O ex-oficial de Justiça Antônio Sérgio Barata da Silva, de 47 anos, é suspeito de ter seqüestrado, violentado e assassinado o menino P. A. M. O., de 4 anos, cujo corpo, com sinais de estrangulamento, foi encontrado no começo da tarde de domingo, 20, boiando às margens de um igarapé na Vila Bacuriteua, em Bragança, região nordeste do Pará. Barata foi condenado a seis anos de prisão há quatro anos pelo estupro e morte de uma adolescente de 14 anos em Rondon do Pará. Ele nega ter matado o menino, mas é desmentido por uma irmã de P., de 19 anos, que teria sido convidada pelo acusado para dar uma volta, mas recusou. O crime revoltou a população e por medida de segurança o suspeito foi transferido para a capital. Barata era amigo dos pais da criança, o médico Carlos Orosco, e sua mulher Neide, e teria se prevalecido da ausência do casal para ir até a casa dos avós do menino para raptá-lo, segundo versão da polícia. O corpo do menino está desde segunda-feira, 21, no Instituto Médico Legal (IML) Renato Chaves, em Belém, onde foi reconhecido por parentes. O sepultamento deve acontecer na manhã desta quarta-feira, 23, no Cemitério Santa Rosa, em Bragança. O delegado Vander Veloso, que investiga o crime, disse que os indícios de envolvimento de Barata no crime são muito fortes. A polícia apreendeu na casa dele um computador e várias peças de roupa. Uma delas, uma camiseta, suja, teria sido a mesma que o suspeito usava no sábado, 19, quando esteve na casa dos avós de P., meia hora antes de o menino desaparecer. "Durante o interrogatório, ele caiu várias vezes em contradição", informou o delegado. Por causa disso, o juiz da comarca, Roberto Valois, decretou a prisão temporária de Barata por cinco dias. Segundo o suspeito, ele teria permanecido na residência dos avós da criança apenas cinco minutos. Depois disso, foi para um bar. Afirmou ainda que ajudou a família a procurar o menino e, depois de preso, ofereceu seu carro, um Palio, para ser periciado. No carro havia mechas de cabelo que estão sendo analisadas. Um tio do garoto, Artur Eugênio Brito Maia, foi taxativo. "Não há a menor dúvida de que foi ele (Barata) o assassino. Ele esteve na casa dos avós do P. duas vezes no mesmo dia antes do meu sobrinho desaparecer. Foi a única pessoa que apareceu lá nesse dia".
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