Mizael, o melhor amigo dos irmãos Torsi, foi, além de um dos oito fundadores, o idealizador do estatuto do PCC. Ele aprendeu com os camorristas que uma organização precisa, antes de tudo, de lealdade e contribuição. E foi assim que escreveu os 16 artigos do estatuto. O 1.º diz: "Lealdade, respeito e solidariedade acima de tudo ao Partido." O 7.º adverte: "Aquele que estiver em liberdade, bem estruturado, mas se esquecer de contribuir com os irmãos que estão na cadeia, será condenado à morte sem perdão." Esse é um dos lemas da máfia. Os irmãos Torsi explicaram a Mizael que uma organização tem dever de ajudar familiares de integrantes e contratar advogados para defender sócios em caso de prisão. O artigo 4.º do PCC diz: "A contribuição daqueles que estão em liberdade com os irmãos dentro da prisão, por meio de advogados, dinheiro, ajuda aos familiares e ação de resgate." Assim que saiu de Taubaté, Mizael foi transferido para uma prisão de Mato Grosso do Sul e depois ao Presídio de Piraquara (PR). Após liderar rebelião em 2001, foi transferido para São Paulo e, em 2002, morto na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau. Uma semana antes de morrer, Mizael escreveu carta aos fundadores do PCC, em que mostrou ter aprendido ensinamentos dos Torsi: propôs rebelião em série nos presídios e sequestros de políticos e jornalistas. REGRA - Lealdade antes de tudo
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