O número de mortes em acidentes aéreos no Brasil este ano já é o maior dos últimos oito anos, segundo dados do Sistema de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Sipaer), da Força Aérea Brasileira (FAB). Os dados atualizados até 5 de dezembro – e que não incluem as vítimas do acidente deste domingo, 22, em Gramado (RS) -, apontam que 138 pessoas já morreram, em 2024, em acidentes com aviões e helicópteros.
No ano passado todo tinham sido 77 mortes, alta de 80%. Em 2022, os acidentes aeronáuticos mataram 49 pessoas e, em 2021, foram 68 vítimas fatais. Já em 2020 morreram 55 pessoas.
Os números deste ano foram agravados pelo acidente com o avião da Voepass, no dia 9 de agosto, em Vinhedo, no interior de São Paulo, que deixou 62 mortos. O ATR 72-500 da empresa decolou de Cascavel (PR) e tinha como destino o aeropotro de Guarulhos, na Grande São Paulo.
Quando sobrevoava Vinhedo a aeronave ficou sem controle e caiu em um condomínio de chácaras, matando os 58 passageiros e quatro tripulantes. A queda do ATR da Voepass foi o primeiro e mais letal acidente aéreo envolvendo a aviação regular brasileira desde 2007, quando o Airbus 320 da TAM atingiu um prédio da própria companhia no aeroporto de Congonhas, deixando 199 mortos.
Acidentes aéreos no Brasil em 2024
O ano teve outros acidentes aéreos marcantes:
- No dia 12 de janeiro, a Polícia Militar do Estado de São Paulo localizou os destroços de um helicóptero que havia decolado no dia 31 de dezembro de 2023 do aeroporto Campo de Marte, na capital, com destino a Ilhabela, no litoral norte do estado. As quatro pessoas que estavam a bordo morreram. Foram 12 dias de buscas.
- No dia 28 de janeiro, um avião com sete pessoas caiu em Itapeva (MG), matando os cinco passageiros e dois tripulantes. Entre os passageiros estavam os empresários Marcílio Franco e André Amaral, sócios da empresa CredFranco.
- No dia 15 de agosto, um avião bimotor King Air caiu na zona rural de Apiacás (MT), matando os cinco ocupantes. Entre as vítimas estava o empresário Arni Alberto Spiering, da empresa Arni.
- Já em 11 de outubro, um helicóptero do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais caiu na região de Ouro Preto, no interior do estado. Os seis agentes a bordo estavam em missão de resgate a outro avião acidentado na região, que deixou uma pessoa morta. Não houve sobreviventes da queda do helicóptero.
- No dia 24 de outubro, um Embraer 121 Xingu caiu em Paraibuna e deixou cinco pessoas mortas. O avião da Abaeté Aviação decolou de Florianópolis (SC) com destino a Belo Horizonte (MG), levando funcionários da empresa.
No total, foram 186 acidentes aéreos este ano, dos quais 48 resultaram em mortes, alguns, como o da Voepass, com grande número de mortos. No ano passado, foram 136 acidentes, com 38 registrando uma ou mais mortes.