‘O Brasil não acompanhou a evolução das regras’, diz embaixador


Para o Rubens Barbosa, que o preside o Conselho de Comércio Exterior da Fiesp, o País pode se beneficiar de acordos menores

Por Lu Aiko Otta

BRASÍLIA - Para o embaixador Rubens Barbosa, que preside o Conselho de Comércio Exterior da Fiesp, enquanto os grandes acordos são negociados, a economia brasileira pode se beneficiar de entendimentos menores fechados recentemente com países da região.

O Brasil ficou fora das cadeias globais, diz Barbosa Foto:

Dá para esperar resultados imediatos da estratégia de acelerar acordos comerciais?  Tem vários níveis e algumas coisas são imediatas. O governo Dilma, nesse último ano, cedeu às pressões do setor privado, da Fiesp, e iniciou conversas com Colômbia, Peru, México. No caso da Colômbia, fizeram um mini acordo automobilístico. Acho que o aprofundamento dos acordos com Colômbia e Peru e a ampliação do acordo com México podem gerar resultados a curto prazo. 

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E as outras negociações? As novas negociações, como União Europeia e Canadá, vão ser demoradas. No caso da União Europeia, tem muita gente que acha que não vai sair o acordo. Eu acho que vai, de alguma maneira – uma coisa menor. Mas isso vai demorar um ano, um ano e pouco.

Mas já dá um pequeno fôlego, não? É o que se persegue, ao se falar em acelerar os acordos? Acelerar quer dizer ampliar. Nos governos Lula e Dilma, eles ficaram com aquela ideia da OMC (Organização Mundial do Comércio), da Rodada Doha. Fracassou a Rodada e eles ficaram sem discurso. Porque o mundo inteiro, até países que nunca negociaram acordo, como Japão e China, mudaram de posição. Enquanto assinamos três ou quatro acordos vagabundos, eles fizeram 400. E o Brasil ficou fora. 

O quanto isso é ruim? O Brasil ficou fora das cadeias globais. E não acompanhou a evolução das regras. No caso do TPP (Acordo Transpacífico), por exemplo, o que aconteceu foi que os americanos vieram com novas regras e houve uma negociação. Cada país colocou um limite. O Vietnã, um país comunista, aceitou criar sindicatos livres. Ou seja, essas coisas são tão importantes que mesmo um país comunista como o Vietnã é mais flexível do que esses petistas daqui, que criticam as regras e dizem que vamos assinar embaixo do que querem os EUA.

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O empresariado ainda está resistente a esses acordos? Ou a retração os empurra a buscar o mercado externo? Acho que tem duas coisas. Primeiro, isso. E, segundo, a política industrial dos últimos anos fracassou. Há um processo de desindustrialização em curso. Ficamos fora dos movimentos de modernização. Então, estão pelo menos querendo ouvir. 

BRASÍLIA - Para o embaixador Rubens Barbosa, que preside o Conselho de Comércio Exterior da Fiesp, enquanto os grandes acordos são negociados, a economia brasileira pode se beneficiar de entendimentos menores fechados recentemente com países da região.

O Brasil ficou fora das cadeias globais, diz Barbosa Foto:

Dá para esperar resultados imediatos da estratégia de acelerar acordos comerciais?  Tem vários níveis e algumas coisas são imediatas. O governo Dilma, nesse último ano, cedeu às pressões do setor privado, da Fiesp, e iniciou conversas com Colômbia, Peru, México. No caso da Colômbia, fizeram um mini acordo automobilístico. Acho que o aprofundamento dos acordos com Colômbia e Peru e a ampliação do acordo com México podem gerar resultados a curto prazo. 

E as outras negociações? As novas negociações, como União Europeia e Canadá, vão ser demoradas. No caso da União Europeia, tem muita gente que acha que não vai sair o acordo. Eu acho que vai, de alguma maneira – uma coisa menor. Mas isso vai demorar um ano, um ano e pouco.

Mas já dá um pequeno fôlego, não? É o que se persegue, ao se falar em acelerar os acordos? Acelerar quer dizer ampliar. Nos governos Lula e Dilma, eles ficaram com aquela ideia da OMC (Organização Mundial do Comércio), da Rodada Doha. Fracassou a Rodada e eles ficaram sem discurso. Porque o mundo inteiro, até países que nunca negociaram acordo, como Japão e China, mudaram de posição. Enquanto assinamos três ou quatro acordos vagabundos, eles fizeram 400. E o Brasil ficou fora. 

O quanto isso é ruim? O Brasil ficou fora das cadeias globais. E não acompanhou a evolução das regras. No caso do TPP (Acordo Transpacífico), por exemplo, o que aconteceu foi que os americanos vieram com novas regras e houve uma negociação. Cada país colocou um limite. O Vietnã, um país comunista, aceitou criar sindicatos livres. Ou seja, essas coisas são tão importantes que mesmo um país comunista como o Vietnã é mais flexível do que esses petistas daqui, que criticam as regras e dizem que vamos assinar embaixo do que querem os EUA.

O empresariado ainda está resistente a esses acordos? Ou a retração os empurra a buscar o mercado externo? Acho que tem duas coisas. Primeiro, isso. E, segundo, a política industrial dos últimos anos fracassou. Há um processo de desindustrialização em curso. Ficamos fora dos movimentos de modernização. Então, estão pelo menos querendo ouvir. 

BRASÍLIA - Para o embaixador Rubens Barbosa, que preside o Conselho de Comércio Exterior da Fiesp, enquanto os grandes acordos são negociados, a economia brasileira pode se beneficiar de entendimentos menores fechados recentemente com países da região.

O Brasil ficou fora das cadeias globais, diz Barbosa Foto:

Dá para esperar resultados imediatos da estratégia de acelerar acordos comerciais?  Tem vários níveis e algumas coisas são imediatas. O governo Dilma, nesse último ano, cedeu às pressões do setor privado, da Fiesp, e iniciou conversas com Colômbia, Peru, México. No caso da Colômbia, fizeram um mini acordo automobilístico. Acho que o aprofundamento dos acordos com Colômbia e Peru e a ampliação do acordo com México podem gerar resultados a curto prazo. 

E as outras negociações? As novas negociações, como União Europeia e Canadá, vão ser demoradas. No caso da União Europeia, tem muita gente que acha que não vai sair o acordo. Eu acho que vai, de alguma maneira – uma coisa menor. Mas isso vai demorar um ano, um ano e pouco.

Mas já dá um pequeno fôlego, não? É o que se persegue, ao se falar em acelerar os acordos? Acelerar quer dizer ampliar. Nos governos Lula e Dilma, eles ficaram com aquela ideia da OMC (Organização Mundial do Comércio), da Rodada Doha. Fracassou a Rodada e eles ficaram sem discurso. Porque o mundo inteiro, até países que nunca negociaram acordo, como Japão e China, mudaram de posição. Enquanto assinamos três ou quatro acordos vagabundos, eles fizeram 400. E o Brasil ficou fora. 

O quanto isso é ruim? O Brasil ficou fora das cadeias globais. E não acompanhou a evolução das regras. No caso do TPP (Acordo Transpacífico), por exemplo, o que aconteceu foi que os americanos vieram com novas regras e houve uma negociação. Cada país colocou um limite. O Vietnã, um país comunista, aceitou criar sindicatos livres. Ou seja, essas coisas são tão importantes que mesmo um país comunista como o Vietnã é mais flexível do que esses petistas daqui, que criticam as regras e dizem que vamos assinar embaixo do que querem os EUA.

O empresariado ainda está resistente a esses acordos? Ou a retração os empurra a buscar o mercado externo? Acho que tem duas coisas. Primeiro, isso. E, segundo, a política industrial dos últimos anos fracassou. Há um processo de desindustrialização em curso. Ficamos fora dos movimentos de modernização. Então, estão pelo menos querendo ouvir. 

BRASÍLIA - Para o embaixador Rubens Barbosa, que preside o Conselho de Comércio Exterior da Fiesp, enquanto os grandes acordos são negociados, a economia brasileira pode se beneficiar de entendimentos menores fechados recentemente com países da região.

O Brasil ficou fora das cadeias globais, diz Barbosa Foto:

Dá para esperar resultados imediatos da estratégia de acelerar acordos comerciais?  Tem vários níveis e algumas coisas são imediatas. O governo Dilma, nesse último ano, cedeu às pressões do setor privado, da Fiesp, e iniciou conversas com Colômbia, Peru, México. No caso da Colômbia, fizeram um mini acordo automobilístico. Acho que o aprofundamento dos acordos com Colômbia e Peru e a ampliação do acordo com México podem gerar resultados a curto prazo. 

E as outras negociações? As novas negociações, como União Europeia e Canadá, vão ser demoradas. No caso da União Europeia, tem muita gente que acha que não vai sair o acordo. Eu acho que vai, de alguma maneira – uma coisa menor. Mas isso vai demorar um ano, um ano e pouco.

Mas já dá um pequeno fôlego, não? É o que se persegue, ao se falar em acelerar os acordos? Acelerar quer dizer ampliar. Nos governos Lula e Dilma, eles ficaram com aquela ideia da OMC (Organização Mundial do Comércio), da Rodada Doha. Fracassou a Rodada e eles ficaram sem discurso. Porque o mundo inteiro, até países que nunca negociaram acordo, como Japão e China, mudaram de posição. Enquanto assinamos três ou quatro acordos vagabundos, eles fizeram 400. E o Brasil ficou fora. 

O quanto isso é ruim? O Brasil ficou fora das cadeias globais. E não acompanhou a evolução das regras. No caso do TPP (Acordo Transpacífico), por exemplo, o que aconteceu foi que os americanos vieram com novas regras e houve uma negociação. Cada país colocou um limite. O Vietnã, um país comunista, aceitou criar sindicatos livres. Ou seja, essas coisas são tão importantes que mesmo um país comunista como o Vietnã é mais flexível do que esses petistas daqui, que criticam as regras e dizem que vamos assinar embaixo do que querem os EUA.

O empresariado ainda está resistente a esses acordos? Ou a retração os empurra a buscar o mercado externo? Acho que tem duas coisas. Primeiro, isso. E, segundo, a política industrial dos últimos anos fracassou. Há um processo de desindustrialização em curso. Ficamos fora dos movimentos de modernização. Então, estão pelo menos querendo ouvir. 

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