RIO - Mais de 100 pessoas morreram na Grande Vitória desde o início do motim da Polícia Militar no Espírito Santo, no sábado, 4. De acordo com o presidente do Sindicato dos Policiais Civis (Sindpol-ES), Jorge Leal, a planilha deixou de ser atualizada na manhã desta quinta-feira, 9, quando havia 95 mortes violentas registradas.
"A estatística deixou de ser atualizada, mas já temos informações de que o número de mortes passou de 100. Isso é fato", afirmou Leal. "As mortes não deixaram de ocorrer porque o governo fez pressão para que os policiais não divulgassem."
Entre as vítimas está o presidente do Sindicato dos Rodoviários de Guarapari (Sintrovig), Walace Belmiro Fernaziari, morto a tiros, perto da garagem da Viação Sanremo, em Vila Velha, na Grande Vitória. A informação foi confirmada pelo também sindicalista Edson Bastos, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários no Estado do Espírito Santo (Sindirodoviários-ES)
Veja fotos do Espírito Santo durante motim de PMs
Na manhã desta quinta-feira, os ônibus urbanos na Grande Vitória foram recolhidos às garagens por determinação do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários no Estado do Espírito Santo (Sindirodoviários-ES). Os veículos chegaram a circular com frota reduzida no início da manhã, mas pelo fato de os terminais rodoviários "não oferecerem as condições mínimas de segurança" eles paralisaram novamente as atividades.
A crise na segurança pública no Espírito Santo chega nesta quinta-feira ao sexto dia com a população ainda com muita sensação de insegurança. No início desta manhã, as ruas de Vitória apresentam mais uma vez pouca movimentação.
Até o fim da tarde desta quinta-feira, mais 650 homens do Exército e da Força Nacional de Segurança devem chegar ao Estado, elevando o contingente para 1.850. O governo informou que são necessários pelo menos 2.000 para fazer a segurança em todo o Espírito Santo. Em circunstâncias normais, esse é o contingente diário apenas na Grande Vitória.