Os citricultores tentam se adequar ao novo cenário criado pelo greening. Os maiores reduziram plantios nas regiões mais infestadas e buscam áreas de menor incidência de doenças para formar novos pomares. Nas regiões de Avaré e Sorocaba os ataques da doença são menos intensos.O citricultor Álvaro Fávero, de Engenheiro Coelho, região de Cordeirópolis, foi um dos que iniciaram lavouras no sudoeste paulista, que tem condições sanitárias mais favoráveis. Ele formou pomar com 36 mil laranjeiras em Salto de Pirapora, região de Sorocaba. "Lá o greening está menos agressivo." Nas duas últimas inspeções, ele encontrou só duas plantas atacadas e ambas foram erradicadas. "A ordem é achou, cortou." Fávero acredita que o produtor aprenderá a conviver com a doença, como faz com o cancro cítrico. "Se o citricultor se conscientizar, o controle é possível."A doença já reduziu em mais de 50% no número de citricultores na região de Araraquara. O produtor Manoel Berenguer tinha 30 mil pés de laranja quando notou a primeira planta doente, em 2004. "Cortei, mas logo apareceram outras plantas doentes. Fui erradicando e, quando me dei conta, o pomar estava ralo." Ele calcula ter deixado de colher, nos quatro anos, 300 mil caixas de laranja, e considera lamentável o governo não ter criado uma forma de compensar o produtor. "Nos EUA o governo paga US$ 150 por planta erradicada."Nos pomares de laranja, a rotina mudou. Na Fazenda Progresso, em Salto de Pirapora, o administrador Clodoaldo de Souza não se separa da lupa quando percorre os talhões em produção. Ele treinou os tratoristas para ajudarem na identificação do greening. "Sozinho não dou conta." A pulverização do defensivo contra o inseto vetor, o psilídeo Diaphorina citri, passou a ser feita de duas a três vezes por mês. "Quando vamos aplicar algum produto, aproveitamos para usar também o inseticida."