Mídia influencia eleição na Ucrânia


Dois jornalistas que deixaram a Rússia podem ajudar a decidir o segundo turno da disputa presidencial no país

Por Clifford J. Levy

Nas semanas finais da campanha presidencial na Ucrânia, todos os candidatos queriam um espaço no programa político de Savik Shuster. Um deles até ameaçou invadir o estúdio de TV de Shuster em Kiev para forçar um debate improvisado ao vivo com um rival. Como nos velhos tempos - em Moscou.Shuster é um refugiado da Rússia de Vladimir Putin. Como as notícias pela TV começaram a ser censuradas, alguns jornalistas mais provocadores, como ele, foram para a vizinha Ucrânia, onde o clima político da imprensa é mais vivo e diversificado e muito mais interessante.Savik Shuster deixou Moscou após seu programa Liberdade de Expressão ser tirado do ar. As alegações foram que suas perguntas deixavam o telespectador com dúvidas sobre as autoridades entrevistadas.Para outro jornalista russo que veio para Kiev, Yevgeny Kiselyov, um pioneiro no jornalismo televisivo em Moscou na década de 90, a autocensura é predominante na Rússia. "Existem todos os tipos de "não pode"", disse.Com programas de entrevistas de sucesso que competem entre si, esses dois imigrantes tornaram-se inesperadamente os mestres do jogo político na imprensa televisiva, podendo influenciar no resultado do segundo turno da eleição ucraniana, dia 7, que será decidido entre Viktor Yanukovich, o perdedor na Revolução Laranja, e a premiê Yulia Timoshenko, heroína daquela revolução.O fato de que ninguém sabe quem vai vencer mostra como a Ucrânia não é como muitos países da era pós-soviética. Os dois candidatos participaram dos programas de Shuster e de Kiselyov. Quando entrevistou Yanukovich este mês, Shuster procurou atingir seu ponto mais vulnerável: a percepção de que ele pode ser um títere de Putin. "Dizem que o senhor concordaria em passar o governo para o Kremlin, é verdade?", perguntou.Foi Yulia que ameaçou invadir o estúdio de Shuster. Em dezembro, ela pediu um debate ao vivo com Yanukovich, mas Shuster recusou e ela o ameaçou, mas acabou recuando.Shuster está em Kiev desde 2005, e Kiselyov desde 2008. Dado o panorama que se esboçou após o colapso da União Soviética, é fácil glamourizar a mídia na Ucrânia. Mas a verdade - hoje em Kiev, como em Moscou no passado - é mais nebulosa. As emissoras da Ucrânia são controladas por oligarcas que com frequência as usam para marcar pontos e apoiar flagrantemente seus candidatos. Como na Rússia.Mas o governo não exerce controle sobre o conteúdo das notícias como em Moscou. Shuster e Kiselyov dizem que, por causa da sua posição destacada, conseguiram evitar a pressão dos proprietários dos canais de TV.Os dois não estão muito seguros de que a experiência democrática ucraniana acabará bem. A república está cansada das disputas e reviravoltas políticas, e a corrupção tomou conta, da mesma maneira que na Rússia. A Revolução Laranja perdeu seu brilho e talvez o próximo presidente reforce o controle sobre a imprensa. Mesmo assim, Kiselyov diz que os ucranianos se acostumaram com a liberdade e não pretendem retroceder.

Nas semanas finais da campanha presidencial na Ucrânia, todos os candidatos queriam um espaço no programa político de Savik Shuster. Um deles até ameaçou invadir o estúdio de TV de Shuster em Kiev para forçar um debate improvisado ao vivo com um rival. Como nos velhos tempos - em Moscou.Shuster é um refugiado da Rússia de Vladimir Putin. Como as notícias pela TV começaram a ser censuradas, alguns jornalistas mais provocadores, como ele, foram para a vizinha Ucrânia, onde o clima político da imprensa é mais vivo e diversificado e muito mais interessante.Savik Shuster deixou Moscou após seu programa Liberdade de Expressão ser tirado do ar. As alegações foram que suas perguntas deixavam o telespectador com dúvidas sobre as autoridades entrevistadas.Para outro jornalista russo que veio para Kiev, Yevgeny Kiselyov, um pioneiro no jornalismo televisivo em Moscou na década de 90, a autocensura é predominante na Rússia. "Existem todos os tipos de "não pode"", disse.Com programas de entrevistas de sucesso que competem entre si, esses dois imigrantes tornaram-se inesperadamente os mestres do jogo político na imprensa televisiva, podendo influenciar no resultado do segundo turno da eleição ucraniana, dia 7, que será decidido entre Viktor Yanukovich, o perdedor na Revolução Laranja, e a premiê Yulia Timoshenko, heroína daquela revolução.O fato de que ninguém sabe quem vai vencer mostra como a Ucrânia não é como muitos países da era pós-soviética. Os dois candidatos participaram dos programas de Shuster e de Kiselyov. Quando entrevistou Yanukovich este mês, Shuster procurou atingir seu ponto mais vulnerável: a percepção de que ele pode ser um títere de Putin. "Dizem que o senhor concordaria em passar o governo para o Kremlin, é verdade?", perguntou.Foi Yulia que ameaçou invadir o estúdio de Shuster. Em dezembro, ela pediu um debate ao vivo com Yanukovich, mas Shuster recusou e ela o ameaçou, mas acabou recuando.Shuster está em Kiev desde 2005, e Kiselyov desde 2008. Dado o panorama que se esboçou após o colapso da União Soviética, é fácil glamourizar a mídia na Ucrânia. Mas a verdade - hoje em Kiev, como em Moscou no passado - é mais nebulosa. As emissoras da Ucrânia são controladas por oligarcas que com frequência as usam para marcar pontos e apoiar flagrantemente seus candidatos. Como na Rússia.Mas o governo não exerce controle sobre o conteúdo das notícias como em Moscou. Shuster e Kiselyov dizem que, por causa da sua posição destacada, conseguiram evitar a pressão dos proprietários dos canais de TV.Os dois não estão muito seguros de que a experiência democrática ucraniana acabará bem. A república está cansada das disputas e reviravoltas políticas, e a corrupção tomou conta, da mesma maneira que na Rússia. A Revolução Laranja perdeu seu brilho e talvez o próximo presidente reforce o controle sobre a imprensa. Mesmo assim, Kiselyov diz que os ucranianos se acostumaram com a liberdade e não pretendem retroceder.

Nas semanas finais da campanha presidencial na Ucrânia, todos os candidatos queriam um espaço no programa político de Savik Shuster. Um deles até ameaçou invadir o estúdio de TV de Shuster em Kiev para forçar um debate improvisado ao vivo com um rival. Como nos velhos tempos - em Moscou.Shuster é um refugiado da Rússia de Vladimir Putin. Como as notícias pela TV começaram a ser censuradas, alguns jornalistas mais provocadores, como ele, foram para a vizinha Ucrânia, onde o clima político da imprensa é mais vivo e diversificado e muito mais interessante.Savik Shuster deixou Moscou após seu programa Liberdade de Expressão ser tirado do ar. As alegações foram que suas perguntas deixavam o telespectador com dúvidas sobre as autoridades entrevistadas.Para outro jornalista russo que veio para Kiev, Yevgeny Kiselyov, um pioneiro no jornalismo televisivo em Moscou na década de 90, a autocensura é predominante na Rússia. "Existem todos os tipos de "não pode"", disse.Com programas de entrevistas de sucesso que competem entre si, esses dois imigrantes tornaram-se inesperadamente os mestres do jogo político na imprensa televisiva, podendo influenciar no resultado do segundo turno da eleição ucraniana, dia 7, que será decidido entre Viktor Yanukovich, o perdedor na Revolução Laranja, e a premiê Yulia Timoshenko, heroína daquela revolução.O fato de que ninguém sabe quem vai vencer mostra como a Ucrânia não é como muitos países da era pós-soviética. Os dois candidatos participaram dos programas de Shuster e de Kiselyov. Quando entrevistou Yanukovich este mês, Shuster procurou atingir seu ponto mais vulnerável: a percepção de que ele pode ser um títere de Putin. "Dizem que o senhor concordaria em passar o governo para o Kremlin, é verdade?", perguntou.Foi Yulia que ameaçou invadir o estúdio de Shuster. Em dezembro, ela pediu um debate ao vivo com Yanukovich, mas Shuster recusou e ela o ameaçou, mas acabou recuando.Shuster está em Kiev desde 2005, e Kiselyov desde 2008. Dado o panorama que se esboçou após o colapso da União Soviética, é fácil glamourizar a mídia na Ucrânia. Mas a verdade - hoje em Kiev, como em Moscou no passado - é mais nebulosa. As emissoras da Ucrânia são controladas por oligarcas que com frequência as usam para marcar pontos e apoiar flagrantemente seus candidatos. Como na Rússia.Mas o governo não exerce controle sobre o conteúdo das notícias como em Moscou. Shuster e Kiselyov dizem que, por causa da sua posição destacada, conseguiram evitar a pressão dos proprietários dos canais de TV.Os dois não estão muito seguros de que a experiência democrática ucraniana acabará bem. A república está cansada das disputas e reviravoltas políticas, e a corrupção tomou conta, da mesma maneira que na Rússia. A Revolução Laranja perdeu seu brilho e talvez o próximo presidente reforce o controle sobre a imprensa. Mesmo assim, Kiselyov diz que os ucranianos se acostumaram com a liberdade e não pretendem retroceder.

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