Os pacientes obesos da rede pública de saúde no Rio de Janeiro que precisavam fazer tomografia estavam sendo encaminhados ao equipamento que serve aos cavalos do Jockey Club Brasileiro. Nesta quarta-feira, o Grupo de Resgate à Auto-Estima e Cidadania do Obeso (Graco) e a Secretaria Estadual de Saúde informaram, em nota oficial, ter feito um acordo com a Rede D?Or, que reúne os hospitais privados mais sofisticados do Rio, para atender aos obesos mórbidos. A Rede D?Or vai comprar um tomógrafo computadorizado capaz de fazer exames em ?pacientes obesos sem limite de circunferência abdominal?. Enquanto o novo equipamento não chega, a secretaria diz que os pacientes poderão utilizar um tomógrafo do Quinta D?Or, adequado a quem pesa até 225 kg e tem até 154 cm de diâmetro abdominal. ?Como o secretário faltou à reunião conosco, não conheço detalhes sobre esta medida?, disse a presidente da Graco, Rosimere Lima da Silva. ?Em princípio , é bem-vinda, mas a tomografia é só a ponta do iceberg.? No dia anterior, a assessoria de comunicação da Secretaria de Saúde havia confirmado que pacientes da rede pública eram encaminhados ao Jockey Club porque os equipamentos convencionais suportavam no máximo 120 kg. E alegou não existir na cidade, nem na rede privada, tomógrafo para atender os obesos mórbidos. ?O que fica claro é o desrespeito total conosco?, definiu Rosimere, que perdeu 75 kg após ter feito a cirurgia de redução do estômago. ?Imagine o que sente um paciente quando é encaminhado a exames em um lugar de animais?, disse. Junto com o deputado estadual Pedro Fernandes (DEM), autor de projeto que determina atendimento especial a obesos, Rosimere vistoriou ontem o Hospital Estadual Getúlio Vargas, na zona norte. Segundo ela, faltam também coisas básicas para atender obesos, como macas, cadeiras de rodas, aparelhos de pressão e até agulhas.