O papa Francisco, de 86 anos, foi operado em caráter de emergência e sob anestesia geral nesta quarta-feira, 7, em Roma, devido ao risco de obstrução intestinal, anunciou o Vaticano. Segundo a Santa Sé, a cirurgia ocorreu sem complicações e durou três horas. A intervenção cirúrgica foi “necessária” por causa do agravamento dos sintomas apresentados pelo pontífice e exigirá “vários dias” de hospitalização, informou a Santa Sé.
“A operação”, diz a nota, “agendada nos últimos dias pela equipe médica que assiste o Santo Padre, tornou-se necessária devido a uma laparocele (hérnia que se forma sobre uma cicatriz), que está causando síndromes suboclusivas recorrentes, dolorosas e agravadas. Todas as agendas do papa até o próximo dia 18 foram canceladas.
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A permanência na unidade de saúde vai durar vários dias para permitir o “curso normal do pós-operatório e a recuperação funcional completa”. O procedimento envolve abrir o abdômen e fazer uma cirurgia plástica na parede abdominal com prótese, sob anestesia geral.
Segundo a agência Vatican News, Francisco já havia realizado alguns exames clínicos na manhã de terça-feira, 6, no Hospital Agostino Gemelli, em Roma. O check-up durou menos de uma hora e antes do meio-dia, Francisco já havia retornado à sua residência em Santa Marta.
Nesta manhã, o papa realizou sua audiência geral habitual, na qual venerou as relíquias de Santa Teresa do Menino Jesus, santa da qual ele é particularmente devoto, colocando uma rosa branca diante da urna. No final da audiência, ele parou, como de costume, para cumprimentar os fiéis e os recém-casados, deixando a praça pouco antes das 11h.
Outras intervenções médicas
Em 29 de março, o papa passou três dias internado no Hospital Agostino Gemelli. Na ocasião, o pontífice teve alta médica no dia 1º de abril. Inicialmente, o Vaticano disse que o papa havia feito exames agendados, mas Francisco revelou mais tarde que sentiu dores no peito e foi levado às pressas para o hospital, onde foi diagnosticado com bronquite infecciosa. Ele recebeu tratamento antibiótico. Na saída do hospital, brincou com os jornalistas: “Ainda estou vivo, não tive medo.”
Em 2021, foi submetido a uma intervenção cirúrgica devido a uma diverticulite, inflamação na parede do intestino grosso comum em pessoas acima de 50 anos. Na ocasião, Francisco reconheceu que esta intervenção deixou sequelas devido à anestesia, razão pela qual desistiu da cirurgia no joelho.
Segundo especialistas no aparelho digestivo, o objetivo deste tipo de cirurgia é reduzir problemas causados pelos divertículos, que são pequenas hérnias na parede do cólon com amplo espectro de manifestações clínicas, incluindo hemorragia, inflamações (diverticulites) e as complicações associadas.
O papa argentino teve parte de um pulmão removido quando era jovem, em razão de infecção causada por uma doença respiratória. Francisco também sofre de dor no nervo ciático e usa cadeira de rodas e andador há mais de um ano por causa de ligamentos tensos no joelho.
Francisco mantém agenda de viagens
Apesar das limitações de saúde, o líder da Igreja Católica mantém uma agenda de compromissos fora do Vaticano. Em agosto, após o período de férias no Vaticano, ele tem duas viagens marcadas: Portugal e Mongólia.
Entre 2 e 6 de agosto, durante as celebrações da Jornada Mundial da Juventude, o pontífice tem prevista viagem a Lisboa e a Fátima. Já entre 31 de agosto e 4 de setembro, Francisco planeja visita a Mongólia, país asiático com apenas 1,5 mil fiéis.