Luiz Antonio da Silva Braga - conhecido como Zinho e considerado o líder miliciano “mais procurado do Estado do Rio” - se entregou à Polícia Federal (PF) neste domingo, 24, véspera de Natal. Ele estava foragido desde 2018.
Zinho tinha ao menos 12 mandados de prisão, segundo a PF, e só foi capturado após “tratativas entre os patronos do miliciano foragido com a Polícia Federal e a Secretaria de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro”, também conforme a corporação. Ele se apresentou na Superintendência Regional da PF no Rio.
“Após as formalidades decorrentes da prisão, o preso foi conduzido ao Instituto Médico-Legal (IML) e posteriormente encaminhado ao sistema prisional do estado, onde permanecerá à disposição da Justiça”, informou a PF, em nota. Ele foi levado para a penitenciária de Bangu 1, de segurança máxima.
Ele é conhecido, dizem as autoridades, por dominar a zona oeste da capital fluminense, lucrando em cima de prestação de serviços clandestinos e ilegais, como a venda clandestina de sinais de TV a cabo, licenças para serviços de transporte, venda de gás e cobrança de taxas de segurança dos pequenos comerciantes.
Ele ascendeu à liderança do grupo miliciano da região há dois anos, após a morte de seu irmão, Wellington da Silva Braga, o Ecko. Mesmo sem ter sido militar, foi admitido na milícia por sua habilidade com as contas, apontam as investigações. Era o responsável, segundo o governo, por contabilizar e lavar o dinheiro oriundo das atividades ilícitas.
Leia também:
Em outubro, o sobrinho e braço direito de Zinho, Matheus da Silva Rezende, também conhecido por Faustão e Teteu, foi morto pela polícia do Rio durante um confronto armado. Ele era o segundo na hierarquia do grupo e, em protesto à sua morte, os milicianos realizaram ataques em série contra veículos nas ruas da zona oeste do Rio.
Um pouco antes da morte de Faustão e dos ataques a veículos, uma operação na casa de Zinho, no bairro do Recreio, avaliada em R$ 1,5 milhão, apreendeu grande quantidade de joias e relógios, além de R$ 125 mil em espécie, segundo a polícia.
Zinho e Matheus haviam sido denunciados pelo Ministério Público do Rio, em setembro, pelo homicídio do ex-vereador Jerônimo Guimarães Filho, o Jerominho, e de um amigo, em agosto de 2022. Jerominho cumpriu mandatos na Câmara do Rio entre 2000 e 2008 e teria fundado a milícia Liga da Justiça.
O Estadão não localizou a defesa de Zinho. O espaço segue aberto para manifestação.