O mundo das viagens e as minhas viagens pelo mundo

Grafites de Palermo, um passeio pela arte urbana em Buenos Aires


No maior bairro da cidade, desenhos enfeitam fachadas de restaurantes, lojas e imóveis residenciais. Vários murais estão nas vielas

Por Nathalia Molina

Abri as viagens em 2023 voltando a Buenos Aires. Dessa vez, fiquei num hotel em Palermo. As ruas charmosas reúnem bares, restaurantes, lojas e hotéis, e também fazem parte do circuito de arte urbana na cidade. Na parte mais antiga do bairro, cores, frases de protesto e lambe-lambes estão por todo lado.

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Vamos dançar um tango na rua? - Foto: Nathalia Molina @ComoViaja
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Nesses dias de janeiro, eu tive a oportunidade de passear com mais pelo maior bairro da capital argentina - nas outras viagens, sempre me hospedei no centro de Buenos Aires. Mas, ainda que você vá a Palermo apenas para um passeio ou para curtir a feirinha que rola nos fins de semana na Plaza Serrano, explore o entorno.

Não é preciso ir longe da praça mais famosa do bairro (cujo nome oficial é Cortázar, mas ninguém chama assim), para apreciar painéis nos muros. Vi diversos pichados. Entendo que é parte da expressão das ruas, mas admito que as pinturas sem essa interferência ficam muito mais bonitas e interessantes.

Ande pelo bairro, tire suas conclusões e me diga lá no Instagram @ComoViaja o que acha. Partindo da Plaza Serrano, basta fazer uma caminhada de uma ou duas quadras. As vielas, chamadas de pasajes em Buenos Aires, são especialmente interessantes para ver a arte urbana de Palermo. Eu estive em quatro, facilmente acessíveis a partir da Plaza Serrano, em direções opostas - se não tiver tempo de ir a todas, priorize a Russel:

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Pasaje Santa Rosa

Num dos lados da praça, que presta homenagem a um dos maiores escritores argentinos, Julio Cortázar, começa a Calle Jorge Luis Borges, batizada com o nome de outro grande da literatura portenha. Ande uma quadra e vire à esquerda na Santa Rosa para ver uma série de murais e lambe-lambes: o mosaico Love is in the Air e o design ativista dos lambe-lambe de Mapache (No Le Des Buenas Ideas a Malas Personas, isso é sempre bom lembrar).

Sem cigarro  
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Com razão  

Pasaje Russel

Siga pela Borges por mais 2 quarteirões até encontrar a Russel, viela transversal com vários belos grafites nos dois sentidos. Ali, Dario Coronda retrata cenas típicas no bairro de Palermo das antigas, nas pinturas Raíz de Barrío; pare para apreciar na esquina das ruas Borges e Russel. Em frente, o restaurante Cabernet serve de tela para a delicadeza de Josefina Di Nucci, expressa numa explosão de flores. Entre nesse pedaço da viela porque tem mais painéis interessantes no trecho até a frenética fachada da loja Ala Moana (na esquina com a Calle Gurruchaga), como o astronauta de bicicleta.

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Dose dupla na esquina  

Na direção oposta da Russel, cruzando a Borges, o casal de mulheres pintado por Juli Casas parece dançar um tango, pouco antes de Pelé abraçar Maradona, numa pequena colagem no número 5044.

Outro destaque da Russel é o grafite de Gonzalo Pietro, no qual predominam as cores básicas. A cena do cotidiano faz muita gente fingir se sentar na cadeira pintada no muro, para tentar uma foto. Eu preferi fazer companhia ao boneco (será que ganhou um broken heart por uma intervenção urbana? Pelo que vi o original não tinha olhos, boca, lágrima ou coração) O fato é que agora ele não parece se animar para dar uma voltinha na bike ou para telefonar para alguém (quem nunca?). Ah, e adorei o quadrinho retratado na casa do boneco, com o cara deitado no chão e a mulher sentada na privada.

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A beleza do cotidiano  

A fachada do número 5050, onde funciona o Malevo Muraña Hostel e vivia um dos personagens de Borges no conto Juan Muraña, mostra o típico fileteado portenho, aquele desenhado com flores, letras e arremates dourados muito visto em placas de feiras de artesanato na cidade.

Um charme o fileteado  
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Pasaje Soria

Para chegar a essas 2 próximas vielas, você anda no sentido contrário a partir da praça, ao longo da Calle Serrano. Na Soria, a apenas uma quadra de distância, gostei muito do mural no número 4972. Estão lá a natureza latino-americana, aves, a agricultura e o trigo (principal produto agrícola da Argentina) e um gracioso tatu-bola sob a janela.

Símbolos na fachada  

Pasaje Coronel Cabrer

Do número 4934 ao 4956, uma sequência de painéis junta cores às plantas que escorrem pelas fachadas. Entre mais folhagens, agora desenhadas, estão 3 rostos femininos.

O gato perfeito para a cena  

O mural azul pastel com vitórias-régias me trouxe à memória o lago que vi no Museu da Amazônia, em Manaus. Por isso - e porque azul em tons claros e esverdeados está entre as minhas tonalidades preferidas (por que será que o Como Viaja tem esse azul desde o começo, em 2011) -, quis tirar uma foto aí.

Amazônia na lembrança  

 

CHECK OUT

Mais murais por Buenos Aires

Fui apresentada a esse roteiro em Palermo por uma especialista na cidade, Paula Fariña, que trabalha com o Visit Argentina. Minha viagem foi a convite do órgão de turismo junto com a Gol, para mostrar os destaques da capital e o serviço de ponte aérea São Paulo-Buenos Aires, ela acompanhou o grupo de jornalistas. Passamos ainda por La Boca e pelo icônico Caminito. O colorido bairro também está num passeio maior pela arte urbana local. O grafite em Buenos Aires é regulamentado desde 2009, pela Lei do Muralismo.

Mafalda, Frida, Amy e Mick Jagger

Vizinho a Palermo, Colegiales abriga duas vizinhas de respeito: a Plaza Mafalda, com murais da adorável personagem de Quino, e a força de Frida Kahlo fumando um cigarro (no número 1735 da Avenida Dorrego), de autoria de Campos Jesses. Ele já estampou em Buenos Aires outros artistas mundialmente relevantes, como Amy Winehouse, e trabalha num Mick Jagger neste momento.

 

QUEM FAZ

Nathalia Molina viaja desde os 5 anos, adora café da manhã e aprecia um bom serviço no turismo. Essencialmente urbana, também tem seus dias de paisagem natural. É jornalista de viagem há 20 anos e ganhou 4 vezes o prêmio da Comissão Europeia de Turismo. Em 2011, criou o Como Viaja: acompanhe no Instagram @ComoViaja e em comoviaja.com.br.

Abri as viagens em 2023 voltando a Buenos Aires. Dessa vez, fiquei num hotel em Palermo. As ruas charmosas reúnem bares, restaurantes, lojas e hotéis, e também fazem parte do circuito de arte urbana na cidade. Na parte mais antiga do bairro, cores, frases de protesto e lambe-lambes estão por todo lado.

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Vamos dançar um tango na rua? - Foto: Nathalia Molina @ComoViaja

Nesses dias de janeiro, eu tive a oportunidade de passear com mais pelo maior bairro da capital argentina - nas outras viagens, sempre me hospedei no centro de Buenos Aires. Mas, ainda que você vá a Palermo apenas para um passeio ou para curtir a feirinha que rola nos fins de semana na Plaza Serrano, explore o entorno.

Não é preciso ir longe da praça mais famosa do bairro (cujo nome oficial é Cortázar, mas ninguém chama assim), para apreciar painéis nos muros. Vi diversos pichados. Entendo que é parte da expressão das ruas, mas admito que as pinturas sem essa interferência ficam muito mais bonitas e interessantes.

Ande pelo bairro, tire suas conclusões e me diga lá no Instagram @ComoViaja o que acha. Partindo da Plaza Serrano, basta fazer uma caminhada de uma ou duas quadras. As vielas, chamadas de pasajes em Buenos Aires, são especialmente interessantes para ver a arte urbana de Palermo. Eu estive em quatro, facilmente acessíveis a partir da Plaza Serrano, em direções opostas - se não tiver tempo de ir a todas, priorize a Russel:

Pasaje Santa Rosa

Num dos lados da praça, que presta homenagem a um dos maiores escritores argentinos, Julio Cortázar, começa a Calle Jorge Luis Borges, batizada com o nome de outro grande da literatura portenha. Ande uma quadra e vire à esquerda na Santa Rosa para ver uma série de murais e lambe-lambes: o mosaico Love is in the Air e o design ativista dos lambe-lambe de Mapache (No Le Des Buenas Ideas a Malas Personas, isso é sempre bom lembrar).

Sem cigarro  
Com razão  

Pasaje Russel

Siga pela Borges por mais 2 quarteirões até encontrar a Russel, viela transversal com vários belos grafites nos dois sentidos. Ali, Dario Coronda retrata cenas típicas no bairro de Palermo das antigas, nas pinturas Raíz de Barrío; pare para apreciar na esquina das ruas Borges e Russel. Em frente, o restaurante Cabernet serve de tela para a delicadeza de Josefina Di Nucci, expressa numa explosão de flores. Entre nesse pedaço da viela porque tem mais painéis interessantes no trecho até a frenética fachada da loja Ala Moana (na esquina com a Calle Gurruchaga), como o astronauta de bicicleta.

Dose dupla na esquina  

Na direção oposta da Russel, cruzando a Borges, o casal de mulheres pintado por Juli Casas parece dançar um tango, pouco antes de Pelé abraçar Maradona, numa pequena colagem no número 5044.

Outro destaque da Russel é o grafite de Gonzalo Pietro, no qual predominam as cores básicas. A cena do cotidiano faz muita gente fingir se sentar na cadeira pintada no muro, para tentar uma foto. Eu preferi fazer companhia ao boneco (será que ganhou um broken heart por uma intervenção urbana? Pelo que vi o original não tinha olhos, boca, lágrima ou coração) O fato é que agora ele não parece se animar para dar uma voltinha na bike ou para telefonar para alguém (quem nunca?). Ah, e adorei o quadrinho retratado na casa do boneco, com o cara deitado no chão e a mulher sentada na privada.

A beleza do cotidiano  

A fachada do número 5050, onde funciona o Malevo Muraña Hostel e vivia um dos personagens de Borges no conto Juan Muraña, mostra o típico fileteado portenho, aquele desenhado com flores, letras e arremates dourados muito visto em placas de feiras de artesanato na cidade.

Um charme o fileteado  

Pasaje Soria

Para chegar a essas 2 próximas vielas, você anda no sentido contrário a partir da praça, ao longo da Calle Serrano. Na Soria, a apenas uma quadra de distância, gostei muito do mural no número 4972. Estão lá a natureza latino-americana, aves, a agricultura e o trigo (principal produto agrícola da Argentina) e um gracioso tatu-bola sob a janela.

Símbolos na fachada  

Pasaje Coronel Cabrer

Do número 4934 ao 4956, uma sequência de painéis junta cores às plantas que escorrem pelas fachadas. Entre mais folhagens, agora desenhadas, estão 3 rostos femininos.

O gato perfeito para a cena  

O mural azul pastel com vitórias-régias me trouxe à memória o lago que vi no Museu da Amazônia, em Manaus. Por isso - e porque azul em tons claros e esverdeados está entre as minhas tonalidades preferidas (por que será que o Como Viaja tem esse azul desde o começo, em 2011) -, quis tirar uma foto aí.

Amazônia na lembrança  

 

CHECK OUT

Mais murais por Buenos Aires

Fui apresentada a esse roteiro em Palermo por uma especialista na cidade, Paula Fariña, que trabalha com o Visit Argentina. Minha viagem foi a convite do órgão de turismo junto com a Gol, para mostrar os destaques da capital e o serviço de ponte aérea São Paulo-Buenos Aires, ela acompanhou o grupo de jornalistas. Passamos ainda por La Boca e pelo icônico Caminito. O colorido bairro também está num passeio maior pela arte urbana local. O grafite em Buenos Aires é regulamentado desde 2009, pela Lei do Muralismo.

Mafalda, Frida, Amy e Mick Jagger

Vizinho a Palermo, Colegiales abriga duas vizinhas de respeito: a Plaza Mafalda, com murais da adorável personagem de Quino, e a força de Frida Kahlo fumando um cigarro (no número 1735 da Avenida Dorrego), de autoria de Campos Jesses. Ele já estampou em Buenos Aires outros artistas mundialmente relevantes, como Amy Winehouse, e trabalha num Mick Jagger neste momento.

 

QUEM FAZ

Nathalia Molina viaja desde os 5 anos, adora café da manhã e aprecia um bom serviço no turismo. Essencialmente urbana, também tem seus dias de paisagem natural. É jornalista de viagem há 20 anos e ganhou 4 vezes o prêmio da Comissão Europeia de Turismo. Em 2011, criou o Como Viaja: acompanhe no Instagram @ComoViaja e em comoviaja.com.br.

Abri as viagens em 2023 voltando a Buenos Aires. Dessa vez, fiquei num hotel em Palermo. As ruas charmosas reúnem bares, restaurantes, lojas e hotéis, e também fazem parte do circuito de arte urbana na cidade. Na parte mais antiga do bairro, cores, frases de protesto e lambe-lambes estão por todo lado.

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Vamos dançar um tango na rua? - Foto: Nathalia Molina @ComoViaja

Nesses dias de janeiro, eu tive a oportunidade de passear com mais pelo maior bairro da capital argentina - nas outras viagens, sempre me hospedei no centro de Buenos Aires. Mas, ainda que você vá a Palermo apenas para um passeio ou para curtir a feirinha que rola nos fins de semana na Plaza Serrano, explore o entorno.

Não é preciso ir longe da praça mais famosa do bairro (cujo nome oficial é Cortázar, mas ninguém chama assim), para apreciar painéis nos muros. Vi diversos pichados. Entendo que é parte da expressão das ruas, mas admito que as pinturas sem essa interferência ficam muito mais bonitas e interessantes.

Ande pelo bairro, tire suas conclusões e me diga lá no Instagram @ComoViaja o que acha. Partindo da Plaza Serrano, basta fazer uma caminhada de uma ou duas quadras. As vielas, chamadas de pasajes em Buenos Aires, são especialmente interessantes para ver a arte urbana de Palermo. Eu estive em quatro, facilmente acessíveis a partir da Plaza Serrano, em direções opostas - se não tiver tempo de ir a todas, priorize a Russel:

Pasaje Santa Rosa

Num dos lados da praça, que presta homenagem a um dos maiores escritores argentinos, Julio Cortázar, começa a Calle Jorge Luis Borges, batizada com o nome de outro grande da literatura portenha. Ande uma quadra e vire à esquerda na Santa Rosa para ver uma série de murais e lambe-lambes: o mosaico Love is in the Air e o design ativista dos lambe-lambe de Mapache (No Le Des Buenas Ideas a Malas Personas, isso é sempre bom lembrar).

Sem cigarro  
Com razão  

Pasaje Russel

Siga pela Borges por mais 2 quarteirões até encontrar a Russel, viela transversal com vários belos grafites nos dois sentidos. Ali, Dario Coronda retrata cenas típicas no bairro de Palermo das antigas, nas pinturas Raíz de Barrío; pare para apreciar na esquina das ruas Borges e Russel. Em frente, o restaurante Cabernet serve de tela para a delicadeza de Josefina Di Nucci, expressa numa explosão de flores. Entre nesse pedaço da viela porque tem mais painéis interessantes no trecho até a frenética fachada da loja Ala Moana (na esquina com a Calle Gurruchaga), como o astronauta de bicicleta.

Dose dupla na esquina  

Na direção oposta da Russel, cruzando a Borges, o casal de mulheres pintado por Juli Casas parece dançar um tango, pouco antes de Pelé abraçar Maradona, numa pequena colagem no número 5044.

Outro destaque da Russel é o grafite de Gonzalo Pietro, no qual predominam as cores básicas. A cena do cotidiano faz muita gente fingir se sentar na cadeira pintada no muro, para tentar uma foto. Eu preferi fazer companhia ao boneco (será que ganhou um broken heart por uma intervenção urbana? Pelo que vi o original não tinha olhos, boca, lágrima ou coração) O fato é que agora ele não parece se animar para dar uma voltinha na bike ou para telefonar para alguém (quem nunca?). Ah, e adorei o quadrinho retratado na casa do boneco, com o cara deitado no chão e a mulher sentada na privada.

A beleza do cotidiano  

A fachada do número 5050, onde funciona o Malevo Muraña Hostel e vivia um dos personagens de Borges no conto Juan Muraña, mostra o típico fileteado portenho, aquele desenhado com flores, letras e arremates dourados muito visto em placas de feiras de artesanato na cidade.

Um charme o fileteado  

Pasaje Soria

Para chegar a essas 2 próximas vielas, você anda no sentido contrário a partir da praça, ao longo da Calle Serrano. Na Soria, a apenas uma quadra de distância, gostei muito do mural no número 4972. Estão lá a natureza latino-americana, aves, a agricultura e o trigo (principal produto agrícola da Argentina) e um gracioso tatu-bola sob a janela.

Símbolos na fachada  

Pasaje Coronel Cabrer

Do número 4934 ao 4956, uma sequência de painéis junta cores às plantas que escorrem pelas fachadas. Entre mais folhagens, agora desenhadas, estão 3 rostos femininos.

O gato perfeito para a cena  

O mural azul pastel com vitórias-régias me trouxe à memória o lago que vi no Museu da Amazônia, em Manaus. Por isso - e porque azul em tons claros e esverdeados está entre as minhas tonalidades preferidas (por que será que o Como Viaja tem esse azul desde o começo, em 2011) -, quis tirar uma foto aí.

Amazônia na lembrança  

 

CHECK OUT

Mais murais por Buenos Aires

Fui apresentada a esse roteiro em Palermo por uma especialista na cidade, Paula Fariña, que trabalha com o Visit Argentina. Minha viagem foi a convite do órgão de turismo junto com a Gol, para mostrar os destaques da capital e o serviço de ponte aérea São Paulo-Buenos Aires, ela acompanhou o grupo de jornalistas. Passamos ainda por La Boca e pelo icônico Caminito. O colorido bairro também está num passeio maior pela arte urbana local. O grafite em Buenos Aires é regulamentado desde 2009, pela Lei do Muralismo.

Mafalda, Frida, Amy e Mick Jagger

Vizinho a Palermo, Colegiales abriga duas vizinhas de respeito: a Plaza Mafalda, com murais da adorável personagem de Quino, e a força de Frida Kahlo fumando um cigarro (no número 1735 da Avenida Dorrego), de autoria de Campos Jesses. Ele já estampou em Buenos Aires outros artistas mundialmente relevantes, como Amy Winehouse, e trabalha num Mick Jagger neste momento.

 

QUEM FAZ

Nathalia Molina viaja desde os 5 anos, adora café da manhã e aprecia um bom serviço no turismo. Essencialmente urbana, também tem seus dias de paisagem natural. É jornalista de viagem há 20 anos e ganhou 4 vezes o prêmio da Comissão Europeia de Turismo. Em 2011, criou o Como Viaja: acompanhe no Instagram @ComoViaja e em comoviaja.com.br.

Abri as viagens em 2023 voltando a Buenos Aires. Dessa vez, fiquei num hotel em Palermo. As ruas charmosas reúnem bares, restaurantes, lojas e hotéis, e também fazem parte do circuito de arte urbana na cidade. Na parte mais antiga do bairro, cores, frases de protesto e lambe-lambes estão por todo lado.

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Vamos dançar um tango na rua? - Foto: Nathalia Molina @ComoViaja

Nesses dias de janeiro, eu tive a oportunidade de passear com mais pelo maior bairro da capital argentina - nas outras viagens, sempre me hospedei no centro de Buenos Aires. Mas, ainda que você vá a Palermo apenas para um passeio ou para curtir a feirinha que rola nos fins de semana na Plaza Serrano, explore o entorno.

Não é preciso ir longe da praça mais famosa do bairro (cujo nome oficial é Cortázar, mas ninguém chama assim), para apreciar painéis nos muros. Vi diversos pichados. Entendo que é parte da expressão das ruas, mas admito que as pinturas sem essa interferência ficam muito mais bonitas e interessantes.

Ande pelo bairro, tire suas conclusões e me diga lá no Instagram @ComoViaja o que acha. Partindo da Plaza Serrano, basta fazer uma caminhada de uma ou duas quadras. As vielas, chamadas de pasajes em Buenos Aires, são especialmente interessantes para ver a arte urbana de Palermo. Eu estive em quatro, facilmente acessíveis a partir da Plaza Serrano, em direções opostas - se não tiver tempo de ir a todas, priorize a Russel:

Pasaje Santa Rosa

Num dos lados da praça, que presta homenagem a um dos maiores escritores argentinos, Julio Cortázar, começa a Calle Jorge Luis Borges, batizada com o nome de outro grande da literatura portenha. Ande uma quadra e vire à esquerda na Santa Rosa para ver uma série de murais e lambe-lambes: o mosaico Love is in the Air e o design ativista dos lambe-lambe de Mapache (No Le Des Buenas Ideas a Malas Personas, isso é sempre bom lembrar).

Sem cigarro  
Com razão  

Pasaje Russel

Siga pela Borges por mais 2 quarteirões até encontrar a Russel, viela transversal com vários belos grafites nos dois sentidos. Ali, Dario Coronda retrata cenas típicas no bairro de Palermo das antigas, nas pinturas Raíz de Barrío; pare para apreciar na esquina das ruas Borges e Russel. Em frente, o restaurante Cabernet serve de tela para a delicadeza de Josefina Di Nucci, expressa numa explosão de flores. Entre nesse pedaço da viela porque tem mais painéis interessantes no trecho até a frenética fachada da loja Ala Moana (na esquina com a Calle Gurruchaga), como o astronauta de bicicleta.

Dose dupla na esquina  

Na direção oposta da Russel, cruzando a Borges, o casal de mulheres pintado por Juli Casas parece dançar um tango, pouco antes de Pelé abraçar Maradona, numa pequena colagem no número 5044.

Outro destaque da Russel é o grafite de Gonzalo Pietro, no qual predominam as cores básicas. A cena do cotidiano faz muita gente fingir se sentar na cadeira pintada no muro, para tentar uma foto. Eu preferi fazer companhia ao boneco (será que ganhou um broken heart por uma intervenção urbana? Pelo que vi o original não tinha olhos, boca, lágrima ou coração) O fato é que agora ele não parece se animar para dar uma voltinha na bike ou para telefonar para alguém (quem nunca?). Ah, e adorei o quadrinho retratado na casa do boneco, com o cara deitado no chão e a mulher sentada na privada.

A beleza do cotidiano  

A fachada do número 5050, onde funciona o Malevo Muraña Hostel e vivia um dos personagens de Borges no conto Juan Muraña, mostra o típico fileteado portenho, aquele desenhado com flores, letras e arremates dourados muito visto em placas de feiras de artesanato na cidade.

Um charme o fileteado  

Pasaje Soria

Para chegar a essas 2 próximas vielas, você anda no sentido contrário a partir da praça, ao longo da Calle Serrano. Na Soria, a apenas uma quadra de distância, gostei muito do mural no número 4972. Estão lá a natureza latino-americana, aves, a agricultura e o trigo (principal produto agrícola da Argentina) e um gracioso tatu-bola sob a janela.

Símbolos na fachada  

Pasaje Coronel Cabrer

Do número 4934 ao 4956, uma sequência de painéis junta cores às plantas que escorrem pelas fachadas. Entre mais folhagens, agora desenhadas, estão 3 rostos femininos.

O gato perfeito para a cena  

O mural azul pastel com vitórias-régias me trouxe à memória o lago que vi no Museu da Amazônia, em Manaus. Por isso - e porque azul em tons claros e esverdeados está entre as minhas tonalidades preferidas (por que será que o Como Viaja tem esse azul desde o começo, em 2011) -, quis tirar uma foto aí.

Amazônia na lembrança  

 

CHECK OUT

Mais murais por Buenos Aires

Fui apresentada a esse roteiro em Palermo por uma especialista na cidade, Paula Fariña, que trabalha com o Visit Argentina. Minha viagem foi a convite do órgão de turismo junto com a Gol, para mostrar os destaques da capital e o serviço de ponte aérea São Paulo-Buenos Aires, ela acompanhou o grupo de jornalistas. Passamos ainda por La Boca e pelo icônico Caminito. O colorido bairro também está num passeio maior pela arte urbana local. O grafite em Buenos Aires é regulamentado desde 2009, pela Lei do Muralismo.

Mafalda, Frida, Amy e Mick Jagger

Vizinho a Palermo, Colegiales abriga duas vizinhas de respeito: a Plaza Mafalda, com murais da adorável personagem de Quino, e a força de Frida Kahlo fumando um cigarro (no número 1735 da Avenida Dorrego), de autoria de Campos Jesses. Ele já estampou em Buenos Aires outros artistas mundialmente relevantes, como Amy Winehouse, e trabalha num Mick Jagger neste momento.

 

QUEM FAZ

Nathalia Molina viaja desde os 5 anos, adora café da manhã e aprecia um bom serviço no turismo. Essencialmente urbana, também tem seus dias de paisagem natural. É jornalista de viagem há 20 anos e ganhou 4 vezes o prêmio da Comissão Europeia de Turismo. Em 2011, criou o Como Viaja: acompanhe no Instagram @ComoViaja e em comoviaja.com.br.

Abri as viagens em 2023 voltando a Buenos Aires. Dessa vez, fiquei num hotel em Palermo. As ruas charmosas reúnem bares, restaurantes, lojas e hotéis, e também fazem parte do circuito de arte urbana na cidade. Na parte mais antiga do bairro, cores, frases de protesto e lambe-lambes estão por todo lado.

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Vamos dançar um tango na rua? - Foto: Nathalia Molina @ComoViaja

Nesses dias de janeiro, eu tive a oportunidade de passear com mais pelo maior bairro da capital argentina - nas outras viagens, sempre me hospedei no centro de Buenos Aires. Mas, ainda que você vá a Palermo apenas para um passeio ou para curtir a feirinha que rola nos fins de semana na Plaza Serrano, explore o entorno.

Não é preciso ir longe da praça mais famosa do bairro (cujo nome oficial é Cortázar, mas ninguém chama assim), para apreciar painéis nos muros. Vi diversos pichados. Entendo que é parte da expressão das ruas, mas admito que as pinturas sem essa interferência ficam muito mais bonitas e interessantes.

Ande pelo bairro, tire suas conclusões e me diga lá no Instagram @ComoViaja o que acha. Partindo da Plaza Serrano, basta fazer uma caminhada de uma ou duas quadras. As vielas, chamadas de pasajes em Buenos Aires, são especialmente interessantes para ver a arte urbana de Palermo. Eu estive em quatro, facilmente acessíveis a partir da Plaza Serrano, em direções opostas - se não tiver tempo de ir a todas, priorize a Russel:

Pasaje Santa Rosa

Num dos lados da praça, que presta homenagem a um dos maiores escritores argentinos, Julio Cortázar, começa a Calle Jorge Luis Borges, batizada com o nome de outro grande da literatura portenha. Ande uma quadra e vire à esquerda na Santa Rosa para ver uma série de murais e lambe-lambes: o mosaico Love is in the Air e o design ativista dos lambe-lambe de Mapache (No Le Des Buenas Ideas a Malas Personas, isso é sempre bom lembrar).

Sem cigarro  
Com razão  

Pasaje Russel

Siga pela Borges por mais 2 quarteirões até encontrar a Russel, viela transversal com vários belos grafites nos dois sentidos. Ali, Dario Coronda retrata cenas típicas no bairro de Palermo das antigas, nas pinturas Raíz de Barrío; pare para apreciar na esquina das ruas Borges e Russel. Em frente, o restaurante Cabernet serve de tela para a delicadeza de Josefina Di Nucci, expressa numa explosão de flores. Entre nesse pedaço da viela porque tem mais painéis interessantes no trecho até a frenética fachada da loja Ala Moana (na esquina com a Calle Gurruchaga), como o astronauta de bicicleta.

Dose dupla na esquina  

Na direção oposta da Russel, cruzando a Borges, o casal de mulheres pintado por Juli Casas parece dançar um tango, pouco antes de Pelé abraçar Maradona, numa pequena colagem no número 5044.

Outro destaque da Russel é o grafite de Gonzalo Pietro, no qual predominam as cores básicas. A cena do cotidiano faz muita gente fingir se sentar na cadeira pintada no muro, para tentar uma foto. Eu preferi fazer companhia ao boneco (será que ganhou um broken heart por uma intervenção urbana? Pelo que vi o original não tinha olhos, boca, lágrima ou coração) O fato é que agora ele não parece se animar para dar uma voltinha na bike ou para telefonar para alguém (quem nunca?). Ah, e adorei o quadrinho retratado na casa do boneco, com o cara deitado no chão e a mulher sentada na privada.

A beleza do cotidiano  

A fachada do número 5050, onde funciona o Malevo Muraña Hostel e vivia um dos personagens de Borges no conto Juan Muraña, mostra o típico fileteado portenho, aquele desenhado com flores, letras e arremates dourados muito visto em placas de feiras de artesanato na cidade.

Um charme o fileteado  

Pasaje Soria

Para chegar a essas 2 próximas vielas, você anda no sentido contrário a partir da praça, ao longo da Calle Serrano. Na Soria, a apenas uma quadra de distância, gostei muito do mural no número 4972. Estão lá a natureza latino-americana, aves, a agricultura e o trigo (principal produto agrícola da Argentina) e um gracioso tatu-bola sob a janela.

Símbolos na fachada  

Pasaje Coronel Cabrer

Do número 4934 ao 4956, uma sequência de painéis junta cores às plantas que escorrem pelas fachadas. Entre mais folhagens, agora desenhadas, estão 3 rostos femininos.

O gato perfeito para a cena  

O mural azul pastel com vitórias-régias me trouxe à memória o lago que vi no Museu da Amazônia, em Manaus. Por isso - e porque azul em tons claros e esverdeados está entre as minhas tonalidades preferidas (por que será que o Como Viaja tem esse azul desde o começo, em 2011) -, quis tirar uma foto aí.

Amazônia na lembrança  

 

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Mais murais por Buenos Aires

Fui apresentada a esse roteiro em Palermo por uma especialista na cidade, Paula Fariña, que trabalha com o Visit Argentina. Minha viagem foi a convite do órgão de turismo junto com a Gol, para mostrar os destaques da capital e o serviço de ponte aérea São Paulo-Buenos Aires, ela acompanhou o grupo de jornalistas. Passamos ainda por La Boca e pelo icônico Caminito. O colorido bairro também está num passeio maior pela arte urbana local. O grafite em Buenos Aires é regulamentado desde 2009, pela Lei do Muralismo.

Mafalda, Frida, Amy e Mick Jagger

Vizinho a Palermo, Colegiales abriga duas vizinhas de respeito: a Plaza Mafalda, com murais da adorável personagem de Quino, e a força de Frida Kahlo fumando um cigarro (no número 1735 da Avenida Dorrego), de autoria de Campos Jesses. Ele já estampou em Buenos Aires outros artistas mundialmente relevantes, como Amy Winehouse, e trabalha num Mick Jagger neste momento.

 

QUEM FAZ

Nathalia Molina viaja desde os 5 anos, adora café da manhã e aprecia um bom serviço no turismo. Essencialmente urbana, também tem seus dias de paisagem natural. É jornalista de viagem há 20 anos e ganhou 4 vezes o prêmio da Comissão Europeia de Turismo. Em 2011, criou o Como Viaja: acompanhe no Instagram @ComoViaja e em comoviaja.com.br.

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