Cinco pessoas foram mortas em confronto com policiais militares, na sexta-feira, 4, em Salvador, na Bahia. O número de mortos em trocas de tiros entre grupos armados e agentes da Polícia Militar subiu para 30 em uma semana, conforme confirmou a Polícia Militar da Bahia na manhã deste sábado, 5. O Estado lidera os números de letalidade policial no País. O Ministério Público da Bahia (MP-BA) investiga as ações policiais.
Conforme a Polícia Civil, policiais militares informaram terem sido acionados por moradores denunciando a presença de homens armados no bairro do Iapi, na capital baiana. Os PMs encontraram o grupo na Avenida Peixe e houve várias trocas de tiros. Cinco homens foram atingidos. As vítimas foram levadas para o Hospital Geral Ernesto Simões Filho, onde os cinco baleados morreram.
Os policiais apresentaram à Polícia Civil quatro armas e um simulacro encontrados com os suspeitos, além de três celulares e pinos de cocaína. As mortes foram registradas como decorrentes de resistência à ação policial e serão investigadas pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), da capital baiana. Com esses óbitos, apenas Salvador contabiliza dez mortes em confrontos com a PM.
A escalada de violência teve início em 28 de julho, quando sete suspeitos foram mortos em Camaçari, na região metropolitana de Salvador, após confronto com policiais militares. Ainda na sexta, outros quatro suspeitos foram mortos por suposta reação a um patrulhamento armado da PM.
No dia 30, seis homens e duas mulheres foram baleados e mortos em Itatim. No dia 31, houve novos enfrentamentos na região de Jaguarari, em Salvador: quatro pessoas morreram. Nesta quarta-feira, 2, um homem morreu no bairro Arenoso, em Salvador, após ser baleado por policiais militares.
O Ministério Público da Bahia informou que abriu investigação para apurar as ações policiais que resultaram em mortes, em Camaçari, Itatim e Salvador. A Bahia é o Estado com maior número absoluto de mortes em ações policiais, segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. No ano passado, 1.464 pessoas foram mortas em confronto com a polícia baiana.
O crescimento vai na contramão da tendência observada no Brasil. No balanço nacional, mostra o Anuário do Fórum de Segurança, os indicadores de letalidade policial registraram queda entre 2021 e o ano passado, de 6.524 para 6.430.
Além das mortes pela polícia da Bahia, sob a gestão Jerônimo Rodrigues (PT), os últimos dias foram marcados pela letalidade policial em São Paulo. Operação da PM desencadeada no Guarujá após o assassinato de um agente da Rota matou 16, sob a gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos). Os dois governos defendem a legalidade das ações.