Portanto, são muito importantes os conhecimentos relacionados às pesquisas agora agraciadas, que podem ajudar a descoberta de tratamentos sofisticados para as doenças que afetam a orientação espacial. No Brasil, muitas pesquisas básicas na área de neurociências são desenvolvidas, envolvendo estudos sobre prevenção e tratamento da doença de Alzheimer e outros transtornos relacionados.
Mas também é necessário estimular pesquisas aplicadas que minimizem os efeitos deste problema na realidade da vida das pessoas afetadas. Um exemplo desse tipo de pesquisa é o trabalho realizado na Unesp-Câmpus de Rio Claro, com diversos estudos sobre os benefícios da prática regular de exercício físico e do convívio social, considerados tratamentos não-farmacológicos da doença de Alzheimer. Outro exemplo é a pesquisa realizada na UFSCar, em 2007, sobre "Desorientação Urbana", que observou que cerca de 30% dos idosos referiram ter se perdido ou apresentado algum episódio de dificuldade de localização momentânea. O número crescente de idosos perdidos ou desaparecidos em nossa sociedade exige ações de diversos órgãos públicos e de setores da sociedade, pois a família não consegue enfrentar sozinha esta situação. Cabe lembrar que quando um idoso apresenta um episódio de desorientação aumenta o risco de queda, além de atropelamento e diferentes formas de violência. Após um episódio desse tipo, há uma tendência ao confinamento do idoso em casa, o que leva à diminuição da atividade física e de estímulos mentais, agravando o caso. Um aspecto que pode ajudar o País a avançar mais, tanto na pesquisa básica quanto na aplicada, é o intercâmbio crescente de nossos pesquisadores e estudantes com grupos de pesquisa dos grandes centros, especialmente por meio do Programa "Ciência sem Fronteiras", uma ação conjunta dos Ministérios da Ciência, Tecnologia e Inovação e da Educação, envolvendo os órgãos de fomento - CNPq e Capes, com bolsas e auxílios que vão desde a graduação, passando pelo Doutorado Sanduíche e chegando ao pós-doutorado.* José Luiz Riani Costa é médico e professor da Unesp