Morte de cães por suspeita de intoxicação: governo interdita fábrica da Bassar e recolhe produtos


Ao menos 9 cachorros morreram e há outros internados com quadro de falência renal; empresa diz que suspendeu a produção

Por Renata Okumura e Marina Rigueira
Atualização:

O Ministério da Agricultura determinou nesta sexta-feira, 2, a interdição da fábrica da Bassar Pet Food em São Paulo e o recolhimento nacional de todos os lotes de produtos da empresa depois da morte de ao menos nove cachorros em São Paulo e em Minas por suspeita de intoxicação após o consumo de petiscos da marca.

A pasta informou que a medida é preventiva e poderá ser alterada em razão das informações que venham a ser obtidas com as investigações que estão sendo conduzidas. Em nota, a Bassar disse que decidiu interromper a produção de sua fábrica em Guarulhos até que sejam totalmente esclarecidas as suspeitas de contaminação (leia íntegra abaixo).

A Polícia Civil de Minas Gerais afirmou que, além de Minas e São Paulo, o Distrito Federal e outros Estados têm relatos de casos de intoxicação: Rio de Janeiro, Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul, Alagoas, Sergipe e Goiás. Em Minas, até agora foram confirmadas 8 mortes e 6 internações de cachorros com os mesmos sintomas - o principal deles a insuficiência renal, segundo a delegada Danúbia Quadros, responsável pelas investigações.

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Em São Paulo, a tutora de um animal fez um boletim de ocorrência, informou a Secretaria da Segurança Pública do Estado (SSP), após um cachorro da raça sptiz alemão morrer depois de ingerir petiscos da Bassar, na segunda-feira, 29, no bairro Campo Belo, na zona sul da capital.

Segundo a dona do animal, uma mulher de 32 anos, após a ingestão, o cachorro começou a apresentar vômitos e diarreia, além de se recusar a beber água e se alimentar. “Ele foi internado em um centro veterinário, onde seu quadro clínico acabou piorando. O animal não resistiu. Os petiscos foram apreendidos e encaminhados ao Instituto de Criminalística (IC)”, disse em nota a SSP. O caso foi registrado como crime contra as relações de consumo pelo 27º Distrito Policial (Campo Belo).

Fábio Balieiro, advogado que representa tutores de cães de São Paulo, disse ao Estadão que há mais mortes no Estado. “Temos a confirmação de, pelo menos, 7 ou 8 ocorrências aqui”, disse. De acordo com o advogado, seus clientes seguem registrando boletins de ocorrência na polícia.

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Pelos depoimentos dos tutores, segundo o advogado, o problema com o consumo dos petiscos já pode estar acontecendo há meses. “Uma das clientes que eu atendi hoje disse que o pet dela comeu o petisco em 31 de maio. E tem quem consumiu na semana passada. A gente imagina que o dano é muito maior e isso nós vamos descobrir nos próximos dias”, afirmou.

Laudo preliminar

Laudo preliminar divulgado pela Escola de Veterinária da Universidade Federal de Minas Gerais, a partir da necropsia de dois dos animais intoxicados, identificou a presença de monoetilenoglicol no corpo de um deles.

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Todos os cachorros que passaram mal são até o momento de porte pequeno, entre eles um yorkshire, mesma raça do cão acima Foto: Josch13/Pixabay

Segundo a perita criminal Renata Fontes, desde o início da semana a polícia mineira vem recebendo materiais trazidos por tutores dos animais supostamente ligados à intoxicação. “Fizemos alguns exames e, até agora, identificamos o monoetilenoglicol em um dos diversos produtos que estamos recebendo, mas ainda existem muitos outros a serem encaminhados para análise, que ainda está em andamento. Ainda há muito trabalho a ser feito para chegarmos a uma conclusão mais precisa”, afirmou.

“Precisamos avançar para entender ainda como tudo aconteceu, pois não conhecemos o processo produtivo da empresa. Certo é que o monoetilenoglicol não deve estar presente em nenhum alimento, ou seja, nenhum produto de consumo humano, nem animal. É uma substância classicamente tóxica que leva à insuficiência renal, um dos sintomas identificados em dois dos animais acometidos pela intoxicação”, explicou ainda a perita. O etilenoglicol é o mesmo líquido que causou a morte de 10 pessoas que consumiram a cerveja Backer, em 2019.

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A delegada Danúbia Quadros ressalta que os principais sintomas identificados nos relatos dos tutores dos cachorros são convulsão, vômito, diarreia e prostração. “Se após o consumo dos petiscos dessa marca, o tutor do animal perceber algum desses sintomas, orientamos procurar imediatamente o veterinário para os devidos cuidados, e além disso, relatar o caso à delegacia de sua cidade, não se esquecendo de levar o produto para perícia para facilitar a apuração do crime pela venda de produto impróprio ao consumo, no artigo 7 inciso 9 da Lei 8137″, afirmou.

Após ter conhecimento dos casos, o Procon-SP disse nesta sexta-feira que vai notificar a empresa Bassar Pet Food para que preste esclarecimentos sobre as ocorrências. Já o Grupo Petz informou que logo que teve conhecimento do caso envolvendo os três tipos de petiscos retirou os itens dos pontos de vendas. São eles: Snack Cuidado Oral Hálito Fresco, Dental Care e Everyday.

O que diz o Ministério da Agricultura

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“Diante dos riscos iminentes à saúde de animais, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) determinou, nesta sexta-feira, 2, a interdição da fábrica Bassar Indústria e Comércio Ltda e o recolhimento nacional de todos os lotes de produtos da empresa, em razão da suspeita fundamentada de ocorrência de produtos contaminados.

A equipe de fiscalização do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal do Mapa esteve na tarde de hoje no local e interditou a fábrica envolvida, localizada em Guarulhos (SP), até que sejam apresentadas todas as informações requeridas pela fiscalização.

A princípio os produtos identificados com suspeita de contaminação são o Every Day sabor fígado (lote 3554) e o Dental Care (lote 3467). O recolhimento dos produtos deve ser feito pela empresa e os produtos devem ficam apreendidos nos armazéns da própria empresa.

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Segundo a Polícia Civil de Minas Gerais, por meio de informação preliminar, já são nove cachorros mortos após ingerirem os petiscos da marca Bassar com suspeita de substâncias tóxicas. Seis mortes ocorreram em Belo Horizonte, uma em Piumhi (MG) e duas em São Paulo.

A medida é preventiva e poderá ser alterada em razão das informações que venham a ser obtidas com as investigações que estão sendo conduzidas.

O Mapa já coletou as amostras dos produtos, que estão sendo encaminhadas aos laboratórios do Ministério para análise.”

O que diz a Bassar

“A Bassar Pet Food informa que decidiu interromper a produção de sua fábrica até que sejam totalmente esclarecidas as suspeitas de contaminação de pets envolvendo lotes de seus produtos. A empresa também está contratando uma empresa especializada para fazer uma inspeção detalhada de todos os processos de produção e do maquinário em sua fábrica, em São Paulo.

De modo preventivo, a companhia já estava recolhendo os lotes de duas linhas de alimentos, mas procederá agora ao recolhimento de todos os produtos da empresa nacionalmente, conforme determinação do Ministério da Agricultura, Pecuário e Abastecimento.

A Bassar esclarece que ainda não teve acesso ao laudo produzido pela Polícia Civil de Minas Gerais, mas está colaborando totalmente com as autoridades desde o início dos relatos sobre os casos. A empresa enviou amostras de produtos para institutos de referência nacional para atestar a segurança e conformidade de seus produtos sob investigação.

Além disso, acionou todos os seus fornecedores para que façam o rastreamento dos insumos utilizados para afastarem a hipótese de algum tipo de contaminação.

A empresa está solidária com todos os tutores de pets - nossos consumidores e razão de nossa empresa existir. Somos os maiores interessados no esclarecimento do caso. Por isso, a empresa vem tomando todas as providências para investigação dos fatos. Os consumidores podem tirar dúvidas pelo e-mail sac@bassarpetfood.com.br

O Ministério da Agricultura determinou nesta sexta-feira, 2, a interdição da fábrica da Bassar Pet Food em São Paulo e o recolhimento nacional de todos os lotes de produtos da empresa depois da morte de ao menos nove cachorros em São Paulo e em Minas por suspeita de intoxicação após o consumo de petiscos da marca.

A pasta informou que a medida é preventiva e poderá ser alterada em razão das informações que venham a ser obtidas com as investigações que estão sendo conduzidas. Em nota, a Bassar disse que decidiu interromper a produção de sua fábrica em Guarulhos até que sejam totalmente esclarecidas as suspeitas de contaminação (leia íntegra abaixo).

A Polícia Civil de Minas Gerais afirmou que, além de Minas e São Paulo, o Distrito Federal e outros Estados têm relatos de casos de intoxicação: Rio de Janeiro, Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul, Alagoas, Sergipe e Goiás. Em Minas, até agora foram confirmadas 8 mortes e 6 internações de cachorros com os mesmos sintomas - o principal deles a insuficiência renal, segundo a delegada Danúbia Quadros, responsável pelas investigações.

Em São Paulo, a tutora de um animal fez um boletim de ocorrência, informou a Secretaria da Segurança Pública do Estado (SSP), após um cachorro da raça sptiz alemão morrer depois de ingerir petiscos da Bassar, na segunda-feira, 29, no bairro Campo Belo, na zona sul da capital.

Segundo a dona do animal, uma mulher de 32 anos, após a ingestão, o cachorro começou a apresentar vômitos e diarreia, além de se recusar a beber água e se alimentar. “Ele foi internado em um centro veterinário, onde seu quadro clínico acabou piorando. O animal não resistiu. Os petiscos foram apreendidos e encaminhados ao Instituto de Criminalística (IC)”, disse em nota a SSP. O caso foi registrado como crime contra as relações de consumo pelo 27º Distrito Policial (Campo Belo).

Fábio Balieiro, advogado que representa tutores de cães de São Paulo, disse ao Estadão que há mais mortes no Estado. “Temos a confirmação de, pelo menos, 7 ou 8 ocorrências aqui”, disse. De acordo com o advogado, seus clientes seguem registrando boletins de ocorrência na polícia.

Pelos depoimentos dos tutores, segundo o advogado, o problema com o consumo dos petiscos já pode estar acontecendo há meses. “Uma das clientes que eu atendi hoje disse que o pet dela comeu o petisco em 31 de maio. E tem quem consumiu na semana passada. A gente imagina que o dano é muito maior e isso nós vamos descobrir nos próximos dias”, afirmou.

Laudo preliminar

Laudo preliminar divulgado pela Escola de Veterinária da Universidade Federal de Minas Gerais, a partir da necropsia de dois dos animais intoxicados, identificou a presença de monoetilenoglicol no corpo de um deles.

Todos os cachorros que passaram mal são até o momento de porte pequeno, entre eles um yorkshire, mesma raça do cão acima Foto: Josch13/Pixabay

Segundo a perita criminal Renata Fontes, desde o início da semana a polícia mineira vem recebendo materiais trazidos por tutores dos animais supostamente ligados à intoxicação. “Fizemos alguns exames e, até agora, identificamos o monoetilenoglicol em um dos diversos produtos que estamos recebendo, mas ainda existem muitos outros a serem encaminhados para análise, que ainda está em andamento. Ainda há muito trabalho a ser feito para chegarmos a uma conclusão mais precisa”, afirmou.

“Precisamos avançar para entender ainda como tudo aconteceu, pois não conhecemos o processo produtivo da empresa. Certo é que o monoetilenoglicol não deve estar presente em nenhum alimento, ou seja, nenhum produto de consumo humano, nem animal. É uma substância classicamente tóxica que leva à insuficiência renal, um dos sintomas identificados em dois dos animais acometidos pela intoxicação”, explicou ainda a perita. O etilenoglicol é o mesmo líquido que causou a morte de 10 pessoas que consumiram a cerveja Backer, em 2019.

A delegada Danúbia Quadros ressalta que os principais sintomas identificados nos relatos dos tutores dos cachorros são convulsão, vômito, diarreia e prostração. “Se após o consumo dos petiscos dessa marca, o tutor do animal perceber algum desses sintomas, orientamos procurar imediatamente o veterinário para os devidos cuidados, e além disso, relatar o caso à delegacia de sua cidade, não se esquecendo de levar o produto para perícia para facilitar a apuração do crime pela venda de produto impróprio ao consumo, no artigo 7 inciso 9 da Lei 8137″, afirmou.

Após ter conhecimento dos casos, o Procon-SP disse nesta sexta-feira que vai notificar a empresa Bassar Pet Food para que preste esclarecimentos sobre as ocorrências. Já o Grupo Petz informou que logo que teve conhecimento do caso envolvendo os três tipos de petiscos retirou os itens dos pontos de vendas. São eles: Snack Cuidado Oral Hálito Fresco, Dental Care e Everyday.

O que diz o Ministério da Agricultura

“Diante dos riscos iminentes à saúde de animais, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) determinou, nesta sexta-feira, 2, a interdição da fábrica Bassar Indústria e Comércio Ltda e o recolhimento nacional de todos os lotes de produtos da empresa, em razão da suspeita fundamentada de ocorrência de produtos contaminados.

A equipe de fiscalização do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal do Mapa esteve na tarde de hoje no local e interditou a fábrica envolvida, localizada em Guarulhos (SP), até que sejam apresentadas todas as informações requeridas pela fiscalização.

A princípio os produtos identificados com suspeita de contaminação são o Every Day sabor fígado (lote 3554) e o Dental Care (lote 3467). O recolhimento dos produtos deve ser feito pela empresa e os produtos devem ficam apreendidos nos armazéns da própria empresa.

Segundo a Polícia Civil de Minas Gerais, por meio de informação preliminar, já são nove cachorros mortos após ingerirem os petiscos da marca Bassar com suspeita de substâncias tóxicas. Seis mortes ocorreram em Belo Horizonte, uma em Piumhi (MG) e duas em São Paulo.

A medida é preventiva e poderá ser alterada em razão das informações que venham a ser obtidas com as investigações que estão sendo conduzidas.

O Mapa já coletou as amostras dos produtos, que estão sendo encaminhadas aos laboratórios do Ministério para análise.”

O que diz a Bassar

“A Bassar Pet Food informa que decidiu interromper a produção de sua fábrica até que sejam totalmente esclarecidas as suspeitas de contaminação de pets envolvendo lotes de seus produtos. A empresa também está contratando uma empresa especializada para fazer uma inspeção detalhada de todos os processos de produção e do maquinário em sua fábrica, em São Paulo.

De modo preventivo, a companhia já estava recolhendo os lotes de duas linhas de alimentos, mas procederá agora ao recolhimento de todos os produtos da empresa nacionalmente, conforme determinação do Ministério da Agricultura, Pecuário e Abastecimento.

A Bassar esclarece que ainda não teve acesso ao laudo produzido pela Polícia Civil de Minas Gerais, mas está colaborando totalmente com as autoridades desde o início dos relatos sobre os casos. A empresa enviou amostras de produtos para institutos de referência nacional para atestar a segurança e conformidade de seus produtos sob investigação.

Além disso, acionou todos os seus fornecedores para que façam o rastreamento dos insumos utilizados para afastarem a hipótese de algum tipo de contaminação.

A empresa está solidária com todos os tutores de pets - nossos consumidores e razão de nossa empresa existir. Somos os maiores interessados no esclarecimento do caso. Por isso, a empresa vem tomando todas as providências para investigação dos fatos. Os consumidores podem tirar dúvidas pelo e-mail sac@bassarpetfood.com.br

O Ministério da Agricultura determinou nesta sexta-feira, 2, a interdição da fábrica da Bassar Pet Food em São Paulo e o recolhimento nacional de todos os lotes de produtos da empresa depois da morte de ao menos nove cachorros em São Paulo e em Minas por suspeita de intoxicação após o consumo de petiscos da marca.

A pasta informou que a medida é preventiva e poderá ser alterada em razão das informações que venham a ser obtidas com as investigações que estão sendo conduzidas. Em nota, a Bassar disse que decidiu interromper a produção de sua fábrica em Guarulhos até que sejam totalmente esclarecidas as suspeitas de contaminação (leia íntegra abaixo).

A Polícia Civil de Minas Gerais afirmou que, além de Minas e São Paulo, o Distrito Federal e outros Estados têm relatos de casos de intoxicação: Rio de Janeiro, Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul, Alagoas, Sergipe e Goiás. Em Minas, até agora foram confirmadas 8 mortes e 6 internações de cachorros com os mesmos sintomas - o principal deles a insuficiência renal, segundo a delegada Danúbia Quadros, responsável pelas investigações.

Em São Paulo, a tutora de um animal fez um boletim de ocorrência, informou a Secretaria da Segurança Pública do Estado (SSP), após um cachorro da raça sptiz alemão morrer depois de ingerir petiscos da Bassar, na segunda-feira, 29, no bairro Campo Belo, na zona sul da capital.

Segundo a dona do animal, uma mulher de 32 anos, após a ingestão, o cachorro começou a apresentar vômitos e diarreia, além de se recusar a beber água e se alimentar. “Ele foi internado em um centro veterinário, onde seu quadro clínico acabou piorando. O animal não resistiu. Os petiscos foram apreendidos e encaminhados ao Instituto de Criminalística (IC)”, disse em nota a SSP. O caso foi registrado como crime contra as relações de consumo pelo 27º Distrito Policial (Campo Belo).

Fábio Balieiro, advogado que representa tutores de cães de São Paulo, disse ao Estadão que há mais mortes no Estado. “Temos a confirmação de, pelo menos, 7 ou 8 ocorrências aqui”, disse. De acordo com o advogado, seus clientes seguem registrando boletins de ocorrência na polícia.

Pelos depoimentos dos tutores, segundo o advogado, o problema com o consumo dos petiscos já pode estar acontecendo há meses. “Uma das clientes que eu atendi hoje disse que o pet dela comeu o petisco em 31 de maio. E tem quem consumiu na semana passada. A gente imagina que o dano é muito maior e isso nós vamos descobrir nos próximos dias”, afirmou.

Laudo preliminar

Laudo preliminar divulgado pela Escola de Veterinária da Universidade Federal de Minas Gerais, a partir da necropsia de dois dos animais intoxicados, identificou a presença de monoetilenoglicol no corpo de um deles.

Todos os cachorros que passaram mal são até o momento de porte pequeno, entre eles um yorkshire, mesma raça do cão acima Foto: Josch13/Pixabay

Segundo a perita criminal Renata Fontes, desde o início da semana a polícia mineira vem recebendo materiais trazidos por tutores dos animais supostamente ligados à intoxicação. “Fizemos alguns exames e, até agora, identificamos o monoetilenoglicol em um dos diversos produtos que estamos recebendo, mas ainda existem muitos outros a serem encaminhados para análise, que ainda está em andamento. Ainda há muito trabalho a ser feito para chegarmos a uma conclusão mais precisa”, afirmou.

“Precisamos avançar para entender ainda como tudo aconteceu, pois não conhecemos o processo produtivo da empresa. Certo é que o monoetilenoglicol não deve estar presente em nenhum alimento, ou seja, nenhum produto de consumo humano, nem animal. É uma substância classicamente tóxica que leva à insuficiência renal, um dos sintomas identificados em dois dos animais acometidos pela intoxicação”, explicou ainda a perita. O etilenoglicol é o mesmo líquido que causou a morte de 10 pessoas que consumiram a cerveja Backer, em 2019.

A delegada Danúbia Quadros ressalta que os principais sintomas identificados nos relatos dos tutores dos cachorros são convulsão, vômito, diarreia e prostração. “Se após o consumo dos petiscos dessa marca, o tutor do animal perceber algum desses sintomas, orientamos procurar imediatamente o veterinário para os devidos cuidados, e além disso, relatar o caso à delegacia de sua cidade, não se esquecendo de levar o produto para perícia para facilitar a apuração do crime pela venda de produto impróprio ao consumo, no artigo 7 inciso 9 da Lei 8137″, afirmou.

Após ter conhecimento dos casos, o Procon-SP disse nesta sexta-feira que vai notificar a empresa Bassar Pet Food para que preste esclarecimentos sobre as ocorrências. Já o Grupo Petz informou que logo que teve conhecimento do caso envolvendo os três tipos de petiscos retirou os itens dos pontos de vendas. São eles: Snack Cuidado Oral Hálito Fresco, Dental Care e Everyday.

O que diz o Ministério da Agricultura

“Diante dos riscos iminentes à saúde de animais, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) determinou, nesta sexta-feira, 2, a interdição da fábrica Bassar Indústria e Comércio Ltda e o recolhimento nacional de todos os lotes de produtos da empresa, em razão da suspeita fundamentada de ocorrência de produtos contaminados.

A equipe de fiscalização do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal do Mapa esteve na tarde de hoje no local e interditou a fábrica envolvida, localizada em Guarulhos (SP), até que sejam apresentadas todas as informações requeridas pela fiscalização.

A princípio os produtos identificados com suspeita de contaminação são o Every Day sabor fígado (lote 3554) e o Dental Care (lote 3467). O recolhimento dos produtos deve ser feito pela empresa e os produtos devem ficam apreendidos nos armazéns da própria empresa.

Segundo a Polícia Civil de Minas Gerais, por meio de informação preliminar, já são nove cachorros mortos após ingerirem os petiscos da marca Bassar com suspeita de substâncias tóxicas. Seis mortes ocorreram em Belo Horizonte, uma em Piumhi (MG) e duas em São Paulo.

A medida é preventiva e poderá ser alterada em razão das informações que venham a ser obtidas com as investigações que estão sendo conduzidas.

O Mapa já coletou as amostras dos produtos, que estão sendo encaminhadas aos laboratórios do Ministério para análise.”

O que diz a Bassar

“A Bassar Pet Food informa que decidiu interromper a produção de sua fábrica até que sejam totalmente esclarecidas as suspeitas de contaminação de pets envolvendo lotes de seus produtos. A empresa também está contratando uma empresa especializada para fazer uma inspeção detalhada de todos os processos de produção e do maquinário em sua fábrica, em São Paulo.

De modo preventivo, a companhia já estava recolhendo os lotes de duas linhas de alimentos, mas procederá agora ao recolhimento de todos os produtos da empresa nacionalmente, conforme determinação do Ministério da Agricultura, Pecuário e Abastecimento.

A Bassar esclarece que ainda não teve acesso ao laudo produzido pela Polícia Civil de Minas Gerais, mas está colaborando totalmente com as autoridades desde o início dos relatos sobre os casos. A empresa enviou amostras de produtos para institutos de referência nacional para atestar a segurança e conformidade de seus produtos sob investigação.

Além disso, acionou todos os seus fornecedores para que façam o rastreamento dos insumos utilizados para afastarem a hipótese de algum tipo de contaminação.

A empresa está solidária com todos os tutores de pets - nossos consumidores e razão de nossa empresa existir. Somos os maiores interessados no esclarecimento do caso. Por isso, a empresa vem tomando todas as providências para investigação dos fatos. Os consumidores podem tirar dúvidas pelo e-mail sac@bassarpetfood.com.br

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