Ontem, a tarde foi regada a vodca em um hotel da Alameda Santos, nos Jardins, zona sul de São Paulo. O destilado serviu de base para sete coquetéis criados por sete bartenders de seis cidades brasileiras. Eles disputaram a final do primeiro Vive La Révolution, campeonato de coquetelaria promovido pela Grey Goose, vodca francesa desenvolvida na região de Cognac (o nome da disputa faz referência à Revolução Francesa).O drinque Myny Lotus Martini, do barman paulistano Marcelo Vasconcellos, que trabalha no bar KAÁ, na Vila Olímpia, zona sul, foi o que mais agradou aos sete jurados da competição. "Fiz uma bebida refrescante, ideal para tomar em goles longos", afirma o vencedor, que levou um prêmio de R$ 7 mil pelo título e cuja receita será servida em festas do patrocinador. "Selecionamos a combinação mais bonita e criativa, que mesclou ingredientes inusitados de forma equilibrada", diz o barman Luís Claudio Simões, do bar 1820 The Blue, no Jardim Europa, zona sul, bicampeão brasileiro de coquetelaria e um dos jurados do torneio.Também da capital paulista, o segundo colocado ganhou R$ 2 mil. Os dois competidores que empataram em terceiro, um carioca e um curitibano, faturaram R$ 1 mil cada um. "Com o dinheiro, viajarei para Londres, onde pretendo adquirir mais conhecimento na área, e depois voltarei para montar uma escola de bartender", conta o campeão Vasconcellos.Para escolher os sete finalistas da disputa, o barman Pablo Moya, sócio-diretor da escola de bartender Flair Brasil e embaixador da Grey Goose, percorreu dez cidades brasileiras, como Salvador e Belo Horizonte, promovendo o evento e degustando coquetéis em bares, restaurantes, hotéis e casas noturnas - cerca de 150 profissionais se candidataram. A seletiva durou quase oito meses. "Queremos incentivar a coquetelaria no Brasil", afirma Moya. "Tornar o hábito de tomar drinques tão usual quanto é na Europa e nos Estados Unidos, onde o bartender chega a ter tanto prestígio quanto um chef de cozinha."Segundo Simões, brasileiros estão mais acostumados a beber cerveja, caipirinhas e misturas simples, como vodca com energético. "Os profissionais da área precisam adquirir mais conhecimento para deixar de ser só um funcionário atrás do balcão", analisa. "Uma competição assim também serve para compartilhar experiências e evoluir. Descobrimos ingredientes para nossas receitas olhando os coquetéis criados pelos colegas."Para Simões, se melhorasse a qualidade dos bartenders brasileiros, o consumidor se interessaria mais pelos drinques. Essa é a principal justificativa para a Grey Goose ter organizado o torneio. "Nossas bebidas são mais usadas em coquetéis", explica Carlos Correia, diretor de Marketing da empresa que detém a marca. "Seria interessante aumentar o consumo desse tipo de bebida no Brasil." O CAMPEÃOA receita do Myny Lotus Martini 1 dose (50 ml) de vodca de pera 1 dose (50 ml) de creme de lichia com aroma de rosas 1/4 da fruta grapefruit (também conhecida como toranja) Duas borrifadas de orange bitter (aperitivo de laranja) Decore com um leque de pera