Polícia de Goiás investiga quatro casos com suspeita de intoxicação de cães por petiscos


Pelo menos um cachorro teria morrido após comer alimento produzido pela Bassar em Goiânia; Polícia Civil de Minas Gerais afirma ter recebido mais de 40 denúncias vindas de outros Estados

Por Andréia Bahia
Atualização:

A polícia de Goiás investiga quatro casos de intoxicação em cães que teriam consumido petiscos da marca Bassar - um animal morreu no Estado. Na semana passada, o Ministério da Agricultura interditou a fábrica da marca em Guarulhos e determinou o recolhimento dos produtos em todo o Brasil. Ao menos nove mortes foram registradas em Minas e São Paulo com a mesma suspeita.

Em Goiânia, a primeira ocorrência foi registrada na sexta-feira, 3, na Delegacia Repressão a Crimes contra o Meio Ambiente (Dema), por Arthur Guerra Garcia, tutor de dois cães da raça spitz alemão, Maitê e Theodoro. Os dois cãezinhos comeram o petisco Petz Snack Cuidado Oral no dia 12 de agosto e, de acordo com o tutor, a fêmea, Maitê, vomitou logo em seguida. Já o macho, Teodoro, passou mal no dia seguinte, ficando prostrado e mal conseguindo andar.

Garcia afirma que o cãozinho estava bem de saúde antes de comer o petisco. “Depois, Theodoro começou um quadro de vômitos, perda total de apetite, sede intensa e diminuição na urina”, conta Arthur Garcia, que é médico.

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Levado à clínica veterinária, foi detectada uma alteração renal. No prontuário da clínica está relatado que, após exames de sangue e de ultrassom, foi constatada insuficiência renal aguda no animal. Theodoro recebeu tratamento e voltou para casa. No dia seguinte, ele piorou e o tutor foi orientado a interná-lo em um hospital, mas, mesmo assim, seu quadro foi se agravando. “Theodoro desenvolveu uma pancreatite aguda e peritonite, uma infecção no abdômen, chegando a ficar dois dias internado na UTI”, relata Garcia.

No dia 26 último, depois de 13 dias de internação, a família decidiu levar o animal de estimação para se tratar em casa, apesar de o quadro dele continuar grave. “Porque não haviam descoberto a causa da doença”, afirma Garcia. Só depois de tomar conhecimento pela imprensa das mortes de cães em Minas Gerais e São Paulo por intoxicação que a família suspeitou que a doença de Theodoro poderia ter sido provocada pelo petisco.

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De acordo com a veterinária que cuidou de Theodoro, Larissa Coelho Thomé, foram investigadas várias doenças infecciosas que poderiam ter sido a causa da doença renal aguda; todas com resultados negativos. “Foi um desafio para todos nós médicos veterinários envolvidos no caso dele, pois nunca pegamos um caso tão complexo e desafiado”, afirma a veterinária. O cãozinho está se recuperando, mas, segundo a Larissa, tornou-se um doente renal crônico que vai precisar de acompanhamento durante o resto da sua vida.

“Para a família, Theodoro é como um filho e espero que o que aconteceu com ele não aconteça com outro animal e, caso se confirme que foi o petisco, pretendo ser ressarcido dos gastos”, afirma Arthur Garcia, explicando por que resolveu levar o caso à polícia.

Essa primeira ocorrência foi registrada na Dema, mas de acordo com a delegada Simelli Lemes, responsável pelo Grupo de Proteção a Animais, os fatos podem configurar crime contra as relações de consumo. “Tomamos as primeiras providências e encaminhamos os documentos para a Delegacia do Consumidor”, informou.

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O segundo caso registrado na Decon nesta segunda-feira, 5, é de um cão da raça shih tzu, que também desenvolveu problema renal após comer um dos produtos da Bassar associados à intoxicação. Milo, de 7 anos, comeu o petisco no dia 12 de agosto e começou passar mal no dia seguinte. “Por três dias ele vomitou e, desde então, não parou mais”, conta Bruna Brasil, psicóloga tutora de Milo.

Milo, de 7 anos, hoje toma medicamento para abrir o apetite, dois remédios para não vomitar, um vitamínico, um para o estômago e corre o risco de se tornar um doente renal crônico Foto: Arquivo pessoal

Ao levá-lo ao veterinário, Bruna foi surpreendida com a informação de que os rins de Milo estavam muito comprometidos. “O veterinário disse que era como se um rim saudável fosse um abacate e, no caso dele, só houvesse o caroço. Já foi falando em fazer hemodiálise”, conta. “Eu chorei por dois dias, achando que ele estava na iminência de morrer.”

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Hoje, o cãozinho toma medicamento para abrir o apetite, dois remédios para não vomitar, um vitamínico e um remédio para o estômago. De acordo com Bruna, há a possibilidade de ele se tornar um doente renal crônico.

Há outros dois casos de intoxicação que foram registrados na tarde de ontem e que serão investigados, afirmou o delegado da Decon, inclusive o de um animal que morreu e os tutores acreditam que em decorrência do consumo dos mesmos petiscos. “Temos notícia de um cachorro que comeu o petisco no mês de julho e morreu e, só agora, com a divulgação desses casos, os proprietários fizeram a ligação da morte com a ingestão do petisco”, relata Lopes.

A polícia já solicitou perícia nos petiscos que foram entregues pelos tutores dos animais que passaram mal e cópias dos prontuários de atendimento nas clínicas veterinárias.

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A investigação vai apurar se houve crime contra as relações de consumo e o delegado ainda não decidiu se vai finalizar o inquérito em Goiás ou se vai enviar os autos para a Polícia Civil de Minas Gerais, já que o inquérito naquele Estado está mais adiantado, disse o delegado.

Casos se espalham

A Polícia Civil de Minas Gerais afirmou que, além de Minas e São Paulo, o Distrito Federal e outros Estados têm relatos de casos de intoxicação: Rio de Janeiro, Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul, Alagoas, Sergipe e Goiás. Segundo a delegada Danúbia Quadros, lotada na Delegacia Especializada em Defesa do Consumidor, ela já recebeu mais de 40 denúncias envolvendo cachorros de estimação com problemas de saúde após a ingestão de petiscos da Bassar.

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O que diz a Bassar

A Bassar Pet Food informa que decidiu interromper a produção de sua fábrica até que sejam totalmente esclarecidas as suspeitas de contaminação de pets envolvendo lotes de seus produtos. A empresa também está contratando uma empresa especializada para fazer uma inspeção detalhada de todos os processos de produção e do maquinário em sua fábrica, em São Paulo.

De modo preventivo, a companhia já estava recolhendo os lotes de duas linhas de alimentos, mas procederá agora ao recolhimento de todos os produtos da empresa nacionalmente, conforme determinação do Ministério da Agricultura, Pecuário e Abastecimento.

A Bassar esclarece que ainda não teve acesso ao laudo produzido pela Polícia Civil de Minas Gerais, mas está colaborando totalmente com as autoridades desde o início dos relatos sobre os casos. A empresa enviou amostras de produtos para institutos de referência nacional para atestar a segurança e conformidade de seus produtos sob investigação.

Além disso, acionou todos os seus fornecedores para que façam o rastreamento dos insumos utilizados para afastarem a hipótese de algum tipo de contaminação.

A empresa está solidária com todos os tutores de pets - nossos consumidores e razão de nossa empresa existir. Somos os maiores interessados no esclarecimento do caso. Por isso, a empresa vem tomando todas as providências para investigação dos fatos. Os consumidores podem tirar dúvidas pelo e-mail sac@bassarpetfood.com.br

A polícia de Goiás investiga quatro casos de intoxicação em cães que teriam consumido petiscos da marca Bassar - um animal morreu no Estado. Na semana passada, o Ministério da Agricultura interditou a fábrica da marca em Guarulhos e determinou o recolhimento dos produtos em todo o Brasil. Ao menos nove mortes foram registradas em Minas e São Paulo com a mesma suspeita.

Em Goiânia, a primeira ocorrência foi registrada na sexta-feira, 3, na Delegacia Repressão a Crimes contra o Meio Ambiente (Dema), por Arthur Guerra Garcia, tutor de dois cães da raça spitz alemão, Maitê e Theodoro. Os dois cãezinhos comeram o petisco Petz Snack Cuidado Oral no dia 12 de agosto e, de acordo com o tutor, a fêmea, Maitê, vomitou logo em seguida. Já o macho, Teodoro, passou mal no dia seguinte, ficando prostrado e mal conseguindo andar.

Garcia afirma que o cãozinho estava bem de saúde antes de comer o petisco. “Depois, Theodoro começou um quadro de vômitos, perda total de apetite, sede intensa e diminuição na urina”, conta Arthur Garcia, que é médico.

Levado à clínica veterinária, foi detectada uma alteração renal. No prontuário da clínica está relatado que, após exames de sangue e de ultrassom, foi constatada insuficiência renal aguda no animal. Theodoro recebeu tratamento e voltou para casa. No dia seguinte, ele piorou e o tutor foi orientado a interná-lo em um hospital, mas, mesmo assim, seu quadro foi se agravando. “Theodoro desenvolveu uma pancreatite aguda e peritonite, uma infecção no abdômen, chegando a ficar dois dias internado na UTI”, relata Garcia.

No dia 26 último, depois de 13 dias de internação, a família decidiu levar o animal de estimação para se tratar em casa, apesar de o quadro dele continuar grave. “Porque não haviam descoberto a causa da doença”, afirma Garcia. Só depois de tomar conhecimento pela imprensa das mortes de cães em Minas Gerais e São Paulo por intoxicação que a família suspeitou que a doença de Theodoro poderia ter sido provocada pelo petisco.

De acordo com a veterinária que cuidou de Theodoro, Larissa Coelho Thomé, foram investigadas várias doenças infecciosas que poderiam ter sido a causa da doença renal aguda; todas com resultados negativos. “Foi um desafio para todos nós médicos veterinários envolvidos no caso dele, pois nunca pegamos um caso tão complexo e desafiado”, afirma a veterinária. O cãozinho está se recuperando, mas, segundo a Larissa, tornou-se um doente renal crônico que vai precisar de acompanhamento durante o resto da sua vida.

“Para a família, Theodoro é como um filho e espero que o que aconteceu com ele não aconteça com outro animal e, caso se confirme que foi o petisco, pretendo ser ressarcido dos gastos”, afirma Arthur Garcia, explicando por que resolveu levar o caso à polícia.

Essa primeira ocorrência foi registrada na Dema, mas de acordo com a delegada Simelli Lemes, responsável pelo Grupo de Proteção a Animais, os fatos podem configurar crime contra as relações de consumo. “Tomamos as primeiras providências e encaminhamos os documentos para a Delegacia do Consumidor”, informou.

O segundo caso registrado na Decon nesta segunda-feira, 5, é de um cão da raça shih tzu, que também desenvolveu problema renal após comer um dos produtos da Bassar associados à intoxicação. Milo, de 7 anos, comeu o petisco no dia 12 de agosto e começou passar mal no dia seguinte. “Por três dias ele vomitou e, desde então, não parou mais”, conta Bruna Brasil, psicóloga tutora de Milo.

Milo, de 7 anos, hoje toma medicamento para abrir o apetite, dois remédios para não vomitar, um vitamínico, um para o estômago e corre o risco de se tornar um doente renal crônico Foto: Arquivo pessoal

Ao levá-lo ao veterinário, Bruna foi surpreendida com a informação de que os rins de Milo estavam muito comprometidos. “O veterinário disse que era como se um rim saudável fosse um abacate e, no caso dele, só houvesse o caroço. Já foi falando em fazer hemodiálise”, conta. “Eu chorei por dois dias, achando que ele estava na iminência de morrer.”

Hoje, o cãozinho toma medicamento para abrir o apetite, dois remédios para não vomitar, um vitamínico e um remédio para o estômago. De acordo com Bruna, há a possibilidade de ele se tornar um doente renal crônico.

Há outros dois casos de intoxicação que foram registrados na tarde de ontem e que serão investigados, afirmou o delegado da Decon, inclusive o de um animal que morreu e os tutores acreditam que em decorrência do consumo dos mesmos petiscos. “Temos notícia de um cachorro que comeu o petisco no mês de julho e morreu e, só agora, com a divulgação desses casos, os proprietários fizeram a ligação da morte com a ingestão do petisco”, relata Lopes.

A polícia já solicitou perícia nos petiscos que foram entregues pelos tutores dos animais que passaram mal e cópias dos prontuários de atendimento nas clínicas veterinárias.

A investigação vai apurar se houve crime contra as relações de consumo e o delegado ainda não decidiu se vai finalizar o inquérito em Goiás ou se vai enviar os autos para a Polícia Civil de Minas Gerais, já que o inquérito naquele Estado está mais adiantado, disse o delegado.

Casos se espalham

A Polícia Civil de Minas Gerais afirmou que, além de Minas e São Paulo, o Distrito Federal e outros Estados têm relatos de casos de intoxicação: Rio de Janeiro, Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul, Alagoas, Sergipe e Goiás. Segundo a delegada Danúbia Quadros, lotada na Delegacia Especializada em Defesa do Consumidor, ela já recebeu mais de 40 denúncias envolvendo cachorros de estimação com problemas de saúde após a ingestão de petiscos da Bassar.

O que diz a Bassar

A Bassar Pet Food informa que decidiu interromper a produção de sua fábrica até que sejam totalmente esclarecidas as suspeitas de contaminação de pets envolvendo lotes de seus produtos. A empresa também está contratando uma empresa especializada para fazer uma inspeção detalhada de todos os processos de produção e do maquinário em sua fábrica, em São Paulo.

De modo preventivo, a companhia já estava recolhendo os lotes de duas linhas de alimentos, mas procederá agora ao recolhimento de todos os produtos da empresa nacionalmente, conforme determinação do Ministério da Agricultura, Pecuário e Abastecimento.

A Bassar esclarece que ainda não teve acesso ao laudo produzido pela Polícia Civil de Minas Gerais, mas está colaborando totalmente com as autoridades desde o início dos relatos sobre os casos. A empresa enviou amostras de produtos para institutos de referência nacional para atestar a segurança e conformidade de seus produtos sob investigação.

Além disso, acionou todos os seus fornecedores para que façam o rastreamento dos insumos utilizados para afastarem a hipótese de algum tipo de contaminação.

A empresa está solidária com todos os tutores de pets - nossos consumidores e razão de nossa empresa existir. Somos os maiores interessados no esclarecimento do caso. Por isso, a empresa vem tomando todas as providências para investigação dos fatos. Os consumidores podem tirar dúvidas pelo e-mail sac@bassarpetfood.com.br

A polícia de Goiás investiga quatro casos de intoxicação em cães que teriam consumido petiscos da marca Bassar - um animal morreu no Estado. Na semana passada, o Ministério da Agricultura interditou a fábrica da marca em Guarulhos e determinou o recolhimento dos produtos em todo o Brasil. Ao menos nove mortes foram registradas em Minas e São Paulo com a mesma suspeita.

Em Goiânia, a primeira ocorrência foi registrada na sexta-feira, 3, na Delegacia Repressão a Crimes contra o Meio Ambiente (Dema), por Arthur Guerra Garcia, tutor de dois cães da raça spitz alemão, Maitê e Theodoro. Os dois cãezinhos comeram o petisco Petz Snack Cuidado Oral no dia 12 de agosto e, de acordo com o tutor, a fêmea, Maitê, vomitou logo em seguida. Já o macho, Teodoro, passou mal no dia seguinte, ficando prostrado e mal conseguindo andar.

Garcia afirma que o cãozinho estava bem de saúde antes de comer o petisco. “Depois, Theodoro começou um quadro de vômitos, perda total de apetite, sede intensa e diminuição na urina”, conta Arthur Garcia, que é médico.

Levado à clínica veterinária, foi detectada uma alteração renal. No prontuário da clínica está relatado que, após exames de sangue e de ultrassom, foi constatada insuficiência renal aguda no animal. Theodoro recebeu tratamento e voltou para casa. No dia seguinte, ele piorou e o tutor foi orientado a interná-lo em um hospital, mas, mesmo assim, seu quadro foi se agravando. “Theodoro desenvolveu uma pancreatite aguda e peritonite, uma infecção no abdômen, chegando a ficar dois dias internado na UTI”, relata Garcia.

No dia 26 último, depois de 13 dias de internação, a família decidiu levar o animal de estimação para se tratar em casa, apesar de o quadro dele continuar grave. “Porque não haviam descoberto a causa da doença”, afirma Garcia. Só depois de tomar conhecimento pela imprensa das mortes de cães em Minas Gerais e São Paulo por intoxicação que a família suspeitou que a doença de Theodoro poderia ter sido provocada pelo petisco.

De acordo com a veterinária que cuidou de Theodoro, Larissa Coelho Thomé, foram investigadas várias doenças infecciosas que poderiam ter sido a causa da doença renal aguda; todas com resultados negativos. “Foi um desafio para todos nós médicos veterinários envolvidos no caso dele, pois nunca pegamos um caso tão complexo e desafiado”, afirma a veterinária. O cãozinho está se recuperando, mas, segundo a Larissa, tornou-se um doente renal crônico que vai precisar de acompanhamento durante o resto da sua vida.

“Para a família, Theodoro é como um filho e espero que o que aconteceu com ele não aconteça com outro animal e, caso se confirme que foi o petisco, pretendo ser ressarcido dos gastos”, afirma Arthur Garcia, explicando por que resolveu levar o caso à polícia.

Essa primeira ocorrência foi registrada na Dema, mas de acordo com a delegada Simelli Lemes, responsável pelo Grupo de Proteção a Animais, os fatos podem configurar crime contra as relações de consumo. “Tomamos as primeiras providências e encaminhamos os documentos para a Delegacia do Consumidor”, informou.

O segundo caso registrado na Decon nesta segunda-feira, 5, é de um cão da raça shih tzu, que também desenvolveu problema renal após comer um dos produtos da Bassar associados à intoxicação. Milo, de 7 anos, comeu o petisco no dia 12 de agosto e começou passar mal no dia seguinte. “Por três dias ele vomitou e, desde então, não parou mais”, conta Bruna Brasil, psicóloga tutora de Milo.

Milo, de 7 anos, hoje toma medicamento para abrir o apetite, dois remédios para não vomitar, um vitamínico, um para o estômago e corre o risco de se tornar um doente renal crônico Foto: Arquivo pessoal

Ao levá-lo ao veterinário, Bruna foi surpreendida com a informação de que os rins de Milo estavam muito comprometidos. “O veterinário disse que era como se um rim saudável fosse um abacate e, no caso dele, só houvesse o caroço. Já foi falando em fazer hemodiálise”, conta. “Eu chorei por dois dias, achando que ele estava na iminência de morrer.”

Hoje, o cãozinho toma medicamento para abrir o apetite, dois remédios para não vomitar, um vitamínico e um remédio para o estômago. De acordo com Bruna, há a possibilidade de ele se tornar um doente renal crônico.

Há outros dois casos de intoxicação que foram registrados na tarde de ontem e que serão investigados, afirmou o delegado da Decon, inclusive o de um animal que morreu e os tutores acreditam que em decorrência do consumo dos mesmos petiscos. “Temos notícia de um cachorro que comeu o petisco no mês de julho e morreu e, só agora, com a divulgação desses casos, os proprietários fizeram a ligação da morte com a ingestão do petisco”, relata Lopes.

A polícia já solicitou perícia nos petiscos que foram entregues pelos tutores dos animais que passaram mal e cópias dos prontuários de atendimento nas clínicas veterinárias.

A investigação vai apurar se houve crime contra as relações de consumo e o delegado ainda não decidiu se vai finalizar o inquérito em Goiás ou se vai enviar os autos para a Polícia Civil de Minas Gerais, já que o inquérito naquele Estado está mais adiantado, disse o delegado.

Casos se espalham

A Polícia Civil de Minas Gerais afirmou que, além de Minas e São Paulo, o Distrito Federal e outros Estados têm relatos de casos de intoxicação: Rio de Janeiro, Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul, Alagoas, Sergipe e Goiás. Segundo a delegada Danúbia Quadros, lotada na Delegacia Especializada em Defesa do Consumidor, ela já recebeu mais de 40 denúncias envolvendo cachorros de estimação com problemas de saúde após a ingestão de petiscos da Bassar.

O que diz a Bassar

A Bassar Pet Food informa que decidiu interromper a produção de sua fábrica até que sejam totalmente esclarecidas as suspeitas de contaminação de pets envolvendo lotes de seus produtos. A empresa também está contratando uma empresa especializada para fazer uma inspeção detalhada de todos os processos de produção e do maquinário em sua fábrica, em São Paulo.

De modo preventivo, a companhia já estava recolhendo os lotes de duas linhas de alimentos, mas procederá agora ao recolhimento de todos os produtos da empresa nacionalmente, conforme determinação do Ministério da Agricultura, Pecuário e Abastecimento.

A Bassar esclarece que ainda não teve acesso ao laudo produzido pela Polícia Civil de Minas Gerais, mas está colaborando totalmente com as autoridades desde o início dos relatos sobre os casos. A empresa enviou amostras de produtos para institutos de referência nacional para atestar a segurança e conformidade de seus produtos sob investigação.

Além disso, acionou todos os seus fornecedores para que façam o rastreamento dos insumos utilizados para afastarem a hipótese de algum tipo de contaminação.

A empresa está solidária com todos os tutores de pets - nossos consumidores e razão de nossa empresa existir. Somos os maiores interessados no esclarecimento do caso. Por isso, a empresa vem tomando todas as providências para investigação dos fatos. Os consumidores podem tirar dúvidas pelo e-mail sac@bassarpetfood.com.br

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