Pequenos empresários misturam contas da pessoa física com jurídica


Usar cartão de crédito pessoal ou limite do cheque para socorrer caixa do negócio vira risco em dobro quando clientes somem

Por Fellipe Bernardino e Tiago Nicacio
OUTRA VEZ. Aguimar de Andrade aprendeu a lição após três falências: cursos garantem gestão mais profissional do salão Foto: Janaína Ribeiro/Estadão

O cartão de crédito pessoal está no rotativo para pagar os fornecedores. O cheque especial, estourado: ora para não ficar sem luz, ora por causa do aluguel. A confusão entre finanças pessoais e das empresas que, segundo o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), é a realidade de 22% dos micro e pequenos empreendedores, vira um problema ainda maior quando a economia patina. Com o movimento nas lojas em queda, arcar com os juros altos dessas modalidades de financiamento fica quase impossível.

O empresário Fernando Cesar demorou a perceber que, com menos clientes, a organização financeira é essencial. Dono de cinco óticas na capital paulista, ele usou o cartão de crédito pessoal para equilibrar as finanças. “Quando vi que a dívida estava virando uma bola de neve, fui ao banco. Pedi um empréstimo, mas negaram.” Sem saber quando vai conseguir sair do vermelho, ele pretende rolar o problema na expectativa de a economia melhorar. Caso contrário, teme demissões em 2016.

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O presidente da Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas, Honório Pinheiro, acredita que casos como o de Fernando tendem a aumentar. Para ele, a concessão de crédito aos micro e pequenos comerciantes é mais seletiva, e fica ainda mais rigorosa na crise. Sem as contas em ordem, a empresa não se financia.

Uma dívida antiga com fornecedores é a pedra no sapato de Ezequias de Souza, dono de uma loja de aviamentos na zona leste de São Paulo. Por conta desse passivo, a empresa não consegue crédito. Mesmo sem opções, Souza ainda resiste à possibilidade de pegar um empréstimo pessoal, com juros mais pesados. “Como não tenho dinheiro para pagar a dívida inteira, investi meu capital em mercadoria.”.

Outro fator que piora a gestão financeira das pequenas empresas é a baixa taxa de formalização. Como o processo é burocrático, o caminho passa pelos empréstimos mais caros. “A informalidade implica pagar taxas de juros na pessoa física. É um problema que leva a outros”, explica a economista-chefe do SPC, Marcela Kawauti.

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Pró-labore. Para resolver a questão e não embaralhar mais as finanças, o consultor do Sebrae João Carlos Natal recomenda o pró-labore. “É o salário do dono, e muitos nem sabem o que é isso.” Ele aconselha fazer uma planilha para separar as finanças pessoais do caixa da empresa.

A cabeleireira Aguimar de Andrade aprendeu da pior forma: faliu três vezes antes de buscar cursos e separar as contas da empresa das suas próprias. Dona de um salão de beleza em Guarulhos (SP), aberto há menos de um ano, ela acha que os pequenos empresários têm pouca noção de administração. “Números são a morte.” O planejamento melhor traz mais segurança. Às vezes as contas atrasam, mas ela espera contornar os efeitos da crise. “Tenho dívida em banco. Como sair disso? Deus proverá.” 

OUTRA VEZ. Aguimar de Andrade aprendeu a lição após três falências: cursos garantem gestão mais profissional do salão Foto: Janaína Ribeiro/Estadão

O cartão de crédito pessoal está no rotativo para pagar os fornecedores. O cheque especial, estourado: ora para não ficar sem luz, ora por causa do aluguel. A confusão entre finanças pessoais e das empresas que, segundo o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), é a realidade de 22% dos micro e pequenos empreendedores, vira um problema ainda maior quando a economia patina. Com o movimento nas lojas em queda, arcar com os juros altos dessas modalidades de financiamento fica quase impossível.

O empresário Fernando Cesar demorou a perceber que, com menos clientes, a organização financeira é essencial. Dono de cinco óticas na capital paulista, ele usou o cartão de crédito pessoal para equilibrar as finanças. “Quando vi que a dívida estava virando uma bola de neve, fui ao banco. Pedi um empréstimo, mas negaram.” Sem saber quando vai conseguir sair do vermelho, ele pretende rolar o problema na expectativa de a economia melhorar. Caso contrário, teme demissões em 2016.

O presidente da Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas, Honório Pinheiro, acredita que casos como o de Fernando tendem a aumentar. Para ele, a concessão de crédito aos micro e pequenos comerciantes é mais seletiva, e fica ainda mais rigorosa na crise. Sem as contas em ordem, a empresa não se financia.

Uma dívida antiga com fornecedores é a pedra no sapato de Ezequias de Souza, dono de uma loja de aviamentos na zona leste de São Paulo. Por conta desse passivo, a empresa não consegue crédito. Mesmo sem opções, Souza ainda resiste à possibilidade de pegar um empréstimo pessoal, com juros mais pesados. “Como não tenho dinheiro para pagar a dívida inteira, investi meu capital em mercadoria.”.

Outro fator que piora a gestão financeira das pequenas empresas é a baixa taxa de formalização. Como o processo é burocrático, o caminho passa pelos empréstimos mais caros. “A informalidade implica pagar taxas de juros na pessoa física. É um problema que leva a outros”, explica a economista-chefe do SPC, Marcela Kawauti.

Pró-labore. Para resolver a questão e não embaralhar mais as finanças, o consultor do Sebrae João Carlos Natal recomenda o pró-labore. “É o salário do dono, e muitos nem sabem o que é isso.” Ele aconselha fazer uma planilha para separar as finanças pessoais do caixa da empresa.

A cabeleireira Aguimar de Andrade aprendeu da pior forma: faliu três vezes antes de buscar cursos e separar as contas da empresa das suas próprias. Dona de um salão de beleza em Guarulhos (SP), aberto há menos de um ano, ela acha que os pequenos empresários têm pouca noção de administração. “Números são a morte.” O planejamento melhor traz mais segurança. Às vezes as contas atrasam, mas ela espera contornar os efeitos da crise. “Tenho dívida em banco. Como sair disso? Deus proverá.” 

OUTRA VEZ. Aguimar de Andrade aprendeu a lição após três falências: cursos garantem gestão mais profissional do salão Foto: Janaína Ribeiro/Estadão

O cartão de crédito pessoal está no rotativo para pagar os fornecedores. O cheque especial, estourado: ora para não ficar sem luz, ora por causa do aluguel. A confusão entre finanças pessoais e das empresas que, segundo o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), é a realidade de 22% dos micro e pequenos empreendedores, vira um problema ainda maior quando a economia patina. Com o movimento nas lojas em queda, arcar com os juros altos dessas modalidades de financiamento fica quase impossível.

O empresário Fernando Cesar demorou a perceber que, com menos clientes, a organização financeira é essencial. Dono de cinco óticas na capital paulista, ele usou o cartão de crédito pessoal para equilibrar as finanças. “Quando vi que a dívida estava virando uma bola de neve, fui ao banco. Pedi um empréstimo, mas negaram.” Sem saber quando vai conseguir sair do vermelho, ele pretende rolar o problema na expectativa de a economia melhorar. Caso contrário, teme demissões em 2016.

O presidente da Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas, Honório Pinheiro, acredita que casos como o de Fernando tendem a aumentar. Para ele, a concessão de crédito aos micro e pequenos comerciantes é mais seletiva, e fica ainda mais rigorosa na crise. Sem as contas em ordem, a empresa não se financia.

Uma dívida antiga com fornecedores é a pedra no sapato de Ezequias de Souza, dono de uma loja de aviamentos na zona leste de São Paulo. Por conta desse passivo, a empresa não consegue crédito. Mesmo sem opções, Souza ainda resiste à possibilidade de pegar um empréstimo pessoal, com juros mais pesados. “Como não tenho dinheiro para pagar a dívida inteira, investi meu capital em mercadoria.”.

Outro fator que piora a gestão financeira das pequenas empresas é a baixa taxa de formalização. Como o processo é burocrático, o caminho passa pelos empréstimos mais caros. “A informalidade implica pagar taxas de juros na pessoa física. É um problema que leva a outros”, explica a economista-chefe do SPC, Marcela Kawauti.

Pró-labore. Para resolver a questão e não embaralhar mais as finanças, o consultor do Sebrae João Carlos Natal recomenda o pró-labore. “É o salário do dono, e muitos nem sabem o que é isso.” Ele aconselha fazer uma planilha para separar as finanças pessoais do caixa da empresa.

A cabeleireira Aguimar de Andrade aprendeu da pior forma: faliu três vezes antes de buscar cursos e separar as contas da empresa das suas próprias. Dona de um salão de beleza em Guarulhos (SP), aberto há menos de um ano, ela acha que os pequenos empresários têm pouca noção de administração. “Números são a morte.” O planejamento melhor traz mais segurança. Às vezes as contas atrasam, mas ela espera contornar os efeitos da crise. “Tenho dívida em banco. Como sair disso? Deus proverá.” 

OUTRA VEZ. Aguimar de Andrade aprendeu a lição após três falências: cursos garantem gestão mais profissional do salão Foto: Janaína Ribeiro/Estadão

O cartão de crédito pessoal está no rotativo para pagar os fornecedores. O cheque especial, estourado: ora para não ficar sem luz, ora por causa do aluguel. A confusão entre finanças pessoais e das empresas que, segundo o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), é a realidade de 22% dos micro e pequenos empreendedores, vira um problema ainda maior quando a economia patina. Com o movimento nas lojas em queda, arcar com os juros altos dessas modalidades de financiamento fica quase impossível.

O empresário Fernando Cesar demorou a perceber que, com menos clientes, a organização financeira é essencial. Dono de cinco óticas na capital paulista, ele usou o cartão de crédito pessoal para equilibrar as finanças. “Quando vi que a dívida estava virando uma bola de neve, fui ao banco. Pedi um empréstimo, mas negaram.” Sem saber quando vai conseguir sair do vermelho, ele pretende rolar o problema na expectativa de a economia melhorar. Caso contrário, teme demissões em 2016.

O presidente da Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas, Honório Pinheiro, acredita que casos como o de Fernando tendem a aumentar. Para ele, a concessão de crédito aos micro e pequenos comerciantes é mais seletiva, e fica ainda mais rigorosa na crise. Sem as contas em ordem, a empresa não se financia.

Uma dívida antiga com fornecedores é a pedra no sapato de Ezequias de Souza, dono de uma loja de aviamentos na zona leste de São Paulo. Por conta desse passivo, a empresa não consegue crédito. Mesmo sem opções, Souza ainda resiste à possibilidade de pegar um empréstimo pessoal, com juros mais pesados. “Como não tenho dinheiro para pagar a dívida inteira, investi meu capital em mercadoria.”.

Outro fator que piora a gestão financeira das pequenas empresas é a baixa taxa de formalização. Como o processo é burocrático, o caminho passa pelos empréstimos mais caros. “A informalidade implica pagar taxas de juros na pessoa física. É um problema que leva a outros”, explica a economista-chefe do SPC, Marcela Kawauti.

Pró-labore. Para resolver a questão e não embaralhar mais as finanças, o consultor do Sebrae João Carlos Natal recomenda o pró-labore. “É o salário do dono, e muitos nem sabem o que é isso.” Ele aconselha fazer uma planilha para separar as finanças pessoais do caixa da empresa.

A cabeleireira Aguimar de Andrade aprendeu da pior forma: faliu três vezes antes de buscar cursos e separar as contas da empresa das suas próprias. Dona de um salão de beleza em Guarulhos (SP), aberto há menos de um ano, ela acha que os pequenos empresários têm pouca noção de administração. “Números são a morte.” O planejamento melhor traz mais segurança. Às vezes as contas atrasam, mas ela espera contornar os efeitos da crise. “Tenho dívida em banco. Como sair disso? Deus proverá.” 

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