As mudanças no Código Florestal que estão sendo propostas no Congresso podem afetar a competitividade das empresas brasileiras de base florestal e agrícola. Essa é uma das conclusões do segundo relatório de Pegada Florestal (Forest Footprint Disclosure, em inglês), que foi divulgado ontem, em Londres. O estudo é voltado a investidores internacionais e mostra como os setores que impactam as florestas (como pecuária, madeira, celulose e papel, biocombustíveis, entre outros) estão conduzindo suas atividades e gerenciando os impactos sobre as áreas verdes. A Forest Footprint Disclosure é apoiada pelas Nações Unidas, pelo governo britânico e pela Bolsa de Londres. Entre as companhias brasileiras que responderam ao estudo estão os frigoríficos Independência, Marfrig e JBS, a Fibria, de papel e celulose, o Grupo André Maggi, de agropecuária, e a Natura, de cosméticos. Na edição anterior do estudo, de 2009, apenas Independência e Fibria haviam prestado contas."É importante que as empresas brasileiras prestem contas em relação aos seus impactos às florestas. Mas as ameaças ao Código Florestal não garantem que os avanços feitos pelas empresas brasileiras serão mantidos", afirma Tracey Campbell, diretora do Forest Footprint Disclosure. Tracey dedica um capítulo inteiro do relatório à revisão do Código Florestal e descreve o relator da proposta de alteração da legislação, o deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), como um "político que concebe a proteção das florestas como um plano desenhado pelos países desenvolvidos para restringir o progresso econômico do Brasil". Segundo ela, a expansão da fronteira agrícola rumo às áreas de florestas pode afetar o mercado mundial de produtos agrícolas, derrubando os preços, o que afetaria a rentabilidade dos próprios produtores brasileiros.