Policial de tropa de elite fazia segurança de megatraficante da fronteira, diz PF


Agente da PM de Mato Grosso do Sul foi preso após investigação identificar atuação em favor de criminoso. Corporação diz que ele fazia estágio no Departamento de Operações de Fronteira

Por José Maria Tomazela
Atualização:

Um policial militar do Departamento de Operações de Fronteira (DOF), tropa de elite da Polícia Militar do Mato Grosso do Sul, é suspeito de integrar o grupo paramilitar contratado para a segurança do megatraficante Antônio Joaquim Mendes Gonçalves da Mota, conhecido como “Dom”.

O traficante, que controla uma rede criminosa na fronteira do Brasil com o Paraguai, escapou de uma operação das polícias dos dois países fugindo de helicóptero, na última sexta-feira, 30. A Polícia Federal suspeita que um vazamento de informações sobre a operação ajudou a fuga de Dom.

O 3º sargento Ygor Nunes Nascimento, lotado no batalhão do DOF em Dourados, no sul do Estado, foi preso por policiais do próprio departamento e agentes da PF. A prisão foi acompanhada pela Corregedoria da PM. Com ele foram apreendidos uma pistola Glock com numeração raspada, um carregador com 17 munições e dois carregadores de fuzil.

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Munições e equipamentos apreendidos durante a operação Magnus Dominus, da PF, na fronteira com o Paraguai Foto: PF/Divulgação

Durante o depoimento, Nascimento invocou o direito ao silêncio e não deu explicações sobre a arma. O PM teve a prisão preventiva decretada pela 2ª Vara Federal de Ponta Porã.

No despacho, o juiz Fábio Fischer se referiu ao policial como integrante de um grupo de mercenários. “A investigação demonstra que Motinha colocou em sua rotina de vida (já que andava escoltado) e de seus atos ilícitos (tráfico de drogas) a atuação desse grupo de homens fortemente armados e com grande know/how policial/militar, sendo denominado por enésimas vezes pelos órgãos de investigação (MPF e DPF) como mercenários”.

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Conforme a PF, o policial é conhecido na organização criminosa como ‘Romanov’ e teria atuado na escolta de traficantes que ele deveria prender. A tropa especializada do DOF tem a missão de reprimir a ação de criminosos ao longo de mais de 800 quilômetros de fronteira com o Paraguai e a Bolívia.

As principais rotas de escoamento da cocaína boliviana e da maconha paraguaia cruzam a fronteira, onde o “clã Mota”, como é conhecida a família de ‘Dom’, atua desde a década de 1970. O apelido “Dom” é referência à máfia siciliana de Dom Corleone, retratada no cinema na trilogia “O Poderoso Chefão”.

Milícia da fronteira

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Segundo a investigação da PF, o policial brasileiro compunha uma “milícia da fronteira” com mercenários da Itália, Romênia e Grécia que participaram de conflitos internacionais entre israelenses e palestinos, no combate aos piratas da Somália e na guerra entre Rússia e Ucrânia.

O grupo criminoso foi contratado pelo ‘clã Mota’ para a segurança de Antônio Joaquim, que assumiu a parte dos ‘negócios’ da família relacionada às drogas — a organização criminosa atua também com contrabando de cigarros, eletrônicos e armas.

‘Motinha’, como também é conhecido, entrou na mira da PF por fornecer cocaína para a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), abastecendo o tráfico internacional.

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Ele teria relações com os grupos de Caio Bernasconi, o ‘Fantasma da Fronteira’, e de Sérgio Quintiliano Neto, o ‘Minotauro’, que estão presos. Em maio deste ano, ele escapou de ser preso na Operação Helix, da PF brasileira, que tinha em mira o uso de helicópteros para o transporte da droga.

Fuga em helicóptero

Na última sexta-feira, 30, ‘Dom’ e seu grupo paramilitar seriam o alvo principal da operação Magnus Dominus (Todo Poderoso, em latim) da PF brasileira e da Polícia Nacional do Paraguai para desarticular o grupo criminoso, especializado no tráfico internacional de drogas e armas.

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Além do Mato Grosso do Sul, foram cumpridos mandados de prisão e busca e apreensão em Minas Gerais, São Paulo e Rio Grande do Sul. Dos nove mandados de prisão, foram cumpridos seis, todos contra seguranças da quadrilha. ‘Motinha’ estava em uma fazenda da família, em Ponta Porã, na linha de fronteira com a cidade paraguaia de Pedro Juan Caballero, de onde fugiu de helicóptero um dia antes da operação.

Além dele, escaparam cinco integrantes da milícia que fazia sua segurança, entre eles os três estrangeiros. O megatraficante foi incluído na lista de procurados da Interpol. No local deixado pelos criminosos, a PF apreendeu 6 granadas, 14 armas, entre elas 3 fuzis, 4 pistolas e 3 revólveres, além de 40 caixas de munição e coletes balísticos. Mais de 100 policiais federais do Comando de Operações Táticas e da Aviação Operacional participaram da operação.

Em nota, a direção do DOF confirmou a prisão do terceiro sargento na Operação Magnus Dominus, da PF. “Ao ter ciência da operação e da expedição do mandado de prisão, a direção do DOF cumpriu o referido mandado e encaminhou o policial em questão, juntamente com a Corregedoria da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul, à Delegacia da Polícia Federal de Dourados”, disse. Segundo o DOF, o policial não integrava a força operacional da unidade, pois ainda passava por um período de estágio.

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A PM do Mato Grosso do Sul revogou a designação do policial para a prestação de serviços no DOF de Dourados e informou que ele foi transferido para o Presídio Militar Estadual de Campo Grande. Procurado, o advogado que acompanhou o policial na audiência de custódia informou que não o representa oficialmente.

Um policial militar do Departamento de Operações de Fronteira (DOF), tropa de elite da Polícia Militar do Mato Grosso do Sul, é suspeito de integrar o grupo paramilitar contratado para a segurança do megatraficante Antônio Joaquim Mendes Gonçalves da Mota, conhecido como “Dom”.

O traficante, que controla uma rede criminosa na fronteira do Brasil com o Paraguai, escapou de uma operação das polícias dos dois países fugindo de helicóptero, na última sexta-feira, 30. A Polícia Federal suspeita que um vazamento de informações sobre a operação ajudou a fuga de Dom.

O 3º sargento Ygor Nunes Nascimento, lotado no batalhão do DOF em Dourados, no sul do Estado, foi preso por policiais do próprio departamento e agentes da PF. A prisão foi acompanhada pela Corregedoria da PM. Com ele foram apreendidos uma pistola Glock com numeração raspada, um carregador com 17 munições e dois carregadores de fuzil.

Munições e equipamentos apreendidos durante a operação Magnus Dominus, da PF, na fronteira com o Paraguai Foto: PF/Divulgação

Durante o depoimento, Nascimento invocou o direito ao silêncio e não deu explicações sobre a arma. O PM teve a prisão preventiva decretada pela 2ª Vara Federal de Ponta Porã.

No despacho, o juiz Fábio Fischer se referiu ao policial como integrante de um grupo de mercenários. “A investigação demonstra que Motinha colocou em sua rotina de vida (já que andava escoltado) e de seus atos ilícitos (tráfico de drogas) a atuação desse grupo de homens fortemente armados e com grande know/how policial/militar, sendo denominado por enésimas vezes pelos órgãos de investigação (MPF e DPF) como mercenários”.

Conforme a PF, o policial é conhecido na organização criminosa como ‘Romanov’ e teria atuado na escolta de traficantes que ele deveria prender. A tropa especializada do DOF tem a missão de reprimir a ação de criminosos ao longo de mais de 800 quilômetros de fronteira com o Paraguai e a Bolívia.

As principais rotas de escoamento da cocaína boliviana e da maconha paraguaia cruzam a fronteira, onde o “clã Mota”, como é conhecida a família de ‘Dom’, atua desde a década de 1970. O apelido “Dom” é referência à máfia siciliana de Dom Corleone, retratada no cinema na trilogia “O Poderoso Chefão”.

Milícia da fronteira

Segundo a investigação da PF, o policial brasileiro compunha uma “milícia da fronteira” com mercenários da Itália, Romênia e Grécia que participaram de conflitos internacionais entre israelenses e palestinos, no combate aos piratas da Somália e na guerra entre Rússia e Ucrânia.

O grupo criminoso foi contratado pelo ‘clã Mota’ para a segurança de Antônio Joaquim, que assumiu a parte dos ‘negócios’ da família relacionada às drogas — a organização criminosa atua também com contrabando de cigarros, eletrônicos e armas.

‘Motinha’, como também é conhecido, entrou na mira da PF por fornecer cocaína para a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), abastecendo o tráfico internacional.

Ele teria relações com os grupos de Caio Bernasconi, o ‘Fantasma da Fronteira’, e de Sérgio Quintiliano Neto, o ‘Minotauro’, que estão presos. Em maio deste ano, ele escapou de ser preso na Operação Helix, da PF brasileira, que tinha em mira o uso de helicópteros para o transporte da droga.

Fuga em helicóptero

Na última sexta-feira, 30, ‘Dom’ e seu grupo paramilitar seriam o alvo principal da operação Magnus Dominus (Todo Poderoso, em latim) da PF brasileira e da Polícia Nacional do Paraguai para desarticular o grupo criminoso, especializado no tráfico internacional de drogas e armas.

Além do Mato Grosso do Sul, foram cumpridos mandados de prisão e busca e apreensão em Minas Gerais, São Paulo e Rio Grande do Sul. Dos nove mandados de prisão, foram cumpridos seis, todos contra seguranças da quadrilha. ‘Motinha’ estava em uma fazenda da família, em Ponta Porã, na linha de fronteira com a cidade paraguaia de Pedro Juan Caballero, de onde fugiu de helicóptero um dia antes da operação.

Além dele, escaparam cinco integrantes da milícia que fazia sua segurança, entre eles os três estrangeiros. O megatraficante foi incluído na lista de procurados da Interpol. No local deixado pelos criminosos, a PF apreendeu 6 granadas, 14 armas, entre elas 3 fuzis, 4 pistolas e 3 revólveres, além de 40 caixas de munição e coletes balísticos. Mais de 100 policiais federais do Comando de Operações Táticas e da Aviação Operacional participaram da operação.

Em nota, a direção do DOF confirmou a prisão do terceiro sargento na Operação Magnus Dominus, da PF. “Ao ter ciência da operação e da expedição do mandado de prisão, a direção do DOF cumpriu o referido mandado e encaminhou o policial em questão, juntamente com a Corregedoria da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul, à Delegacia da Polícia Federal de Dourados”, disse. Segundo o DOF, o policial não integrava a força operacional da unidade, pois ainda passava por um período de estágio.

A PM do Mato Grosso do Sul revogou a designação do policial para a prestação de serviços no DOF de Dourados e informou que ele foi transferido para o Presídio Militar Estadual de Campo Grande. Procurado, o advogado que acompanhou o policial na audiência de custódia informou que não o representa oficialmente.

Um policial militar do Departamento de Operações de Fronteira (DOF), tropa de elite da Polícia Militar do Mato Grosso do Sul, é suspeito de integrar o grupo paramilitar contratado para a segurança do megatraficante Antônio Joaquim Mendes Gonçalves da Mota, conhecido como “Dom”.

O traficante, que controla uma rede criminosa na fronteira do Brasil com o Paraguai, escapou de uma operação das polícias dos dois países fugindo de helicóptero, na última sexta-feira, 30. A Polícia Federal suspeita que um vazamento de informações sobre a operação ajudou a fuga de Dom.

O 3º sargento Ygor Nunes Nascimento, lotado no batalhão do DOF em Dourados, no sul do Estado, foi preso por policiais do próprio departamento e agentes da PF. A prisão foi acompanhada pela Corregedoria da PM. Com ele foram apreendidos uma pistola Glock com numeração raspada, um carregador com 17 munições e dois carregadores de fuzil.

Munições e equipamentos apreendidos durante a operação Magnus Dominus, da PF, na fronteira com o Paraguai Foto: PF/Divulgação

Durante o depoimento, Nascimento invocou o direito ao silêncio e não deu explicações sobre a arma. O PM teve a prisão preventiva decretada pela 2ª Vara Federal de Ponta Porã.

No despacho, o juiz Fábio Fischer se referiu ao policial como integrante de um grupo de mercenários. “A investigação demonstra que Motinha colocou em sua rotina de vida (já que andava escoltado) e de seus atos ilícitos (tráfico de drogas) a atuação desse grupo de homens fortemente armados e com grande know/how policial/militar, sendo denominado por enésimas vezes pelos órgãos de investigação (MPF e DPF) como mercenários”.

Conforme a PF, o policial é conhecido na organização criminosa como ‘Romanov’ e teria atuado na escolta de traficantes que ele deveria prender. A tropa especializada do DOF tem a missão de reprimir a ação de criminosos ao longo de mais de 800 quilômetros de fronteira com o Paraguai e a Bolívia.

As principais rotas de escoamento da cocaína boliviana e da maconha paraguaia cruzam a fronteira, onde o “clã Mota”, como é conhecida a família de ‘Dom’, atua desde a década de 1970. O apelido “Dom” é referência à máfia siciliana de Dom Corleone, retratada no cinema na trilogia “O Poderoso Chefão”.

Milícia da fronteira

Segundo a investigação da PF, o policial brasileiro compunha uma “milícia da fronteira” com mercenários da Itália, Romênia e Grécia que participaram de conflitos internacionais entre israelenses e palestinos, no combate aos piratas da Somália e na guerra entre Rússia e Ucrânia.

O grupo criminoso foi contratado pelo ‘clã Mota’ para a segurança de Antônio Joaquim, que assumiu a parte dos ‘negócios’ da família relacionada às drogas — a organização criminosa atua também com contrabando de cigarros, eletrônicos e armas.

‘Motinha’, como também é conhecido, entrou na mira da PF por fornecer cocaína para a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), abastecendo o tráfico internacional.

Ele teria relações com os grupos de Caio Bernasconi, o ‘Fantasma da Fronteira’, e de Sérgio Quintiliano Neto, o ‘Minotauro’, que estão presos. Em maio deste ano, ele escapou de ser preso na Operação Helix, da PF brasileira, que tinha em mira o uso de helicópteros para o transporte da droga.

Fuga em helicóptero

Na última sexta-feira, 30, ‘Dom’ e seu grupo paramilitar seriam o alvo principal da operação Magnus Dominus (Todo Poderoso, em latim) da PF brasileira e da Polícia Nacional do Paraguai para desarticular o grupo criminoso, especializado no tráfico internacional de drogas e armas.

Além do Mato Grosso do Sul, foram cumpridos mandados de prisão e busca e apreensão em Minas Gerais, São Paulo e Rio Grande do Sul. Dos nove mandados de prisão, foram cumpridos seis, todos contra seguranças da quadrilha. ‘Motinha’ estava em uma fazenda da família, em Ponta Porã, na linha de fronteira com a cidade paraguaia de Pedro Juan Caballero, de onde fugiu de helicóptero um dia antes da operação.

Além dele, escaparam cinco integrantes da milícia que fazia sua segurança, entre eles os três estrangeiros. O megatraficante foi incluído na lista de procurados da Interpol. No local deixado pelos criminosos, a PF apreendeu 6 granadas, 14 armas, entre elas 3 fuzis, 4 pistolas e 3 revólveres, além de 40 caixas de munição e coletes balísticos. Mais de 100 policiais federais do Comando de Operações Táticas e da Aviação Operacional participaram da operação.

Em nota, a direção do DOF confirmou a prisão do terceiro sargento na Operação Magnus Dominus, da PF. “Ao ter ciência da operação e da expedição do mandado de prisão, a direção do DOF cumpriu o referido mandado e encaminhou o policial em questão, juntamente com a Corregedoria da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul, à Delegacia da Polícia Federal de Dourados”, disse. Segundo o DOF, o policial não integrava a força operacional da unidade, pois ainda passava por um período de estágio.

A PM do Mato Grosso do Sul revogou a designação do policial para a prestação de serviços no DOF de Dourados e informou que ele foi transferido para o Presídio Militar Estadual de Campo Grande. Procurado, o advogado que acompanhou o policial na audiência de custódia informou que não o representa oficialmente.

Um policial militar do Departamento de Operações de Fronteira (DOF), tropa de elite da Polícia Militar do Mato Grosso do Sul, é suspeito de integrar o grupo paramilitar contratado para a segurança do megatraficante Antônio Joaquim Mendes Gonçalves da Mota, conhecido como “Dom”.

O traficante, que controla uma rede criminosa na fronteira do Brasil com o Paraguai, escapou de uma operação das polícias dos dois países fugindo de helicóptero, na última sexta-feira, 30. A Polícia Federal suspeita que um vazamento de informações sobre a operação ajudou a fuga de Dom.

O 3º sargento Ygor Nunes Nascimento, lotado no batalhão do DOF em Dourados, no sul do Estado, foi preso por policiais do próprio departamento e agentes da PF. A prisão foi acompanhada pela Corregedoria da PM. Com ele foram apreendidos uma pistola Glock com numeração raspada, um carregador com 17 munições e dois carregadores de fuzil.

Munições e equipamentos apreendidos durante a operação Magnus Dominus, da PF, na fronteira com o Paraguai Foto: PF/Divulgação

Durante o depoimento, Nascimento invocou o direito ao silêncio e não deu explicações sobre a arma. O PM teve a prisão preventiva decretada pela 2ª Vara Federal de Ponta Porã.

No despacho, o juiz Fábio Fischer se referiu ao policial como integrante de um grupo de mercenários. “A investigação demonstra que Motinha colocou em sua rotina de vida (já que andava escoltado) e de seus atos ilícitos (tráfico de drogas) a atuação desse grupo de homens fortemente armados e com grande know/how policial/militar, sendo denominado por enésimas vezes pelos órgãos de investigação (MPF e DPF) como mercenários”.

Conforme a PF, o policial é conhecido na organização criminosa como ‘Romanov’ e teria atuado na escolta de traficantes que ele deveria prender. A tropa especializada do DOF tem a missão de reprimir a ação de criminosos ao longo de mais de 800 quilômetros de fronteira com o Paraguai e a Bolívia.

As principais rotas de escoamento da cocaína boliviana e da maconha paraguaia cruzam a fronteira, onde o “clã Mota”, como é conhecida a família de ‘Dom’, atua desde a década de 1970. O apelido “Dom” é referência à máfia siciliana de Dom Corleone, retratada no cinema na trilogia “O Poderoso Chefão”.

Milícia da fronteira

Segundo a investigação da PF, o policial brasileiro compunha uma “milícia da fronteira” com mercenários da Itália, Romênia e Grécia que participaram de conflitos internacionais entre israelenses e palestinos, no combate aos piratas da Somália e na guerra entre Rússia e Ucrânia.

O grupo criminoso foi contratado pelo ‘clã Mota’ para a segurança de Antônio Joaquim, que assumiu a parte dos ‘negócios’ da família relacionada às drogas — a organização criminosa atua também com contrabando de cigarros, eletrônicos e armas.

‘Motinha’, como também é conhecido, entrou na mira da PF por fornecer cocaína para a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), abastecendo o tráfico internacional.

Ele teria relações com os grupos de Caio Bernasconi, o ‘Fantasma da Fronteira’, e de Sérgio Quintiliano Neto, o ‘Minotauro’, que estão presos. Em maio deste ano, ele escapou de ser preso na Operação Helix, da PF brasileira, que tinha em mira o uso de helicópteros para o transporte da droga.

Fuga em helicóptero

Na última sexta-feira, 30, ‘Dom’ e seu grupo paramilitar seriam o alvo principal da operação Magnus Dominus (Todo Poderoso, em latim) da PF brasileira e da Polícia Nacional do Paraguai para desarticular o grupo criminoso, especializado no tráfico internacional de drogas e armas.

Além do Mato Grosso do Sul, foram cumpridos mandados de prisão e busca e apreensão em Minas Gerais, São Paulo e Rio Grande do Sul. Dos nove mandados de prisão, foram cumpridos seis, todos contra seguranças da quadrilha. ‘Motinha’ estava em uma fazenda da família, em Ponta Porã, na linha de fronteira com a cidade paraguaia de Pedro Juan Caballero, de onde fugiu de helicóptero um dia antes da operação.

Além dele, escaparam cinco integrantes da milícia que fazia sua segurança, entre eles os três estrangeiros. O megatraficante foi incluído na lista de procurados da Interpol. No local deixado pelos criminosos, a PF apreendeu 6 granadas, 14 armas, entre elas 3 fuzis, 4 pistolas e 3 revólveres, além de 40 caixas de munição e coletes balísticos. Mais de 100 policiais federais do Comando de Operações Táticas e da Aviação Operacional participaram da operação.

Em nota, a direção do DOF confirmou a prisão do terceiro sargento na Operação Magnus Dominus, da PF. “Ao ter ciência da operação e da expedição do mandado de prisão, a direção do DOF cumpriu o referido mandado e encaminhou o policial em questão, juntamente com a Corregedoria da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul, à Delegacia da Polícia Federal de Dourados”, disse. Segundo o DOF, o policial não integrava a força operacional da unidade, pois ainda passava por um período de estágio.

A PM do Mato Grosso do Sul revogou a designação do policial para a prestação de serviços no DOF de Dourados e informou que ele foi transferido para o Presídio Militar Estadual de Campo Grande. Procurado, o advogado que acompanhou o policial na audiência de custódia informou que não o representa oficialmente.

Um policial militar do Departamento de Operações de Fronteira (DOF), tropa de elite da Polícia Militar do Mato Grosso do Sul, é suspeito de integrar o grupo paramilitar contratado para a segurança do megatraficante Antônio Joaquim Mendes Gonçalves da Mota, conhecido como “Dom”.

O traficante, que controla uma rede criminosa na fronteira do Brasil com o Paraguai, escapou de uma operação das polícias dos dois países fugindo de helicóptero, na última sexta-feira, 30. A Polícia Federal suspeita que um vazamento de informações sobre a operação ajudou a fuga de Dom.

O 3º sargento Ygor Nunes Nascimento, lotado no batalhão do DOF em Dourados, no sul do Estado, foi preso por policiais do próprio departamento e agentes da PF. A prisão foi acompanhada pela Corregedoria da PM. Com ele foram apreendidos uma pistola Glock com numeração raspada, um carregador com 17 munições e dois carregadores de fuzil.

Munições e equipamentos apreendidos durante a operação Magnus Dominus, da PF, na fronteira com o Paraguai Foto: PF/Divulgação

Durante o depoimento, Nascimento invocou o direito ao silêncio e não deu explicações sobre a arma. O PM teve a prisão preventiva decretada pela 2ª Vara Federal de Ponta Porã.

No despacho, o juiz Fábio Fischer se referiu ao policial como integrante de um grupo de mercenários. “A investigação demonstra que Motinha colocou em sua rotina de vida (já que andava escoltado) e de seus atos ilícitos (tráfico de drogas) a atuação desse grupo de homens fortemente armados e com grande know/how policial/militar, sendo denominado por enésimas vezes pelos órgãos de investigação (MPF e DPF) como mercenários”.

Conforme a PF, o policial é conhecido na organização criminosa como ‘Romanov’ e teria atuado na escolta de traficantes que ele deveria prender. A tropa especializada do DOF tem a missão de reprimir a ação de criminosos ao longo de mais de 800 quilômetros de fronteira com o Paraguai e a Bolívia.

As principais rotas de escoamento da cocaína boliviana e da maconha paraguaia cruzam a fronteira, onde o “clã Mota”, como é conhecida a família de ‘Dom’, atua desde a década de 1970. O apelido “Dom” é referência à máfia siciliana de Dom Corleone, retratada no cinema na trilogia “O Poderoso Chefão”.

Milícia da fronteira

Segundo a investigação da PF, o policial brasileiro compunha uma “milícia da fronteira” com mercenários da Itália, Romênia e Grécia que participaram de conflitos internacionais entre israelenses e palestinos, no combate aos piratas da Somália e na guerra entre Rússia e Ucrânia.

O grupo criminoso foi contratado pelo ‘clã Mota’ para a segurança de Antônio Joaquim, que assumiu a parte dos ‘negócios’ da família relacionada às drogas — a organização criminosa atua também com contrabando de cigarros, eletrônicos e armas.

‘Motinha’, como também é conhecido, entrou na mira da PF por fornecer cocaína para a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), abastecendo o tráfico internacional.

Ele teria relações com os grupos de Caio Bernasconi, o ‘Fantasma da Fronteira’, e de Sérgio Quintiliano Neto, o ‘Minotauro’, que estão presos. Em maio deste ano, ele escapou de ser preso na Operação Helix, da PF brasileira, que tinha em mira o uso de helicópteros para o transporte da droga.

Fuga em helicóptero

Na última sexta-feira, 30, ‘Dom’ e seu grupo paramilitar seriam o alvo principal da operação Magnus Dominus (Todo Poderoso, em latim) da PF brasileira e da Polícia Nacional do Paraguai para desarticular o grupo criminoso, especializado no tráfico internacional de drogas e armas.

Além do Mato Grosso do Sul, foram cumpridos mandados de prisão e busca e apreensão em Minas Gerais, São Paulo e Rio Grande do Sul. Dos nove mandados de prisão, foram cumpridos seis, todos contra seguranças da quadrilha. ‘Motinha’ estava em uma fazenda da família, em Ponta Porã, na linha de fronteira com a cidade paraguaia de Pedro Juan Caballero, de onde fugiu de helicóptero um dia antes da operação.

Além dele, escaparam cinco integrantes da milícia que fazia sua segurança, entre eles os três estrangeiros. O megatraficante foi incluído na lista de procurados da Interpol. No local deixado pelos criminosos, a PF apreendeu 6 granadas, 14 armas, entre elas 3 fuzis, 4 pistolas e 3 revólveres, além de 40 caixas de munição e coletes balísticos. Mais de 100 policiais federais do Comando de Operações Táticas e da Aviação Operacional participaram da operação.

Em nota, a direção do DOF confirmou a prisão do terceiro sargento na Operação Magnus Dominus, da PF. “Ao ter ciência da operação e da expedição do mandado de prisão, a direção do DOF cumpriu o referido mandado e encaminhou o policial em questão, juntamente com a Corregedoria da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul, à Delegacia da Polícia Federal de Dourados”, disse. Segundo o DOF, o policial não integrava a força operacional da unidade, pois ainda passava por um período de estágio.

A PM do Mato Grosso do Sul revogou a designação do policial para a prestação de serviços no DOF de Dourados e informou que ele foi transferido para o Presídio Militar Estadual de Campo Grande. Procurado, o advogado que acompanhou o policial na audiência de custódia informou que não o representa oficialmente.

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