Moradores de Atibaia abrem comportas


Cerca de 30 manifestantes invadiram usina e liberaram 5 mil litros de água por segundo

Por Diego Zanchetta

Cerca de 30 moradores do bairro de classe média alta Parque das Nações e do condomínio Santa Mônica, em Atibaia, invadiram, na madrugada de ontem, a hidrelétrica do centro empresarial da cidade e abriram 40 centímetros de uma das duas comportas da barragem. Foram liberados 5 mil litros de água por segundo a mais no Rio Atibaia. Segundo as famílias, um dos vertedouros era mantido fechado há dois meses para obras de manutenção, o que estaria aumentando a retenção de águas nas margens do rio. O bairro e o condomínio, alagados desde segunda-feira e localizados 1 quilômetro acima da usina, foram construídos em área de várzea a partir de 1999, com autorização da prefeitura. O operador da usina confirma que um dos vertedouros estava fechado para a instalação de novas bobinas, mas nega que a medida tenha contribuído para as enchentes. Homens e mulheres se organizaram em caminhonetes tração 4X4 importadas e jipes para chegar à usina, em meio a uma trilha de mata fechada, ao lado da Rodovia Dom Pedro. Seis homens com cordas ajudaram a puxar a madeira da comporta. Ontem pela manhã, por volta das 8 horas, moradores comemoravam e diziam que o nível do rio e das ruas alagadas só não subiu mais durante a madrugada, após novas chuvas, por causa da abertura forçada da comporta.Das 23 horas de quinta-feira às 16 horas de ontem, o Atibaia havia subido apenas sete centímetros - de 4,20 metros para 4,27 metros. Na quarta-feira, mesmo sem chuvas, o rio chegou a subir meio metro, por causa da abertura dos vertedouros de dois dos quatro reservatórios que transbordaram do Sistema Cantareira. Do reservatório da usina, abaixo dos bairros alagados, os moradores reclamam do contrário: queriam que o vertedouro fosse aberto, para aumentar a vazão do Atibaia em direção ao Rio Piracicaba. Com o apoio de três advogados, os moradores que puxaram a madeira da comporta esperaram do lado de fora da barragem até amanhecer, quando empresários e o operador do local, após reunião com as famílias, concordaram em manter os 40 cm abertos até segunda-feira à tarde. Na terça-feira, o local será vistoriado por técnicos da Secretaria Estadual dos Recursos Hídricos. A invasão no local não foi registrada em boletim de ocorrência.A usina é operada por uma empresa terceirizada e distribui energia para mais de 40 empresas. A barragem que desvia água para as turbinas da hidrelétrica tem duas comportas. Uma delas foi parcialmente aberta. "Isso não muda em nada o nível (de água) nas áreas alagadas. Quarenta centímetros são cinco mil litros de água a mais que não são retidos no nosso reservatório, que libera uma vazão de 90 mil litros por segundo para o rio", argumentou o operador da usina, Ernesto Schiel.Empresários que se reuniram com os moradores garantiram que vão contratar uma empresa independente para fazer o estudo hidrológico da barragem. "Vamos mostrar que esse reservatório não causa alagamento algum", afirmou o empresário Luiz Aparecido Gomes, de 39 anos, representante de uma empresa fabricante de eletrônicos. Os moradores dizem o contrário. "Foi só abrir a comporta que a água não subiu mais. Está na cara que a hidrelétrica tem culpa (pelas enchentes)", reclamou o empresário Harold Carvalho Chaves, de 48 anos, morador no Parque das Nações.PROTESTOApós deixar a usina, os moradores saíram em protesto pelo centro de Atibaia. Cerca de 70 manifestantes pediram o fechamento da usina ao prefeito, José Denig (PV). Ele se comprometeu a pedir um estudo ao Estado. Para a prefeitura, os responsáveis pelas enchentes que alagaram 15 bairros e removeram 916 famílias são a abertura dos vertedouros dos Reservatórios Atibainha e Jaguari e as chuvas. A Sabesp nega que o volume excedente dos reservatórios tenha causado a enchente e responsabiliza as chuvas. Prefeituras da região do Circuito das Águas começaram a distribuir alimentos e cestas básicas aos mais de 6 mil desalojados.

Cerca de 30 moradores do bairro de classe média alta Parque das Nações e do condomínio Santa Mônica, em Atibaia, invadiram, na madrugada de ontem, a hidrelétrica do centro empresarial da cidade e abriram 40 centímetros de uma das duas comportas da barragem. Foram liberados 5 mil litros de água por segundo a mais no Rio Atibaia. Segundo as famílias, um dos vertedouros era mantido fechado há dois meses para obras de manutenção, o que estaria aumentando a retenção de águas nas margens do rio. O bairro e o condomínio, alagados desde segunda-feira e localizados 1 quilômetro acima da usina, foram construídos em área de várzea a partir de 1999, com autorização da prefeitura. O operador da usina confirma que um dos vertedouros estava fechado para a instalação de novas bobinas, mas nega que a medida tenha contribuído para as enchentes. Homens e mulheres se organizaram em caminhonetes tração 4X4 importadas e jipes para chegar à usina, em meio a uma trilha de mata fechada, ao lado da Rodovia Dom Pedro. Seis homens com cordas ajudaram a puxar a madeira da comporta. Ontem pela manhã, por volta das 8 horas, moradores comemoravam e diziam que o nível do rio e das ruas alagadas só não subiu mais durante a madrugada, após novas chuvas, por causa da abertura forçada da comporta.Das 23 horas de quinta-feira às 16 horas de ontem, o Atibaia havia subido apenas sete centímetros - de 4,20 metros para 4,27 metros. Na quarta-feira, mesmo sem chuvas, o rio chegou a subir meio metro, por causa da abertura dos vertedouros de dois dos quatro reservatórios que transbordaram do Sistema Cantareira. Do reservatório da usina, abaixo dos bairros alagados, os moradores reclamam do contrário: queriam que o vertedouro fosse aberto, para aumentar a vazão do Atibaia em direção ao Rio Piracicaba. Com o apoio de três advogados, os moradores que puxaram a madeira da comporta esperaram do lado de fora da barragem até amanhecer, quando empresários e o operador do local, após reunião com as famílias, concordaram em manter os 40 cm abertos até segunda-feira à tarde. Na terça-feira, o local será vistoriado por técnicos da Secretaria Estadual dos Recursos Hídricos. A invasão no local não foi registrada em boletim de ocorrência.A usina é operada por uma empresa terceirizada e distribui energia para mais de 40 empresas. A barragem que desvia água para as turbinas da hidrelétrica tem duas comportas. Uma delas foi parcialmente aberta. "Isso não muda em nada o nível (de água) nas áreas alagadas. Quarenta centímetros são cinco mil litros de água a mais que não são retidos no nosso reservatório, que libera uma vazão de 90 mil litros por segundo para o rio", argumentou o operador da usina, Ernesto Schiel.Empresários que se reuniram com os moradores garantiram que vão contratar uma empresa independente para fazer o estudo hidrológico da barragem. "Vamos mostrar que esse reservatório não causa alagamento algum", afirmou o empresário Luiz Aparecido Gomes, de 39 anos, representante de uma empresa fabricante de eletrônicos. Os moradores dizem o contrário. "Foi só abrir a comporta que a água não subiu mais. Está na cara que a hidrelétrica tem culpa (pelas enchentes)", reclamou o empresário Harold Carvalho Chaves, de 48 anos, morador no Parque das Nações.PROTESTOApós deixar a usina, os moradores saíram em protesto pelo centro de Atibaia. Cerca de 70 manifestantes pediram o fechamento da usina ao prefeito, José Denig (PV). Ele se comprometeu a pedir um estudo ao Estado. Para a prefeitura, os responsáveis pelas enchentes que alagaram 15 bairros e removeram 916 famílias são a abertura dos vertedouros dos Reservatórios Atibainha e Jaguari e as chuvas. A Sabesp nega que o volume excedente dos reservatórios tenha causado a enchente e responsabiliza as chuvas. Prefeituras da região do Circuito das Águas começaram a distribuir alimentos e cestas básicas aos mais de 6 mil desalojados.

Cerca de 30 moradores do bairro de classe média alta Parque das Nações e do condomínio Santa Mônica, em Atibaia, invadiram, na madrugada de ontem, a hidrelétrica do centro empresarial da cidade e abriram 40 centímetros de uma das duas comportas da barragem. Foram liberados 5 mil litros de água por segundo a mais no Rio Atibaia. Segundo as famílias, um dos vertedouros era mantido fechado há dois meses para obras de manutenção, o que estaria aumentando a retenção de águas nas margens do rio. O bairro e o condomínio, alagados desde segunda-feira e localizados 1 quilômetro acima da usina, foram construídos em área de várzea a partir de 1999, com autorização da prefeitura. O operador da usina confirma que um dos vertedouros estava fechado para a instalação de novas bobinas, mas nega que a medida tenha contribuído para as enchentes. Homens e mulheres se organizaram em caminhonetes tração 4X4 importadas e jipes para chegar à usina, em meio a uma trilha de mata fechada, ao lado da Rodovia Dom Pedro. Seis homens com cordas ajudaram a puxar a madeira da comporta. Ontem pela manhã, por volta das 8 horas, moradores comemoravam e diziam que o nível do rio e das ruas alagadas só não subiu mais durante a madrugada, após novas chuvas, por causa da abertura forçada da comporta.Das 23 horas de quinta-feira às 16 horas de ontem, o Atibaia havia subido apenas sete centímetros - de 4,20 metros para 4,27 metros. Na quarta-feira, mesmo sem chuvas, o rio chegou a subir meio metro, por causa da abertura dos vertedouros de dois dos quatro reservatórios que transbordaram do Sistema Cantareira. Do reservatório da usina, abaixo dos bairros alagados, os moradores reclamam do contrário: queriam que o vertedouro fosse aberto, para aumentar a vazão do Atibaia em direção ao Rio Piracicaba. Com o apoio de três advogados, os moradores que puxaram a madeira da comporta esperaram do lado de fora da barragem até amanhecer, quando empresários e o operador do local, após reunião com as famílias, concordaram em manter os 40 cm abertos até segunda-feira à tarde. Na terça-feira, o local será vistoriado por técnicos da Secretaria Estadual dos Recursos Hídricos. A invasão no local não foi registrada em boletim de ocorrência.A usina é operada por uma empresa terceirizada e distribui energia para mais de 40 empresas. A barragem que desvia água para as turbinas da hidrelétrica tem duas comportas. Uma delas foi parcialmente aberta. "Isso não muda em nada o nível (de água) nas áreas alagadas. Quarenta centímetros são cinco mil litros de água a mais que não são retidos no nosso reservatório, que libera uma vazão de 90 mil litros por segundo para o rio", argumentou o operador da usina, Ernesto Schiel.Empresários que se reuniram com os moradores garantiram que vão contratar uma empresa independente para fazer o estudo hidrológico da barragem. "Vamos mostrar que esse reservatório não causa alagamento algum", afirmou o empresário Luiz Aparecido Gomes, de 39 anos, representante de uma empresa fabricante de eletrônicos. Os moradores dizem o contrário. "Foi só abrir a comporta que a água não subiu mais. Está na cara que a hidrelétrica tem culpa (pelas enchentes)", reclamou o empresário Harold Carvalho Chaves, de 48 anos, morador no Parque das Nações.PROTESTOApós deixar a usina, os moradores saíram em protesto pelo centro de Atibaia. Cerca de 70 manifestantes pediram o fechamento da usina ao prefeito, José Denig (PV). Ele se comprometeu a pedir um estudo ao Estado. Para a prefeitura, os responsáveis pelas enchentes que alagaram 15 bairros e removeram 916 famílias são a abertura dos vertedouros dos Reservatórios Atibainha e Jaguari e as chuvas. A Sabesp nega que o volume excedente dos reservatórios tenha causado a enchente e responsabiliza as chuvas. Prefeituras da região do Circuito das Águas começaram a distribuir alimentos e cestas básicas aos mais de 6 mil desalojados.

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