Paraty, onde Mingau do Ultraje a Rigor foi baleado, vê avanço do crime organizado


Ilha das Cobras, onde baixista da banda de rock foi baleado, é dominada pelo tráfico de drogas; atuação das milícias é outro problema de segurança pública da região

Por Marcio Dolzan

A região onde o baixista Mingau, da banda Ultraje a Rigor, foi baleado no fim de semana, em Paraty, na Costa Verde fluminense, é um conhecido ponto de compra e venda de drogas. A Polícia Civil diz que a área é dominada pelo Comando Vermelho (CV), mas essa não é a única facção que atua nesse famoso destino turístico. A despeito de ser conhecida como “a Cancún brasileira”, em comparação com a cidade mexicana, o município e o entorno têm sofrido com a criminalidade.

Mingau foi atingido na cabeça quando chegava em uma picape na Ilha das Cobras, bairro que registra atuação do CV, segundo declarou o delegado Marcello Russo, que investiga o caso. Além do grupo criminoso, facções menores e milicianos agem por lá.

Arquitetura do período colonial é um dos atrativos turísticos de Paraty Foto: NATHALIA MOLINA/ESTADÃO
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“Há presença de outras facções, mas os principais grupos presentes na região são o CV e a milícia, assim como ocorre no restante da região metropolitana do Rio de Janeiro”, explica o cientista político André Rodrigues, coordenador do Laboratório de Estudos sobre Política e Violência, da Universidade Federal Fluminense (UFF).

E essa presença não é recente. “A série histórica de dados sobre letalidade violenta intencional do Instituto de Segurança Pública mostra que, pelo menos desde 2003, a região tem taxas de homicídio próximas às da capital do Estado. E, desde 2011, a região passa a ter taxas bem acima das da capital e do Estado, com números comparáveis aos da Baixada Fluminense”, complementa Rodrigues.

Baixista Mingau foi baleado em bairro com atuação da facção Comando Vermelho Foto: Wilton Junior/Estadão
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Medo e insegurança são maiores em áreas pobres

Paraty é um famoso destino turístico do litoral sul fluminense. A arquitetura do período colonial, as belezas naturais e o forte apelo cultural estão entre os principais atrativos. Desde 2017, o município também integra a Rede de Cidades Criativas da Unesco como “cidade da gastronomia”.

Tudo isso, no entanto, não representa toda a realidade do município e de cidades do entorno, como Angra dos Reis. A violência, por exemplo, muitas vezes é ignorada.

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“Uma questão importante sobre a percepção da população sobre as dinâmicas da violência na região é que as pessoas que não vivem nas áreas de favelas e periferias tendem a reproduzir a visão turística da região, ignorando que ela é composta por cidades altamente desiguais, assediadas por interesses econômicos espúrios e, consequentemente, violentas”, pondera André Rodrigues.

Em nota ao Estadão, a Secretaria de Estado de Polícia Militar do Rio informou que segue com policiamento intensificado na região. Nesta segunda-feira, 4, foram apreendidos três pistolas, balanças de precisão, 71 sacolés de cocaína, 13 tabletes de maconha totalizando cinco quilos, 316 trouxinhas de maconha, 70 munições, quatro carregadores, material de endolação e um caderno de anotação do tráfico em uma casa localizada na Ilha das Cobras, em Paraty.

Já a Secretaria de Estado de Polícia Civil afirmou que “atua constantemente no combate ao crime na região da Costa Verde do Estado, com diversas investigações em andamento, prisões e ações integradas com a Polícia Militar para reprimir a ação de grupos criminosos que atuam na localidade e exploram serviços oferecidos à população”.

A região onde o baixista Mingau, da banda Ultraje a Rigor, foi baleado no fim de semana, em Paraty, na Costa Verde fluminense, é um conhecido ponto de compra e venda de drogas. A Polícia Civil diz que a área é dominada pelo Comando Vermelho (CV), mas essa não é a única facção que atua nesse famoso destino turístico. A despeito de ser conhecida como “a Cancún brasileira”, em comparação com a cidade mexicana, o município e o entorno têm sofrido com a criminalidade.

Mingau foi atingido na cabeça quando chegava em uma picape na Ilha das Cobras, bairro que registra atuação do CV, segundo declarou o delegado Marcello Russo, que investiga o caso. Além do grupo criminoso, facções menores e milicianos agem por lá.

Arquitetura do período colonial é um dos atrativos turísticos de Paraty Foto: NATHALIA MOLINA/ESTADÃO

“Há presença de outras facções, mas os principais grupos presentes na região são o CV e a milícia, assim como ocorre no restante da região metropolitana do Rio de Janeiro”, explica o cientista político André Rodrigues, coordenador do Laboratório de Estudos sobre Política e Violência, da Universidade Federal Fluminense (UFF).

E essa presença não é recente. “A série histórica de dados sobre letalidade violenta intencional do Instituto de Segurança Pública mostra que, pelo menos desde 2003, a região tem taxas de homicídio próximas às da capital do Estado. E, desde 2011, a região passa a ter taxas bem acima das da capital e do Estado, com números comparáveis aos da Baixada Fluminense”, complementa Rodrigues.

Baixista Mingau foi baleado em bairro com atuação da facção Comando Vermelho Foto: Wilton Junior/Estadão

Medo e insegurança são maiores em áreas pobres

Paraty é um famoso destino turístico do litoral sul fluminense. A arquitetura do período colonial, as belezas naturais e o forte apelo cultural estão entre os principais atrativos. Desde 2017, o município também integra a Rede de Cidades Criativas da Unesco como “cidade da gastronomia”.

Tudo isso, no entanto, não representa toda a realidade do município e de cidades do entorno, como Angra dos Reis. A violência, por exemplo, muitas vezes é ignorada.

“Uma questão importante sobre a percepção da população sobre as dinâmicas da violência na região é que as pessoas que não vivem nas áreas de favelas e periferias tendem a reproduzir a visão turística da região, ignorando que ela é composta por cidades altamente desiguais, assediadas por interesses econômicos espúrios e, consequentemente, violentas”, pondera André Rodrigues.

Em nota ao Estadão, a Secretaria de Estado de Polícia Militar do Rio informou que segue com policiamento intensificado na região. Nesta segunda-feira, 4, foram apreendidos três pistolas, balanças de precisão, 71 sacolés de cocaína, 13 tabletes de maconha totalizando cinco quilos, 316 trouxinhas de maconha, 70 munições, quatro carregadores, material de endolação e um caderno de anotação do tráfico em uma casa localizada na Ilha das Cobras, em Paraty.

Já a Secretaria de Estado de Polícia Civil afirmou que “atua constantemente no combate ao crime na região da Costa Verde do Estado, com diversas investigações em andamento, prisões e ações integradas com a Polícia Militar para reprimir a ação de grupos criminosos que atuam na localidade e exploram serviços oferecidos à população”.

A região onde o baixista Mingau, da banda Ultraje a Rigor, foi baleado no fim de semana, em Paraty, na Costa Verde fluminense, é um conhecido ponto de compra e venda de drogas. A Polícia Civil diz que a área é dominada pelo Comando Vermelho (CV), mas essa não é a única facção que atua nesse famoso destino turístico. A despeito de ser conhecida como “a Cancún brasileira”, em comparação com a cidade mexicana, o município e o entorno têm sofrido com a criminalidade.

Mingau foi atingido na cabeça quando chegava em uma picape na Ilha das Cobras, bairro que registra atuação do CV, segundo declarou o delegado Marcello Russo, que investiga o caso. Além do grupo criminoso, facções menores e milicianos agem por lá.

Arquitetura do período colonial é um dos atrativos turísticos de Paraty Foto: NATHALIA MOLINA/ESTADÃO

“Há presença de outras facções, mas os principais grupos presentes na região são o CV e a milícia, assim como ocorre no restante da região metropolitana do Rio de Janeiro”, explica o cientista político André Rodrigues, coordenador do Laboratório de Estudos sobre Política e Violência, da Universidade Federal Fluminense (UFF).

E essa presença não é recente. “A série histórica de dados sobre letalidade violenta intencional do Instituto de Segurança Pública mostra que, pelo menos desde 2003, a região tem taxas de homicídio próximas às da capital do Estado. E, desde 2011, a região passa a ter taxas bem acima das da capital e do Estado, com números comparáveis aos da Baixada Fluminense”, complementa Rodrigues.

Baixista Mingau foi baleado em bairro com atuação da facção Comando Vermelho Foto: Wilton Junior/Estadão

Medo e insegurança são maiores em áreas pobres

Paraty é um famoso destino turístico do litoral sul fluminense. A arquitetura do período colonial, as belezas naturais e o forte apelo cultural estão entre os principais atrativos. Desde 2017, o município também integra a Rede de Cidades Criativas da Unesco como “cidade da gastronomia”.

Tudo isso, no entanto, não representa toda a realidade do município e de cidades do entorno, como Angra dos Reis. A violência, por exemplo, muitas vezes é ignorada.

“Uma questão importante sobre a percepção da população sobre as dinâmicas da violência na região é que as pessoas que não vivem nas áreas de favelas e periferias tendem a reproduzir a visão turística da região, ignorando que ela é composta por cidades altamente desiguais, assediadas por interesses econômicos espúrios e, consequentemente, violentas”, pondera André Rodrigues.

Em nota ao Estadão, a Secretaria de Estado de Polícia Militar do Rio informou que segue com policiamento intensificado na região. Nesta segunda-feira, 4, foram apreendidos três pistolas, balanças de precisão, 71 sacolés de cocaína, 13 tabletes de maconha totalizando cinco quilos, 316 trouxinhas de maconha, 70 munições, quatro carregadores, material de endolação e um caderno de anotação do tráfico em uma casa localizada na Ilha das Cobras, em Paraty.

Já a Secretaria de Estado de Polícia Civil afirmou que “atua constantemente no combate ao crime na região da Costa Verde do Estado, com diversas investigações em andamento, prisões e ações integradas com a Polícia Militar para reprimir a ação de grupos criminosos que atuam na localidade e exploram serviços oferecidos à população”.

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