023.
Até à tarde desta segunda-feira, 2, o autor do disparo não havia sido identificado pela Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense, que investiga o caso. A Polícia Militar informou que não havia operação da corporação nas imediações.
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Afirmou também que o 20º BPM (Mesquita) só foi acionado para verificar o que ocorrera com um adolescente que chegou baleado à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro Edson Passos, para onde Juan havia sido levado. Ao chegar ao local, os policiais souberam que a vítima havia morrido.
Juan era filho único e estudava na Escola Municipal Machado de Assis. O colégio lamentou a morte, em mensagem publicada nas redes sociais.
“É com imenso pesar que comunicamos o falecimento do nosso aluno Juan Davi de Souza Faria. Que a família do Juan Davi receba nossas condolências e amor nesse momento. Que tenham força para passar por esse momento de dor e tristeza. Sintam-se abraçados.”
Um primo de Juan, Saulo Alves, publicou uma foto do menino com a família durante a festa do réveillon, antes de ser baleado, e escreveu: “Eu peguei você no colo, eu que vi (você) dentro da barriga da sua mãe, como brigamos, como rimos juntos, como cantamos juntos, fizemos coisa que só vai ficar na lembrança agora. Como queria que isso fosse um pesadelo, lembro que você ontem (sábado) vivo, em minutos você estava morto sem pode (sic) fazer nada, nem conseguir ajudar meu primo, por que, Deus? Por que essa dor? Por que o nosso menino?”
Em outra postagem, Alves escreveu: “Descanse em paz, primo, não consigo acreditar, pensei que era um pesadelo, como uma criança morre assim? Eu não consigo acreditar, juro, te amarei na eternidade (...). O ano mal começou e a consequência da vida tirou você da sua família”.
Humaitá
Juan não foi a única vítima de bala perdida no Rio de Janeiro neste réveillon. Uma adolescente de 13 anos foi atingida de raspão nas costas por um tiro quando comemorava a chegada de 2023 na casa da avó, na rua Capistrano de Abreu, no Humaitá (zona sul). Levada a um hospital particular, ela foi atendida e liberada em seguida. A jovem passa bem.
Um projétil foi encontrado no chão da sala do apartamento. A polícia acredita que o tiro possa ter partido do morro Santa Marta, que fica a poucos metros do imóvel onde a adolescente estava. Até a tarde desta segunda-feira, o autor desse disparo também não havia sido identificado.