Para analistas, regime mostra estar sem opções


Medidas duras seguidas de recuos seriam resultado de pressão internacional e divisões internas

Por Ruth Costas

Os avanços e retrocessos do presidente de facto de Honduras, Roberto Micheletti, indicam que ele está acuado pela pressão internacional e o que parece ser a primeira fissura em seus grupos de apoio, segundo analistas. Desde que o presidente deposto, Manuel Zelaya, voltou a Honduras, no dia 21, tem sido difícil ver coerência nas medidas de Micheletti. Nos primeiros dias, ele disse querer dialogar, mas, ao mesmo tempo, ordenou a dispersão violenta de manifestações pró-Zelaya. No domingo, anunciou um estado de sítio. Na segunda-feira, prometeu revogá-lo. Ameaçou suspender a imunidade diplomática da embaixada brasileira no final de semana. E, na segunda-feira, enviou um abraço a Lula e garantiu que não invadirá o edifício. A Organização dos Estados Americanos (OEA) também está desnorteada. Ela recebeu de Micheletti um aval para enviar uma missão a Honduras após o retorno do Zelaya, mas foi desconvidada pouco depois - e, ao insistir na visita, quatro de seus funcionários foram expulsos do país. Na segunda-feira, nova surpresa: a proibição à missão foi revogada. "A alternância de políticas repressivas e radicais com medidas apaziguadoras parece indicar que Micheletti não tem muito para onde correr", disse ao Estado Julio Yao, especialista em Relações Internacionais da Universidade do Panamá. Para Yao, a posição dos militares hondurenhos - e uma eventual divisão nesse grupo - sempre foi considerada chave para definir os rumos da crise hondurenha. "Quando Micheletti declarou estado de sítio, sinalizou que estaria disposto a levar a crise às últimas consequências, ou seja, o derramamento de sangue. Foi seu maior erro estratégico", disse Yao. "Isso pode ter ampliado a divisão entre os militares, não porque eles apoiem Zelaya, mas porque não querem ser responsabilizados por uma explosão de violência." Segundo os analistas, também era previsível que ressalvas às políticas repressivas surgissem entre os empresários. A economia hondurenha já estava sofrendo bastante com as sanções internacionais antes de Zelaya voltar. Agora, está praticamente paralisada. Isso prejudica de pequenos comerciantes a grandes produtores. "Algumas dessas pessoas estão pressionando o governo de facto", disse à agência France Press o escritor e analista hondurenho Eduardo Bahr. O cientista político costa-riquenho Kevin Casas-Zamora, do Brookings Institution, em Washington, concorda: "A situação econômica do país está se complicando. Depois de tudo isso, quem vai querer investir em Honduras?" Casas-Zamora explica que a posição americana contra o golpe sensibiliza o empresariado hondurenho porque a economia do país é dependente dos EUA. O fato de a Casa Branca ter anunciado recentemente que não reconhecerá as eleições de novembro teria sido um duro golpe para os aliados do governo de facto.COM AFPCISÃOJulio YaoEspecialista em Relações Internacionais da Universidade do Panamá"A alternância de políticas repressivas e radicais com medidas apaziguadoras parece indicar que Micheletti não tem muito para onde correr""Quando Micheletti declarou estado de sítio, sinalizou que estaria disposto levar a crise às últimas consequências, ou seja,o derramamento de sangue. Foi seu maior erro estratégico. Isso pode ter ampliado a divisão entre os militares, não porque eles apoiem Zelaya, mas porque não querem ser responsabilizados por uma explosão de violência"

Os avanços e retrocessos do presidente de facto de Honduras, Roberto Micheletti, indicam que ele está acuado pela pressão internacional e o que parece ser a primeira fissura em seus grupos de apoio, segundo analistas. Desde que o presidente deposto, Manuel Zelaya, voltou a Honduras, no dia 21, tem sido difícil ver coerência nas medidas de Micheletti. Nos primeiros dias, ele disse querer dialogar, mas, ao mesmo tempo, ordenou a dispersão violenta de manifestações pró-Zelaya. No domingo, anunciou um estado de sítio. Na segunda-feira, prometeu revogá-lo. Ameaçou suspender a imunidade diplomática da embaixada brasileira no final de semana. E, na segunda-feira, enviou um abraço a Lula e garantiu que não invadirá o edifício. A Organização dos Estados Americanos (OEA) também está desnorteada. Ela recebeu de Micheletti um aval para enviar uma missão a Honduras após o retorno do Zelaya, mas foi desconvidada pouco depois - e, ao insistir na visita, quatro de seus funcionários foram expulsos do país. Na segunda-feira, nova surpresa: a proibição à missão foi revogada. "A alternância de políticas repressivas e radicais com medidas apaziguadoras parece indicar que Micheletti não tem muito para onde correr", disse ao Estado Julio Yao, especialista em Relações Internacionais da Universidade do Panamá. Para Yao, a posição dos militares hondurenhos - e uma eventual divisão nesse grupo - sempre foi considerada chave para definir os rumos da crise hondurenha. "Quando Micheletti declarou estado de sítio, sinalizou que estaria disposto a levar a crise às últimas consequências, ou seja, o derramamento de sangue. Foi seu maior erro estratégico", disse Yao. "Isso pode ter ampliado a divisão entre os militares, não porque eles apoiem Zelaya, mas porque não querem ser responsabilizados por uma explosão de violência." Segundo os analistas, também era previsível que ressalvas às políticas repressivas surgissem entre os empresários. A economia hondurenha já estava sofrendo bastante com as sanções internacionais antes de Zelaya voltar. Agora, está praticamente paralisada. Isso prejudica de pequenos comerciantes a grandes produtores. "Algumas dessas pessoas estão pressionando o governo de facto", disse à agência France Press o escritor e analista hondurenho Eduardo Bahr. O cientista político costa-riquenho Kevin Casas-Zamora, do Brookings Institution, em Washington, concorda: "A situação econômica do país está se complicando. Depois de tudo isso, quem vai querer investir em Honduras?" Casas-Zamora explica que a posição americana contra o golpe sensibiliza o empresariado hondurenho porque a economia do país é dependente dos EUA. O fato de a Casa Branca ter anunciado recentemente que não reconhecerá as eleições de novembro teria sido um duro golpe para os aliados do governo de facto.COM AFPCISÃOJulio YaoEspecialista em Relações Internacionais da Universidade do Panamá"A alternância de políticas repressivas e radicais com medidas apaziguadoras parece indicar que Micheletti não tem muito para onde correr""Quando Micheletti declarou estado de sítio, sinalizou que estaria disposto levar a crise às últimas consequências, ou seja,o derramamento de sangue. Foi seu maior erro estratégico. Isso pode ter ampliado a divisão entre os militares, não porque eles apoiem Zelaya, mas porque não querem ser responsabilizados por uma explosão de violência"

Os avanços e retrocessos do presidente de facto de Honduras, Roberto Micheletti, indicam que ele está acuado pela pressão internacional e o que parece ser a primeira fissura em seus grupos de apoio, segundo analistas. Desde que o presidente deposto, Manuel Zelaya, voltou a Honduras, no dia 21, tem sido difícil ver coerência nas medidas de Micheletti. Nos primeiros dias, ele disse querer dialogar, mas, ao mesmo tempo, ordenou a dispersão violenta de manifestações pró-Zelaya. No domingo, anunciou um estado de sítio. Na segunda-feira, prometeu revogá-lo. Ameaçou suspender a imunidade diplomática da embaixada brasileira no final de semana. E, na segunda-feira, enviou um abraço a Lula e garantiu que não invadirá o edifício. A Organização dos Estados Americanos (OEA) também está desnorteada. Ela recebeu de Micheletti um aval para enviar uma missão a Honduras após o retorno do Zelaya, mas foi desconvidada pouco depois - e, ao insistir na visita, quatro de seus funcionários foram expulsos do país. Na segunda-feira, nova surpresa: a proibição à missão foi revogada. "A alternância de políticas repressivas e radicais com medidas apaziguadoras parece indicar que Micheletti não tem muito para onde correr", disse ao Estado Julio Yao, especialista em Relações Internacionais da Universidade do Panamá. Para Yao, a posição dos militares hondurenhos - e uma eventual divisão nesse grupo - sempre foi considerada chave para definir os rumos da crise hondurenha. "Quando Micheletti declarou estado de sítio, sinalizou que estaria disposto a levar a crise às últimas consequências, ou seja, o derramamento de sangue. Foi seu maior erro estratégico", disse Yao. "Isso pode ter ampliado a divisão entre os militares, não porque eles apoiem Zelaya, mas porque não querem ser responsabilizados por uma explosão de violência." Segundo os analistas, também era previsível que ressalvas às políticas repressivas surgissem entre os empresários. A economia hondurenha já estava sofrendo bastante com as sanções internacionais antes de Zelaya voltar. Agora, está praticamente paralisada. Isso prejudica de pequenos comerciantes a grandes produtores. "Algumas dessas pessoas estão pressionando o governo de facto", disse à agência France Press o escritor e analista hondurenho Eduardo Bahr. O cientista político costa-riquenho Kevin Casas-Zamora, do Brookings Institution, em Washington, concorda: "A situação econômica do país está se complicando. Depois de tudo isso, quem vai querer investir em Honduras?" Casas-Zamora explica que a posição americana contra o golpe sensibiliza o empresariado hondurenho porque a economia do país é dependente dos EUA. O fato de a Casa Branca ter anunciado recentemente que não reconhecerá as eleições de novembro teria sido um duro golpe para os aliados do governo de facto.COM AFPCISÃOJulio YaoEspecialista em Relações Internacionais da Universidade do Panamá"A alternância de políticas repressivas e radicais com medidas apaziguadoras parece indicar que Micheletti não tem muito para onde correr""Quando Micheletti declarou estado de sítio, sinalizou que estaria disposto levar a crise às últimas consequências, ou seja,o derramamento de sangue. Foi seu maior erro estratégico. Isso pode ter ampliado a divisão entre os militares, não porque eles apoiem Zelaya, mas porque não querem ser responsabilizados por uma explosão de violência"

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