Ao menos 11 pessoas foram presas durante a operação Volta Olímpica da Polícia Federal relacionada com as milícias que controlam favelas no Rio. Entre os presos está a candidata a vereadora Carminha Jerominho (PT do B), filha do vereador Jerônimo Guimarães, conhecido como Jerominho, e sobrinha do deputado estadual Natalino Guimarães, acusados de comandar a milícia Liga da Justiça, que atua em favelas e comunidades carentes da zona oeste. Entre os presos estão seis policiais militares que integrariam o grupo. O ex-policial militar Luciano Venâncio, filho de Jerominho e irmão da candidata a vereadora, também teve a prisão decretada, mas está foragido. "Com essas prisões de hoje, a milícia Liga da Justiça sofre um duro golpe", disse o superintendente da PF no Rio, delegado Valdinho Jacinto Caetano. Ao todo foram expedidos 22 mandatos de prisão pela Justiça dos quais 13 para policiais militares. A PF do Rio, com apoio da PM fluminense, ainda realiza diligências para tentar prender os foragidos. Os presos serão transferidos para o presídio federal de Catanduvas, no Paraná. "Eles vão para lá por ser um presídio federal, porque há risco de, de dentro da cadeia aqui no Rio de Janeiro, eles manterem a articulação da milícia", acrescentou o delegado, que não soube se, apesar de presa, Carminha poderá manter a candidatura. Segundo as investigações da Polícia Federal, a Liga da Justiça forçava revendedores de gás a comercializar o produto para moradores de comunidades carentes da zona oeste a um preço mais elevado do que o praticado pelo mercado. Os recursos arrecadados eram usados para abastecer a campanha de Carminha à Câmara Municipal. "A Carminha era beneficiada pela atividade das milícias. O vendedor de gás comprava a 28 reais o produto das milícias, quando no mercado poderia comprar a 21 reais o butijão. Essa diferença era usada na campanha dela", acusou o delegado. Os envolvidos foram indiciados por formação de quadrilha, tentativa de homicídio e formação de curral eleitoral. (Reportagem de Rodrigo Viga Gaier)