Oba! Boa boca imigratória


Por Ivan Lessa

É perigoso passar perto de um muro aqui em Londres. E em todo Reino Unido também. Há o perigo distinto do ilustre passante ser atingido por um imigrante ilegal que acabou de dar o primeiro passo - na verdade, o primeiro salto - no caminho do sucesso que será sua nova vida aqui nesta ilha, também abençoada por Deus, feito o (lembram-se?) o velho Patropi. Eles, os imigrantes, em geral do leste europeu, não param de chegar. Consta que, na luta pelo ingresso ilegal, vive saindo um pau entre poloneses e brasileiros. Os brasileiros, das nacionalidades extra-européias, só perdem para os poloneses. Ambos são bons de bola em matéria de driblar autoridades e legislações em vigor. Os bengaleses, ao que parece, juntamente com os nigerianos, também constam da acirrada disputa. Na contenda Brasil x Polônia, agem como bandeirinhas e juízes. Novidades nas fronteiras A coisa agora vai ficar joínha (lembram-se também?) com as novas e modernas metodologias a serem adotadas pelas instituições encarregadas de vigiar e patrulhar as fronteiras destas ilhas. A Agência para Fronteiras e Imigração (BIA, em inglês), em louvável medida destinada a conter seus gastos, houve por bem informar a todos que fazem parte de suas fileiras que, a partir de 1º de abril (não, não é gracinha), não deverão ser realizadas prisões de imigrantes ilegais nos fins-de-semana e feriados. Foram mais longe os esclarecidos responsáveis pelo andamento da referida agência. Não deverão também seus funcionários, ou seja, seus guardas, sequer tentar a apreensão de criminosos estrangeiros que buscam guarida no hospitaleiro solo britânico. A BIA precisa de qualquer maneira conter seus gastos. Esta a palavra de ordem dada pelo novo governo trabalhista, agora com Gordon Brown à testa de seus trabalhos. É para se trabalhar menos, se me perdoem tropeçar num modesto jogo de palavras. A agência esclareceu, em comunicado, que, repetindo, nos fins-de-semana e feriados, apenas uma equipe reduzida ficaria de plantão para os casos de emergência. O que é um "caso de emergência" em matéria de imigração ilegal? Mais de 100 mil albaneses atravessando o canal da Mancha a nado? 27 mineiros saltando de pára-quedas sobre o condado de Kent, o propalado "jardim da Inglaterra"? A coisa não ficou clara. Sabe-se apenas que aqueles que baterem o ponto pela extensão de todas as fronteiras do país, ganharão uns cobres extras. A BIA, em sua louvável iniciativa, está tentando economizar entre cerca de 160 a 200 milhões de dólares em seu orçamento, seguindo as linhas mestras traçadas por recentes éditos emitidos pelo equivalente ao ministério da Fazenda local. Houve reclamações Tem gente que reclamou das novas medidas. São estranhos esses britânicos. David Davis, o porta-voz do Partido Conservador, que responde a questões referentes ao ministério do Interior (e da Justiça), o chamado Home Office, disse que o fato expunha de forma clara e incisiva que não passavam de um embuste (a sham) as recentes declarações do primeiro-ministro Gordon Brown de que a nova agência (a BIA é um broto) zelaria pelas fronteiras da Grã-Bretanha. John Tincey, vice-presidente do sindicato responsável pelos serviços de imigração, que representa cerca de 4 mil funcionários, disse que, a partir de abril, os sábados, domingos e feriados passariam a constituir uma espécie de open season para os imigrantes ilegais. Houve providências da BIA A BIA esclareceu, para seus 1500 funcionários - sim, vê-se logo, que, ao contrário do número de imigrantes, é muito pouca gente - que, quem quiser fazer "serão" nos fins-de-semana e feriados, terá antes que comunicar a seus superiores por escrito e com pelo menos três semanas de antecedência. Só assim o diretor da agência irá encarar a possibilidade de deixar ou não o estranhíssimo indivíduo trabalhar nas horas e dias em breve ilegais como... como imigrantes, ora bolas! E os portos e aeroportos? Ah, esses continuarão a funcionar da mesma maneira atual. É que quem cuida dessas coisas é uma divisão diferente, embora situada dentro, muito por dentro, da própria BIA. Conclusão Atenção, imigrantes ilegais: agora vocês já sabem. É para tentar entrar no peito e na marra nos fins-de-semana ou feriados (pesquisar calendários) e apenas por terra. Nos portos e aeroportos, continuará todo mundo voltando para suas respectivas e originais partes do globo terrestre. Sorry. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

É perigoso passar perto de um muro aqui em Londres. E em todo Reino Unido também. Há o perigo distinto do ilustre passante ser atingido por um imigrante ilegal que acabou de dar o primeiro passo - na verdade, o primeiro salto - no caminho do sucesso que será sua nova vida aqui nesta ilha, também abençoada por Deus, feito o (lembram-se?) o velho Patropi. Eles, os imigrantes, em geral do leste europeu, não param de chegar. Consta que, na luta pelo ingresso ilegal, vive saindo um pau entre poloneses e brasileiros. Os brasileiros, das nacionalidades extra-européias, só perdem para os poloneses. Ambos são bons de bola em matéria de driblar autoridades e legislações em vigor. Os bengaleses, ao que parece, juntamente com os nigerianos, também constam da acirrada disputa. Na contenda Brasil x Polônia, agem como bandeirinhas e juízes. Novidades nas fronteiras A coisa agora vai ficar joínha (lembram-se também?) com as novas e modernas metodologias a serem adotadas pelas instituições encarregadas de vigiar e patrulhar as fronteiras destas ilhas. A Agência para Fronteiras e Imigração (BIA, em inglês), em louvável medida destinada a conter seus gastos, houve por bem informar a todos que fazem parte de suas fileiras que, a partir de 1º de abril (não, não é gracinha), não deverão ser realizadas prisões de imigrantes ilegais nos fins-de-semana e feriados. Foram mais longe os esclarecidos responsáveis pelo andamento da referida agência. Não deverão também seus funcionários, ou seja, seus guardas, sequer tentar a apreensão de criminosos estrangeiros que buscam guarida no hospitaleiro solo britânico. A BIA precisa de qualquer maneira conter seus gastos. Esta a palavra de ordem dada pelo novo governo trabalhista, agora com Gordon Brown à testa de seus trabalhos. É para se trabalhar menos, se me perdoem tropeçar num modesto jogo de palavras. A agência esclareceu, em comunicado, que, repetindo, nos fins-de-semana e feriados, apenas uma equipe reduzida ficaria de plantão para os casos de emergência. O que é um "caso de emergência" em matéria de imigração ilegal? Mais de 100 mil albaneses atravessando o canal da Mancha a nado? 27 mineiros saltando de pára-quedas sobre o condado de Kent, o propalado "jardim da Inglaterra"? A coisa não ficou clara. Sabe-se apenas que aqueles que baterem o ponto pela extensão de todas as fronteiras do país, ganharão uns cobres extras. A BIA, em sua louvável iniciativa, está tentando economizar entre cerca de 160 a 200 milhões de dólares em seu orçamento, seguindo as linhas mestras traçadas por recentes éditos emitidos pelo equivalente ao ministério da Fazenda local. Houve reclamações Tem gente que reclamou das novas medidas. São estranhos esses britânicos. David Davis, o porta-voz do Partido Conservador, que responde a questões referentes ao ministério do Interior (e da Justiça), o chamado Home Office, disse que o fato expunha de forma clara e incisiva que não passavam de um embuste (a sham) as recentes declarações do primeiro-ministro Gordon Brown de que a nova agência (a BIA é um broto) zelaria pelas fronteiras da Grã-Bretanha. John Tincey, vice-presidente do sindicato responsável pelos serviços de imigração, que representa cerca de 4 mil funcionários, disse que, a partir de abril, os sábados, domingos e feriados passariam a constituir uma espécie de open season para os imigrantes ilegais. Houve providências da BIA A BIA esclareceu, para seus 1500 funcionários - sim, vê-se logo, que, ao contrário do número de imigrantes, é muito pouca gente - que, quem quiser fazer "serão" nos fins-de-semana e feriados, terá antes que comunicar a seus superiores por escrito e com pelo menos três semanas de antecedência. Só assim o diretor da agência irá encarar a possibilidade de deixar ou não o estranhíssimo indivíduo trabalhar nas horas e dias em breve ilegais como... como imigrantes, ora bolas! E os portos e aeroportos? Ah, esses continuarão a funcionar da mesma maneira atual. É que quem cuida dessas coisas é uma divisão diferente, embora situada dentro, muito por dentro, da própria BIA. Conclusão Atenção, imigrantes ilegais: agora vocês já sabem. É para tentar entrar no peito e na marra nos fins-de-semana ou feriados (pesquisar calendários) e apenas por terra. Nos portos e aeroportos, continuará todo mundo voltando para suas respectivas e originais partes do globo terrestre. Sorry. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

É perigoso passar perto de um muro aqui em Londres. E em todo Reino Unido também. Há o perigo distinto do ilustre passante ser atingido por um imigrante ilegal que acabou de dar o primeiro passo - na verdade, o primeiro salto - no caminho do sucesso que será sua nova vida aqui nesta ilha, também abençoada por Deus, feito o (lembram-se?) o velho Patropi. Eles, os imigrantes, em geral do leste europeu, não param de chegar. Consta que, na luta pelo ingresso ilegal, vive saindo um pau entre poloneses e brasileiros. Os brasileiros, das nacionalidades extra-européias, só perdem para os poloneses. Ambos são bons de bola em matéria de driblar autoridades e legislações em vigor. Os bengaleses, ao que parece, juntamente com os nigerianos, também constam da acirrada disputa. Na contenda Brasil x Polônia, agem como bandeirinhas e juízes. Novidades nas fronteiras A coisa agora vai ficar joínha (lembram-se também?) com as novas e modernas metodologias a serem adotadas pelas instituições encarregadas de vigiar e patrulhar as fronteiras destas ilhas. A Agência para Fronteiras e Imigração (BIA, em inglês), em louvável medida destinada a conter seus gastos, houve por bem informar a todos que fazem parte de suas fileiras que, a partir de 1º de abril (não, não é gracinha), não deverão ser realizadas prisões de imigrantes ilegais nos fins-de-semana e feriados. Foram mais longe os esclarecidos responsáveis pelo andamento da referida agência. Não deverão também seus funcionários, ou seja, seus guardas, sequer tentar a apreensão de criminosos estrangeiros que buscam guarida no hospitaleiro solo britânico. A BIA precisa de qualquer maneira conter seus gastos. Esta a palavra de ordem dada pelo novo governo trabalhista, agora com Gordon Brown à testa de seus trabalhos. É para se trabalhar menos, se me perdoem tropeçar num modesto jogo de palavras. A agência esclareceu, em comunicado, que, repetindo, nos fins-de-semana e feriados, apenas uma equipe reduzida ficaria de plantão para os casos de emergência. O que é um "caso de emergência" em matéria de imigração ilegal? Mais de 100 mil albaneses atravessando o canal da Mancha a nado? 27 mineiros saltando de pára-quedas sobre o condado de Kent, o propalado "jardim da Inglaterra"? A coisa não ficou clara. Sabe-se apenas que aqueles que baterem o ponto pela extensão de todas as fronteiras do país, ganharão uns cobres extras. A BIA, em sua louvável iniciativa, está tentando economizar entre cerca de 160 a 200 milhões de dólares em seu orçamento, seguindo as linhas mestras traçadas por recentes éditos emitidos pelo equivalente ao ministério da Fazenda local. Houve reclamações Tem gente que reclamou das novas medidas. São estranhos esses britânicos. David Davis, o porta-voz do Partido Conservador, que responde a questões referentes ao ministério do Interior (e da Justiça), o chamado Home Office, disse que o fato expunha de forma clara e incisiva que não passavam de um embuste (a sham) as recentes declarações do primeiro-ministro Gordon Brown de que a nova agência (a BIA é um broto) zelaria pelas fronteiras da Grã-Bretanha. John Tincey, vice-presidente do sindicato responsável pelos serviços de imigração, que representa cerca de 4 mil funcionários, disse que, a partir de abril, os sábados, domingos e feriados passariam a constituir uma espécie de open season para os imigrantes ilegais. Houve providências da BIA A BIA esclareceu, para seus 1500 funcionários - sim, vê-se logo, que, ao contrário do número de imigrantes, é muito pouca gente - que, quem quiser fazer "serão" nos fins-de-semana e feriados, terá antes que comunicar a seus superiores por escrito e com pelo menos três semanas de antecedência. Só assim o diretor da agência irá encarar a possibilidade de deixar ou não o estranhíssimo indivíduo trabalhar nas horas e dias em breve ilegais como... como imigrantes, ora bolas! E os portos e aeroportos? Ah, esses continuarão a funcionar da mesma maneira atual. É que quem cuida dessas coisas é uma divisão diferente, embora situada dentro, muito por dentro, da própria BIA. Conclusão Atenção, imigrantes ilegais: agora vocês já sabem. É para tentar entrar no peito e na marra nos fins-de-semana ou feriados (pesquisar calendários) e apenas por terra. Nos portos e aeroportos, continuará todo mundo voltando para suas respectivas e originais partes do globo terrestre. Sorry. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

É perigoso passar perto de um muro aqui em Londres. E em todo Reino Unido também. Há o perigo distinto do ilustre passante ser atingido por um imigrante ilegal que acabou de dar o primeiro passo - na verdade, o primeiro salto - no caminho do sucesso que será sua nova vida aqui nesta ilha, também abençoada por Deus, feito o (lembram-se?) o velho Patropi. Eles, os imigrantes, em geral do leste europeu, não param de chegar. Consta que, na luta pelo ingresso ilegal, vive saindo um pau entre poloneses e brasileiros. Os brasileiros, das nacionalidades extra-européias, só perdem para os poloneses. Ambos são bons de bola em matéria de driblar autoridades e legislações em vigor. Os bengaleses, ao que parece, juntamente com os nigerianos, também constam da acirrada disputa. Na contenda Brasil x Polônia, agem como bandeirinhas e juízes. Novidades nas fronteiras A coisa agora vai ficar joínha (lembram-se também?) com as novas e modernas metodologias a serem adotadas pelas instituições encarregadas de vigiar e patrulhar as fronteiras destas ilhas. A Agência para Fronteiras e Imigração (BIA, em inglês), em louvável medida destinada a conter seus gastos, houve por bem informar a todos que fazem parte de suas fileiras que, a partir de 1º de abril (não, não é gracinha), não deverão ser realizadas prisões de imigrantes ilegais nos fins-de-semana e feriados. Foram mais longe os esclarecidos responsáveis pelo andamento da referida agência. Não deverão também seus funcionários, ou seja, seus guardas, sequer tentar a apreensão de criminosos estrangeiros que buscam guarida no hospitaleiro solo britânico. A BIA precisa de qualquer maneira conter seus gastos. Esta a palavra de ordem dada pelo novo governo trabalhista, agora com Gordon Brown à testa de seus trabalhos. É para se trabalhar menos, se me perdoem tropeçar num modesto jogo de palavras. A agência esclareceu, em comunicado, que, repetindo, nos fins-de-semana e feriados, apenas uma equipe reduzida ficaria de plantão para os casos de emergência. O que é um "caso de emergência" em matéria de imigração ilegal? Mais de 100 mil albaneses atravessando o canal da Mancha a nado? 27 mineiros saltando de pára-quedas sobre o condado de Kent, o propalado "jardim da Inglaterra"? A coisa não ficou clara. Sabe-se apenas que aqueles que baterem o ponto pela extensão de todas as fronteiras do país, ganharão uns cobres extras. A BIA, em sua louvável iniciativa, está tentando economizar entre cerca de 160 a 200 milhões de dólares em seu orçamento, seguindo as linhas mestras traçadas por recentes éditos emitidos pelo equivalente ao ministério da Fazenda local. Houve reclamações Tem gente que reclamou das novas medidas. São estranhos esses britânicos. David Davis, o porta-voz do Partido Conservador, que responde a questões referentes ao ministério do Interior (e da Justiça), o chamado Home Office, disse que o fato expunha de forma clara e incisiva que não passavam de um embuste (a sham) as recentes declarações do primeiro-ministro Gordon Brown de que a nova agência (a BIA é um broto) zelaria pelas fronteiras da Grã-Bretanha. John Tincey, vice-presidente do sindicato responsável pelos serviços de imigração, que representa cerca de 4 mil funcionários, disse que, a partir de abril, os sábados, domingos e feriados passariam a constituir uma espécie de open season para os imigrantes ilegais. Houve providências da BIA A BIA esclareceu, para seus 1500 funcionários - sim, vê-se logo, que, ao contrário do número de imigrantes, é muito pouca gente - que, quem quiser fazer "serão" nos fins-de-semana e feriados, terá antes que comunicar a seus superiores por escrito e com pelo menos três semanas de antecedência. Só assim o diretor da agência irá encarar a possibilidade de deixar ou não o estranhíssimo indivíduo trabalhar nas horas e dias em breve ilegais como... como imigrantes, ora bolas! E os portos e aeroportos? Ah, esses continuarão a funcionar da mesma maneira atual. É que quem cuida dessas coisas é uma divisão diferente, embora situada dentro, muito por dentro, da própria BIA. Conclusão Atenção, imigrantes ilegais: agora vocês já sabem. É para tentar entrar no peito e na marra nos fins-de-semana ou feriados (pesquisar calendários) e apenas por terra. Nos portos e aeroportos, continuará todo mundo voltando para suas respectivas e originais partes do globo terrestre. Sorry. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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