Oriental com ginga brasileira


Yuka começou a ver pela televisão os desfiles do Carnaval carioca para poder copiar a coreografia das mulatas

Por Humberto Maia Junior

Não fosse a expansividade no trato com as pessoas, a japonesa Yuka poderia ser considerada uma típica oriental, alguns anos atrás: magrinha, com longos cabelos negros. Isso até ser convidada para desfilar na escola da samba Unidos do Urbana, da cidade de Nagoya, em 1995. Após adquirir experiência no Carnaval japonês, ela seguiu os passos dos primeiros imigrantes, que chegaram ao Brasil a bordo do navio Kasato-Maru, em 1908. Só que Yuka não pensava em riqueza. Queria apenas sambar.   O carnaval de Tóquio Um clássico: ‘Banzai! Vai-Vai’   Hoje, aos 36 anos, ela exibe um corpão para mulata nenhuma botar defeito (acrescentou 10 quilos aos 48 que ela tinha nos tempos de Nagoya), além de um belo bronzeado. E escolheu viver na capital baiana, Salvador. "Assim que pisei lá, senti a terra me abraçar. Fui enfeitiçada", conta a dançarina, que neste ano será rainha da bateria da Unidos de Vila Maria. A escola, da Zona Leste de São Paulo, vai apresentar no Anhembi o samba Irashai-Mase, Milênios de Cultura e Sabedoria no Centenário da Imigração Japonesa.   "É uma honra representar a minha cultura", conta Yuka. Para poder participar do desfile, que ocorre no dia 1.º de fevereiro, ela teve de adiar uma cirurgia que precisa fazer - nos dois joelhos. "Estou à base de remédios."   Cultura   Como todo imigrante, no entanto, ela mantém vários traços da cultura original, como cumprimentar uma pessoa juntando as mãos e inclinando o tronco. E a forma como fala o novo idioma? Só conversando com ela para entender o inusitado resultado da mistura dos sotaques baiano e japonês. "Sambar é muito mais fácil que falar português", justifica a dançarina.   E olha que aprender o gingado brasileiro não foi algo simples. O amigo de Nagoya ensinou uns passos básicos, mas Yuka não se deu por satisfeita. Começou a ver pela televisão os desfiles do Carnaval carioca, para poder copiar a coreografia das mulatas. Por três meses, ensaiou cinco horas por dia na frente de um grande espelho.   Já no Brasil, percebeu que o fato de uma japonesa sambar despertava interesse, mas ninguém acreditava que aquela moça magrinha poderia dançar como uma brasileira. Yuka teve dificuldade para conseguir testes para ser bailarina em Salvador e sofria na hora de encarar a platéia.   Fama   Em 2000, o apresentador de um evento que Yuka estava participando resolveu provocar as baianas: "Trouxe uma japonesa que samba melhor que vocês."   Ninguém achou graça na brincadeira e, assim que ela entrou no palco, sobraram vaias. Sem falar da chuva de garrafas plásticas... No fim, porém, Yuka mostrou que o locutor estava certo - e foi muito aplaudida ao deixar o palco.   Depois disso, a carreira emplacou. Em 2002, ganhou o concurso Miss Simpatia, promovido por Jorge Ben Jor, e realizou o sonho de dançar no revéillon do Rio. Não parou mais. Desfilou em escolas cariocas e paulistas, e em 2006 foi escolhida como Símbolo do Carnaval da Bahia. "Meu caminho estava traçado."

Não fosse a expansividade no trato com as pessoas, a japonesa Yuka poderia ser considerada uma típica oriental, alguns anos atrás: magrinha, com longos cabelos negros. Isso até ser convidada para desfilar na escola da samba Unidos do Urbana, da cidade de Nagoya, em 1995. Após adquirir experiência no Carnaval japonês, ela seguiu os passos dos primeiros imigrantes, que chegaram ao Brasil a bordo do navio Kasato-Maru, em 1908. Só que Yuka não pensava em riqueza. Queria apenas sambar.   O carnaval de Tóquio Um clássico: ‘Banzai! Vai-Vai’   Hoje, aos 36 anos, ela exibe um corpão para mulata nenhuma botar defeito (acrescentou 10 quilos aos 48 que ela tinha nos tempos de Nagoya), além de um belo bronzeado. E escolheu viver na capital baiana, Salvador. "Assim que pisei lá, senti a terra me abraçar. Fui enfeitiçada", conta a dançarina, que neste ano será rainha da bateria da Unidos de Vila Maria. A escola, da Zona Leste de São Paulo, vai apresentar no Anhembi o samba Irashai-Mase, Milênios de Cultura e Sabedoria no Centenário da Imigração Japonesa.   "É uma honra representar a minha cultura", conta Yuka. Para poder participar do desfile, que ocorre no dia 1.º de fevereiro, ela teve de adiar uma cirurgia que precisa fazer - nos dois joelhos. "Estou à base de remédios."   Cultura   Como todo imigrante, no entanto, ela mantém vários traços da cultura original, como cumprimentar uma pessoa juntando as mãos e inclinando o tronco. E a forma como fala o novo idioma? Só conversando com ela para entender o inusitado resultado da mistura dos sotaques baiano e japonês. "Sambar é muito mais fácil que falar português", justifica a dançarina.   E olha que aprender o gingado brasileiro não foi algo simples. O amigo de Nagoya ensinou uns passos básicos, mas Yuka não se deu por satisfeita. Começou a ver pela televisão os desfiles do Carnaval carioca, para poder copiar a coreografia das mulatas. Por três meses, ensaiou cinco horas por dia na frente de um grande espelho.   Já no Brasil, percebeu que o fato de uma japonesa sambar despertava interesse, mas ninguém acreditava que aquela moça magrinha poderia dançar como uma brasileira. Yuka teve dificuldade para conseguir testes para ser bailarina em Salvador e sofria na hora de encarar a platéia.   Fama   Em 2000, o apresentador de um evento que Yuka estava participando resolveu provocar as baianas: "Trouxe uma japonesa que samba melhor que vocês."   Ninguém achou graça na brincadeira e, assim que ela entrou no palco, sobraram vaias. Sem falar da chuva de garrafas plásticas... No fim, porém, Yuka mostrou que o locutor estava certo - e foi muito aplaudida ao deixar o palco.   Depois disso, a carreira emplacou. Em 2002, ganhou o concurso Miss Simpatia, promovido por Jorge Ben Jor, e realizou o sonho de dançar no revéillon do Rio. Não parou mais. Desfilou em escolas cariocas e paulistas, e em 2006 foi escolhida como Símbolo do Carnaval da Bahia. "Meu caminho estava traçado."

Não fosse a expansividade no trato com as pessoas, a japonesa Yuka poderia ser considerada uma típica oriental, alguns anos atrás: magrinha, com longos cabelos negros. Isso até ser convidada para desfilar na escola da samba Unidos do Urbana, da cidade de Nagoya, em 1995. Após adquirir experiência no Carnaval japonês, ela seguiu os passos dos primeiros imigrantes, que chegaram ao Brasil a bordo do navio Kasato-Maru, em 1908. Só que Yuka não pensava em riqueza. Queria apenas sambar.   O carnaval de Tóquio Um clássico: ‘Banzai! Vai-Vai’   Hoje, aos 36 anos, ela exibe um corpão para mulata nenhuma botar defeito (acrescentou 10 quilos aos 48 que ela tinha nos tempos de Nagoya), além de um belo bronzeado. E escolheu viver na capital baiana, Salvador. "Assim que pisei lá, senti a terra me abraçar. Fui enfeitiçada", conta a dançarina, que neste ano será rainha da bateria da Unidos de Vila Maria. A escola, da Zona Leste de São Paulo, vai apresentar no Anhembi o samba Irashai-Mase, Milênios de Cultura e Sabedoria no Centenário da Imigração Japonesa.   "É uma honra representar a minha cultura", conta Yuka. Para poder participar do desfile, que ocorre no dia 1.º de fevereiro, ela teve de adiar uma cirurgia que precisa fazer - nos dois joelhos. "Estou à base de remédios."   Cultura   Como todo imigrante, no entanto, ela mantém vários traços da cultura original, como cumprimentar uma pessoa juntando as mãos e inclinando o tronco. E a forma como fala o novo idioma? Só conversando com ela para entender o inusitado resultado da mistura dos sotaques baiano e japonês. "Sambar é muito mais fácil que falar português", justifica a dançarina.   E olha que aprender o gingado brasileiro não foi algo simples. O amigo de Nagoya ensinou uns passos básicos, mas Yuka não se deu por satisfeita. Começou a ver pela televisão os desfiles do Carnaval carioca, para poder copiar a coreografia das mulatas. Por três meses, ensaiou cinco horas por dia na frente de um grande espelho.   Já no Brasil, percebeu que o fato de uma japonesa sambar despertava interesse, mas ninguém acreditava que aquela moça magrinha poderia dançar como uma brasileira. Yuka teve dificuldade para conseguir testes para ser bailarina em Salvador e sofria na hora de encarar a platéia.   Fama   Em 2000, o apresentador de um evento que Yuka estava participando resolveu provocar as baianas: "Trouxe uma japonesa que samba melhor que vocês."   Ninguém achou graça na brincadeira e, assim que ela entrou no palco, sobraram vaias. Sem falar da chuva de garrafas plásticas... No fim, porém, Yuka mostrou que o locutor estava certo - e foi muito aplaudida ao deixar o palco.   Depois disso, a carreira emplacou. Em 2002, ganhou o concurso Miss Simpatia, promovido por Jorge Ben Jor, e realizou o sonho de dançar no revéillon do Rio. Não parou mais. Desfilou em escolas cariocas e paulistas, e em 2006 foi escolhida como Símbolo do Carnaval da Bahia. "Meu caminho estava traçado."

Não fosse a expansividade no trato com as pessoas, a japonesa Yuka poderia ser considerada uma típica oriental, alguns anos atrás: magrinha, com longos cabelos negros. Isso até ser convidada para desfilar na escola da samba Unidos do Urbana, da cidade de Nagoya, em 1995. Após adquirir experiência no Carnaval japonês, ela seguiu os passos dos primeiros imigrantes, que chegaram ao Brasil a bordo do navio Kasato-Maru, em 1908. Só que Yuka não pensava em riqueza. Queria apenas sambar.   O carnaval de Tóquio Um clássico: ‘Banzai! Vai-Vai’   Hoje, aos 36 anos, ela exibe um corpão para mulata nenhuma botar defeito (acrescentou 10 quilos aos 48 que ela tinha nos tempos de Nagoya), além de um belo bronzeado. E escolheu viver na capital baiana, Salvador. "Assim que pisei lá, senti a terra me abraçar. Fui enfeitiçada", conta a dançarina, que neste ano será rainha da bateria da Unidos de Vila Maria. A escola, da Zona Leste de São Paulo, vai apresentar no Anhembi o samba Irashai-Mase, Milênios de Cultura e Sabedoria no Centenário da Imigração Japonesa.   "É uma honra representar a minha cultura", conta Yuka. Para poder participar do desfile, que ocorre no dia 1.º de fevereiro, ela teve de adiar uma cirurgia que precisa fazer - nos dois joelhos. "Estou à base de remédios."   Cultura   Como todo imigrante, no entanto, ela mantém vários traços da cultura original, como cumprimentar uma pessoa juntando as mãos e inclinando o tronco. E a forma como fala o novo idioma? Só conversando com ela para entender o inusitado resultado da mistura dos sotaques baiano e japonês. "Sambar é muito mais fácil que falar português", justifica a dançarina.   E olha que aprender o gingado brasileiro não foi algo simples. O amigo de Nagoya ensinou uns passos básicos, mas Yuka não se deu por satisfeita. Começou a ver pela televisão os desfiles do Carnaval carioca, para poder copiar a coreografia das mulatas. Por três meses, ensaiou cinco horas por dia na frente de um grande espelho.   Já no Brasil, percebeu que o fato de uma japonesa sambar despertava interesse, mas ninguém acreditava que aquela moça magrinha poderia dançar como uma brasileira. Yuka teve dificuldade para conseguir testes para ser bailarina em Salvador e sofria na hora de encarar a platéia.   Fama   Em 2000, o apresentador de um evento que Yuka estava participando resolveu provocar as baianas: "Trouxe uma japonesa que samba melhor que vocês."   Ninguém achou graça na brincadeira e, assim que ela entrou no palco, sobraram vaias. Sem falar da chuva de garrafas plásticas... No fim, porém, Yuka mostrou que o locutor estava certo - e foi muito aplaudida ao deixar o palco.   Depois disso, a carreira emplacou. Em 2002, ganhou o concurso Miss Simpatia, promovido por Jorge Ben Jor, e realizou o sonho de dançar no revéillon do Rio. Não parou mais. Desfilou em escolas cariocas e paulistas, e em 2006 foi escolhida como Símbolo do Carnaval da Bahia. "Meu caminho estava traçado."

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