O Ministério Público Estadual (MPE) ingressou ontem com ação civil pública pedindo o afastamento sumário dos seis policiais do Departamento de Investigações sobre Crime Organizado (Deic). Eles são acusados de sequestrar, achacar e roubar um traficante de drogas ligado ao Primeiro Comando da Capital (PCC) em Peruíbe, no litoral de São Paulo. O delegado Marcelo Teixeira Lima, chefe da equipe que recuperou as telas furtadas do Museu de Arte de São Paulo (Masp), em dezembro de 2007, e três investigadores estão presos. Outros dois policiais continuam foragidos. A ação por improbidade administrativa, violação de princípios administrativos e enriquecimento ilícito foi movida pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) de Santos e pela Promotoria da Cidadania de Peruíbe. Os promotores também solicitam a indisponibilidade dos bens dos envolvidos até R$ 50 mil. "Sem medo de protagonizar equívoco, o afastamento de eventual policial corrupto é um bem ao serviço público e um bem incomensurável à instituição policial, que, lamentavelmente, conta com alguns indivíduos que enveredaram para o palco da desonestidade na condução de seus cargos", escreveram os promotores. Em 30 de setembro, os seis policiais do Deic foram até Peruíbe e abordaram Paulo César Ferreira Souza, o Pulina, apontado como o chefe do tráfico de drogas na cidade. Em vez de prender o criminoso procurado pela Justiça, os investigadores o teriam sequestrado e passado a exigir R$ 200 mil para libertá-lo. Souza, porém, estava sendo monitorado pelo Departamento de Investigações Sobre Narcóticos (Denarc). Toda a negociação entre o traficante e os policiais foi interceptada e repassada ao Gaeco. Além de achacar o bandido, os investigadores ainda são suspeitos de terem subtraído parte dos 400 quilos de entorpecente que ele guardava num depósito. Procurado às 20h30 de ontem, o advogado do delegado não foi localizado. Os defensores dos investigadores também não foram encontrados.
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