Três pessoas foram presas por envolvimento com quadrilha que aplicava golpe usando contas Pix do Estado do Rio Grande do Sul. Conforme informou o governo gaúcho, a Polícia Civil do Estado, por meio da força-tarefa Cyber, deflagrou a Operação Dilúvio Moral, na cidade de Santo André, no ABC paulista. Um menor também foi apreendido.
“Formado por dois homens, uma mulher e um menor de idade, o grupo criou contas falsas do Estado do Rio Grande do Sul em redes sociais. Por meio dos perfis falsos, os criminosos iniciaram campanhas para recebimento de doações, divulgando chaves Pix de pessoas físicas para o recebimento dos valores”, disse o governo gaúcho.
Conforme as investigações, os suspeitos, que têm entre 17 e 45 anos, possuem antecedentes em crimes como roubo, porte ilegal de arma de fogo, furto e tráfico de entorpecentes. Eles foram conduzidos até o distrito policial.
“As investigações seguirão buscando outros elementos de prova e eventuais novos integrantes do grupo paulista, que conseguiu aplicar o golpe em um número relevante de pessoas, que acreditavam estarem contribuindo para a campanha de reestruturação do Estado gaúcho.”
A ação policial contou com apoio operacional da Polícia Civil de São Paulo, por meio do Grupo de Responsabilidade Tática (GRT) do Departamento de Polícia Judiciária da Macro São Paulo (Demacro).
“O objetivo foi o cumprimento de três mandados de prisão preventiva e outros três de busca e apreensão contra uma associação criminosa. O grupo é responsável por fraudes que objetivavam simular contas oficiais do governo do Estado para recebimento de doações em razão da tragédia que atinge o Rio Grande do Sul”, acrescentou o Estado gaúcho.
Anteriormente, por meio das redes sociais, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), já havia alertado para golpes do Pix em doações ao Estado. Ele lamentou que, em meio aos atos de solidariedade às vítimas, criminosos e aproveitam da situação para aplicar golpes. Leite também esclareceu, em outra oportunidade, que o Pix não é para o governo.
O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS), por meio da promotora de Justiça Maristela Schneider, ajuizou, no dia 5 de maio, uma ação cautelar para que duas empresas de mídia social impeçam ou removam perfis fakes que pedem dinheiro para atingidos por enchentes no Estado gaúcho.
Força-tarefa para combater golpes
Em meio à tragédia que assola o Rio Grande do Sul, um grupo de Delegados e Agentes do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) foi destacado com o objetivo principal de reprimir práticas criminosas virtuais que se utilizem da atual situação do Estado gaúcho com a finalidade de obter vantagens de qualquer natureza.
“Até o momento, são mais de 50 casos analisados pelo grupo, sendo que mais de 70% foram concluídos. Outros já contam com inquéritos policiais instaurados e aguardam diligências investigativas a fim de responsabilizar os identificados”, afirma o governo gaúcho.
Segundo a investigação, entre os casos analisados preliminarmente, ao menos 15 páginas criminosas, criadas com o objetivo de induzir a erro a população, já foram retiradas do ar. “Destas, ao menos cinco contas bancárias foram bloqueadas, impedindo um enriquecimento ilícito de dezenas de milhares de reais”, complementou o Estado.
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Anteriormente, o governador do RS já havia alertado para golpes do Pix em doações ao Estado, que enfrenta seu pior desastre climático.
Doações em dinheiro via pix
O governo gaúcho reativou o canal de doações para a conta SOS Rio Grande do Sul. Foi restabelecida a chave Pix do CNPJ 92.958.800/0001-38, a mesma utilizada no ano passado, vinculada à conta bancária aberta pelo Banrisul. “Os recursos serão integralmente revertidos para o apoio humanitário a vítimas das enchentes e para a reconstrução da infraestrutura dos municípios”, afirma o governo.
Segundo o Estado gaúcho, com o canal oficial de doações, o governo centraliza a ajuda financeira, fornece segurança aos doadores e amplia a transparência da alocação do dinheiro, uma vez que a movimentação dos recursos passará por auditoria e fiscalização do poder público.
Dados para doação
Pix: CNPJ: 92.958.800/0001-38 - Banco do Estado do Rio Grande do Sul ou Associação dos Bancos no Estado do Rio Grande do Sul.
Atenção: quando realizar a operação, confirme que o nome da conta que aparece é “SOS Rio Grande do Sul” e que o banco é o Banrisul, conforme orienta o governo.
Na terça-feira, 14, o valor de doações via pix do SOS Rio Grande do Sul para vítimas das enchentes chegou a R$ 101,3 milhões. Como a decisão do Comitê Gestor foi de conceder R$ 2 mil para cada beneficiado, cerca de 50 mil famílias atingidas pela tragédia meteorológica receberão esse valor, segundo o governo estadual.
Até o momento, foi decidido que serão atendidas as famílias desabrigadas ou desalojadas que se enquadram nos seguintes critérios:
- Renda familiar de até três salários mínimos (R$ 4.236);
- Inscritas no Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico) ou no Cadastro Nacional da Agricultura Familiar (CAF);
- Não contempladas pelo programa Volta por Cima, do governo do Rio Grande do Sul, criado pelo Decreto 57.607, de 9 de maio de 2024.
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