Nanicos ''alugam'' legendas para 2010


Lideranças nos Estados aceleram troca-troca e, para driblar legislação, fazem acordo com suas legendas atuais

Por Leandro Colon e BRASÍLIA

Na reta final da filiação partidária para as eleições de 2010, partidos nanicos estão entregando as legendas nos Estados a lideranças de peso em troca de dinheiro e potencial de votos nas urnas. Para assumir o comando dessas siglas pequenas sem perder o atual mandato, políticos driblam a legislação eleitoral, fazendo acordo com suas siglas atuais. O Partido Social Cristão (PSC) - cuja ideologia política é "colocar o ser humano em primeiro lugar" - já entregou os Estados de Alagoas, Piauí, Paraíba e fecha os últimos detalhes do Distrito Federal. Seu presidente nacional, Vitor Nósseis, não esconde que a estrutura financeira de um novo filiado é fundamental. "Como vou fazer as coisas sem recursos? Num relacionamento entre marido e mulher, se o dinheiro sai pela porta, a mulher sai pela janela", disse em entrevista ao Estado. O Partido da Mobilização Nacional (PMN) entregou o diretório de Brasília à deputada distrital Jaqueline Roriz - candidata a uma vaga na Câmara - e briga com o PSC pela filiação de seu pai, o ex-governador Joaquim Roriz, que deixou o PMDB. Ontem, Roriz deixou no ar a possibilidade ir para o PSC. "O partido tem o social no nome e o que mais quero ser é social, para ajudar os pobres", afirmou.Outras legendas, como PRTB, PSL, PRB, buscam a mesma estratégia pelo País. O projeto de poder dessas siglas é único e financeiro: eleger o maior número de deputados para aumentar os recursos recebidos do fundo partidário, distribuído conforme a composição da Câmara. Neste ano, vigora a legislação eleitoral que permite às legendas brigarem pelos mandatos dos infiéis. O troca-troca partidário tem sido, então, muito mais intenso no segundo escalão, em muitos casos, com a conivência das grandes siglas. Os partidos que sofrem o ataque especulativo do PSC prometem não recorrer ao TSE para retomar as vagas porque esperam ver a legenda em sua órbita no futuro. O senador Mão Santa (PI), por exemplo, acertou sua saída do poderoso PMDB rumo ao pequeno PSC. Vai presidir o partido no Piauí. "Esse partido acredita em Deus. A doutrina é Cristo e o programa é a promoção do homem", ressaltou Mão Santa.As manobras devem ocorrer até 3 de outubro, último dia de prazo para filiação partidária. Veterano na política, o deputado Marcondes Gadelha anunciou a saída do PSB para comandar o PSC na Paraíba. Seu antigo partido não deve pedir o mandato de volta. Gadelha vai levar junto dois deputados estaduais - entre eles o filho Leonardo Gadelha -, prefeitos e vereadores. Ele mesmo admite que a escolha pelo PSC é de conveniência política. "Vou para o PSC porque na Paraíba é mais fácil de compor, vai me dar mais liberdade. Vou comandá-lo no Estado. É mais fácil de ajustar", disse.CARTA BRANCATambém presente na filiação de Mão Santa, Carlos Alberto Canuto - ligado à família Calheiros - sairá do PMDB para dirigir o partido cristão em Alagoas, sem risco de perder o mandato de deputado. Outros dois deputados, Manoel Júnior (PSB-PB) e Laerte Bessa (PMDB-DF), também devem seguir para o PSC. "Não conheço a estrutura desse partido, mas sei que tem pessoas idôneas", diz Bessa. Em troca de receber a chave do partido com carta branca para trabalhar, eles levam estrutura financeira e possibilidade de sucesso nas urnas.A discussão política, muitas vezes, passa longe dessas pequenas legendas. A meta é mesmo aumentar a bancada na Câmara. "O partido não oferece, mas pede. Pede ajuda, para que as pessoas se candidatem a deputado federal", admite o presidente do PSC, que elegeu nove deputados em 2006. Com essa bancada, recebe R$ 2 milhões por ano do fundo partidário, composto por recursos públicos. Hoje, o PSC tem 12 deputados. Com as novas filiações, pode chegar a 17, ultrapassando legendas influentes, como PV e PPS.Para driblar a Lei Eleitoral, um grupo de deputados tenta outra estratégia: registrar um novo partido até o dia 3. É o Partido Socialista da República, o PSR. A resolução do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) não considera essa mudança infidelidade partidária. O PSR já está inscrito num cartório de Brasília. Seus idealizadores buscam agora colher as 468 mil assinaturas mínimas necessárias para registrá-lo no TSE. Deputado pelo DEM, Bispo Rodovalho já ingressou com pedido de desfiliação no TSE alegando ser um dos fundadores do PSR.

Na reta final da filiação partidária para as eleições de 2010, partidos nanicos estão entregando as legendas nos Estados a lideranças de peso em troca de dinheiro e potencial de votos nas urnas. Para assumir o comando dessas siglas pequenas sem perder o atual mandato, políticos driblam a legislação eleitoral, fazendo acordo com suas siglas atuais. O Partido Social Cristão (PSC) - cuja ideologia política é "colocar o ser humano em primeiro lugar" - já entregou os Estados de Alagoas, Piauí, Paraíba e fecha os últimos detalhes do Distrito Federal. Seu presidente nacional, Vitor Nósseis, não esconde que a estrutura financeira de um novo filiado é fundamental. "Como vou fazer as coisas sem recursos? Num relacionamento entre marido e mulher, se o dinheiro sai pela porta, a mulher sai pela janela", disse em entrevista ao Estado. O Partido da Mobilização Nacional (PMN) entregou o diretório de Brasília à deputada distrital Jaqueline Roriz - candidata a uma vaga na Câmara - e briga com o PSC pela filiação de seu pai, o ex-governador Joaquim Roriz, que deixou o PMDB. Ontem, Roriz deixou no ar a possibilidade ir para o PSC. "O partido tem o social no nome e o que mais quero ser é social, para ajudar os pobres", afirmou.Outras legendas, como PRTB, PSL, PRB, buscam a mesma estratégia pelo País. O projeto de poder dessas siglas é único e financeiro: eleger o maior número de deputados para aumentar os recursos recebidos do fundo partidário, distribuído conforme a composição da Câmara. Neste ano, vigora a legislação eleitoral que permite às legendas brigarem pelos mandatos dos infiéis. O troca-troca partidário tem sido, então, muito mais intenso no segundo escalão, em muitos casos, com a conivência das grandes siglas. Os partidos que sofrem o ataque especulativo do PSC prometem não recorrer ao TSE para retomar as vagas porque esperam ver a legenda em sua órbita no futuro. O senador Mão Santa (PI), por exemplo, acertou sua saída do poderoso PMDB rumo ao pequeno PSC. Vai presidir o partido no Piauí. "Esse partido acredita em Deus. A doutrina é Cristo e o programa é a promoção do homem", ressaltou Mão Santa.As manobras devem ocorrer até 3 de outubro, último dia de prazo para filiação partidária. Veterano na política, o deputado Marcondes Gadelha anunciou a saída do PSB para comandar o PSC na Paraíba. Seu antigo partido não deve pedir o mandato de volta. Gadelha vai levar junto dois deputados estaduais - entre eles o filho Leonardo Gadelha -, prefeitos e vereadores. Ele mesmo admite que a escolha pelo PSC é de conveniência política. "Vou para o PSC porque na Paraíba é mais fácil de compor, vai me dar mais liberdade. Vou comandá-lo no Estado. É mais fácil de ajustar", disse.CARTA BRANCATambém presente na filiação de Mão Santa, Carlos Alberto Canuto - ligado à família Calheiros - sairá do PMDB para dirigir o partido cristão em Alagoas, sem risco de perder o mandato de deputado. Outros dois deputados, Manoel Júnior (PSB-PB) e Laerte Bessa (PMDB-DF), também devem seguir para o PSC. "Não conheço a estrutura desse partido, mas sei que tem pessoas idôneas", diz Bessa. Em troca de receber a chave do partido com carta branca para trabalhar, eles levam estrutura financeira e possibilidade de sucesso nas urnas.A discussão política, muitas vezes, passa longe dessas pequenas legendas. A meta é mesmo aumentar a bancada na Câmara. "O partido não oferece, mas pede. Pede ajuda, para que as pessoas se candidatem a deputado federal", admite o presidente do PSC, que elegeu nove deputados em 2006. Com essa bancada, recebe R$ 2 milhões por ano do fundo partidário, composto por recursos públicos. Hoje, o PSC tem 12 deputados. Com as novas filiações, pode chegar a 17, ultrapassando legendas influentes, como PV e PPS.Para driblar a Lei Eleitoral, um grupo de deputados tenta outra estratégia: registrar um novo partido até o dia 3. É o Partido Socialista da República, o PSR. A resolução do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) não considera essa mudança infidelidade partidária. O PSR já está inscrito num cartório de Brasília. Seus idealizadores buscam agora colher as 468 mil assinaturas mínimas necessárias para registrá-lo no TSE. Deputado pelo DEM, Bispo Rodovalho já ingressou com pedido de desfiliação no TSE alegando ser um dos fundadores do PSR.

Na reta final da filiação partidária para as eleições de 2010, partidos nanicos estão entregando as legendas nos Estados a lideranças de peso em troca de dinheiro e potencial de votos nas urnas. Para assumir o comando dessas siglas pequenas sem perder o atual mandato, políticos driblam a legislação eleitoral, fazendo acordo com suas siglas atuais. O Partido Social Cristão (PSC) - cuja ideologia política é "colocar o ser humano em primeiro lugar" - já entregou os Estados de Alagoas, Piauí, Paraíba e fecha os últimos detalhes do Distrito Federal. Seu presidente nacional, Vitor Nósseis, não esconde que a estrutura financeira de um novo filiado é fundamental. "Como vou fazer as coisas sem recursos? Num relacionamento entre marido e mulher, se o dinheiro sai pela porta, a mulher sai pela janela", disse em entrevista ao Estado. O Partido da Mobilização Nacional (PMN) entregou o diretório de Brasília à deputada distrital Jaqueline Roriz - candidata a uma vaga na Câmara - e briga com o PSC pela filiação de seu pai, o ex-governador Joaquim Roriz, que deixou o PMDB. Ontem, Roriz deixou no ar a possibilidade ir para o PSC. "O partido tem o social no nome e o que mais quero ser é social, para ajudar os pobres", afirmou.Outras legendas, como PRTB, PSL, PRB, buscam a mesma estratégia pelo País. O projeto de poder dessas siglas é único e financeiro: eleger o maior número de deputados para aumentar os recursos recebidos do fundo partidário, distribuído conforme a composição da Câmara. Neste ano, vigora a legislação eleitoral que permite às legendas brigarem pelos mandatos dos infiéis. O troca-troca partidário tem sido, então, muito mais intenso no segundo escalão, em muitos casos, com a conivência das grandes siglas. Os partidos que sofrem o ataque especulativo do PSC prometem não recorrer ao TSE para retomar as vagas porque esperam ver a legenda em sua órbita no futuro. O senador Mão Santa (PI), por exemplo, acertou sua saída do poderoso PMDB rumo ao pequeno PSC. Vai presidir o partido no Piauí. "Esse partido acredita em Deus. A doutrina é Cristo e o programa é a promoção do homem", ressaltou Mão Santa.As manobras devem ocorrer até 3 de outubro, último dia de prazo para filiação partidária. Veterano na política, o deputado Marcondes Gadelha anunciou a saída do PSB para comandar o PSC na Paraíba. Seu antigo partido não deve pedir o mandato de volta. Gadelha vai levar junto dois deputados estaduais - entre eles o filho Leonardo Gadelha -, prefeitos e vereadores. Ele mesmo admite que a escolha pelo PSC é de conveniência política. "Vou para o PSC porque na Paraíba é mais fácil de compor, vai me dar mais liberdade. Vou comandá-lo no Estado. É mais fácil de ajustar", disse.CARTA BRANCATambém presente na filiação de Mão Santa, Carlos Alberto Canuto - ligado à família Calheiros - sairá do PMDB para dirigir o partido cristão em Alagoas, sem risco de perder o mandato de deputado. Outros dois deputados, Manoel Júnior (PSB-PB) e Laerte Bessa (PMDB-DF), também devem seguir para o PSC. "Não conheço a estrutura desse partido, mas sei que tem pessoas idôneas", diz Bessa. Em troca de receber a chave do partido com carta branca para trabalhar, eles levam estrutura financeira e possibilidade de sucesso nas urnas.A discussão política, muitas vezes, passa longe dessas pequenas legendas. A meta é mesmo aumentar a bancada na Câmara. "O partido não oferece, mas pede. Pede ajuda, para que as pessoas se candidatem a deputado federal", admite o presidente do PSC, que elegeu nove deputados em 2006. Com essa bancada, recebe R$ 2 milhões por ano do fundo partidário, composto por recursos públicos. Hoje, o PSC tem 12 deputados. Com as novas filiações, pode chegar a 17, ultrapassando legendas influentes, como PV e PPS.Para driblar a Lei Eleitoral, um grupo de deputados tenta outra estratégia: registrar um novo partido até o dia 3. É o Partido Socialista da República, o PSR. A resolução do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) não considera essa mudança infidelidade partidária. O PSR já está inscrito num cartório de Brasília. Seus idealizadores buscam agora colher as 468 mil assinaturas mínimas necessárias para registrá-lo no TSE. Deputado pelo DEM, Bispo Rodovalho já ingressou com pedido de desfiliação no TSE alegando ser um dos fundadores do PSR.

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