Capital no Nordeste decreta emergência por risco de colapso em cartão-postal


Medidas emergenciais, como o isolamento do Morro do Careca com sacos de areia, foram adotadas como forma de mitigar o risco de colapso da formação geológica natural

Por Ricardo Araújo
Atualização:

Os principais cartões-postais de Natal, o Morro do Careca, na praia de Ponta Negra, e a Via Costeira, que se estende de leste a sul da cidade, estão sofrendo processo erosivo considerado crônico por especialistas. Na última semana, o avanço das marés acima do normal levou a capital potiguar a decretar emergência por 90 dias.

Medidas emergenciais, como o isolamento do Morro do Careca com sacos de areia, foram adotadas como forma de mitigar o risco de colapso da formação geológica natural. Em paralelo, teve o início a engorda da praia de Ponta Negra e de um trecho da Via Costeira, que promete expandir a faixa de areia em até 100 metros durante a maré baixa.

Medidas emergenciais, como o isolamento do Morro do Careca com sacos de areia, foram adotadas como forma de mitigar o risco de colapso da formação geológica natural. Foto: Magnus Nascimento/Secom/Prefeitura do Natal
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“O que ocorre na região da praia de Ponta e Via Costeira é um processo erosivo que acomete o Rio Grande do Norte como um todo. Aliás, a grande maioria das praias arenosas do mundo está enfrentando processo de erosão acelerado em razão da emergência climática, das energias oceânicas cada vez mais intensas. Sobretudo as ondas e as correntes”, diz Venerando Eustáquio, professor de Engenharia Civil e Ambiental da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).

“As marés também têm se mostrado cada vez mais intensas e chegam ao litoral, onde já estamos, com um processo erosivo instalado há décadas”, acrescenta Eustáquio. Outras cidades costeiras, como Caraguatatuba, em São Paulo, têm erguido até muros no encontro do rio com o mar para evitar mais estragos.

Os principais cartões-postais de Natal, o Morro do Careca, na praia de Ponta Negra, e a Via Costeira, que se estende de Leste a Sul da cidade, estão sofrendo um processo erosivo considerado crônico por especialistas. Foto: Magnus Nascimento/Secom/Prefeitura do Natal
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No decreto 13.192, de 20 de setembro, a prefeitura lista que o “avanço das marés acima da normalidade tem provocado o agravamento da erosão marinha, destruição dos equipamentos dissipadores da drenagem na praia de Ponta Negra, bem como destruição parcial da proteção costeira de hotéis e de rampas de acesso à praia”.

Além disso, ressalta que foi identificada “acentuada desagregação de blocos de sedimento, fragilidade erosiva, risco de solapamento do solo, carreamento superficial de areia, colapsos de arcos sedimentares, entre outros”.

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O Morro do Careca, que ao longo dos anos teve sua paisagem natural modificada em virtude do avanço da erosão, é patrimônio histórico e cultural da capital potiguar.

Os principais cartões-postais de Natal, o Morro do Careca, na praia de Ponta Negra, e a Via Costeira, que se estende de Leste a Sul da cidade, estão sofrendo um processo erosivo considerado crônico por especialistas. Foto: Magnus Nascimento/Secom/Prefeitura do Natal

Conforme Eustáquio, o processo erosivo vem se construindo por várias questões não só em Natal, mas em todo o Nordeste. Ele cita que a crise hídrica fez com que os rios fossem barrados e, com isso, foi diminuindo o aporte de sedimentos para a região costeira, chegando menos areia a cada temporada.

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Somado a isso, a impermeabilização das cidades e o processo de contenção que se faz nos ambientes urbanos, para impedir o processo erosivo, agravaram a situação. Com o passar do tempo, houve intensificação das energias oceânicas decorrente da emergência climática e, sobretudo, as ondas e correntes se tornaram responsáveis ainda mais ativas pela remoção e pelo transporte dos sedimentos.

Nesta semana, o avanço das marés acima da normalidade levou a Prefeitura a decretar estado de emergência por 90 dias. Foto: Magnus Nascimento/Secom/Prefeitura do Natal

“Há um quadro erosivo intenso no RN e em estados vizinhos. A praia de Ponta Negra é só mais um setor desses. O que nos preocupa é porque é o setor da principal orla urbana do estado, na orla de Natal. Esse processo tem se intensificado no decorrer das décadas, a partir dos anos 1980. Ocorreu uma ocupação desordenada do solo nas áreas costeiras. Obras em setores que o mar avança e derruba”, destaca o pesquisador.

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Avanço das marés provoca erosão crônica em praias urbanas de Natal. Foto: Magnus Nascimento/Secom/Prefeitura do Natal

Ele ressalta que o Morro do Careca em situação muito vulnerável. Isso porque o volume de areia que alimenta a formação geológica está escasso e as ondas atuam na base do Morro, revelando uma falésia. Hoje, há redução de areia e uma erosão considerada grave afetando a falésia.

Morro do Careca está ameaçado pela erosão Foto: Kivia Pandolphi/Semurb
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“Natal optou por um avanço muito negativo sobre esses setores muito próximos da linha do mar, da linha de praia e isso impermeabilizou o terreno. O escoamento superficial desses setores impermeabilizados está sendo jogado em direção ao mar, fazendo com que haja o processo erosivo. Isso é muito deletério. Nós devíamos nos distanciar do mar e preservar as áreas próximas a essa linha de costa com uma estrutura mais próxima do natural. Quando você coloca a cidade diante do mar, as ondas vão tentar destruir o que tiver de infraestrutura, de equipamento urbano e isso que é negativo nessa região”, alerta Venerando Eustáquio.

Os principais cartões-postais de Natal, o Morro do Careca, na praia de Ponta Negra, e a Via Costeira, que se estende de leste a sul da cidade, estão sofrendo processo erosivo considerado crônico por especialistas. Na última semana, o avanço das marés acima do normal levou a capital potiguar a decretar emergência por 90 dias.

Medidas emergenciais, como o isolamento do Morro do Careca com sacos de areia, foram adotadas como forma de mitigar o risco de colapso da formação geológica natural. Em paralelo, teve o início a engorda da praia de Ponta Negra e de um trecho da Via Costeira, que promete expandir a faixa de areia em até 100 metros durante a maré baixa.

Medidas emergenciais, como o isolamento do Morro do Careca com sacos de areia, foram adotadas como forma de mitigar o risco de colapso da formação geológica natural. Foto: Magnus Nascimento/Secom/Prefeitura do Natal

“O que ocorre na região da praia de Ponta e Via Costeira é um processo erosivo que acomete o Rio Grande do Norte como um todo. Aliás, a grande maioria das praias arenosas do mundo está enfrentando processo de erosão acelerado em razão da emergência climática, das energias oceânicas cada vez mais intensas. Sobretudo as ondas e as correntes”, diz Venerando Eustáquio, professor de Engenharia Civil e Ambiental da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).

“As marés também têm se mostrado cada vez mais intensas e chegam ao litoral, onde já estamos, com um processo erosivo instalado há décadas”, acrescenta Eustáquio. Outras cidades costeiras, como Caraguatatuba, em São Paulo, têm erguido até muros no encontro do rio com o mar para evitar mais estragos.

Os principais cartões-postais de Natal, o Morro do Careca, na praia de Ponta Negra, e a Via Costeira, que se estende de Leste a Sul da cidade, estão sofrendo um processo erosivo considerado crônico por especialistas. Foto: Magnus Nascimento/Secom/Prefeitura do Natal

No decreto 13.192, de 20 de setembro, a prefeitura lista que o “avanço das marés acima da normalidade tem provocado o agravamento da erosão marinha, destruição dos equipamentos dissipadores da drenagem na praia de Ponta Negra, bem como destruição parcial da proteção costeira de hotéis e de rampas de acesso à praia”.

Além disso, ressalta que foi identificada “acentuada desagregação de blocos de sedimento, fragilidade erosiva, risco de solapamento do solo, carreamento superficial de areia, colapsos de arcos sedimentares, entre outros”.

O Morro do Careca, que ao longo dos anos teve sua paisagem natural modificada em virtude do avanço da erosão, é patrimônio histórico e cultural da capital potiguar.

Os principais cartões-postais de Natal, o Morro do Careca, na praia de Ponta Negra, e a Via Costeira, que se estende de Leste a Sul da cidade, estão sofrendo um processo erosivo considerado crônico por especialistas. Foto: Magnus Nascimento/Secom/Prefeitura do Natal

Conforme Eustáquio, o processo erosivo vem se construindo por várias questões não só em Natal, mas em todo o Nordeste. Ele cita que a crise hídrica fez com que os rios fossem barrados e, com isso, foi diminuindo o aporte de sedimentos para a região costeira, chegando menos areia a cada temporada.

Somado a isso, a impermeabilização das cidades e o processo de contenção que se faz nos ambientes urbanos, para impedir o processo erosivo, agravaram a situação. Com o passar do tempo, houve intensificação das energias oceânicas decorrente da emergência climática e, sobretudo, as ondas e correntes se tornaram responsáveis ainda mais ativas pela remoção e pelo transporte dos sedimentos.

Nesta semana, o avanço das marés acima da normalidade levou a Prefeitura a decretar estado de emergência por 90 dias. Foto: Magnus Nascimento/Secom/Prefeitura do Natal

“Há um quadro erosivo intenso no RN e em estados vizinhos. A praia de Ponta Negra é só mais um setor desses. O que nos preocupa é porque é o setor da principal orla urbana do estado, na orla de Natal. Esse processo tem se intensificado no decorrer das décadas, a partir dos anos 1980. Ocorreu uma ocupação desordenada do solo nas áreas costeiras. Obras em setores que o mar avança e derruba”, destaca o pesquisador.

Avanço das marés provoca erosão crônica em praias urbanas de Natal. Foto: Magnus Nascimento/Secom/Prefeitura do Natal

Ele ressalta que o Morro do Careca em situação muito vulnerável. Isso porque o volume de areia que alimenta a formação geológica está escasso e as ondas atuam na base do Morro, revelando uma falésia. Hoje, há redução de areia e uma erosão considerada grave afetando a falésia.

Morro do Careca está ameaçado pela erosão Foto: Kivia Pandolphi/Semurb

“Natal optou por um avanço muito negativo sobre esses setores muito próximos da linha do mar, da linha de praia e isso impermeabilizou o terreno. O escoamento superficial desses setores impermeabilizados está sendo jogado em direção ao mar, fazendo com que haja o processo erosivo. Isso é muito deletério. Nós devíamos nos distanciar do mar e preservar as áreas próximas a essa linha de costa com uma estrutura mais próxima do natural. Quando você coloca a cidade diante do mar, as ondas vão tentar destruir o que tiver de infraestrutura, de equipamento urbano e isso que é negativo nessa região”, alerta Venerando Eustáquio.

Os principais cartões-postais de Natal, o Morro do Careca, na praia de Ponta Negra, e a Via Costeira, que se estende de leste a sul da cidade, estão sofrendo processo erosivo considerado crônico por especialistas. Na última semana, o avanço das marés acima do normal levou a capital potiguar a decretar emergência por 90 dias.

Medidas emergenciais, como o isolamento do Morro do Careca com sacos de areia, foram adotadas como forma de mitigar o risco de colapso da formação geológica natural. Em paralelo, teve o início a engorda da praia de Ponta Negra e de um trecho da Via Costeira, que promete expandir a faixa de areia em até 100 metros durante a maré baixa.

Medidas emergenciais, como o isolamento do Morro do Careca com sacos de areia, foram adotadas como forma de mitigar o risco de colapso da formação geológica natural. Foto: Magnus Nascimento/Secom/Prefeitura do Natal

“O que ocorre na região da praia de Ponta e Via Costeira é um processo erosivo que acomete o Rio Grande do Norte como um todo. Aliás, a grande maioria das praias arenosas do mundo está enfrentando processo de erosão acelerado em razão da emergência climática, das energias oceânicas cada vez mais intensas. Sobretudo as ondas e as correntes”, diz Venerando Eustáquio, professor de Engenharia Civil e Ambiental da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).

“As marés também têm se mostrado cada vez mais intensas e chegam ao litoral, onde já estamos, com um processo erosivo instalado há décadas”, acrescenta Eustáquio. Outras cidades costeiras, como Caraguatatuba, em São Paulo, têm erguido até muros no encontro do rio com o mar para evitar mais estragos.

Os principais cartões-postais de Natal, o Morro do Careca, na praia de Ponta Negra, e a Via Costeira, que se estende de Leste a Sul da cidade, estão sofrendo um processo erosivo considerado crônico por especialistas. Foto: Magnus Nascimento/Secom/Prefeitura do Natal

No decreto 13.192, de 20 de setembro, a prefeitura lista que o “avanço das marés acima da normalidade tem provocado o agravamento da erosão marinha, destruição dos equipamentos dissipadores da drenagem na praia de Ponta Negra, bem como destruição parcial da proteção costeira de hotéis e de rampas de acesso à praia”.

Além disso, ressalta que foi identificada “acentuada desagregação de blocos de sedimento, fragilidade erosiva, risco de solapamento do solo, carreamento superficial de areia, colapsos de arcos sedimentares, entre outros”.

O Morro do Careca, que ao longo dos anos teve sua paisagem natural modificada em virtude do avanço da erosão, é patrimônio histórico e cultural da capital potiguar.

Os principais cartões-postais de Natal, o Morro do Careca, na praia de Ponta Negra, e a Via Costeira, que se estende de Leste a Sul da cidade, estão sofrendo um processo erosivo considerado crônico por especialistas. Foto: Magnus Nascimento/Secom/Prefeitura do Natal

Conforme Eustáquio, o processo erosivo vem se construindo por várias questões não só em Natal, mas em todo o Nordeste. Ele cita que a crise hídrica fez com que os rios fossem barrados e, com isso, foi diminuindo o aporte de sedimentos para a região costeira, chegando menos areia a cada temporada.

Somado a isso, a impermeabilização das cidades e o processo de contenção que se faz nos ambientes urbanos, para impedir o processo erosivo, agravaram a situação. Com o passar do tempo, houve intensificação das energias oceânicas decorrente da emergência climática e, sobretudo, as ondas e correntes se tornaram responsáveis ainda mais ativas pela remoção e pelo transporte dos sedimentos.

Nesta semana, o avanço das marés acima da normalidade levou a Prefeitura a decretar estado de emergência por 90 dias. Foto: Magnus Nascimento/Secom/Prefeitura do Natal

“Há um quadro erosivo intenso no RN e em estados vizinhos. A praia de Ponta Negra é só mais um setor desses. O que nos preocupa é porque é o setor da principal orla urbana do estado, na orla de Natal. Esse processo tem se intensificado no decorrer das décadas, a partir dos anos 1980. Ocorreu uma ocupação desordenada do solo nas áreas costeiras. Obras em setores que o mar avança e derruba”, destaca o pesquisador.

Avanço das marés provoca erosão crônica em praias urbanas de Natal. Foto: Magnus Nascimento/Secom/Prefeitura do Natal

Ele ressalta que o Morro do Careca em situação muito vulnerável. Isso porque o volume de areia que alimenta a formação geológica está escasso e as ondas atuam na base do Morro, revelando uma falésia. Hoje, há redução de areia e uma erosão considerada grave afetando a falésia.

Morro do Careca está ameaçado pela erosão Foto: Kivia Pandolphi/Semurb

“Natal optou por um avanço muito negativo sobre esses setores muito próximos da linha do mar, da linha de praia e isso impermeabilizou o terreno. O escoamento superficial desses setores impermeabilizados está sendo jogado em direção ao mar, fazendo com que haja o processo erosivo. Isso é muito deletério. Nós devíamos nos distanciar do mar e preservar as áreas próximas a essa linha de costa com uma estrutura mais próxima do natural. Quando você coloca a cidade diante do mar, as ondas vão tentar destruir o que tiver de infraestrutura, de equipamento urbano e isso que é negativo nessa região”, alerta Venerando Eustáquio.

Os principais cartões-postais de Natal, o Morro do Careca, na praia de Ponta Negra, e a Via Costeira, que se estende de leste a sul da cidade, estão sofrendo processo erosivo considerado crônico por especialistas. Na última semana, o avanço das marés acima do normal levou a capital potiguar a decretar emergência por 90 dias.

Medidas emergenciais, como o isolamento do Morro do Careca com sacos de areia, foram adotadas como forma de mitigar o risco de colapso da formação geológica natural. Em paralelo, teve o início a engorda da praia de Ponta Negra e de um trecho da Via Costeira, que promete expandir a faixa de areia em até 100 metros durante a maré baixa.

Medidas emergenciais, como o isolamento do Morro do Careca com sacos de areia, foram adotadas como forma de mitigar o risco de colapso da formação geológica natural. Foto: Magnus Nascimento/Secom/Prefeitura do Natal

“O que ocorre na região da praia de Ponta e Via Costeira é um processo erosivo que acomete o Rio Grande do Norte como um todo. Aliás, a grande maioria das praias arenosas do mundo está enfrentando processo de erosão acelerado em razão da emergência climática, das energias oceânicas cada vez mais intensas. Sobretudo as ondas e as correntes”, diz Venerando Eustáquio, professor de Engenharia Civil e Ambiental da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).

“As marés também têm se mostrado cada vez mais intensas e chegam ao litoral, onde já estamos, com um processo erosivo instalado há décadas”, acrescenta Eustáquio. Outras cidades costeiras, como Caraguatatuba, em São Paulo, têm erguido até muros no encontro do rio com o mar para evitar mais estragos.

Os principais cartões-postais de Natal, o Morro do Careca, na praia de Ponta Negra, e a Via Costeira, que se estende de Leste a Sul da cidade, estão sofrendo um processo erosivo considerado crônico por especialistas. Foto: Magnus Nascimento/Secom/Prefeitura do Natal

No decreto 13.192, de 20 de setembro, a prefeitura lista que o “avanço das marés acima da normalidade tem provocado o agravamento da erosão marinha, destruição dos equipamentos dissipadores da drenagem na praia de Ponta Negra, bem como destruição parcial da proteção costeira de hotéis e de rampas de acesso à praia”.

Além disso, ressalta que foi identificada “acentuada desagregação de blocos de sedimento, fragilidade erosiva, risco de solapamento do solo, carreamento superficial de areia, colapsos de arcos sedimentares, entre outros”.

O Morro do Careca, que ao longo dos anos teve sua paisagem natural modificada em virtude do avanço da erosão, é patrimônio histórico e cultural da capital potiguar.

Os principais cartões-postais de Natal, o Morro do Careca, na praia de Ponta Negra, e a Via Costeira, que se estende de Leste a Sul da cidade, estão sofrendo um processo erosivo considerado crônico por especialistas. Foto: Magnus Nascimento/Secom/Prefeitura do Natal

Conforme Eustáquio, o processo erosivo vem se construindo por várias questões não só em Natal, mas em todo o Nordeste. Ele cita que a crise hídrica fez com que os rios fossem barrados e, com isso, foi diminuindo o aporte de sedimentos para a região costeira, chegando menos areia a cada temporada.

Somado a isso, a impermeabilização das cidades e o processo de contenção que se faz nos ambientes urbanos, para impedir o processo erosivo, agravaram a situação. Com o passar do tempo, houve intensificação das energias oceânicas decorrente da emergência climática e, sobretudo, as ondas e correntes se tornaram responsáveis ainda mais ativas pela remoção e pelo transporte dos sedimentos.

Nesta semana, o avanço das marés acima da normalidade levou a Prefeitura a decretar estado de emergência por 90 dias. Foto: Magnus Nascimento/Secom/Prefeitura do Natal

“Há um quadro erosivo intenso no RN e em estados vizinhos. A praia de Ponta Negra é só mais um setor desses. O que nos preocupa é porque é o setor da principal orla urbana do estado, na orla de Natal. Esse processo tem se intensificado no decorrer das décadas, a partir dos anos 1980. Ocorreu uma ocupação desordenada do solo nas áreas costeiras. Obras em setores que o mar avança e derruba”, destaca o pesquisador.

Avanço das marés provoca erosão crônica em praias urbanas de Natal. Foto: Magnus Nascimento/Secom/Prefeitura do Natal

Ele ressalta que o Morro do Careca em situação muito vulnerável. Isso porque o volume de areia que alimenta a formação geológica está escasso e as ondas atuam na base do Morro, revelando uma falésia. Hoje, há redução de areia e uma erosão considerada grave afetando a falésia.

Morro do Careca está ameaçado pela erosão Foto: Kivia Pandolphi/Semurb

“Natal optou por um avanço muito negativo sobre esses setores muito próximos da linha do mar, da linha de praia e isso impermeabilizou o terreno. O escoamento superficial desses setores impermeabilizados está sendo jogado em direção ao mar, fazendo com que haja o processo erosivo. Isso é muito deletério. Nós devíamos nos distanciar do mar e preservar as áreas próximas a essa linha de costa com uma estrutura mais próxima do natural. Quando você coloca a cidade diante do mar, as ondas vão tentar destruir o que tiver de infraestrutura, de equipamento urbano e isso que é negativo nessa região”, alerta Venerando Eustáquio.

Os principais cartões-postais de Natal, o Morro do Careca, na praia de Ponta Negra, e a Via Costeira, que se estende de leste a sul da cidade, estão sofrendo processo erosivo considerado crônico por especialistas. Na última semana, o avanço das marés acima do normal levou a capital potiguar a decretar emergência por 90 dias.

Medidas emergenciais, como o isolamento do Morro do Careca com sacos de areia, foram adotadas como forma de mitigar o risco de colapso da formação geológica natural. Em paralelo, teve o início a engorda da praia de Ponta Negra e de um trecho da Via Costeira, que promete expandir a faixa de areia em até 100 metros durante a maré baixa.

Medidas emergenciais, como o isolamento do Morro do Careca com sacos de areia, foram adotadas como forma de mitigar o risco de colapso da formação geológica natural. Foto: Magnus Nascimento/Secom/Prefeitura do Natal

“O que ocorre na região da praia de Ponta e Via Costeira é um processo erosivo que acomete o Rio Grande do Norte como um todo. Aliás, a grande maioria das praias arenosas do mundo está enfrentando processo de erosão acelerado em razão da emergência climática, das energias oceânicas cada vez mais intensas. Sobretudo as ondas e as correntes”, diz Venerando Eustáquio, professor de Engenharia Civil e Ambiental da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).

“As marés também têm se mostrado cada vez mais intensas e chegam ao litoral, onde já estamos, com um processo erosivo instalado há décadas”, acrescenta Eustáquio. Outras cidades costeiras, como Caraguatatuba, em São Paulo, têm erguido até muros no encontro do rio com o mar para evitar mais estragos.

Os principais cartões-postais de Natal, o Morro do Careca, na praia de Ponta Negra, e a Via Costeira, que se estende de Leste a Sul da cidade, estão sofrendo um processo erosivo considerado crônico por especialistas. Foto: Magnus Nascimento/Secom/Prefeitura do Natal

No decreto 13.192, de 20 de setembro, a prefeitura lista que o “avanço das marés acima da normalidade tem provocado o agravamento da erosão marinha, destruição dos equipamentos dissipadores da drenagem na praia de Ponta Negra, bem como destruição parcial da proteção costeira de hotéis e de rampas de acesso à praia”.

Além disso, ressalta que foi identificada “acentuada desagregação de blocos de sedimento, fragilidade erosiva, risco de solapamento do solo, carreamento superficial de areia, colapsos de arcos sedimentares, entre outros”.

O Morro do Careca, que ao longo dos anos teve sua paisagem natural modificada em virtude do avanço da erosão, é patrimônio histórico e cultural da capital potiguar.

Os principais cartões-postais de Natal, o Morro do Careca, na praia de Ponta Negra, e a Via Costeira, que se estende de Leste a Sul da cidade, estão sofrendo um processo erosivo considerado crônico por especialistas. Foto: Magnus Nascimento/Secom/Prefeitura do Natal

Conforme Eustáquio, o processo erosivo vem se construindo por várias questões não só em Natal, mas em todo o Nordeste. Ele cita que a crise hídrica fez com que os rios fossem barrados e, com isso, foi diminuindo o aporte de sedimentos para a região costeira, chegando menos areia a cada temporada.

Somado a isso, a impermeabilização das cidades e o processo de contenção que se faz nos ambientes urbanos, para impedir o processo erosivo, agravaram a situação. Com o passar do tempo, houve intensificação das energias oceânicas decorrente da emergência climática e, sobretudo, as ondas e correntes se tornaram responsáveis ainda mais ativas pela remoção e pelo transporte dos sedimentos.

Nesta semana, o avanço das marés acima da normalidade levou a Prefeitura a decretar estado de emergência por 90 dias. Foto: Magnus Nascimento/Secom/Prefeitura do Natal

“Há um quadro erosivo intenso no RN e em estados vizinhos. A praia de Ponta Negra é só mais um setor desses. O que nos preocupa é porque é o setor da principal orla urbana do estado, na orla de Natal. Esse processo tem se intensificado no decorrer das décadas, a partir dos anos 1980. Ocorreu uma ocupação desordenada do solo nas áreas costeiras. Obras em setores que o mar avança e derruba”, destaca o pesquisador.

Avanço das marés provoca erosão crônica em praias urbanas de Natal. Foto: Magnus Nascimento/Secom/Prefeitura do Natal

Ele ressalta que o Morro do Careca em situação muito vulnerável. Isso porque o volume de areia que alimenta a formação geológica está escasso e as ondas atuam na base do Morro, revelando uma falésia. Hoje, há redução de areia e uma erosão considerada grave afetando a falésia.

Morro do Careca está ameaçado pela erosão Foto: Kivia Pandolphi/Semurb

“Natal optou por um avanço muito negativo sobre esses setores muito próximos da linha do mar, da linha de praia e isso impermeabilizou o terreno. O escoamento superficial desses setores impermeabilizados está sendo jogado em direção ao mar, fazendo com que haja o processo erosivo. Isso é muito deletério. Nós devíamos nos distanciar do mar e preservar as áreas próximas a essa linha de costa com uma estrutura mais próxima do natural. Quando você coloca a cidade diante do mar, as ondas vão tentar destruir o que tiver de infraestrutura, de equipamento urbano e isso que é negativo nessa região”, alerta Venerando Eustáquio.

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