OPERADORAS
Enquanto os varejistas elevam as vendas no segmento de celulares, as receitas das operadoras com a venda de aparelhos têm caído. No entanto, trata-se de uma opção estratégica das empresas, que escolheram reduzir subsídios à venda de celulares para cortar custos e ampliar a rentabilidade, disse Lucas Marins, analista da corretora Ativa.
"Todas as operadoras tiveram um momento de forte guerra de preços e isso incluía aparelhos", disse. "A gente vê agora cenário um pouco mais ameno na competição por preços", completou, lembrando que todas as operadoras celulares tiveram queda de vendas de aparelhos, mas em geral registraram margens melhores.
No primeiro trimestre, a receita líquida de aparelhos da Vivo somou 312,7 milhões de reais, queda de 14,5 por cento na comparação anual. Já a receita líquida com serviços móveis da empresa atingiu 5,7 bilhões de reais no período.
Enquanto isso, o custo das mercadorias vendidas caiu 8,6 por cento ano a ano, devido a uma política de subsídio mais restritiva, focada em aparelhos com planos 4G, afirmou a empresa em relatório. Isso contribuiu para melhorar a margem Ebitda, lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, devido ao maior controle de custos, disse a operadora.
Segundo o diretor-geral da Telefônica Vivo, Paulo César Teixeira, a queda ocorreu justamente por conta da concorrência do varejo. "O varejo faz promoções, muitos clientes preferem comprar nesse canal", disse, durante teleconferência sobre o balanço do primeiro trimestre. "O mercado de aparelhos tem o seu tamanho e hoje está favorável aos varejistas."
A Oi também informou em seu relatório de resultados que adotou estratégia de maior "racionalidade também no uso de subsídio de aparelhos", dentro de foco em disciplina financeira e melhora da geração de caixa. Já na TIM, as vendas de aparelhos caíram 4 por cento na comparação anual, para 863 milhões de reais.
(Edição Alberto Alerigi Jr.)