O governo da China anunciou neste domingo um pacote de investimentos de quase US$ 600 bilhões para estimular a economia do país, que nos últimos meses vem sofrendo uma desaceleração gradual. O capital deve ser aplicado ao longo dos próximos dois anos em obras de habitação, infra-estrutura e reconstrução das áreas afetadas por terremotos. O plano chinês também prevê cortes fiscais para empresas. Bancos vão ser autorizados a empresatar mais para projetos de desenvolvimento em áreas rurais e de inovação técnica. Analistas dizem que o pacote visa a combater a queda nas exportações e a desaceleração econômica na China, que vêm provocando crise no setor industrial do país. O governo de Pequim já tinha dado indícios de que quer evitar que a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) desacelere no ano que vem para menos de 8% e já tinha tomado providências isoladas em vários setores. Estratégia coordenada O pacote anunciado neste domingo, entretanto, é a primeira iniciativa do governo para uma estratégia coordenada. Durante a semana, a imprensa estatal chinesa chegou a classificar o pacote, então ainda não anunciado, de de medidas "abrangentes e radicais". "Apenas um pacote radical de estímulo pode salvar o país" disse um funcionário do governo, sem se identificar ao jornal oficial da China. Como sinal de que a economia toda está desacelerando, o oficial do governo cita os números de consumo de energia elétrica. A taxa de crescimento de demanda energética caiu de 5,1% em agosto para 3,6% em setembro, segundo ele. Nos últimos três meses o crescimento do PIB chinês desacelerou para 9%, uma queda considerável em relação aos quase 12% registrados ao longo do ano passado, o que reforçou os temores de que mesmo a China não está a salvo da ameaça de recessão. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.