Obras de Van Gogh estão entre as mais valiosas do lote de 400 obras-primas


?O Escolar? e ?A Arlesiana? equivalem à ?Mona Lisa? para os acervos da América Latina; coleção do Masp conta ainda com um conjunto inestimável de telas de impressionistas franceses e renascentistas italianos

Por Jotabê Medeiros

É consenso no mercado de arte que, atualmente, os quadros mais valiosos do acervo do Museu de Arte de São Paulo (Masp) são as quatro telas de Vincent van Gogh (1853-1890): os retratos A Arlesiana e O Escolar e as paisagens Banco de Pedra no Jardim do Hospital Saint-Paul e Passeio ao Crepúsculo - todas pertencentes aos dois últimos anos de vida do pintor holandês. Van Gogh começou a se tornar ouro no mercado de artes em 1987, quando celebravam o centenário de sua morte. Um quadro da série Os Girassóis, naquele ano, alcançou quase US$ 40 milhões. Três anos depois, O Retrato do Dr. Gachet foi arrematado por um milionário japonês pela então assombrosa quantia de US$ 83 milhões. Para Jones Bergamin, da Bolsa de Arte do Rio, entre essas obras sob os cuidados do Masp há duas que se destacam especialmente: O Escolar e A Arlesiana. Seriam o equivalente à Mona Lisa para os museus da América Latina. A Arlesiana é uma mulher do povo, e o menino Camille Roulin, de O Escolar, filho do carteiro. Uma das últimas exposições que A Arlesiana integrou foi a mostra de Edgar Degas, no Masp, que emparelhava influenciados e influenciadores do francês no mesmo espaço. MILHÕES Essas duas telas podem atingir até US$ 80 milhões cada uma em um leilão internacional, mas, na verdade, seus valores são inestimáveis para um museu - jamais seria possível encontrar no mercado uma obra desse naipe. Mas não é só. Segundo especialistas, das cerca de 8 mil obras do Masp, existem pelo menos 400 obras-primas consideradas de valor inestimável. O museu tem um respeitável acervo de impressionistas franceses - e isso é explicável pelo gosto da elite paulista em determinada época, que era muito ligado ao gosto da cultura francesa de então. Os quadros de Renoir, Degas, Cézanne e outros são os mais valiosos desse lote. Os mais cortejados pelos críticos são as obras Baco encontra Ariadne, de Eugène Delacroix, e A Canoa sobre o Epte, de Claude Monet. Outro lote de grande relevância é o dos renascentistas italianos. O museu reúne uma quantidade considerável dessas obras, como o Retrato do Cardeal Cristoforo Madruzzo, de Ticiano, desde 1950 pertencente ao acervo do museu. Nesse lote, pontifica A Ressurreição de Cristo, de Rafael. Dizem que, para formar a coleção italiana, Bardi procurou mostrar-se maleável e aproximar-se do seu rival na época, Ciccilo Matarazzo. Ciccilo tinha um Modigliani em casa. Bardi queria o Modigliani e disse ao colega: "Modigliani é um mestre." Ciccilo respondeu: "Então, compre meia dúzia para o Masp." Ele comprou.

É consenso no mercado de arte que, atualmente, os quadros mais valiosos do acervo do Museu de Arte de São Paulo (Masp) são as quatro telas de Vincent van Gogh (1853-1890): os retratos A Arlesiana e O Escolar e as paisagens Banco de Pedra no Jardim do Hospital Saint-Paul e Passeio ao Crepúsculo - todas pertencentes aos dois últimos anos de vida do pintor holandês. Van Gogh começou a se tornar ouro no mercado de artes em 1987, quando celebravam o centenário de sua morte. Um quadro da série Os Girassóis, naquele ano, alcançou quase US$ 40 milhões. Três anos depois, O Retrato do Dr. Gachet foi arrematado por um milionário japonês pela então assombrosa quantia de US$ 83 milhões. Para Jones Bergamin, da Bolsa de Arte do Rio, entre essas obras sob os cuidados do Masp há duas que se destacam especialmente: O Escolar e A Arlesiana. Seriam o equivalente à Mona Lisa para os museus da América Latina. A Arlesiana é uma mulher do povo, e o menino Camille Roulin, de O Escolar, filho do carteiro. Uma das últimas exposições que A Arlesiana integrou foi a mostra de Edgar Degas, no Masp, que emparelhava influenciados e influenciadores do francês no mesmo espaço. MILHÕES Essas duas telas podem atingir até US$ 80 milhões cada uma em um leilão internacional, mas, na verdade, seus valores são inestimáveis para um museu - jamais seria possível encontrar no mercado uma obra desse naipe. Mas não é só. Segundo especialistas, das cerca de 8 mil obras do Masp, existem pelo menos 400 obras-primas consideradas de valor inestimável. O museu tem um respeitável acervo de impressionistas franceses - e isso é explicável pelo gosto da elite paulista em determinada época, que era muito ligado ao gosto da cultura francesa de então. Os quadros de Renoir, Degas, Cézanne e outros são os mais valiosos desse lote. Os mais cortejados pelos críticos são as obras Baco encontra Ariadne, de Eugène Delacroix, e A Canoa sobre o Epte, de Claude Monet. Outro lote de grande relevância é o dos renascentistas italianos. O museu reúne uma quantidade considerável dessas obras, como o Retrato do Cardeal Cristoforo Madruzzo, de Ticiano, desde 1950 pertencente ao acervo do museu. Nesse lote, pontifica A Ressurreição de Cristo, de Rafael. Dizem que, para formar a coleção italiana, Bardi procurou mostrar-se maleável e aproximar-se do seu rival na época, Ciccilo Matarazzo. Ciccilo tinha um Modigliani em casa. Bardi queria o Modigliani e disse ao colega: "Modigliani é um mestre." Ciccilo respondeu: "Então, compre meia dúzia para o Masp." Ele comprou.

É consenso no mercado de arte que, atualmente, os quadros mais valiosos do acervo do Museu de Arte de São Paulo (Masp) são as quatro telas de Vincent van Gogh (1853-1890): os retratos A Arlesiana e O Escolar e as paisagens Banco de Pedra no Jardim do Hospital Saint-Paul e Passeio ao Crepúsculo - todas pertencentes aos dois últimos anos de vida do pintor holandês. Van Gogh começou a se tornar ouro no mercado de artes em 1987, quando celebravam o centenário de sua morte. Um quadro da série Os Girassóis, naquele ano, alcançou quase US$ 40 milhões. Três anos depois, O Retrato do Dr. Gachet foi arrematado por um milionário japonês pela então assombrosa quantia de US$ 83 milhões. Para Jones Bergamin, da Bolsa de Arte do Rio, entre essas obras sob os cuidados do Masp há duas que se destacam especialmente: O Escolar e A Arlesiana. Seriam o equivalente à Mona Lisa para os museus da América Latina. A Arlesiana é uma mulher do povo, e o menino Camille Roulin, de O Escolar, filho do carteiro. Uma das últimas exposições que A Arlesiana integrou foi a mostra de Edgar Degas, no Masp, que emparelhava influenciados e influenciadores do francês no mesmo espaço. MILHÕES Essas duas telas podem atingir até US$ 80 milhões cada uma em um leilão internacional, mas, na verdade, seus valores são inestimáveis para um museu - jamais seria possível encontrar no mercado uma obra desse naipe. Mas não é só. Segundo especialistas, das cerca de 8 mil obras do Masp, existem pelo menos 400 obras-primas consideradas de valor inestimável. O museu tem um respeitável acervo de impressionistas franceses - e isso é explicável pelo gosto da elite paulista em determinada época, que era muito ligado ao gosto da cultura francesa de então. Os quadros de Renoir, Degas, Cézanne e outros são os mais valiosos desse lote. Os mais cortejados pelos críticos são as obras Baco encontra Ariadne, de Eugène Delacroix, e A Canoa sobre o Epte, de Claude Monet. Outro lote de grande relevância é o dos renascentistas italianos. O museu reúne uma quantidade considerável dessas obras, como o Retrato do Cardeal Cristoforo Madruzzo, de Ticiano, desde 1950 pertencente ao acervo do museu. Nesse lote, pontifica A Ressurreição de Cristo, de Rafael. Dizem que, para formar a coleção italiana, Bardi procurou mostrar-se maleável e aproximar-se do seu rival na época, Ciccilo Matarazzo. Ciccilo tinha um Modigliani em casa. Bardi queria o Modigliani e disse ao colega: "Modigliani é um mestre." Ciccilo respondeu: "Então, compre meia dúzia para o Masp." Ele comprou.

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